°•Capítulo 1•°

^^^ITÁLIA-MILÃO 15:45^^^

^^^SEXTA-FEIRA^^^

○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○

Despeço-me dos meus pais no aeroporto, tentando esconder a mistura de ansiedade e esperança que transbordava em meu coração. Enquanto caminho para o portão de embarque, sinto o peso das despedidas e a expectativa de um recomeço.

Assim que me acomodo na poltrona do avião, Luca, em meus braços, começa a dormir profundamente, alheio ao turbilhão de emoções que me consome. Olho para seu rostinho tranquilo, e um sorriso involuntário aparece em meus lábios.

Encosto a cabeça no assento e fecho os olhos, buscando um momento de paz. Mas, em vez disso, as memórias do passado começam a invadir meus pensamentos, como um filme que eu não consigo pausar.

Essas lembranças, dolorosas e marcantes, me lembravam de tudo o que eu superei para chegar até ali. Com cada cena que surgia em minha mente, eu sentia novamente a dor, a força e o amor que me trouxeram até esse momento de recomeço.

FLASHBACK...

Aurora entra no apartamento de Sérgio, segurando a pequena caixinha com as mãos trêmulas. Ele a recebe com um sorriso nos lábios, aparentemente despreocupado.

SÉRGIO ROMANO: Oi, linda.

Ele dá um selinho rápido nela.

AURORA BIANCHI: Oi, amor.

Sua voz treme levemente, mas ela tenta disfarçar.

SÉRGIO ROMANO: Entra.

Ele se afasta para que Aurora passe, fechando a porta atrás dela.

Aurora respira fundo, lutando contra a ansiedade. Ela estende a caixinha para ele, tentando manter a calma.

AURORA BIANCHI: Isso é pra você.

Sérgio pega a caixinha, curioso. Ele a abre e, ao ver o conteúdo, fica paralisado por alguns segundos. O sorriso desaparece de seu rosto.

SÉRGIO ROMANO: (em tom baixo, mas incisivo) Você tá grávida?

AURORA BIANCHI: Sim.

Ela responde com um leve sorriso, ainda insegura sobre sua reação.

O rosto de Sérgio se contorce de raiva. Ele fecha a caixinha bruscamente e a joga no chão.

SÉRGIO ROMANO: Eu não vou assumir esse bastardo!

Aurora sente o coração apertar, enquanto as lágrimas começam a se acumular em seus olhos.

AURORA BIANCHI: Nosso filho não é um bastardo, Sérgio. Ele merece ser amado, assim como qualquer criança.

Sérgio ri com desprezo, cruzando os braços enquanto olha para ela com frieza.

SÉRGIO ROMANO: Amado? Aurora, você sequer sabe o que está dizendo. Eu não pedi por isso, e não vou deixar que um erro destrua tudo o que eu construí.

AURORA BIANCHI: (com a voz trêmula) Um erro? É disso que você chama o seu próprio filho?

SÉRGIO ROMANO: (interrompendo) Não me venha com esse discurso emotivo. Não é o meu filho. Eu tenho planos, Aurora. Em poucos meses, vou assumir a empresa dos meus pais. Não posso lidar com escândalos e fofocas.

Aurora sente a indignação crescer dentro de si, substituindo a tristeza.

AURORA BIANCHI: Então tudo isso é sobre sua imagem? Sobre o que os outros vão pensar?

Sérgio se aproxima dela, o tom de voz frio e calculado.

SÉRGIO ROMANO: Exatamente. E a melhor coisa que podemos fazer é resolver isso de forma rápida e discreta. Podemos marcar uma consulta em uma clínica. Assim, tudo volta ao normal.

AURORA BIANCHI: (incrédula) Você está me pedindo para tirar a vida do nosso bebê?

SÉRGIO ROMANO: (com frieza) Estou pedindo para você pensar com lógica, Aurora. Nós somos jovens. Você pode ter filhos no futuro, em um momento mais apropriado.

Aurora dá um passo para trás, balançando a cabeça em negação.

AURORA BIANCHI: Não. Nunca. Esse bebê já é parte de mim. E se você não consegue enxergar isso, o problema é seu.

SÉRGIO ROMANO: (rindo sarcástico) Você realmente acha que vai conseguir criar um filho sozinha? Sem mim? Boa sorte com isso.

