Pardolome — Você não sabe outro caminho para seguir, que seja mais seguro? — Pergunta a ela.
Stella — Mas esse é o mais seguro. — Responde para ele. — Ao menos que deseje passar pelos lados do estreito e dê de cara com várias lontras selvagens voadoras.
Jeremy — Então, existem mais espécies do Saiph.
Stella — Claro que sim, por que pensou que não houvesse? — Pergunta ao olhar para ele atrás dela.
Jeremy — Eu pensei só por pensar... — Diz pensativo.
Pardolome — Não voltou totalmente, Jeremy? Está assim desde que apagou enquanto estávamos em confronto. Não fala tanto como antes. — Diz para ele.
Stella — Mas pelo menos vocês derrotaram aquele espectro de meia tigela! — Diz com empolgação. — É isso aí! Mandaram o espectro de Mintaka de volta para o cinturão de Órion! — Diz a erguer o punho e sorrir. — Entenderam a referência? Em?... Não?... — Pergunta a olhar para eles, sorrindo.
Jeremy — Pensei que o tagarela fosse o Pardolome. — Diz distraído a pensar na conversa que teve com aquele ser.
Pardolome — Mudança no roteiro? — Responde.
Stella — Ah! Eu estou falando muito, né? Desculpa... — Fala para eles.
Jeremy — Não! Não foi isso que eu queria dizer... — Diz a tentar se explicar. — Eu não estou conseguindo lidar com os meus pensamentos, e acabei por falar besteira. — Diz a passar a mão do rosto. — Eu gosto de ouvir você falar.
Stella — Beleza, Ganhei um fã! — Diz a comemorar consigo mesma.
Pardolome — Chegamos no caminho da aurora... — Diz ao ver a beleza única daquele lugar por onde passavam entre elas.
Stella — Não é caminho, é estreito. — O corrige.
Pardolome — É a mesma coisa, Stella. — Responde para ela.
Stella — Não é não! O estreito é diferente de caminho porque é estreito. — Diz para ele, convencida do seu argumento.
Pardolome — Está bem, o nome é estreito. — Diz a voar por cima deles.
Jeremy — Está com sono, Stella. — Pergunta ao vê-la bocejar.
Stella — Eu não sei... Eu só estou exausta. — Diz a quase fechar os olhos.
Pardolome — Deve ser mais um efeito da anomalia "Memória", é só descansar que irá passar. — Explica para ela.
Jeremy — Mas ela é uma portadora de uma parte do fragmento, não deveria sentir sono, sede ou fome como eu não sinto mais, não é? — Questiona para ele.
Pardolome — Existe mais um motivo além daquele que eu já disse, ela está separada da sua parte do fragmento e isso resulta em algumas consequências físicas, pois ele estava conectado ao seu corpo. E quando há uma separação, ou o usuário morre, ou ele torna lentamente as suas limitações humanas, para ser mais claro, a suas necessidades básicas.
Stella — Então, é só eu dormir que passa... — Diz a deitar lentamente em Saiph.
Jeremy — Tomara que ela se recupere rápido...
Um estrondo é ouvido, eles olham para cima do estreito e percebem um outro espectro de cor preta a voar um pouco a frente deles, enquanto Stella entra em um sono profundo. Pardolome percebe que o lugar era desvantajoso para lutar, e estavam quase incapazes de se desviar de qualquer ataque que viesse contra eles. Sem encontrar outra opção, ele diz para Jeremy que estava em baixo dele:
Pardolome — Jeremy! Só há um jeito de escaparem ilesos, você e Stella. Vocês terão que ficar na minha anomalia até eu acabar com esse espectro!
Jeremy — Mas a sua anomalia não era ofensiva?
Pardolome — A minha anomalia não é somente ofensiva! Ela pode proteger e esconder quem precisa ser protegido. E eu não posso perder vocês dois! Então, faça o que eu digo! E Saiph! Quando sentir que eles estão em perigo em alguma das memórias, você tem livre acesso que trazê-los de volta!
Saiph — Gru! Gru! — Responde para ele.
Pardolome — Está bem, então vão logo! — Tira a venda dos olhos e os leva imediatamente a uma memória de Stella.
