|T01E14| Os herdeiros

Stella — Vamos logo... — Diz a subir no Saiph e estender a mão para Jeremy que está em pé ao lado dela. — Vem Jeremy, e se segura em mim que nós vamos decolar! — Diz animada.

Jeremy — Tem certeza? — Pergunta a estar acanhado.

Pardolome — Vai me dizer que também tem medo de altura? — Diz a pairar atrás dele.

Jeremy — Claro que não! — Responde a olhar para ele. — Não é isso, é que... — Começa a ficar vermelho.

Stella — Está com vergonha de segurar na cintura de uma garota, né? — Começa a rir.

Jeremy — Não, não é isso! — Tenta disfarçar.

Stella — Ficou até vermelho que nem um tomate...

Pardolome — Medo de garotas... Isso é novidade! — Comenta enquanto Stella continua a rir.

Pardolome — Para Pardolome! — Diz a não gostar do que ele disse, e a segurar na mão de Stella para subir no Saiph.

Stella — Não precisa ter vergonha, somos amigos! E também eu não mordo... — Sussurra para ele. — Só arranho! — Diz com um sorriso no rosto.

Pardolome — Esse transporte é mesmo seguro? — Pergunta para certificar se Jeremy estaria seguro.

Stella — Com certeza! Saiph não decepciona, e eu sou uma excelente pilota! — Diz confiante a começar a viagem.

Após saírem de onde estavam, Jeremy consegue visualizar toda aquela dimensão do alto, os minimundos espalhados ao redor deles, conectados a um grande fio amarelo que seguia para longe da sua vista. Cada pequeno espaço de terra tinha a sua beleza e os seus habitantes, numa dimensão onde a fauna e a flora coexistiam em perfeita harmonia, feitos de vidro e cores únicas, coisas e prendiam a sua atenção.

E de repente, Jeremy é surpreendido por um grupo de borboletas de cristal que voam entre eles, até pousarem nos braços e cabelos de Stella, que se diverte encantada e sorridente. Aquelas borboletas não tinham brilho e ao pousarem no cabelo dela, os seus grandes cachos intensificam uma luz amarela reluzente que não ofuscava os olhos, para dar a cada uma delas, o brilho que vieram buscar, após isso elas voam para longe a deixar finos rastros de brilho pelo caminho.

Stella — Essas pequenas interesseiras, só vieram pegar um pouco do meu brilho. — Fala com carinho a respeito delas. — Você não pode reclamar Stella, quem manda acostumar elas assim. — Fala consigo mesma.

Jeremy — Stella! — Diz a lembrar algo. — Disse que sentia como se parte da sua memória tivesse sido apagada, não é? — Olha para Pardolome. — Você tem a anomalia "Memórias", quem sabe funcione se você usar nela, caso dê certo, ela poderá resgatar alguma lembrança apagada!

Pardolome — As chances de conseguir são incertas, eu nunca tentei isso antes...

Stella — Anomalia? Resgatar as minhas lembranças apagadas? Do que vocês estão falando? — Pergunta sem entender.

Jeremy — É uma longa história, mas eu prometo que vamos explicar tudo! O que você precisa saber agora é que Pardolome tem um poder que irá nos levar a uma memória sua que foi apagada, a fim de tentar restaurá-la, para podermos saber mais sobre o projeto "Cubos" e também sobre Durcan.

Stella — Entendi!... Mas o que eu tenho que fazer? — Pergunta para ele.

 Jeremy — Quando ele tirar a sua venda cinza, vamos ter que olhar diretamente nos seus olhos, e então seremos levados para uma das suas memórias perdidas.

Stella — Isso deve ser interessante! — Fala com empolgação.

Pardolome — Precisamos garantir que não seremos cercados de monstros, quando voltarmos...

Stella — Ah! Quanto a isso, o Saiph vai ficar nos protegendo de qualquer ataque quando voltarmos. Né Saiph, meu bonitão!... — Diz a fazer carinho nele.

Pardolome — Sendo assim, preparem-se. — Diz a tirar a venda e revelar os seus olhos como duas nebulosas em constante movimento, os levando para uma das memórias de Stella, que havia sido apagada.

...----------------...

Eles se encontram no final do corredor de uma grande sala com quatro celas e uma porta ao final, e dentro dessas celas estavam quatro pequenos prisioneiros que conversavam entre si, enquanto eles apenas ouviam atentamente:

Martins — Somos os quatro herdeiros do fragmento! — Diz para eles.

Kayra — Que bom saber disso... — Responde para ele. — Pensei que fôssemos somente ratos de laboratório.

(Ela) — Não somos ratos, Kayra. — Diz para ela. — Isso é uma palavra muito forte.

Kayra — E o que você sugere que sejamos, se não é isso? Estou aberta a sugestões... — Diz com olhar de tristeza.

(Ela) — Inocentes que foram aprisionados pelo monstro? — Responde com uma pergunta.

Martins — Monstros! Não é só Durcan! Mas também esse maldito projeto "Cubos"! — Diz a bater na grade da cela com a mão.

(Ele) — Não faz barulho, Martins. Se não, ele vai vir aqui... — Tenta o alertar.

Martins — Você pensa que na frente dele eu tenho algum rabo preso, em Jeremy? — Responde de volta, com raiva. — Eu não tenho medo deles e nem sinto pena! Porque eles também não têm medo de nós e muito menos tem pena do que estão a fazer com os nossos corpos! — Chuta a grade da cela.

