Cap 02 : Traição

Após voltar das compras, adiantei todo o jantar e depois fui me preparar para esperar o Otávio, tomei um delicioso e demorado banho de espuma, estava com minha pele limpa, hidratada e perfumada.

Depois, fui escolher dentre todas aquelas fantasias uma que ficasse perfeita em mim, e hoje eu seria uma policial bem safada!

Nem estava acreditando no que eu estava fazendo. Já se passava das oito da noite e nada dele chegar, mandou uma mensagem que chegaria um pouco tarde, pois a reunião havia se prolongado.

Enquanto ele não chegava, resolve testar alguns dos brinquedos que comprei no sexy shopping. Acho que vou escolher esse aqui, é pequeno e não assusta tanto.

— Minha nossa! Isso é demais!— Falo em voz alta, surpresa por todas as sensações maravilhosas que aquele negócio pequeno estava fazendo em mim.

Mas é melhor parar por aqui, só um aquecimento para a noite de hoje.

Era por volta das nove, quando meu celular tocou. Era a secretaria do Otávio.

— Oi, Kátia!

— Senhora Raquel, graças a Deus, a senhora atendeu, desculpe, está atrapalhando o jantar de vocês, mas é que dei o número do quarto errado, o número da suíte de vocês é o, trezentos e doze.

Fico sem entender, suíte? Jantar?

— Suíte?

— Sim, o senhor Otávio pediu que eu reservasse uma mesa no restaurante Louie Bossie a suíte no hotel Novotel Brickell para vocês hoje.

Fico em silêncio assimilando o que eu estava ouvindo.

— Ai, meu Deus, era surpresa e eu estraguei.— Ela fala preocupada.

— Não se preocupe, querida, agora entendi por que ele me mandou que vestisse meu melhor vestido, fica tranquila, resolverei tudo.— Falo.

— Obrigada, senhora Raquel.

Após ela desligar, minha ficha começa a cair e pensamentos que estava lutando contra agora tomam lugar. O Otávio estava me traindo? Por isso estava tão diferente?

Eu tentei não pensar nessas coisas, mas agora com essas informações, era impossível não pensar.

Sem mais perda de tempo, visto um sobretudo por cima da fantasia, pego meu celular e minha bolsa, dou partida no carro e vou direto para o restaurante. E quando estou me aproximando, avisto-o saindo com uma mulher, muito sorridente, minhas mãos estão tremendo tanto que mal consigo segurar o volante do carro. Respiro fundo e decido segui-lo, bem provável que agora ele vá para o hotel.

E foi como havia pensado, ele entrou no hotel de mãos dadas com aquela melhor, meu coração agora bate tão forte, sinto um aperto na garganta, mas se eu quisesse comprar que todas as minhas perguntas tinham respostas, precisava ser fria.

Enquanto eles fazem o check-in, fico a uma distância que dá para ouvir eles conversarem.

— Senhor Otávio, está aqui o cartão do seu quarto, é o, trezentos e doze.— Fala a atendente.

— Deve haver um engano, minha secretária me disse que era o, trezentos e vinte.

— Ela deve ter se enganado, deixamos reservado o, trezentos e doze.— A atendente fala.

— Ai, amor, deixe, vamos para esse mesmo.— A lambisgoia chamou ele de amor?

— Está com pressa, né, danadinha. — Ele fala e aperta a bunda dela, depois morde a orelha dela, que fica toda saliente.

Meu sangue ferve, quero ver até onde esse maldito cafajeste vai.

Eles pegam o cartão e entram no elevador. Assim que a porta fecha, pego o elevador ao lado. Eu não posso chorar agora.

— Mantenha a calma, Raquel, mantenha calma.

— Esta tudo bem, bela dama? — Um homem com sua voz grave pergunta, estou tão desnorteada que nem percebi esse homem entrar comigo no elevador.

— Esta tudo bem.

— Também está passando férias aqui?

— Não.— Falo impaciente. Esse elevador que parece não chegar nunca.

A porta finalmente se abre e os vejo entrando no quarto. Dou tempo para esse homem entrar no quarto dele, que, é ao lado do quarto onde está o miserável do Otávio.

Assim que o homem entrar, eu coloco o ouvido na porta para escutá-lo, e era uma tortura ouvir os gritinhos dela, porque o imbecil está latindo como um cachorro.

Maldito! Miserável! Então, esse é o motivo de chegar tarde em casa!

Logo após os gritinhos viram gemidos, meu estômago revira.

— Então, gosta de ouvir atrás da porta?— A voz máscula atrás de mim me assusta.

