^^^UMA SEMANA DEPOIS...^^^
Havia se passado uma semana desde o meu último encontro com Ramón. Não vou mentir dizendo que ele não me vinha à mente. A verdade é que penso nele todos os dias. Isso me assusta um pouco, porque só tive um relacionamento antes, e foi uma grande decepção.
Ramón é diferente. Encantador, com aquele sorriso que parece iluminar tudo à sua volta. E tão gentil...
Sacudo a cabeça, tentando afastar os pensamentos que insistem em se fixar nele. É claro que Ramón deve ter várias mulheres ao seu redor, ou quem sabe até uma namorada. Homens como ele não passam despercebidos.
Suspiro, tentando me concentrar no presente. Termino de ajeitar Luca, colocando o tênis dele enquanto ele brinca com um carrinho na mão.
AURORA: Vamos, meu amor. Hora de sair um pouco.
Pego Luca no colo e verifico se temos tudo: chaves, carteira, lista de compras. Decidi finalmente ir ao supermercado, mesmo que a ideia de explorar um lugar novo ainda me deixe um pouco nervosa. Desde que chegamos, mal tive tempo de sair para conhecer a cidade.
Enquanto tranco a porta, Luca olha para mim com curiosidade.
LUCA: Aonde vamos, mamma?
AURORA: Fazer compras, querido. E talvez a gente passe em algum lugar para tomar um sorvete depois.
Ele sorri animado, e isso me dá coragem. É só um supermercado, afinal. Talvez hoje seja um bom dia para expandir os horizontes – e, quem sabe, evitar que meus pensamentos voltem a encontrar Ramón em cada esquina da minha mente.
Saímos, prontos para o próximo pequeno passo nesse recomeço.
ASsim que coloco Luca no chão, ele dispara como um pequeno foguete pelo corredor.
AURORA: (chamando) Luca! Não corre, meu amor, você pode se machucar!
Começo a segui-lo, tentando alcançá-lo antes que ele cause algum desastre. Mas, em um piscar de olhos, ele esbarra em alguém e cai no chão. Meu coração dispara, e me apresso para ajudá-lo, mas, antes que eu chegue, vejo o homem se abaixar e erguer Luca com cuidado nos braços.
RAMÓN: (sorrindo) Ei, campeão, tudo bem? Tem que olhar por onde anda, hein?
Reconheço aquela voz imediatamente. Quando ergo os olhos, meu coração quase para por um instante. É Ramón.
Luca, no entanto, parece completamente à vontade, olhando para ele com curiosidade enquanto segura o chapéu que quase caiu.
LUCA: (com um sorriso) Você é o moxo do cavallo!
RAMÓN: (rindo) E você é o garoto que gosta de aventuras. Estamos quites, não é?
Fico sem palavras por um momento, dividida entre a surpresa e um nervosismo que não consigo explicar. Respiro fundo, recuperando a compostura enquanto Ramón coloca Luca de volta no chão com cuidado.
AURORA: (um pouco sem jeito) Ramón... Oi. Eu não esperava te encontrar aqui.
RAMÓN: (com um sorriso tranquilo) Nem eu. Mas parece que o destino gosta de cruzar nossos caminhos, não é?
Luca puxa minha mão, apontando para Ramón com empolgação.
LUCA: Mamma, ele é amigo do Tonado!
Nós dois rimos, e, por um instante, o ambiente ao nosso redor parece se dissipar, deixando apenas nós três naquele pequeno reencontro inesperado.
RAMÓN: (olhando para Luca com um brilho divertido nos olhos) Tornado ficaria feliz de saber que tem um fã. Ele anda mais calmo depois daquela visita. Acho que sentiu falta de você.
Luca sorriu como se tivesse acabado de receber um elogio do próprio cavalo.
LUCA: Posso ver ele de novo?
Olhei para Ramón, tentando avaliar sua reação. Ele parecia completamente à vontade, como se essa fosse a coisa mais natural do mundo.
RAMÓN: Claro, campeão. Sempre que sua mãe deixar, você é bem-vindo.
AURORA: (sorrindo, mas tentando disfarçar o nervosismo) Não vá colocando ideias na cabeça dele.
RAMÓN: (rindo) Não é ideia, é um convite.
O jeito despreocupado e caloroso dele era desarmante, e, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Luca já estava segurando sua mão, como se fossem velhos amigos.
LUCA: (empolgado) Voxe também tá compando comida, moxo?
RAMÓN: (ajoelhando para ficar na altura dele) Estou sim. Mas acho que você e sua mãe são mais organizados do que eu.
AURORA: (rindo) Não sei se isso é verdade. Ainda estamos nos acostumando com tudo por aqui.
RAMÓN: (levantando-se) Bom, se precisarem de dicas ou ajuda para se localizar, é só dizer. E, se me permitem, posso acompanhar vocês nas compras.
Olhei para ele, um pouco surpresa com a proposta. Luca, claro, foi mais rápido do que eu.
LUCA: (puxando Ramón) Vem com a gente!
Era difícil resistir à empolgação dele. Ramón me lançou um olhar que parecia esperar por uma aprovação final, e, por alguma razão que eu não sabia explicar, simplesmente assenti.
AURORA: Tudo bem. Mas só se não for atrapalhar suas compras.
RAMÓN: (com um sorriso de canto) Atrapalhar? Acho que encontrei a melhor companhia do supermercado.
Seguimos pelos corredores, e Ramón se mostrou mais do que disposto a interagir com Luca, ajudando-o a alcançar itens das prateleiras mais altas e até mesmo sugerindo alimentos locais que eu não conhecia. Era quase... natural.
RAMÓN: (parando ao meu lado) Você disse que ainda está se acostumando. Já conseguiu achar tudo que precisava por aqui?
AURORA: (balançando a cabeça) Ainda não. Tudo é muito diferente da cidade, sabe? Estou redescobrindo as coisas no meu próprio ritmo.
RAMÓN: Entendo. Não se preocupe. Logo você estará se sentindo em casa.
O jeito como ele disse aquilo, com tanta confiança e gentileza, fez algo em mim relaxar. Enquanto Luca corria para pegar mais alguma coisa, percebi que Ramón estava mesmo sendo sincero. Talvez ele fosse exatamente o tipo de apoio que eu não sabia que precisava.
E, por um breve momento, o supermercado deixou de ser apenas um lugar comum.
Enquanto caminhávamos pelos corredores, não pude deixar de reparar em como Ramón era atraente. Havia algo nele que chamava a atenção, não apenas fisicamente, mas na maneira como se movia com confiança e facilidade. O jeito que ele sorria, o brilho nos olhos, a forma como interagia com Luca e até mesmo o jeito descontraído com que ele segurava o carrinho... tudo nele parecia tão natural e cativante.
Ele não era apenas bonito de uma maneira superficial. Havia algo mais profundo em sua presença, algo que eu não conseguia exatamente nomear. A maneira como ele estava sempre presente, sem parecer forçado, fazendo com que tudo ao seu redor parecesse mais leve e, de alguma forma, mais interessante.
Eu tentava disfarçar, focando no que estava fazendo, mas a verdade era que, sempre que olhava para ele, meu coração batia um pouco mais rápido. Eu não queria dar muito valor a isso. Afinal, faziam apenas dias que o conhecia. Mas, mesmo assim, não conseguia evitar pensar que ele era, sim, o tipo de homem que mexia com os meus sentimentos de maneira intensa e inesperada.
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Atualizado até capítulo 60
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