As palavras dele são como uma faca no coração de Aurora, mas ela levanta o queixo, determinada a não mostrar mais fraqueza.

AURORA BIANCHI: Não preciso da sua ajuda, Sérgio. Prefiro criar meu filho sozinha do que deixá-lo perto de alguém tão egoísta e cruel como você.

Sérgio vira as costas para ela, apático.

SÉRGIO ROMANO: Então é isso. Faz o que quiser, mas me deixe fora disso.

Aurora olha para a caixinha caída no chão, como um reflexo de seu coração partido. Ela respira fundo, enxuga as lágrimas e se vira para a porta.

AURORA BIANCHI: Adeus, Sérgio.

Ela sai do apartamento sem olhar para trás, prometendo a si mesma que seria forte, por ela e por seu filho.

Aurora desceu as escadas do prédio de Sérgio com as pernas trêmulas e o coração apertado, mas sua mente começava a se reorganizar. Cada passo ecoava como uma despedida do futuro que ela havia idealizado ao lado dele.

No táxi a caminho de casa, segurava a caixinha com os sapatinhos e os testes de gravidez contra o peito, como se estivesse protegendo algo precioso. Lágrimas silenciosas desciam por seu rosto, mas em meio à dor, uma força inesperada começava a surgir.

Ao chegar em casa, Aurora encontrou seus pais na sala. Eles pareciam preocupados, percebendo imediatamente que algo estava errado.

CECÍLIA BIANCHI: Aurora, o que aconteceu? Você tá chorando!

Tentei responder, mas a dor transbordou em forma de lágrimas. Sentei no sofá, segurando a caixinha amassada com os sapatinhos e os testes de gravidez ainda dentro.

AURORA BIANCHI: (respirando fundo, tentando se recompor) Preciso contar uma coisa...

Ela se senta no sofá, e seus pais se aproximam, tensos.

AURORA BIANCHI: Eu... eu tô grávida

O silêncio na sala era tão pesado que parecia sufocante. Meu pai ficou paralisado, e minha mãe levou a mão à boca, chocada.

LORENZO BIANCHI: (com um tom duro) Grávida? Aurora, você só tem 17 anos!

CECÍLIA BIANCHI: (tentando ser mais calma, mas visivelmente abalada) Você tem ideia de como isso vai mudar sua vida?

Minhas lágrimas continuavam a cair, mas levantei a cabeça, tentando encontrar forças para enfrentá-los.

AURORA BIANCHI: Eu sei. Sei que cometi um erro, mas não vou desistir do meu filho. Ele não tem culpa de nada.

LORENZO BIANCHI:(andando de um lado para o outro) E o pai? O que aquele... garoto tem a dizer?

Respirei fundo, tentando não deixar a raiva e a mágoa transparecerem.

AURORA BIANCHI: Ele não quer assumir. Disse que um filho estragaria a vida dele.

Minha mãe se aproximou de mim, ajoelhando-se ao meu lado.

CECÍLIA BIANCHI:Aurora, isso é tão injusto...

AURORA BIANCHI: Eu não preciso dele. Vou criar meu bebê sozinha, com ou sem o apoio dele.

Meu pai parou de andar e me olhou, ainda com a expressão rígida, mas agora misturada com algo que parecia ser preocupação genuína.

LORENZO BIANCHI: (suspirando) Aurora, você vai precisar de ajuda. Não será fácil, mas nós estamos aqui.

CECÍLIA BIANCHI: Nós vamos te apoiar. Vai ser um caminho difícil, mas você não vai enfrentar isso sozinha.

Aquelas palavras me deram um alívio imediato. Por mais que a situação fosse assustadora, eu sabia que tinha um porto seguro.

A mãe de Aurora suspira profundamente, puxando a filha para um abraço.

CECÍLIA BIANCHI: Você pode ter cometido um erro, mas vamos te apoiar. Esse bebê é parte da nossa família agora.

O pai, depois de alguns instantes em silêncio, finalmente se aproxima e coloca a mão no ombro de Aurora.

LORENZO BIANCHI: (mais calmo) Vai ser difícil, mas não vamos te abandonar.

Aurora se sente aliviada, mesmo em meio à tristeza. Ela sabia que sua família seria seu porto seguro naquela jornada.

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Thaliaa Vieira

Thaliaa Vieira

Isso que são pais, apoiam a filha 🤞❤️

2024-12-02

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