“Um passo de cada vez.”

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...**"Às vezes, o maior ato de coragem não é declarar um amor, mas permitir-se sentir tudo o que ele traz." **A.E✔️...

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...• Narrado por Mia Corbell •...

Cada fibra do meu corpo estava em alerta, como se uma corrente elétrica percorresse minhas veias. Quando empurrei Liandra suavemente até o sofá, algo dentro de mim finalmente quebrou. Não era mais possível ignorar o turbilhão que ela causava em mim. Sem pensar duas vezes, me acomodei no seu colo, sentindo o calor do corpo dela contra o meu, a sensação me preenchendo de um jeito que nunca tinha sentido antes.

Meus braços envolveram seu pescoço, e eu a observei por um instante, absorvendo cada detalhe: o olhar confuso, a forma como os lábios dela se entreabriram como se estivesse prestes a dizer algo. Mas eu não queria mais palavras. Palavras eram inúteis nesse momento. O que eu sentia por ela ia muito além de qualquer coisa que pudesse ser dita.

Liandra — Mia, eu... — Ela começou, a voz baixa, hesitante.

Eu não deixei que terminasse. Antes que pudesse pensar, minhas mãos seguraram o rosto dela e eu a beijei. E tudo mudou.

No começo, fui cautelosa, testando os limites. Mas à medida que nossos lábios se moviam juntos, um calor profundo crescia dentro de mim, consumindo qualquer medo, qualquer incerteza. Era como se o mundo ao nosso redor tivesse sumido, deixando apenas nós duas, conectadas de uma maneira que eu nunca imaginei que fosse possível.

Cada segundo ao lado dela parecia um sonho… um sonho que eu temia que pudesse acabar a qualquer momento. O gosto dela, o toque suave, o jeito como seus lábios se moldavam aos meus... era avassalador. Eu queria mais. Precisava de mais.

Minha mente corria em mil direções ao mesmo tempo, mas o único pensamento claro era que Liandra estava ali, comigo, finalmente. Cada beijo era como uma promessa silenciosa, uma confissão sem palavras de tudo o que eu guardei por tanto tempo. Toda a dor de não ser vista, toda a frustração de amá-la de longe, tudo se dissolveu naquele instante.

Eu não sabia quanto tempo havia se passado quando finalmente me afastei, mas mesmo então, nossas testas se tocaram, nossas respirações misturadas. Eu me senti vulnerável de um jeito que não estava acostumada. Era como se eu tivesse exposto meu coração sem garantias de que ela o pegaria. E isso me aterrorizava.

Quando nossos olhares finalmente se encontraram, algo mudou. Ela estava me olhando de uma forma diferente, como se finalmente pudesse me ver — verdadeiramente me ver.

Eu podia ouvir sua respiração entrecortada, e, quando ela murmurou, com a voz rouca, "Eu... nós... por que nunca fizemos isso antes?", meu coração deu um salto, mas também senti uma pontada de dor.

Dei-lhe um pequeno sorriso, mas havia algo frágil em mim naquele momento, algo que eu sabia que ela percebia. Eu sempre fui boa em esconder o que sentia, mas ali, com ela me olhando daquele jeito, parecia impossível disfarçar.

Eu sabia a resposta, claro. Sempre soube. Mas era doloroso dizer em voz alta.

Mia Corbell — Porque você nunca teve olhos para mim... — Deixei as palavras saírem, tentando manter a voz suave e firme, mas o sorriso que dei era triste, quase como uma confissão. Meu polegar traçou a linha do seu queixo, sentindo a pele dela, quente sob o meu toque.

O peso das minhas palavras pareceu atingi-la, e eu pude ver a mudança em seu olhar, como se finalmente algo dentro dela tivesse sido compreendido. Por tanto tempo, eu a amei em silêncio, aceitando que talvez nunca tivesse seu coração da forma que queria. E, agora, ali estávamos, tão próximas e ao mesmo tempo ainda presas às inseguranças que carregávamos.

Eu vi em seus olhos que ela queria me dizer algo, talvez explicar tudo, mas antes que pudesse falar, ela se inclinou para me beijar de novo, e dessa vez, o beijo era diferente. Era uma tempestade. Era como se ela estivesse me dizendo tudo, sem precisar de palavras. O desejo era palpável, e eu podia sentir sua pele quente contra a minha, o ritmo do seu corpo buscando o meu.

Não havia mais hesitação, só uma urgência quase desesperada, como se tivéssemos medo de perder tudo o que finalmente estava ao nosso alcance.

Desta vez, não havia medo. Só desejo. Um desejo puro e desesperado que havia sido reprimido por tempo demais.

Meus lábios se moviam contra os dela com uma urgência nova, minhas mãos desceram até seus ombros, os meus dedos se enroscando no tecido de sua roupa enquanto eu me pressionava ainda mais contra ela. Cada toque, cada movimento parecia despertar algo novo dentro de mim, algo que eu nunca soube que existia até agora.

Quando senti suas mãos deslizarem pela minha cintura, puxando-me mais para perto, meu corpo respondeu ao dela com uma intensidade que nunca tinha sentido antes, era como se eu estivesse gravando cada detalhe, cada curva, cada respiração ofegante que ela dava. Era como se finalmente estivesse deixando para trás todos os anos de medo e dúvida, e me entregando a isso completamente.

