Stella — Como vocês podem ver à minha direita, está os campos verdejantes com grandes árvores floridas e belíssimas! Não muitas, porque a verdadeira beleza está nas estrelas! Sim, toda essa dimensão foi criada semelhante ao espaço! Não espere por dias ensolarados, e se sentir a falta do sol, o que eu acho muito difícil, é só olhar para mim! — Diz a brilhar numa tonalidade amarela por segundos. — À minha esquerda, senhores, está uma grande floresta de carvalhos sulistas chamados "Angel Oak", e talvez vocês perguntem "por que de um lado do caminho é belo e agradável, e o outro lado desse mesmo caminho é tão feio e assustador?". E eu respondo...
Pardolome — Na verdade, eu ia perguntar sobre essa árvore. — Comenta enquanto ela se prepara para dizer.
Jeremy — Pensei que soubesse, essas árvores são tão antigas quanto você. — Responde para ele.
Pardolome — Eu não sou tão velho quanto pensa... E nem tão horripilante quanto parece.
Jeremy — Sei não, Pardolome. Um pássaro falante com uma venda cinza nos olhos não é nem um pouco assustador? — Pergunta a olhar para ele.
Pardolome — Para quem encarou de frente, vários peixes e uma serpente de vidro, nada mais deveria te assustar.
Jeremy — Ela aparenta estar muito empolgada em apresentar essa dimensão. — Diz a esperar ela dar continuidade ao discurso.
Pardolome — Pelo visto, para ela esse lugar é muito significativo... é o seu mundo.
Stella — A vida é esse caminho em que estão a pisar, esses dois lados são os atalhos, um aparenta ser bom e o outro aparenta ser perigoso... Mas somente o caminho que já existe é que os levam ao lugar onde precisam chegar. Os nossos pés sabem qual o melhor caminho a pisar, a nossas mentes acreditam que esse é o melhor caminho a seguir, e os nossos corações decidem que vamos prosseguir até o fim, mas os nossos olhos nos enganam...
Stella — Eles nos iludem com os bons atalhos e nos distraem com os maus atalhos, somente para nos impedir de enxergar a verdade: Que o verdadeiro caminho não é aquele que os atalhos nos forçam a acreditar, mas aquele que já foi criado para seguirmos. Porque atalhos não existem quando há um verdadeiro caminho a seguir, e para aproveitar bem esse caminho, precisamos ser cegos para os atalhos inexistentes que insistem em aparecer.
(Todos ficam em silêncio por alguns segundos)
Jeremy — (Nossa...) — Pensa, a ficar sem palavras.
Pardolome — Tirou esse discurso de um livro? — Diz quebrar o silêncio.
Stella — Na verdade, esse era a parte de um discurso da peça teatral que eu iria participar, antes daquela van do projeto "Cubos" aparecer no caminho da escola e me levar para esse pesadelo... não essa dimensão, mas tudo o que me fez parar aqui... — Diz a ficar séria de repente. — Eu nunca esqueci desse discurso, recitava para a minha avó toda a vez que pensava esquecer uma frase, e ela amava cada vez que eu a chamava para me ouvir. — Começa a andar e tornar a sorrir. — É... Eu não me esqueci, ainda lembro de cada palavra.
De repente, Jeremy olha para si a perceber estar vestido com uma roupa de inverno e com um cachecol azul-claro. Sem entender ele pergunta:
Jeremy — Pardolome, foi você que fez isso?
Pardolome — Foi ela... — Responde de imediato.
Stella — Não dá para combater os seus inimigos só de shorts azul. Além disso... — Olha para o visual dele rapidamente. — Você está charmoso com esse cachecol, até combinou com a cor dos seus olhos! — Comenta com um sorriso, a olhar para as estrelas.
Pardolome — O que é aquilo a vim na nossa direção? — Pergunta ao perceber algo vindo.
Stella — Não se preocupem, é só o nosso transporte. — Estende a mão para sinalizar a lontra gigante que voava para encontrá-la.
Jeremy — Esse animal é enorme!... — Diz a ficar muito impressionado.
Pardolome — E não é feito de vidro super-resistente. É com certeza uma grande lontra cinza.
Jeremy — Para onde ele irá nos levar? — Pergunta ao ver pousar perto deles.
Stella — Vocês querem a parte do fragmento que me pertence, para voltar para casa, e isso me fez lembrar que... Nós quatro decidimos que iríamos criar essas dimensões para nos proteger do projeto "Cubos" e de Durcan, até que o escudo em torno da ilha enfraquecesse, e quando isso acontecesse, usaríamos o nosso poder para romper a barreira dessa ilha e finalmente escaparmos. Então, eu quero ajudar vocês a conseguir isso também.
Pardolome — Mesmo sem a sua parte do fragmento, ainda é possível ver que você tem um certo domínio das suas anomalias, por mais que seja limitada. Isso é um fato, um fragmento não fica completamente separado do seu portador, ainda que o mesmo morra ou no seu caso, permaneça viva...
Jeremy — Isso quer dizer que ela pode usar o poder da parte do fragmento, mesmo estando separada dele?
Pardolome — Não completamente, apenas em uma proporção menor. Uma vez que o fragmento ou uma parte dele se une a um corpo humano, esse nunca mais será o mesmo, ainda que seja separado. É provável também, que parte da Stella esteja naquele pedaço de fragmento, da mesma maneira que a própria parte do fragmento esteja nela.
Jeremy — É difícil de entender... — Diz a pensar no que acabou de ouvir dele.
Pardolome — Eu havia dito anteriormente, que é mais complicado do que aparenta.
Stella — Eu acabei de me comunicar com o "Saiph", e ele me deu a coordenada de onde está a minha parte do fragmento, mas há um problema nisso.
Jeremy — Qual problema? — Pergunta para ela.
Stella — Não podemos ir direto, essa dimensão é cercada de grandes espaços de terras flutuantes, que abrigam animais de vidro e monstros perigosos, que eu até podia controlá-los, mas sem o meu poder completo, eu pedi metade do controle desse lugar.
Pardolome — Como uma princesa sem a sua coroa.
Stella — Eu prefiro "como uma estrela sem o seu brilho", mas como eu não sou uma estrela que se apaga facilmente, vou ficar com a sua comparação. — Diz a sorrir.
Jeremy — Espera... Se você só controla metade dessa dimensão, quem controla a outra metade?
Pardolome — O próprio pedaço do fragmento, que contém parte de Stella o suficiente para ter uma consciência limitada, mas funcional. — Responde por ela.
Stella — Vamos seguir uma rota mais curta, porém, mais perigosa. Precisamos poupar tempo, pois, pode acontecer imprevistos no caminho e também, não sabemos se aquele monstro virá buscar o que não conseguiu da primeira vez.
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Atualizado até capítulo 37
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