(Ela) — Mas também não precisa se descontrolar. — Diz ao ver ele fazer isso. — Desse jeito vai jogar as grades da sua cela em cima da Kayra...

Kayra — Me faria um favor se fizesse isso. — Fala em seguida dela. — Assim, quem sabe eu não acorde desse pesadelo...

Martins — A minha família e todo o meu povo foi exterminado por esse projeto "Cubos"! E somos submetidos a experimentos dolorosos e desumanos! Pelas mãos desse fantoche que eles tem, chamado Durcan... — Suspira de raiva. — E ainda pensa que eu não tenho motivos para me descontrolar?... Droga! — Chuta com força mais uma vez na grade da sua cela.

Kayra — Só não se esqueça... — Olha para ele na cela à frente. — Que não foi só você que perdeu toda a sua família.

(Ela) — Todos nós perdemos alguma coisa... — Se escora na parede de frente para as grades da cela. — De qualquer forma, estamos presos nessa ilha, e é praticamente impossível de nós sairmos daqui...

Martins — Escapar dessa ilha não é totalmente impossível, como a Stella diz ser! Mesmo que o fragmento crie uma barreira que vai se fechando e se fortalecendo ao longo do tempo, ainda há uma brecha para escaparmos...

Kayra — De qual forma, Martins? Estamos presos em celas, marcados no pulso e tratados como ninguém! De onde você ainda tira tanta esperança?

Martins — Os nossos corpos foram expostos ao fragmento, e diferente dos demais prisioneiros que não resistiram e morreram, nós sobrevivemos e respondemos com sucesso aos experimentos! E eles querem nos levar para o continente, e fazer os testes finais em nós, porém, podemos escapar antes mesmo deles chegarem aqui.

(Ele) — Como você pode ter certeza que vamos conseguir mesmo ultrapassar essa barreira? — Pergunta para ele.

Martins — Porque a minha família e o meu povo eram os moradores dessa ilha! Esse fragmento era o nosso tesouro, tínhamos ele no centro da nossa ilha, em um lago que se estendia até o fundo do oceano, na fonte de todo o poder! Vivíamos em paz até eles mostrarem interesse pela nossa riqueza, invadirem a nossa terra, matarem a sangue-frio os nossos líderes e tornarem dos sobreviventes ao massacre que fizeram, prisioneiros desses experimentos, quer adultos quer crianças, como eu!

Kayra — Dimensões... — Diz pensativa. — Isso é possível? — Diz sem acreditar.

Martins — Não é hora para serem incrédulos! Os nossos corpos não são mais o mesmo, e cada um de vocês sente a diferença! Vejam como essas grades resistentes estão, devido aos meus chutes e socos, elas estão se desprendendo e como eu faria isso se não tivesse uma força além do natural? Mas, se ainda sim, não acreditam em mim, podem ficar presos que nem ratos acreditando nas mentiras que Durcan diz! Pois, isso só irá mostrar o quão escravos conformados vocês são! Eu não sou que nem vocês!

(Ela) — Se você é tão bom assim, Martins... Por que não saiu dessa cela e foi até o seu "Tesouro" e pôs logo em prática o seu plano de escapar? — Diz a estar inconformada com as palavras dele.

Martins — Porque eu preciso de vocês... — Confessa a se acalmar. — Eu não vou conseguir fazer isso sozinho.

(Todos ficam em silêncio por alguns segundos, até que alguém quebra o silêncio)

Kayra — Então diga... Qual é o plano?...

E de repente, tudo fica escuro e todos eles ficam semelhantes a fantasmas. Sem entender, Stella diz:

Stella — O que está acontecendo? Essa memória já terminou, foi isso? — Pergunta ao olhar para todas as direções sem conseguir enxergar nada.

Jeremy — Isso não costuma acontecer quando uma memória acaba. — Responde para ela, também sem entender.

Pardolome — Tem algo tentando nos atacar!... — Alerta ele que desaparece na escuridão, somente a poder ouvir a sua voz.

Stella — Saiph! — Diz a lembra-se dele, preocupada. — Vamos voltar! — Diz para Pardolome.

Eles retornam à dimensão das estrelas por um portal, ao se depararem com um espectro de cor branca na frente deles, a fazer um som assustador. Pardolome crescer de tamanho, Stella também flutua a brilhar e Jeremy ainda em cima de Saiph pergunta para ela:

Jeremy — O que é isso? — Pergunta a encará-lo.

Stella — Esse era um dos meus soldados, quando eu ainda tinha a parte do fragmento, e podia dominar essa dimensão.

Jeremy — Mas porque ele está a nos atacar, é porque nós somos intrusos, não é?

Stella — Não, Jeremy, ele não atacaria ninguém que estivesse comigo... Ao menos que ele não sirva mais a mim, e também não obedeça ao meus comandos.

Pardolome — Ele está sob o controle da parte do fragmento, o que não nos dá escolha... — Começa a se preparar para a atacar. — Temos que lutar!

Nesse instante, Pardolome e Stella avançam contra o espectro branco, que ataca a expelir o seu poder neles, que jogam eles para trás. Pardolome pela sua agilidade consegue frear o seu corpo que era empurrado pelo ataque do espectro, mas Stella acaba por cair novamente no portal que estava quase a se fechar, e em segundos após entrar, ele fecha-se.

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Atualizado até capítulo 37

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