Me viro tentando enxugar as lágrimas, que agora vêm como uma tempestade difícil de controlar e esconder. Mas já me sinto tão humilhada que pouco me importo de que esse estranho me veja chorando como uma criança.

— Perdão, eu não vi que estava chorando, posso ajudá-la? — Ele pergunta.

— É um assassino de aluguel? — Pergunto.

— Não, por que da pergunta?

— É que se fosse, te contrataria para matar o desgraçado do meu marido e a vagabunda da amante dele, que estão nesse maldito quarto.— Falo chorando, então ele se aproxima.

— Sei que sou um estranho, mas se quiser pode entrar no meu quarto, tomar uma água e se acalmar e depois ver o que vai fazer.— Ele fala, talvez se fosse em outra situação jamais aceitaria, mas eu estou descontrolada demais para dirigir, e não quero que mais ninguém me veja chorando.

— Eu aceito.— Falo entre soluços.

Ele abre a porta do quarto e então entro, me acomodo em uma poltrona.

— Aqui, tome uma água.

— Tem alguma coisa mais forte, tequila, uísque, qualquer coisa que me deixe bêbada o suficiente para não conseguir voltar para casa sozinha?

— Eu até tenho, mas não aconselharia que a senhorita ficasse bêbada passando por essa situação. Ainda mais estando na companhia de um estranho.

— Tem razão, me dá a água então.

Dou um gole na água e desabo no choro, choro tanto principalmente quando escuto os gemidos escandalosos da vadia!

— Ele... Nunca me fez gemer assim... Maldito! Desgraçado! Comigo era menos de um minuto, e com essa vagabunda já faz, mas de dez que ele está aí... E eu, feito uma idiota querendo esquentar nossa relação, comprei fantasias e aqueles vibradores que me deram muito mais prazer do que ele! Eu quero que ele morra!

Desabafo entre choro, raiva e ódio, falo coisas que nunca pensei em dizer nem mesmo para Rebecca.

— Uau! — Ele fala.

— Me desculpa, nem nos conhecemos e eu pareço uma louca. Eu costumo ser uma mulher controlada, mas hoje não está dando para manter a postura.

— Sem problemas, para começar, eu não moro aqui, estou apenas de passagem, então a chance de nos vermos de novo é bem pequena, então pode jogar fora tudo que está sentindo, sou um ótimo ouvinte.

— Obrigada! Mas acho melhor eu ir para casa, encher a cara e dormir completamente bêbada. Antes, vou atender o pedido de quarto desse vagabundo!

— Tudo bem, mas se mudar de ideia, sabe onde me encontrar — ele disse.

Agradeci e saí do quarto do estranho. Respirei fundo antes de bater na porta do quarto, então tomei coragem e bati. Quem abriu a porta foi ela, com um sorriso no rosto.

— Onde está a nossa champanhe? — perguntou, toda melosa.

— Diga ao meu marido que quero o divórcio — declarei com firmeza.

— Você é a Raquel? — ela perguntou com cara de quem viu um fantasma.

— Eu mesma! — Respondo. E a vagabunda bateu a porta na minha cara.

Começo a esmurrar a porta, mas nada. O covarde do Otávio nem aparece, e me sinto tão humilhada.

— Eu sei que você está aí, Otávio! — esbravejo.

— Vai para casa, eu já te encontro lá e aí conversamos — ele diz do outro lado da porta.

É tão miserável que nem sequer tem coragem de me enfrentar.

— Ei, não vale a pena. Vem, eu posso levá-la para casa — diz o estranho.

— Tem razão, não vale a pena. Eu não mereço isso — respondo, percebendo que algumas pessoas saíram de seus quartos e estavam me encarando.

— Posso entrar no seu quarto? — pergunto, envergonhada pela cena que acabei de criar.

— Sim, entre.

Entramos, e então peço a ele uma bebida forte.

— Tem certeza?

— Sim, tenho.

— Então, vou acompanhá-la — ele diz, enchendo dois copos de uísque.

— Cristhian — ele diz, entregando o copo para mim. É um homem bonito, ruivo de olhos azuis.

— Hanna — minto sobre o meu nome.

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Comments

Solange Maria Martins

Solange Maria Martins

vagabundos esses dois ela deve ter dinheiro tipo Raquel e dona do dinheiro

2025-03-09

1

Onilda Furlan

Onilda Furlan

desgraça pouca e besteira, cara covarde.

2025-03-08

1

Regina Lucia Freitas Silva

Regina Lucia Freitas Silva

pega esse estranho, com essa fantasia que você tá usando ele vai ficar doidinho, geme bastante e bem alto pro vagabundo do seu ex ouvir 🤣

2025-02-20

6

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