Alexandre deparou-se com o olhar curioso e sorriso sugestivo de Amanda. Ela cruzou os braços, como se tivesse pensamentos intrusivos e esperasse que ele perguntasse a respeito. Ele não o fez, apenas retribuiu o olhar curioso, pendendo um pouco a cabeça para o lado. Amanda riu, divertindo-se com sua ousadia.
— Então o senhor diretor tem experiência em festas de figurões? – Perguntou ela.
— Digamos que sim. Mas não da maneira que está pensando. – Respondeu ele.
— Agora lê pensamentos também? – Questionou a CEO, aproximando-se dele.
— Só nas horas vagas. Meu trabalho não me dá tempo para isso com frequência.
— Devia reclamar com sua chefe. – Sugeriu Amanda, arqueando a sobrancelha.
— Por que faria isso? Adoro o que faço. – Respondeu ele, sorrindo de canto.
— Está ciente de tuas funções, senhor diretor? – Agora ela estava a um passo dele.
— Acredito que conheço parte delas, as demais estou esperando minha chefe dizer.
— Talvez ela tenha receio de perder um bom diretor financeiro se disser quais são.
— E como farei o que ela deseja, se não souber o que espera de mim? – Perguntou ele, colocando as mãos nos bolsos da calça. A encarava, ainda com um sorriso de canto, uma sobrancelha levemente arqueada. Ela sustentava seu olhar.
— Acredito que ela ainda precise confirmar se és tão confiável quanto faz parecer.
— Aposto que ela não se decepcionará, seja lá como for necessário provar. Mesmo vendo que na atual conjuntura, alguma confiança por parte dela, já obtive. – Disse ele, dando um passo adiante, estreitando o espaço entre eles. Ficaram em silêncio, encarando-se mutuamente, trocando sorrisos atrevidos que falavam mais que palavras. Por sorte, estavam a sós no hall de entrada daquele andar.
Nesse exato momento, o celular de Amanda tocou. Mesmo ao atender, ela não desviou seu olhar de Alexandre. Os traços de seu rosto estariam em seus sonhos, sem dúvida alguma. Havia muito tempo desde a última vez que flertara com alguém. Era prazeroso fazer isso com quem tinha inteligência para retribuir na medida certa. Considerava-o inteligente, perspicaz, sagaz e, acima de tudo, bem-intencionado. Ela estava curiosa para conhecer mais a fundo aquele homem, que sequer fugia de seu olhar provocante ou de suas investidas mais ousadas. Qualquer outro temeria perder o emprego, por flertar com a esposa de Afonso Roux. Não sabia se era por imprudência, perversão ou oportunismo. Estava disposta a ir adiante até descobrir.
Ao desligar o celular, sabendo que o helicóptero os esperava, caminharam lado a lado até o elevador, onde ele fizera questão de chamar e deixá-la entrar primeiro. O silêncio que devia ser constrangedor, não era nada além de excitante. Ele fingia estar tranquilo, com as mãos nos bolsos, postura ereta e olhar altivo. Ela o espiava de esguelha, vez ou outra. Não sabia que Alexandre estava ciente de quando o percorrera de alto à baixo com olhar saliente. Ele a deixaria à vontade para isso.
Amanda ainda não estava pronta para a festa. Usava apenas uma blusa de seda rosa e uma calça de linho, com um Scarpin rosa. Alexandre deduziu que passariam em algum lugar para que ela se aprontasse. A partir do momento que saíram do elevador, ele a seguiu em vez de andar a seu lado. Amanda não se incomodou, pois imaginava a possibilidade de ser admirada em todos seus melhores ângulos. Tal ideia a fez sorrir boba, distraidamente, precisando ser chamada uma segunda vez por sua assistente. Ela tirou suas dúvidas enquanto caminhava movendo o quadril de forma elegante e provocante. Alexandre notou isso e aproveitou o privilégio com prazer. Sabia ser discreto, de maneira que nem mesmo Melinda notaria.
Os cabelos ruivos levemente ondulados, a calça que favorecia as curvas de seu corpo feminino, aquele andar nitidamente proposital, deixaram Alexandre inquieto. Ele tentou desviar o olhar para o céu, uma vez que estavam no topo do prédio, a caminho do helicóptero que ainda os esperava desligado. Respirou fundo duas vezes, com o intuito de acalmar seus próprios ânimos. Sentou-se em frente a ela, assim que chegaram no helicóptero. Ela sorria satisfeita, ao notar o volume dele.
Melinda passava algumas informações sobre pessoas com quem ela precisaria conversar durante a festa de gala. Havia contatos importantes e poderia aproveitar a oportunidade para criar parcerias. Amanda ouvia tudo com atenção, sem deixar de percorrer Alexandre com o olhar, aproveitando que ele olhava janela afora. Ela demorava-se em seus lugares favoritos, sem culpa alguma e ciente de que ele sabia.
