mensagens estranhas

Giovanni...

  Estava sentado na sala de reuniões, cercado pelos homens em quem confio, mas a tensão no ar era palpável. Minha mente estava focada em um único objetivo: descobrir a verdade sobre o passado de Julia. Quando o telefone finalmente tocou, eu sabia que as respostas estavam prestes a vir, mas nunca esperei que fosse tão perturbador.

__ Diga — falei

— Sim, Giovanni? O que quer saber sobre aquele caso? Está procurando meninas para revender? — a voz rouca e desdenhosa do outro lado da linha fez meu estômago revirar.

— Quero saber quem foi o responsável pela venda de uma criança em específico que aconteceu há alguns anos, para um grupo de tráfico humano. O nome dela é Julia. — Falei com frieza, tentando manter o controle, mas a raiva fervia dentro de mim.

O homem riu. Um som seco e cruel que me fez sentir uma onda de repulsa:

— Ah, Julia… uma que é ruivinha? Sim, me lembro dela. Uma negociação bem lucrativa, na verdade. O pai dela mesmo a entregou. Não era difícil convencê-lo. Ele estava mais interessado no dinheiro do que na filha. — Ele continuou, com um tom de deboche que me fez querer saltar pelo telefone e estrangulá-lo.

— Quem era esse pai? — pressionei, as palavras saindo como um rosnado.

— Um canalha qualquer, como muitos. Só queria se livrar do problema e encher os bolsos. Disse que não precisava dela e que poderia arranjar outra filha depois. Um verdadeiro negócio de família, se você me entende… — ele riu de novo, insinuando que ele fazia filhas e vendia.

Aquela risada ecoou na minha mente como um insulto, e cada palavra dele inflamava minha fúria. O que esse desgraçado tinha feito? Como um pai poderia vender a própria filha assim?

— Venha para a Itália, preciso de mais detalhes cara a cara. É melhor que apareça logo, ou vai ser eu a ir atrás de você. E você não vai querer os Rossi atrás de você. — Disparei, desligando o telefone antes que ele pudesse responder.

Saí do escritório, a adrenalina correndo nas minhas veias, e fui em direção ao Enrico, meu pai e tio Dante. A expressão em meu rosto não deixava dúvidas de que a situação era grave.

— Descobri quem vendeu Julia, e foi o próprio pai dela — disse, com a amargura pesando em cada palavra. — Esse miserável entregou a própria filha por dinheiro, sem pensar duas vezes, o contato feito com os homens da lista já trouxe algum resultado.

O olhar preocupado de Enrico fez meu coração disparar:

— Giovanni, recebi uma ligação estranha enquanto estava no aquário, o homem me ligou falando que era a pessoa que a marcou ainda criança, a chamou por Julia Bristot, é da Irlanda a localização, mas ele sabe do seu casamento e disse que alguém morreria e não seria ela, se mexendo nisso ele descobriu que ela está viva e a quer é pior do que pensamos.

A notícia caiu como uma bomba em mim. Meu estômago se revirou de raiva e preocupação.

— Eles acham que vão tirá-la de mim? — rosnai, sentindo os punhos cerrados com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. — Vou encontrar todos eles. E, se tocarem nela, juro que vou destruir cada um desses vermes.

A determinação queima dentro de mim. Julia não vai ser machucada novamente. Eu não permitirei.

__ Vamos ter cautela, podemos transferir o casamento para antes em segredo, ou casar aqui no complexo, eu acho mais seguro, sei que o sonho dela é casar na igreja, mas pelo visto vamos ter uma tentativa de ataque e teremos mais pessoas em risco — falou Enrico e concordei, casaríamos antes do dia marcado e a faria minha mulher.

Julia:

A semana que vem já é o nosso casamento, e eu deveria estar focada apenas nos preparativos e na felicidade de finalmente me casar com Giovanni. No entanto, a vida parecia não querer me dar esse luxo. Além das aulas e trabalhos na faculdade, onde estudo Biologia, uma preocupação maior vinha me tirando o sono. Tudo começou quando o professor pediu que todos colocassem seus números de telefone em uma lista para formar um grupo de estudo. Era algo normal, sem qualquer suspeita de perigo, mas de alguma forma meu número vazou porque pouco tempo depois, comecei a receber mensagens estranhas.

  No começo, eram só elogios esquisitos, comentários sobre a minha aparência, que eu preferi ignorar. Achei que era algum trote ou brincadeira de mau gosto. Mas, à medida que os dias foram passando, as mensagens ficaram mais perturbadoras, e o tom se tornou ameaçador. Eu não conseguia ignorar o fato de que alguém parecia saber demais sobre mim, como as últimas me assustaram resolvi lembrar do conselho da minha mãe e não esconder nada de ninguém, fui até o escritório do meu pai e estavam ali reunidos Giovanni, meu pai, e Fernando junto com Enrico. Eles conversavam com seriedade, e fiquei em dúvida se devia interromper, mas a angústia dentro de mim me deu coragem.

— Pai, desculpa. Oi, gente. Estão com algum problema? Atrapalho? — perguntei, tentando soar tranquila, embora soubesse que não estava.

— Não, amor, de forma alguma. O que queria? — Giovanni respondeu, com um olhar encorajador enquanto eu me sentava ao lado dele.

Engoli em seco e peguei o celular no bolso, tentando organizar meus pensamentos:

— Eu não sei bem como explicar, mas achei melhor mostrar diretamente. — Entreguei o celular a Giovanni, e continuei, sentindo meu coração bater mais forte. — Comecei a receber essas mensagens há algumas semanas. No início, eram só elogios estranhos, então não dei muita importância. Mas nos últimos dias, a situação mudou, e agora estou com medo.

  Eles passaram os olhos pelas mensagens, e vi a expressão de Giovanni se tornar séria. As palavras na tela eram perturbadoras:

“Se casar com esse maldito, ele morrerá na sua frente.”

“Está mais linda e com um corpo maravilhoso.”

“Você não lembra de mim, mas eu te marquei há anos como minha.”

Tentei manter a voz firme ao explicar:

— Eu não sei quem é essa pessoa, não faço ideia do motivo de ele dizer que me ‘marcou’ como dele. Isso está me deixando apavorada. O professor da faculdade pediu nossos números para um grupo de estudo, mas foi só isso… Não sei se tem alguma ligação, mas achei melhor contar. Não quero colocar a vida de ninguém em risco, então precisava trazer isso a vocês.

Giovanni apertou a minha mão e me puxou levemente para mais perto, os olhos fixos nos meus, cheios de uma determinação feroz:

— Ninguém vai te tocar, bambina, eu prometo. Vamos descobrir quem está por trás disso e acabar com essa ameaça.

Aquele breve momento de carinho e proteção me trouxe certo alívio, mas o medo ainda permanecia ali, aninhado no fundo do meu peito. Saí da sala tentando me convencer de que tudo ficaria bem, confiando que, ao lado deles, eu estava protegida.

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Comments

Márcia Jungken

Márcia Jungken

esse escroto que está mandando mensagem para Julia deve ter estuprado ela quando era só uma criança 🤔

2025-03-03

0

Jucileide Gonçalves

Jucileide Gonçalves

Sempre tem um maluco ou uma maluca para querer fazer atrocidades.

2024-11-18

1

Andrea Freire

Andrea Freire

Caramba coitada dela

2024-10-31

0

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