Então, Pardolome voa acima do estreito das auroras boreais, para poder ter mais espaço na hora de lutar contra o espectro que permanece parado no ar:
Pardolome — Mais um espectro! Deixa eu adivinhar... "Alnilan"? — Diz a crescer de tamanho. — Isso não será uma batalha simples, e com certeza você vai ser destruído, mas vai valer a sua tentativa! — Fala ao se preparar para o atacar.
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...[Laboratório improvisado — Ilha — Celas — Noite]...
Jeremy apareceu no mesmo lugar onde estavam na última vez, a segurar Stella encostados na parede, e a ouvir o diálogo entre os quatro:
Martins — Já anoiteceu... — Diz a olhar para a fresta de baixo da porta.
Kayra — Como você sabe disso, Martins? — Pergunta para ele, deitada num colchão de frente para a parede.
Martins — Os guardas trocaram de turno, dá para ver a movimentação deles pela sombra de debaixo da porta.
(Stella) — Eu também percebi isso... — Confirma ela.
Martins — Está vendo, até a Stella sabe que não é coisa na minha cabeça. — Diz para eles.
Kayra — O que isso vai agregar para nós, saber em qual momento eles trocam de turno? — Questiona ele ainda virada para a parede.
Martins — É hoje o que o nosso plano vai ter posto em prática! — Diz com um sorriso de canto.
Kayra — O seu plano! E você disse que seria daqui a dois dias. — Diz a tentar procurar uma posição mais confortável para dormir.
(Ele) — É verdade, tínhamos combinado daqui a dois dias...
Martins — Esqueça o que eu disse, está bem! Eu me enganei, e também... Vocês acham que eu tenho a noção de tempo preso aqui? — Diz a segurar a grade com as mãos. — Eu mudei de última hora, porque ela me disse que seria hoje...
(Ele) — Ela disse isso a você? A Stella e a Kayra não falaram nada disso...
Martins — Eu não estou me referindo a elas, Jeremy! Preste atenção! — Balança a grade de maneira que não faça muito barulho.
Kayra — Está precisando dormir, Martins. — Diz para ela.
Martins — Não! Não estou! — Diz para ela com raiva.
Stella — Isso deve ser algum efeito colateral de tanto você bater a cabeça na parede! — Diz a rir.
Kayra — Essa foi boa, Stella... — Diz com voz de sono a dar leves risadas.
Martins — Será que dá para vocês levarem a sério o que eu estou dizendo? Ou vão ficar de piadas como se a vida de vocês estivesse umas "mil maravilhas"! — Responde com raiva para elas.
(Ela) — Alguém fala com você? — Pergunta ainda curioso em saber.
Martins — Sim, Jeremy. Esse alguém é o fragmento, é a força que reseta, é o que vai nos tirar daqui! — Diz a tirar a grade devagar e sair da cela.
Nesse momento, Kayra revira para ver o que tinha acontecido, Stella e Jeremy percebem algo diferente nos olhos de Martins, algo até da sua heterocromia, um brilho reluzente vindo do seu interior. Então, um som de pessoas a gritar do lado de fora da porta é ouvido, e sangue passa por baixo da entrada da sala, a deixar todos eles menos Martins, sem entender o que estava a acontecer.
Stella — Mas o que é isso? — Pergunta assustada.
Kayra — Não está para brincadeira, Martins. — Diz a ficar impressionada com o olhar dele.
Martins — Isso... — Aponta para a porta. — É apenas o caminho sendo aberto! — Diz com um sorriso a mostrar os seus dentes a ranger um no outro.
Ao dizer essas palavras, as celas dos demais se abrem sem que Martins fizesse isso:
Martins — Precisamos sair logo... Eles estão a nos esperar no fragmento. — Diz a ser o primeiro a sair pelo corredor por entre os corpos dos soldados, que foram atacados brutalmente, num cenário de terror.
(Ele) — Ele parece estar sob o domínio de uma força desconhecida... — Diz a seguir atrás dele.
Kayra — Não é desconhecida... É a força de reseta. — Diz a também seguir Martins.
Stella — Que loucura! — Diz ela a tentar digerir toda aquela informação, indo atrás de todos eles.
Jeremy — Então foi assim que eles conseguiram ir até o fragmento... alguém os ajudou. — Diz consigo mesmo ao segurar Stella adormecida ao seu lado.
