Cap.17 - Os segredos

Após duas semanas conhecendo mais a fundo Gabriel, Mirela já sabia que ele era estudioso, mas mudara seu curso para EAD, no intuito de não ter nada que o impedisse quando seu chefe chamasse. Soube que ele namorava uma jovem estagiária chamada Letícia. Descobriu que a garota trabalhava no departamento jurídico da mesma empresa e, ao perguntar sobre ela às secretárias tagarelas, entendeu que Letícia era extrovertida e eficiente, de forma que não havia reclamações ou boatos a envolvendo. Porém, algumas delas comentaram o quanto Letícia atraía os rapazes da empresa, ainda que sem intenção. Os jovens só falavam dela quando se reuniam. As secretárias imaginavam que fosse devido ao fato de não conseguirem nenhuma brecha em seu comportamento, que lhes desse liberdade para aproximação ou flertes. Mirela também ouviu do próprio Gabriel, que os dois possuíam mais diferenças do que algo em comum. Ele havia dito o quanto isso os faziam encaixar-se perfeitamente. Era como se o que faltasse em um, o outro pudesse completar. Pensou em perguntar sobre algo mais íntimo, mas temia que Gabriel se distanciasse. Decidiu que iria investigar melhor, por conta própria. Ela precisava ver a tal garota de perto para tirar suas conclusões. Até então, para Mirela, o assistente do diretor financeiro merecia alguém melhor a seu lado.

Gabriel já tinha se acostumado em receber Mirela no escritório, porém, com o retorno de seu chefe, passaram a se encontrar na entrada da empresa. Seguiam até a cafeteria mais próxima juntos, conversando sobre assuntos aleatórios. Ele sabia que Alexandre aprovava os petiscos e capuccino servidos ali, por isso, era uma boa oportunidade para agradá-lo também. Gabriel não havia comentado com Letícia sobre uma nova amizade, especialmente que se tratava de uma jovem mulher pouco mais velha que ele, com quem estava criando vínculos nas últimas semanas.

Letícia estranhou quando seu namorado não a levou para passear de carro outras vezes ou mesmo para assistir séries no novo apartamento. Antes ele falava muito o quanto tinha gostado da noite que passaram juntos e que gostaria repeti-la. Por um momento, pensou que devido ao trabalho, chegava exausto em casa e só devia querer descansar. Sendo assim, Letícia resolveu que não o cobraria, apenas esperaria que ele a procurasse. Ambos mantinham contato por ligações de vídeo, trocavam mensagens de voz e texto, ele sempre ouvia todas as novidades dela com atenção e comentava seus assuntos, mas não costumava falar sobre si mesmo. Ela achava que era apenas o jeito dele, então evitava perguntar a respeito. Esperava o dia em que Gabriel decidiria abrir-se com ela, por livre e espontânea vontade. Não tinha certeza se isso de fato aconteceria ou era apenas mais uma de suas ilusões. Letícia também pensava que o namorado não planejava nada para o futuro, pelo menos, nada específico. Afinal, mesmo quando ela tentava conversar sobre família e afins, Gabriel continuava ouvindo e assentindo, mas não demonstrava interesse. Ela desejava saber os pensamentos dele a respeito, só não sabia como extraí-los.

A semana seguinte à chegada de Amanda e Alexandre na empresa, foi recheada de novidades, as reuniões internas eram frequentes, os planos do diretor financeiro estavam funcionando a todo vapor, desvendando outros envolvidos na tentativa de motim de seu sucessor – que havia gerado grande prejuízo à empresa de Afonso Roux. Outras demissões ocorreram, pessoas foram desmascaradas, o RH precisou abrir vagas para cargos importantes e Alice estava insatisfeita com os candidatos que apareciam. A empresa precisou iniciar processos e responder a outros, Bianca e Orlando estavam à frente da maioria deles, colocando toda a equipe jurídica para reunir o máximo de provas possíveis. Em meio a tudo isso, Amanda tornou-se legalmente responsável pela empresa. Ela sabia que era um péssimo momento para reunir os chefes de departamentos e apresentar-se oficialmente como dona e CEO, não mais uma mera substituta provisória de seu marido. Desejava adiar, mas aquelas decisões eram de grande importância e ela só as poderia tomar, após a oficialização de sua posição definitiva. Todos os funcionários encontravam-se em estado de alerta, como se qualquer passo em falso pudesse ser desastroso.

