Cap 18 : Encontro De Mãe e Filha

Eu sei que não tenho direito de sentir isso, mas o ciúme me corrói por dentro. Gavin quer formar uma família com Raquel. Ele quer ela... e o meu filho. Mas eu não vou permitir. Pelo menos, ele tem o bom senso de não ser inconveniente. Assim que percebe minha presença, despede-se educadamente e sai.

— Como passou a noite? — pergunto, observando-a. É impressionante como, mesmo depois de dar à luz, ela continua linda.

— Bem. Nós passamos bem. Nosso menino é muito tranquilo, dormiu quase a noite inteira. Eu é que precisei acordá-lo para amamentar de madrugada — ela responde, o rosto iluminado por um sorriso calmo.

— Ótimo. Essas são para você. — Estendo o buquê de flores que trouxe, e vejo suas bochechas corarem de leve, o que a torna ainda mais encantadora. Ela aceita as flores com aquele sorriso radiante que me desarma.

— Obrigada, são lindas — diz, trazendo as flores para perto do rosto e aspirando o aroma com suavidade.

— E aqui estão os presentes para o nosso Miguel — acrescento, colocando ao lado dela as sacolas cheias de roupinhas e brinquedos. Fui ao shopping bem cedo, e a simples ideia de comprar essas peças tão pequenas me trouxe uma alegria indescritível.

— Obrigado, papai — ela diz em um tom doce, imitando a voz de Miguel, como se fosse ele a me agradecer.

Seu gesto me faz sorrir, mas também me lembra do que está em jogo. Não vou perder essa família para outro homem.

— Se eu pudesse, daria o mundo para vocês — digo, olhando diretamente para ela. Raquel desvia o olhar para nosso filho, talvez buscando uma distração.

— Você não vai trabalhar hoje? — ela pergunta, claramente tentando escapar do peso do que acabei de dizer.

— Não. Hoje, vou ficar aqui com vocês — respondo com um sorriso. Ela retribui com um meio sorriso, hesitante.

— Não precisa. É sua folga, e você vai querer passar de babá com a gente? Realmente, não precisa. A Rebecca vai voltar daqui a pouco — ela insiste, tentando ser prática.

— Eu já decidi. E, para mim, é um prazer ficar aqui com você e com o nosso filho — murmuro, enquanto toco sua mão suavemente, fazendo um carinho leve. Vejo suas bochechas corarem com minha aproximação, e, pelo que sei, isso é um bom sinal.

— Espero que não fique entediado — ela brinca, tentando disfarçar o constrangimento.

— Entediado? Estar com quem amamos nunca é entediante. Até os lugares mais monótonos se tornam especiais — digo, olhando para ela com ternura. Raquel sorri timidamente, evitando encontrar meu olhar, e eu adoro isso. Hoje, não vou perder a chance de flertar com ela.

Mando trazer o café da manhã para ela. Enquanto Raquel saboreia o café, eu seguro nosso pequeno Miguel no colo, completamente encantado com ele. De relance, vejo que ela nos observa, um sorriso lindo iluminando seu rosto.

— Você vai ser um bom garoto, vai ser o orgulho do papai e da mamãe — murmuro para o Miguel, minha voz cheia de carinho. — E quando o papai não estiver por perto, você vai cuidar da sua mamãe, porque os cavalheiros sempre protegem as damas — acrescento, olhando para ela.

Raquel, visivelmente envergonhada, enfia um grande pedaço de torrada na boca, claramente tentando disfarçar. Não consigo deixar de sorrir, me divertindo com a sua timidez e com o quanto minhas palavras sobre nós a deixam corada e sem jeito. É uma das coisas que mais adoro nela.

— Eu queria ter acompanhado sua gravidez. Você deve ter ficado ainda mais linda do que já é — digo, observando Raquel enquanto ela sorri.

— Eu me sentia horrível e feia, mas sei que vídeos e fotos não são a mesma coisa. Posso te mostrar os registros que fiz da minha gestação — ela responde, um brilho de nostalgia em seus olhos.

