Cap 11 : Verdadeiro Caos

Eu estava cuidando dos últimos detalhes para a inauguração do hospital. Estar aqui em Miami sempre trazia à tona memórias daquela mulher... Aquela bela mulher que, acredito, nunca mais verei novamente. Agora, dividia meu tempo entre a Geórgia e Miami, mas em breve me mudaria para cá definitivamente. Com essa mudança, aproveitaria para colocar um ponto final no meu relacionamento com Natasha. E, falando no diabo, ela estava ligando.

— Meu amor, adivinha onde estou? — a voz dela soava animada, mas eu simplesmente não tinha paciência para isso.

— Onde? — perguntei, sem disfarçar o desânimo.

— Na entrada do seu condomínio, mas não me deixam entrar — respondeu, e o pouco de humor que eu ainda tinha desapareceu por completo ao ouvir que ela estava aqui.

— Já vou autorizar sua entrada — murmurei, relutante.

— Anda logo, bebê. Estou morrendo de saudades... já faz uma semana que estamos longe — disse, com uma voz sedutora, tentando me envolver.

Assim que abri a porta, Natasha pulou em cima de mim, toda animada. A situação estava ficando insuportável; manter essa relação já não fazia sentido para mim.

— Você nem parece que sentiu minha falta — disse ela, fazendo biquinho.

— Não é isso, só estou cansado com toda essa correria. Por que não me avisou que viria? O lugar ainda não parece uma casa. Os móveis estão no plástico, e os empregados que contratei só começam a trabalhar amanhã. Não estava pronto para recebê-la — respondi, tentando mascarar o meu descontentamento com sua presença.

— Queria fazer uma surpresa. Essa mansão é linda, mas fiquei triste que você não pediu minha opinião para escolher. Afinal, vamos morar aqui, né? Pelo menos a decoração eu quero escolher — disse ela, já observando tudo ao redor, como se fosse dona do lugar.

Eu já conseguia imaginar o quão difícil seria para ela quando eu dissesse que tudo entre nós tinha acabado. Talvez esse fosse o momento certo. Com ela aqui, seria melhor terminar de uma vez por todas.

— Estou com fome — ela comentou, quebrando meus pensamentos.

— Não tem nada aqui além de água, frutas e bebidas. Desde que cheguei, estou fazendo todas as minhas refeições fora. Ainda não entrevistei as cozinheiras — expliquei, tentando manter o tom neutro.

— Então vamos sair. Assim você aproveita e me conta como estão os preparativos para a inauguração do hospital — sugeriu, aparentemente ignorando o clima pesado no ar.

— Sim, vamos. Tem um restaurante novo a três quarteirões daqui, a comida é ótima — respondi, decidido a colocar um ponto final nessa história, talvez depois do jantar.

Já no restaurante, fizemos nossos pedidos, e Natasha foi ao banheiro retocar a maquiagem. Aproveitei o momento para responder algumas mensagens. Quando ela voltou, a boca estava ainda mais vermelha, e eu não conseguia entender por que tanto esforço, se logo a comida ia remover o batom de qualquer forma.

— Acabei de conhecer uma mulher no banheiro — foi a única coisa que ouvi antes de minha atenção se desviar completamente. Meu olhar se prendeu em outra direção, e meu coração disparou. Ela estava ali. Aquela mulher... Se virou rapidamente e caminhou apressada para o outro lado do restaurante.

No impulso, levantei-me, pronto para segui-la, mas Natasha segurou meu braço com força.

— Vai aonde? Vai me deixar aqui falando sozinha? — perguntou, visivelmente irritada. Mas tudo o que me importava naquele momento era ir atrás dela.

— Eu já volto. Preciso verificar uma coisa — disse, me soltando e caminhando apressado. Era como se o mundo estivesse tentando me impedir. Esbarrei em um garçom.

— Desculpa — murmurei, sem parar.

Lá fora, olhei ao redor desesperadamente, tentando avistá-la. Mas era como se a terra a tivesse engolido. Ela simplesmente desapareceu. Desanimado, voltei para dentro do restaurante.

