Se passaram quatro meses que estou aqui e confesso que me sentindo muito bem, acolhida e amada, Giovanni é meu amigo, está sempre comigo, e sinto que posso confiar nele, tenho medo de que esteja criando expectativa de algo que não acontecerá, mas não consigo evitar, ele me completa e me acalma em um nível absurdo.
Mesmo com todo carinho que recebo e todo cuidado que me dão, como se eu realmente fosse da família ainda existe pessoas que me falam coisas, eu aprendi a ignorar, tem uma empregada que me atormenta, claro que não vou puxar briga por isso, mas incomoda por ser só quando estamos a sós, na frente dos outros não, agora aconteceu uma situação chata demais, eu vi que Giovanni tem um cachorro, ele é enorme, mas acho que posso chegar perto, quando cheguei lá perto tinham dois soldados, eles falaram coisas impróprias, mas não dei muita bola, acabei dando de cara com Giovanni que ficou furioso com eles, por medo de uma confusão acabei correndo para o quarto, pouco tempo depois ele foi atrás e disse que tinha os matado, meu Deus, ele matou os dois? É assustador isso e me senti culpada, provavelmente eu fiz algo que os atraiu, acabou que sempre sou quem atrai a coisa ruim.
Giovanni:
Quando vi aqueles dois soldados fazendo gestos obscenos e cochichando sobre Julia, meu sangue ferveu. Não havia lugar para esse tipo de desrespeito, e muito menos direcionado a ela. Cada passo que dei em direção a eles foi carregado de fúria, os punhos cerrados e o olhar cravado nas suas caras, que imediatamente mudaram de expressão ao me ver.
— Galpão. Agora — rosnei, e o tom na minha voz deixou claro que não havia espaço para questionamentos.
Julia, sem entender completamente o que estava acontecendo, percebeu a tensão e correu para longe. Eu só podia esperar que ela não visse o que estava por vir.
No galpão, fechei a porta atrás de mim com um estrondo. Os dois soldados estavam pálidos, e sabiam que o fim havia chegado para eles:
— Acham que podem desrespeitar alguém da minha família? Que podem sequer pensar em tocar nela? — Minha voz saiu baixa e mortal, a fúria queimando cada palavra.
Sem dar tempo para respostas, puxei a arma do coldre e disparei. O som ecoou pelo galpão, um tiro seco para cada um deles. A expressão de pânico se desfez em segundos, e o silêncio preencheu o lugar. Respirei fundo, tentando conter a raiva que ainda pulsava.
Saí do galpão, limpando o sangue nas mãos, fui até a casa da minha tia e subi, Julia estava visivelmente abalada e nervosa:
Está tudo bem? — questionei.
O que você fez? — perguntou e disse:
— Eles morreram, isso é o que acontece com quem sequer pensa em te tocar — avisei, minha voz baixa e cortante. — Não vou deixar que ninguém te desrespeite, entendeu? Você é intocável para qualquer um que cruzar o meu caminho.
Não precisava matar ninguém, ai meu Deus — ela ficou brava, mais uma vez se sentindo culpada por algo que não era sua culpa, acabei deixando ela ali sozinha sem saber como reagir a sua rejeição, desci as escadas puto da vida e fui para a sala, passando pela família tentava agir naturalmente, mas tinha uma preocupação em minha mente:
Quantas vezes ela não passou por algo aqui e não contou por medo — perguntei para mim mesmo.
Julia:
Estava no meu quarto, com o coração pesado e a culpa esmagando meu peito. Mais uma morte... Tudo por minha causa. Sentia que, por onde eu passava, o caos me seguia.
Queria desaparecer, me encolher e fugir de tudo, mas não havia para onde correr. Giovanni fez aquilo para me proteger, eu sabia, mas o peso de mais duas vidas perdidas era insuportável.
Ouvi batidas suaves na porta antes de Samira entrar, seu rosto sereno escondia qualquer preocupação. Tentei me recompor, enxugando rapidamente as lágrimas, mas ela notou o meu estado.
— Está tudo bem, querida? — perguntou, se aproximando devagar.
Eu não consegui segurar. Uma nova onda de choro veio, e desabei nos braços dela, como se o abraço de Samira fosse a última coisa que me mantinha inteira. O calor e o conforto daquele gesto simples foram a barreira que rompeu a minha contenção. Solucei e deixei as lágrimas escorrerem com força, encharcando o tecido macio de seu vestido.
— Eu... eu não aguento mais... Sempre que algo ruim acontece, parece que é por minha causa — desabafei, a voz embargada de tanto chorar.
Samira acariciou meus cabelos com delicadeza, me embalando como uma mãe faria com uma criança assustada. Sua voz era suave, carregada de compreensão.
— Shhh, calma, meu amor... Não pense coisa ruim. Você está entre família agora, está segura, e vamos passar por isso juntas. Você não tem culpa de nada — disse, apertando-me mais forte. — Vai ficar tudo bem, eu prometo. Aqui, você é amada e protegida.
Senti um alívio misturado à dor. As palavras de Samira foram um bálsamo para meu coração cansado, como se ela conseguisse carregar um pouco do meu fardo. Continuei ali, nos braços dela, chorando até as lágrimas se esgotarem, finalmente deixando escapar todo o medo e a culpa que guardava no peito.
__ Fique ai e descanse, quando se sentir melhor e quiser conversar eu estarei aqui, todas estamos — falou ela para mim me cobrindo e ligando o ar, com a luz apagada e sozinha no quarto acabei dormindo e finalmente descansei.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Márcia Jungken
agora falta dar um jeito nessa empregada nojenta que está se achando para ficar humilhando a Júlia , ela não tem motivo para se sentir culpada pela falta de respeito desses cretinos que tiveram o que mereciam
2025-03-02
1
Jucileide Gonçalves
Existe várias coisas ou acontecimentos ruim em nossa vida, mas carregar culpa de algo é um fardo muito pesado é como se estivesse carregando um peso enorme nas costas.
2024-11-06
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