— Eu vou adorar. Quero ver tudo — digo, animado com a ideia.

Mais tarde, decido visitar o quarto da Emma. Ela está prestes a ter alta, e quero que Raquel veja a filha.

— Como você está se sentindo, Emma? — pergunto, e ela me responde com um sorriso tímido.

— Bem, muito melhor — ela diz, seu tom refletindo alívio.

— Tem uma pessoa aqui no hospital que quer vê-la. Ela se preocupa muito com você, mesmo em meio ao caos — explico, tentando transmitir a importância desse momento.

— Você está falando da minha mãe? — Emma pergunta, uma expressão de rancor no rosto. É claro que é típico de uma filha que odeia a mãe após o divórcio.

— Sim, sua mãe ficaria muito feliz em ver você — respondo, com sinceridade.

— Não acho isso. Ela só pensa nela e no filho dela. Eu não quero vê-la — diz, cruzando os braços. O movimento faz a manga da blusa subir, e percebo alguns cortes em seu braço. Isso me preocupa, e meu coração se aperta. Os filhos são os que mais sofrem, especialmente nessa fase da adolescência. Ela, percebendo meu olhar sobre seu braço, puxa rapidamente a blusa para cobri-lo.

— Emma, eu não sei como está sua relação com sua mãe, mas posso garantir que ninguém nesse mundo vai amar você como ela ama. O amor de uma mãe é incomparável. Ela havia acabado de dar à luz ao seu irmão e estava chorando preocupada com você quando soube que estava aqui — conto, tentando alcançar seu coração. Vejo que ela descruza os braços, um sinal de que desarmou sua guarda.

— Minha tia Rebecca veio me ver e disse que meu irmão havia nascido. Como ele é? — Emma pergunta, um tom de curiosidade começando a surgir.

— Ele é lindo! Você não quer ir conhecê-lo? Eu tenho um meio de transporte super legal — digo, puxando uma cadeira rodas e ziguezagueando pelo quarto de forma brincalhona. Ela sorri e acena, concordando.

Ela se acomoda na cadeira, e peço à enfermeira que avise aos responsáveis que Emma foi fazer uns exames. Não quero que aquele ex-marido tire a paz de Raquel indo até o quarto dela.

Saio pelos corredores, fazendo barulho de carro e buzina. Emma sorri; ela é uma boa menina, e toda essa armadura que usa é apenas medo, frustração e decepção que não soube lidar. O mal caráter do pai, com certeza, a envenena contra a mãe.

Saímos do elevador no andar da maternidade, e Emma observa encantada os desenhos nas paredes. Este andar é o mais bonito do hospital, com pinturas de cegonhas carregando cestos com bebês, mulheres grávidas, borboletas e flores.

— É muito lindo aqui, nem parece um hospital — ela comenta, os olhos brilhando.

— Realmente é muito lindo — concordo, compartilhando seu encantamento.

Chegamos à porta do quarto; dou duas batidas e, ao abrir, mostro apenas meu rosto, sorrindo. Raquel me olha intrigada, mas logo um sorriso se forma em seus lábios.

— Eu tenho uma surpresa — digo, tentando esconder a ansiedade.

— Para mim? — ela pergunta, com a expectativa visível em seu olhar.

Aceno, confirmando, e então abro a porta, revelando Emma. O sorriso radiante de Raquel e as lágrimas que escorrem pelo seu rosto me enchem de felicidade.

— Emma, minha filha! Que saudade estava de você! — Raquel exclama, e vejo um meio sorriso se formar nos lábios de Emma, refletindo a alegria do reencontro.

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Comments

Onilda Furlan

Onilda Furlan

o sem caráter do ex se faz de coitado e coloca a Emma contra a mãe. não passa de um covarde

2025-03-08

1

Luzia

Luzia

O calhorda fez a cabeça da filha contra a mãe está na hora de ela saber toda a verdade

2025-02-05

4

Berenice De Souza

Berenice De Souza

a bruxa judia dela.

2025-02-03

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