Natasha me esperava com os braços cruzados e uma expressão de aborrecimento.

— O que deu em você? — perguntou, chateada.

— Desculpa. Achei que tinha visto alguém que não vejo há muito tempo — expliquei, e ela arqueou uma sobrancelha, desconfiada.

— E quem seria essa pessoa mais importante que a sua noiva? — perguntou, visivelmente irritada.

Olhei para ela, sentindo o peso da verdade que eu estava prestes a revelar. — A mulher por quem estou perdidamente apaixonado.

O impacto de minhas palavras caiu como uma bomba. Natasha balançou a cabeça em negação, o rosto começando a ficar vermelho de raiva.

— O que você disse? — ela perguntou, incrédula.

— Eu sinto muito, Natasha. Mas não sinto mais o mesmo por você. Não dá mais para manter esse relacionamento. Você é bonita, inteligente, e merece alguém que realmente te ame — antes que eu pudesse dizer mais uma palavra, ela me acertou com um tapa no rosto, forte o suficiente para que eu sentisse o peso de sua mão.

Levei a mão ao rosto, sentindo o ardor. Talvez eu merecesse. Apaixonar-me por outra enquanto ainda estava com ela não foi justo.

— Vai se ferrar! Eu vou acabar com você! Ninguém despreza Natasha Fox! — gritou, furiosa, atraindo a atenção de todos no restaurante. Ela saiu derrubando cadeiras e batendo portas, causando um verdadeiro caos.

As pessoas me olhavam horrorizadas, e eu queria que o chão se abrisse para me engolir. Nunca imaginei passar por essa vergonha.

O gerente do restaurante se aproximou, preocupado. Levantei a mão, pedindo a ele um momento.

— Me dá só um tempo... Preciso assimilar tudo isso — pedi, sentindo o peso da situação se abater sobre mim.

Após conversar com o gerente do restaurante e pagar pelos estragos que Natasha deixou para trás, comecei a procurar as chaves do meu carro, mas não as encontrava. Saí em direção ao estacionamento, torcendo para que estivessem dentro do carro, mas logo percebi que ele não estava lá. Natasha se foi... e levou o meu carro com ela.

Sem outra opção, chamei um táxi. No entanto, em vez de ir direto para casa, pedi que o motorista me deixasse em um bar. Eu sabia que precisaria de algo forte para enfrentar uma mulher como Natasha, que sempre foi mimada e incapaz de aceitar um "não" como resposta. Depois de algumas doses de uísque, decidi caminhar de volta para casa. O bar não ficava longe, e talvez a caminhada me ajudasse a clarear a mente e a pensar em uma forma de lidar com toda essa confusão.

Quando cheguei à minha casa, fui recebido por uma verdadeira cena de destruição. Meu carro estava dentro da piscina. Na parede da sala, em letras garrafais, Natasha havia escrito "VAI PARA O INFERNO, FILHO DA Puta!". Água escorria pelas escadas, e uma preocupação crescente tomou conta de mim enquanto subia para o segundo andar, imaginando o que mais ela poderia ter feito.

Ao chegar lá em cima, vi que todas as torneiras dos banheiros estavam abertas, inundando o andar inteiro.

— Que louca! — exclamei em voz alta, chocado com a gravidade da situação.

Tentei ligar para Natasha, mas ela ignorava minhas chamadas. Tudo que eu queria agora era encontrar uma maneira de limpar a bagunça – tanto a física quanto a emocional – que ela havia deixado para trás.

Mais populares

Comments

elenice ferreira

elenice ferreira

Isso existe, homens fracos e covardes? e como sempre uma mimada descontrolada, que não aceita um Não !

2025-04-17

1

Vanessa Costa

Vanessa Costa

estou com n9jo desse outro idiota também 😡

2025-04-13

0

Solange Maria Martins

Solange Maria Martins

vixe

2025-03-10

1

Ver todos
Capítulos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!