Cheguei em casa e senti o ar mudar. Havia algo no jeito que todos me olhavam, como se esperassem que eu fosse explodir a qualquer momento. Quando entrei na sala, encontrei meu pai e minha mãe conversando em voz baixa. Assim que me viram, o silêncio se instalou, carregado de tensão:
— O que está acontecendo? — perguntei, franzindo a testa. Havia algo estranho na maneira como meu pai evitava me encarar.
— Giovanni, precisamos conversar — disse ele, mantendo a voz calma, mas o olhar revelava algo que eu sabia que não ia gostar.
Meu pai deu um passo à frente, e nesse momento Enrico e Lavínia chegaram, ele lhe deu a mão e furioso já fui para cima dele, ele colocou ela para trás endireitando os ombros como se estivesse se preparando para receber um soco.
Você está pegando minha irmã? Seu desgraçado — falei puto da vida.
Giovanni se acalma, Enrico pediu ela em casamento e ela aceitou isso, nós não temos o que dizer, sei que está com raiva, mas irmãs crescem cara, pelo menos ela vai ficar morando aqui e não vai ficar nas mãos de alguém que não conhecemos — meu pai falou e mesmo que quisesse explodir seguraria a onda na frente da minha mãe.
__ Te pego no tatame seu otário — foi o que falei e saí, se ele fosse esperto viria até mim, e eu sei que ele vem.
Meu corpo inteiro ficou tenso. Senti o sangue ferver, o calor subindo pelo meu pescoço e se espalhando pelo rosto. A ideia de primos se casando era ridícula. Inaceitável.
Mas eu não queria saber de nada, sai aos gritos sem controle, carregados de raiva e frustração. Não me importava que Enrico fosse meu primo, meu futuro Don. Ele não ia ficar com a minha irmã.
Saí de casa batendo a porta com força, o eco do impacto ressoando pelas paredes da mansão. Meu corpo inteiro tremia enquanto montava na moto e arrancava para o galpão de lutas de Luca. Eu precisava descarregar essa fúria em alguém, e quem estivesse lá naquele momento seria o alvo perfeito.
Cheguei ao galpão e nem parei para pensar. Subi no tatame e comecei a lutar com quem aparecesse na minha frente. Socos e chutes saíam sem controle, derrubando soldados com facilidade. A dor nos meus próprios punhos era um alívio, algo que me trazia de volta à realidade. Mas nenhum golpe era forte o suficiente para tirar a raiva que queimava dentro de mim.
De repente, ouvi a voz de Enrico:
— Giovanni, é isso que você quer? Quebrar todo mundo aqui? — ele disse, se aproximando com aquele olhar determinado.
Quando vi Enrico entrar no galpão, soube que ele vinha para me enfrentar. Eu estava pronto para descarregar toda a raiva que sentia. Ele subiu no tatame sem hesitar, e aquele sorriso convencido que ele sempre usava me irritou ainda mais. Eu sabia que Luca, Vincenzo e Pietro estavam por perto, observando, mas nada disso importava. Tudo o que eu queria era quebrar a cara dele por ousar pedir Lavínia em casamento.
Quando ele subiu no tatame, eu soube que ele não ia recuar. Ele estava me desafiando, e isso só aumentou minha vontade de esganá-lo. Meu corpo se moveu por impulso, avançando para cima dele com um soco que saiu mais rápido do que eu pensei. Ele desviou com facilidade, e o sorriso calmo no rosto dele me deixou mais furioso.
— Vamos resolver isso? — perguntei, me movendo no tatame, os punhos cerrados e os músculos tensos, ansioso para começar.
— Não tem nada para resolver — ele respondeu, calmo demais para o meu gosto. Aquele tom de voz só me deixava mais furioso. Eu precisava de algo que o atingisse, algo que o tirasse do eixo.
— Ia gostar que eu ficasse com a Serena? — provoquei, vendo a expressão dele se alterar e Luca trincar o maxilar ao ouvir o nome da mulher. Sabia que tinha acertado um ponto sensível.
A expressão de Enrico mudou por um segundo, mas ele se manteve firme, os olhos fixos nos meus.
— Isso não foi planejado, mas eu não vou desistir. Eu juro que vou cuidar dela — ele disse, como se isso fosse suficiente para me acalmar. Aquelas palavras não significavam nada para mim, só serviam para me enraivecer mais.
Avancei sem pensar, os socos saindo mais rápidos do que minha cabeça podia processar. Não estava atacando com técnica, era só pura raiva tomando o controle. Ele esquivava e bloqueava com precisão, como se quisesse me ensinar uma lição em vez de lutar de verdade.
— Eu mato você! — gritei, respirando pesadamente. Não me importava se ele era meu primo ou futuro chefe da família. Naquele momento, era apenas alguém que eu precisava derrotar.
— Foco no inimigo, cara. Tá batendo em qualquer lugar — ele provocou, me irritando ainda mais. Ele falava com uma calma exasperante, como se eu fosse uma criança perdendo a paciência.
— Não me diga o que fazer! — rosnei, avançando com tudo, tentando acertá-lo com um golpe decisivo. Mas ele me derrubou, me prendendo em uma chave de braço antes que eu pudesse reagir. A dor irradiou pelo meu ombro, e por um instante, me vi imobilizado. Não queria dar o gostinho de me ver derrotado, então forcei para me soltar.
Ele me soltou antes mesmo de eu conseguir, me dando uma oportunidade de me levantar. Aquilo me enfureceu ainda mais, mas também percebi que ele não estava tentando me envergonhar. Por um momento, ficamos apenas nos encarando.
— Eu não quero que você machuque ela — disse com firmeza, ainda tentando recuperar o fôlego. — Vejo com quantas mulheres você anda. Não quero isso para a minha irmã.
Ele me olhou sério, se aproximando mais:
— Eu a amo, Giovanni. Consegue imaginar seu pai traindo sua mãe? — As palavras dele bateram fundo, atingindo algo dentro de mim que eu preferia não encarar. Por um segundo, pensei na promessa que ele estava fazendo. Será que realmente podia confiar nele para proteger Lavínia?
Enrico estendeu a mão para mim, e por um momento, hesitei. Finalmente, apertei a mão dele:
— Vamos para casa. Sua mãe ficou preocupada com você — ele disse com um sorriso leve, e dessa vez, eu cedi.
Descemos do tatame, falando brevemente com Luca, Vincenzo e Pietro antes de sairmos. A raiva ainda borbulhava sob a superfície, mas pelo menos eu sentia que uma parte dela havia se dissipado naquela luta. O resto, talvez, eu precisasse aprender a controlar.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Vanda Farias de Oliveira
coitada dessa menina foi salva una vez mas continua abandonada
2025-03-06
0
Joselia Santus
Sem fotos a leitura fica chata
2024-12-28
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Joselia Santus
P mim as fotos não aparecem
2024-12-28
0