Cativeiro do Amor
Na cidadezinha de Vale do Sol, onde a tranquilidade reinava, as dinâmicas sociais eram moldadas por acordos silenciosos e contratos implícitos entre as famílias ricas e as menos afortunadas. No entanto, como em toda regra, havia exceções.
Arthur, aos vinte e nove anos, era o herdeiro da família mais poderosa da região, um homem acostumado a ter tudo ao seu alcance. Seu encontro com Gabo, um jovem de 18 anos pertencente a uma família rica, mas sem a mesma influência que a sua, aconteceu quatro anos atrás, durante uma descontraída partida de vôlei de praia.
Era um dia quente, e o sol brilhava intensamente sobre a areia clara. Arthur, sempre competitivo, liderava seu time com habilidade e confiança. No entanto, foi surpreendido pelo garoto indócil que, com movimentos ágeis e um olhar desafiador, bloqueava seus ataques e rebatia suas jogadas com uma destreza inesperada. Gabo, com seu cabelo bagunçado pelo vento e um sorriso atrevido no rosto, não apenas enfrentava Arthur, mas parecia se divertir com o desafio.
Quando a partida finalmente terminou, com ambos os times exaustos e suados, Arthur não conseguia tirar os olhos do garoto que havia ousado desafiar sua superioridade. Ao retornar para casa naquela tarde, Arthur se pegou pensando repetidamente em Gabo, imaginando como seria dominar aquele espírito selvagem. Um sorriso malicioso brotou em seus lábios ao visualizar o momento em que transformaria aquela fera indomada em alguém que obedecesse a cada um de seus comandos.
Curioso para saber mais sobre o jovem, Arthur perguntou a um amigo em comum, que lhe contou que Gabo, ou Gabriel, como era chamado formalmente, era conhecido por se meter em encrencas. Nos últimos meses, havia se envolvido em situações complicadas, o que levou seus pais a decidirem enviá-lo para uma escola interna. A notícia, embora inesperada, não abalou Arthur como poderia. De certa forma, ele viu isso como uma oportunidade. Gabo ainda era muito jovem, e Arthur, embora tentado pela ideia de ensiná-lo a seu modo, sentia-se um pouco preguiçoso para lidar com a impetuosidade de um garoto tão inexperiente.
Entretanto, Arthur não conseguia tirar Gabo da cabeça. O brilho nos olhos do garoto durante a partida de vôlei e a maneira desafiadora como ele o enfrentara haviam despertado algo profundo dentro dele. Naquele instante, a ideia de esperar que Gabo amadurecesse se tornou insuportável. Havia algo em sua selvageria, em seu espírito livre e indomado, que Arthur queria para si agora. Ele queria ser o único a moldar o jovem, e esperar parecia uma perda de tempo.
Na manhã seguinte Arthur tomou uma decisão: ele tomaria o garoto para si. Durante a manhã ele fez algumas ligações e seguiu Gabo por alguns minutos. Viu Gabo fumando o que parecia ser maconha com alguns usuários em um beco discreto, depois viu o garoto pichando o muro de uma casa e descobriu que alguém tinha pagado para Gabo fazer aquilo. Após receber o dinheiro, Gabo, se dirigiu até um mercado e com grande destreza furtou alguns produtos como chocolates, cigarros e corotes. Arthur não conseguiu descobrir o que Gabo fez com aqueles produtos, pois tinha que resolver algumas coisas.
Arthur soube que Gabo tinha um hábito: quase todas as noites, após o jantar, o jovem gostava de caminhar pela cidade, afastando-se do movimento do centro e passando por ruas mais tranquilas, certamente para aprontar, pensou ele. Porém, foi exatamente essa rotina que deu uma ideia diabólica a Arthur.
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Atualizado até capítulo 176
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