Levei Thor comigo até o galpão. O som das correntes se arrastando pelo chão de cimento e o eco de nossos passos preenchiam o ambiente frio e úmido. Os quatro estavam lá: Joana e os três soldados que desrespeitaram Julia. Seus olhares carregavam medo e tensão, como se já soubessem o destino que os aguardavam.
Deixei que Thor circulasse entre eles, rosnando baixo, seus dentes à mostra. A simples presença do cão era suficiente para deixar os homens pálidos e trêmulos, enquanto tentavam não encarar os olhos penetrantes do animal. Joana, porém, me olhou com ódio. A raiva estampada em sua expressão era quase palpável.
__ Você realmente acha que poderia desrespeitar Julia e sair impune? — minha voz ecoou pelo galpão — Ela é minha noiva. Uma Rossi, como qualquer outra da nossa família. Quem toca nela, toca em mim. E, agora, vocês vão entender o que significa pagar por esse erro.
Enquanto falava, fiz um gesto para Thor, que se mudou ainda mais de Joana, seus latidos ressoando pelo espaço, e os soldados chegaram ao ápice do desespero.
Meus homens que estavam ao fundo, assistiam com uma expressão impassível, mas a tensão era evidente até mesmo para eles. Joana, contudo, não se acovardou. Pelo contrário, ela me encarou com um olhar desafiador:
__ Se eu pudesse, acabaria com ela com minhas próprias mãos — ela cuspiu as palavras com uma raiva cortante. — Julia nunca será uma de vocês. Não passa de uma garota quebrada, e se pudesse, eu a destruiria.
Sua declaração acendeu uma chama de fúria em meu peito. Não apenas pelas palavras, mas pelo ódio sem justificativa que emanava dela.
__ Você acha mesmo que teve alguma chance? Que uma pessoa como você se compara à Julia? Ela é milhões de vezes melhor do que você jamais será — respondi friamente — E agora, você vai entender o que significa cruzar o caminho errado.
Sem hesitar, dei um sinal para Thor, que avançou em um salto feroz, agarrando Joana com uma velocidade impiedosa. Os soldados gritaram o máximo que as correntes permitiam, enquanto ela não teve tempo de pensar para processar o que estava acontecendo. Os dentes do cão penetraram na carne, e seus gritos preenchiam o galpão.
Luca, que chegou pouco tempo depois pegou apenas o sangue no chão, apesar de já ter presenciado cenas brutais, parecia abalado com a cena do momento.
Os outros homens também estavam apavorados, seus rostos esbranquiçados de pavor. A dor e o pânico nos olhos de Joana eram visíveis, enquanto Thor fazia o trabalho para o que havia sido treinado.
Quando finalmente recuei o cão, o silêncio que tomou conta do galpão foi quase ensurdecedor. Olhei para os soldados com uma calma mortal.
Thor estava ao meu lado, em posição de alerta. Com um gesto, tranquilizei-o, e ele abaixou as orelhas, atento ao ambiente. Não era um cão desobediente; ele esperava pelo meu comando, preparado para agir caso identificasse qualquer ameaça.
Enrico entrou no galpão e me encarou:
__ Acordou cedo, Giovanni — disse ele.
__ Sim — respondi, uma voz cheia de frustração contida — Vi minha menina chorar e ser atormentada por pesadelos. Essa porcaria toda trouxe de volta aqueles malditos gatilhos que ela lutou tanto para superar. Por mais que eu bata, sei que não posso simplesmente matar. Eles precisam sofrer por dias... precisam sentir na pele o que ela sentiu.
__ Cadê a empregada? — Enrico perguntou.
__ Lembra do Thor? — sorri amargamente — Ela foi o café da manhã dele. Vou precisar dar um remédio para dor de barriga mais tarde, mas nada que ele não possa lidar.
Antes que Enrico pudesse responder, a porta do galpão se abriu e meu pai e meu tio entraram. Thor, sempre respeitoso, reconhecia a autoridade deles quase tanto quanto a minha. Meu tio era um líder nato, e o cão sabia disso.
__ Vejo que veio sem nós — meu tio comentou, trocando olhares sérios com meu pai.
__ Thor, que tal um petisco? — cuidando, olhando para os soldados amarrados, enquanto o cão se ergue novamente, pronto para atacar — Três não são muito, mas vão servir de aperitivo.
O olhar de pânico nos olhos dos soldados era evidente. Meu pai deu a ordem para que fossem despidos e pegou uma faca, virando-se para eles:
__ Vou deixar que escolham — disse ele friamente — Prefere que eu arranque fora ou que ele coma aí mesmo?
__ Senhor, por favor, nós nunca desrespeitamos ela — um dos soldados gaguejou, a voz trêmula — Foi só um comentário. Sabemos que são proibidos e respeitamos isso. Misericórdia, Chefe, servimos com lealdade por anos.
O outro tentou uma abordagem diferente.
__ Se me der uma morte rápida, peço perdão.
Meu pai balançou a cabeça, o desprezo estampado em seu rosto:
__ Acha que falar que todas as são lindas vai aliviar a sua situação? Você deveria abaixar a cabeça sempre que uma delas passasse. Os únicos que falam com elas são seus próprios soldados.
Antes que eu pudesse continuar, o terceiro soldado se encheu de coragem, talvez pensando que levar a uma morte rápida fosse a melhor opção:
__ Quer saber? Vão todos para o inferno — ele singularmente — São gostosas, deliciosas. Sempre sonhei em foder a senhora Luna, aquela bunda é meu sonho.
Meu pai não hesitou. Atravessou o galpão em um segundo e o socou com toda a força, até que o homem caiu inconsciente no chão.
Acordem ele — ordenou, e um dos soldados usou uma substância para fazê-lo voltar a si, enquanto o homem ofegava, tentando entender onde estava.
Olhei para Thor e depois para o soldado desgastado:
__ Passem comida de cachorro nele — falei, o tom de voz firme — Thor está faminto — A comida foi despejada, e o soldado começou a sacudir a cabeça, murmurando pedidos desesperados de clemência.
Dei um assovio curto. Thor avançou sem hesitar, e o grito que se adiantou foi abafado pela força do ataque. O galpão inteiro ficou em silêncio, exceto pelo cruel destino sendo cumprido. Era uma justiça selvagem, mas depois de tudo o que fez, depois de cada dor infligida a Julia, a raiva em meu peito queimava mais quente do que qualquer outro sentimento.
Olhei para os outros homens que restavam. O terror em seus rostos era evidente, mas para mim, aquilo era só o começo.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Thaís
eu tenho um rotwailler e o meu é mais manso q um pinscher. só passar a mão e dar um pedaço de pão q já conquista o bichinho. kkkk
2025-03-07
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Jucileide Gonçalves
Acho que exageram um pouco, mas fazer o que né.
2024-11-18
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Maria de Fátima Mesquita
Acho que exageraram em matar os guardas!
2024-11-16
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