Chegando na grande mansão, as mulheres foram encaminhadas para o salão onde haveria profissionais que as maquiariam e ajudariam com suas roupas. Do outro lado do extenso corredor, encontravam-se os acompanhantes masculinos. O salão possuía mesas para jogos de cartas com poucas cadeiras e no canto havia um balcão onde um barman preparava drinks à escolha de cada cavalheiro. Assim que Alexandre chegou, foi notado de imediato, pois não era um rosto conhecido entre eles. Os homens ali presentes eram empresários ou maridos de empresárias famosas. Havia dois ou três acompanhantes de luxo contratados por algumas viúvas, mas a postura confiante de Alexandre deixava claro que não era seu caso.
Ele caminhou decididamente até o balcão e pediu uma bebida sem álcool. Não pretendia estragar a noite de sua chefe ou comprometer a própria imagem diante dos empresários. Tinha a convicção de que seria observado com cautela. Enquanto esperava por Amanda, trocou algumas palavras com o barman e elogiara o drink. Um elogio poderia abrir a boca do rapaz quando necessário. Era como funcionava. Ao sair, deixaria uma gorjeta generosa e discreta, garantindo sua lealdade.
Não demorou muito para que os homens voltassem às suas distrações e o rapaz começara a tagarelar sobre a importância de cada empresário ali presente. Fingia estar simplesmente limpando o balcão, mas sussurrava suas dicas que seriam de grande ajuda para Alexandre. Ele conhecia alguns de vista, por acompanhar notícias e atualizar-se diariamente. Pouco a pouco notava a importância de ter sido convidado para aquela festa. Minutos depois, foi chamado por um mordomo e saiu. O mordomo encaminhou Alexandre até uma sala menor, onde havia sua roupa de gala pendurada em um cabideiro, com um jovem rapaz que lhe fora apresentado, a fim de ajudá-lo. Pensou em dispensar, mas resolveu agir como mandava o figurino. Não sabia ao certo quem havia escolhido, mas admirou tal habilidade. O traje tinha o tamanho certo, era elegante e o destacaria em meio aos outros. Ele esboçou um sorriso diante do espelho, ao pensar nisso. O jovem mordomo temporário o elogiara. Quando o mordomo mais velho reapareceu, já estava pronto e seguira-o até as escadas, onde esperou por Amanda. Eles desceriam juntos até o salão principal.
Poucos minutos depois, Alexandre avistara a CEO com seu vestido vermelho longo, decotado o suficiente para não beirar a vulgaridade. Havia brilho por todos os lados, até mesmo em sua leve maquiagem, que destacara sua beleza natural. Os cabelos ruivos estavam lisos com as pontas cacheadas. Ela segurava uma pequena bolsa que combinava perfeitamente com o vestido. Usava saltos transparentes. Ele iria ao encontro dela, se não fosse o fato de adorar vê-la caminhar lentamente, com o olhar focado nele. Decidiu que só se moveria quando tivesse a observado o suficiente.
Amanda andou elegantemente, sem pressa, a fim de fazê-lo admirar cada detalhe de sua árdua produção. Nem mesmo seu marido a olhava com tamanha admiração. Ela sentia-se uma rainha quando recebia tamanha contemplação. Estendeu a mão ao chegar mais perto, enquanto ele caminhou até ela e lhe ofereceu o braço, que ela gentilmente segurou. Agradeceu o elogio quando seu belíssimo acompanhante disse o quão linda estava. Amanda também precisou disfarçar para não o encher de elogios. Quando escolhera a roupa que ele usaria, sabia que lhe cairia bem, mas não imaginou que a deixaria sem palavras. O porte de seu corpo valorizava o traje.
Alexandre lhe deu segurança suficiente para que descesse as escadas com toda elegância e graciosidade que o evento exigia. Os olhos masculinos a contemplavam, mas os femininos fixavam-se nele. Alguns queixos caíam ao ver o casal. Era nítido o burburinho sobre a possibilidade de Amanda estar traindo o marido moribundo. Ela revirava os olhos e sorria sarcástica, encontrando o olhar de Alexandre que a estudava, tentando saber de que maneira tudo aquilo lhe afetava. No entanto, ela já estava acostumada com os discretos e indiscretos daquele meio. Seu marido lhe mostrara os dois lados de fazer parte do mundo empresarial. Sua tranquilidade deu a Alexandre mais confiança de como deveria agir. Ele dançaria conforme a música.
Melinda aparecera pouco tempo depois, com uma caderneta que segurava por trás de sua bolsa, com anotações importantes. Ela não tinha ninguém consigo. O trabalho parecia ser sua prioridade – pensou Alexandre. Não era fácil ir a festas como aquela sem sequer um par. Ele estava acostumado a acompanhar antigos chefes com suas esposas e ficar nas sombras, aparecendo apenas para lhes ajudar. Porém, uma jovem bonita e focada como Melinda, não devia estar acostumada. Em determinado momento, enquanto Amanda conversava com seus parceiros de negócios, Alexandre arrastou a relutante Melinda para dançar e relaxar um pouco.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Jacaré
O diretor teve uma missão difícil, se controlar dps do que aconteceu no cinema...
2025-02-15
1
Andressa Silva
Alexandre vai ficar com as duas?
2024-12-13
1
Jaildes Damasceno
Essa festa promete pegar fogo kkk
2025-03-10
1