Ao querer muito saber como terminaria aquilo, ele deixa Stella sentada e encostada na parede, e tenta segui-los pelo corredor, mas não os vê mais e numa sala atrás dele, para o lado que eles não foram, saía sons abafados de uma possível luta corporal. Ele a ir devagar até essa porta que estava encostada, acaba por se assustar, pois, atrás dele estava a Stella da memória, que também percebeu a estranheza dos sons daquele cômodo.
Jeremy então deixa ela ir abrir um pouco mais a porta, e o que ele vê é o mesmo que ela espantada visualiza, escondidos atrás da porta. Um homem de jaleco cinza em cima de um soldado jogado no chão manchado de sangue, a tentar estrangulá-lo. E após ver essa cena, Stella sussurra consigo mesma: — Aquele é Duncan... Eles está matando os soldados. — Diz a causar um espanto em Jeremy que a ouvia.
Soldado — Você enlouqueceu! — Tenta medir forças com ele para não ser pego pelo pescoço. — O que pensa que está fazendo? — Diz enquanto Durcan apenas continuava o atacando.
(Stella) — Ele vai matá-lo também! — Diz enquanto assiste toda aquela cena.
Soldado — Não se esqueça que a sua família está sob a guarda do projeto "Cubos"! Quando eles vierem buscar as crianças e descobrirem o que fez conosco, diga adeus para a sua esposa e filha! Maldito! — Diz a perceber que Durcan para de fazer força. — Isso... Se quiser que a sua família viva... — Olha para a sua pistola jogada ao lado, e em um movimento para pegá-la, Durcan dá um soco que quebra nariz dele, e outro soco em seguida, a quebrar o seu pescoço.
Jeremy percebe que a porta no final do corredor se abre, e que a Stella da memória some como poeira ao vento, então, ele decide seguir até lá, e ao passar se depara com a praia, essa era a entrada daquele pequeno laboratório improvisado. Na praia, ele vê ao seu redor que não era a mesma memória, e sentia que não era outra memória de Stella e nem uma que seja dele, isso o deixa confuso ao cair de joelhos na areia até um forte vento vindo da frente dele, chama a sua atenção.
Saiph aparece pelo portal onde Jeremy tinha deixado Stella a dormir, ao chegar ele a acorda com lambidas a ter um tamanho pequeno e a coloração cinza de antes. Stella acorda assustada com Saiph em cima e sente-se totalmente recuperada, e ao ser levantar, ela é perguntada na linguagem de Saiph, onde tinha ido Jeremy, mas sem uma resposta, eles resolvem sair daquela sala a procurar por ele.
De repente, uma voz conhecida aparece naquele céu atmosférico, que diz para ele, ao se levantar e tentar aproximar-se de onde o som vinha, para poder ver se enxergava alguma coisa ou alguém, a não conseguir:
Endrey — Essa é mais uma oportunidade de aceitar a minha proposta... O tempo não espera, para que as coisas se findem. Não podemos mais esperar...
Jeremy — Eu já dei a minha resposta! Me deixe em paz! — Grita a uma pequena esfera brilhante que surge no ar.
Endrey — Você nunca teve paz, Jeremy. Se insistir na sua decisão, nunca a encontrará. — Responde com uma voz calma.
Jeremy — Você pensa mesmo que a paz está nos seus planos? Eu não vou me juntar a você! Pode esquecer! — Grita para ele com raiva.
Endrey — Você irá sim... De um jeito ou de outro. Por enquanto, eu apenas estou a dar a oportunidade de você escolher por conta própria, mas logo isso não será mais possível, porque irei pressioná-lo até que venha ceder a nossa vontade...
Stella — Jeremy! O que está acontecendo? — Grita ao vir de longe junto de Saiph.
Jeremy — Stella! Não se aproxima! — Grita a tentar avisá-la.
Endrey — Quanto mais resistir em aceitar a minha proposta, Jeremy... Mais pessoas que você ama irão morrer... Isso é para que você saiba que nós não estamos a brincar! — Diz com uma voz séria.
E no mesmo momento, quando Jeremy olha para Stella e Saiph, ambos são sugados de volta para a dimensão das estrelas a cair dentro da aurora boreal, e ele na tentativa de alcançá-los, também é puxado.
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Atualizado até capítulo 37
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