Faltava apenas uma hora até a reunião geral com acionistas. Amanda sentia um turbilhão de emoções. Não sabia o que fazer para se acalmar. Mal havia conseguido dormir na noite anterior. Queria ter alguém com quem desabafar, mas não queria preocupar Melinda ou mesmo Afonso, que ainda se recuperava em casa. Ela pediu que sua assistente chamasse Alexandre até seu escritório. Não esperou para ver a expressão confusa de Melinda, já se adiantando até sua sala, enquanto a jovem se apressava em ligar para o ramal de Alexandre. Ela estava discando o número, quando Amanda abriu novamente a porta de seu escritório e disse “Vá buscá-lo pessoalmente e espere-o por lá, até que ele retorne. Então você poderá voltar”. Ela fechou a porta sem cerimônias, após dar as ordens.  Melinda demorou um tempo até ter forças para se levantar. De certa forma, imaginava o motivo de um pedido tão peculiar como aquele. Perguntava-se desde quando Amanda pensara em fazer isso, pois antes mesmo da viagem, pediu que Melinda desse o código secreto daquele andar para Alexandre. Ela tentou espantar os pensamentos, balançando a cabeça e indo até o elevador. No entanto, durante todo o caminho, as lembranças daqueles barulhos e gemidos vindos detrás da porta do banheiro no avião, enchiam sua mente. Melinda caminhou quase correndo, involuntariamente, quase esbarrando em um dos estagiários que parecia tão apressado quanto ela. Ao chegar na porta de Alexandre, preparou-se para bater, mas um jovem alto e de aparência oriental lhe abriu a porta, com um sorriso recatado e gentil. A voz dele era levemente grave e os cabelos lisos lhe cobriam parcialmente as sobrancelhas. Ela ficou ali, parada, sem perceber que o rapaz havia dito algo. Gabriel precisou repetir.

— Senhorita? Tudo bem? Posso ajudar? – A expressão dele tornou-se preocupada.

— O que? Ah, sim! Desculpe. Aqui é a sala do senhor Alexandre? – Perguntou ela.

— Sim, pode entrar. Ele está logo ali. – Apontou Gabriel, para a mesa do chefe.

Alexandre ergueu os olhos e avistou a assistente da CEO. Quis saber se estava tudo bem, pois ela parecia nervosa. Melinda lhe garantiu estar bem, mas avisou que sua chefe o queria receber a sós em seu escritório. Assim que ele assentiu, ainda sem jeito, Melinda acrescentou que sua chefe a pediu que esperasse ele retornar, para só então, voltar a seu escritório. Alexandre disse que ela era bem-vinda e pediu à Gabriel que acolhesse Melinda da melhor maneira possível. O comentário a fez corar e desviar os olhos para o chão, sorrindo, sem jeito. Alexandre apressou-se em sair, Gabriel puxou uma cadeira para ela, diante de sua própria mesa. Melinda lhe agradeceu, sem saber para onde olhar. Sabia que seria traída por seus próprios olhos, caso ficasse distraída. Nunca havia visto aquele rapaz na empresa, tinha a certeza de que se lembraria dele, se fosse o caso. Pensou no fato de ser a primeira vez que encontrava um homem na posição de secretariado dentro da empresa. Ela observava a nova decoração que Alexandre implantara no escritório, enquanto seu assistente perguntava se ela aceitava algo para beber. Ela recusara, gentilmente. O rapaz notou a curiosidade de Melinda e comentou que seu chefe era o tipo elegante, que gostava de coisas modernas e tecnológicas. Ela o encarou brevemente, vendo um sorriso sincero, de quem estava satisfeito com o trabalho que tinha. Há muito tempo Melinda não via algo parecido. Talvez por estar sempre com a CEO e ter que lidar com pessoas de alto escalão, com ego inflado e nariz empinado – os quais, nunca pareciam estar satisfeitos. Ela parecia hipnotizada, fitando aqueles olhos que formavam pequenos sorrisos, quase tão gentis e meigos quanto ele próprio.

No andar de cima, Amanda recebia Alexandre em seu escritório. Ela deixara a porta fechada propositalmente. Queria vê-lo abrir e contemplar a expressão em seu rosto, provavelmente já sabendo o motivo de ter sido convocado. Ela usava uma saia preta reta que terminava um palmo acima dos joelhos. Sua blusa cor marsala, era sem manga, levemente decotada e possuía botões dourados. Usava sandálias douradas de salto agulha. Posicionou-se diante de sua mesa, olhando para a porta. Ele finalmente deu duas batidas na porta, antes de abri-la sem esperar. Não a fechou atrás de si, apenas caminhou até Amanda com convicção do que desejava. As mangas de sua camisa de linho branca, estavam dobradas até os cotovelos, era notável seus braços com as veias levemente saltadas, a pele morena dele parecia contrastar com a de Amanda, quando aproximou-se dela. Ela apenas o encarou com plena excitação, levando as mãos até a calça social preta de Alexandre. Não demorou para que a abrir e deixá-la cair a seus pés. Ela o tocou, já sentindo quão pronto estava para saciá-la. Ficou impressionada por nada precisar fazer, ainda assim, decidiu que o sentiria na boca, antes de deixá-lo devorá-la novamente. Ela se ajoelhou diante dele, massageando seu membro com a língua, com movimentos de idas e vindas, sentindo as mãos dele segurando seus cabelos pela nuca. Pouco depois, ele a fez levantar, sentou-a sobre a mesa, levantou-lhe a saia e notou que não havia calcinha ali. Decidiu que lhe daria uma lição por ser tão astuta. Puxou-a pela cintura, penetrando-a até estar inteiramente dentro, arrancando-lhe gemidos.

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Jaildes Damasceno

Jaildes Damasceno

Safada a Amanda

2025-03-10

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