"Li..." eu quis chamá-la, mas tudo que saía era um suspiro entrecortado, enquanto nossos corpos se moldavam um ao outro com uma sincronia que me deixava tonta.

Liandra — Mia... — Ela murmurou entre os beijos, a voz rouca, os dedos deslizando pela minha cintura de uma maneira que me deixava em chamas. — Nós não...

Antes que ela pudesse continuar, calei suas palavras com outro beijo. Não havia mais espaço para questionamentos. Eu não queria parar. Eu não conseguia. Continuei beijando-a, silenciando qualquer hesitação que ela pudesse ter. Naquele momento, tudo estava claro para mim. Nós estávamos exatamente onde deveríamos estar.

Cada toque dela era uma promessa não dita, e cada movimento meu, uma resposta silenciosa. Pela primeira vez, estávamos em sintonia completa. Eu queria que esse momento durasse para sempre, e talvez, pela primeira vez, me permiti acreditar que poderia.

Quando me afastei, apenas o suficiente para ver o rosto dela novamente, o ar entre nós estava carregado de uma intensidade quase palpável. Eu sabia que o que estávamos fazendo mudaria tudo. E, por mais que houvesse medo, eu estava disposta a arriscar.

Porque, pela primeira vez, eu sentia que havia uma chance de ser feliz com ela. E eu não deixaria isso escapar.

...• Narrado por Liandra Colucci •...

Eu estava em êxtase. O jeito como nossos corpos se encaixavam era quase sobrenatural, como se fôssemos feitas para isso, para estarmos assim, uma na outra. Tudo em Mia parecia me completar de um jeito que eu jamais poderia ter previsto.

Quando nossos lábios se encontraram de novo, após minha tentativa fracassada de dizer algo, foi diferente. Havia uma urgência, uma fome reprimida que agora explodia sem nenhum controle. O beijo tinha um peso, uma intensidade nova. Senti Mia se entregar de uma forma que jamais podia ter imaginado antes, e isso fez com que meu coração disparasse, tentando acompanhar o ritmo acelerado da minha mente.

Seus lábios desceram dos meus para o meu pescoço, distribuindo beijos lentos e incandescentes, fazendo com que uma corrente elétrica percorresse meu corpo. Algo dentro de mim mudou naquele momento. Cada toque, cada respiração dela parecia me incendiar. Uma mistura de urgência e vulnerabilidade crescia entre nós, me fazendo querer mais, precisar de mais. Ela estava me destruindo, lentamente, e eu não queria que ela parasse.

Senti suas mãos deslizarem por baixo da minha blusa, o calor de seus dedos queimando contra minha pele enquanto suas unhas traçavam um caminho preguiçoso pelas minhas costas, me fazendo tremer de antecipação. Não era apenas o toque; era a maneira como ela parecia conhecer cada detalhe do meu corpo, como se soubesse exatamente o que me fazia estremecer. Ela me incendiava, e eu sabia que estava perdida.

Meu corpo gritava sedento de desejo, e a resposta dela era ainda mais desesperada. Nossos corpos se encaixavam de uma forma que parecia impossível de ignorar. Cada toque dela me fazia perder qualquer senso de lógica. Era como se ela estivesse explorando territórios desconhecidos, mas com uma delicadeza e precisão absurda.

Mas então, em meio àquela avalanche de sensações, um pensamento brilhou como um farol na minha mente. Não. Não assim. Não podia ser assim. Não com Mia.

Eu precisava de mais tempo, de certeza. Não podia simplesmente me entregar ao desejo sem entender completamente o que tudo aquilo queria dizer. Mia não era qualquer pessoa, ela significava muito para mim, muito mais do que só um momento. E isso significava que precisávamos de mais do que só desejo.

Liandra — Por favor, não… não provoca. — As palavras saíram como um sussurro falho, minha voz rouca, demonstrava o desejo que pulsava em cada célula do meu corpo. Eu queria aquilo mais do que tudo, mas sabia que não podia ser agora.

Mais ela continuou, ignorando o meu pedido. Suas unhas desceram das minhas costas para o meu abdômen, traçando um caminho perigoso que me fez arquear as costas involuntariamente. Um gemido rouco escapou dos meus lábios antes que eu pudesse evitar.

Liandra — Hmmm...

Senti um calor subir pela minha face enquanto um novo gemido se formava em minha garganta. O desejo dentro de mim era incontrolável. Deus, como eu a queria. Queria mais do que qualquer coisa, mas sabia que não podia simplesmente ceder a isso. Não sem entender o que estava acontecendo, o que viria depois. Se fosse qualquer outra pessoa, talvez eu seguisse em frente sem pensar. Mas Mia não era qualquer uma. Ela era diferente, especial.

Liandra — Miaaa… — O nome dela saiu da minha boca em forma de súplica.

Mas ela parecia determinada a me provocar. Quando me afastei para pegar um pouco de ar, ela aproveitou o momento. Com um movimento rápido, se inclinou mordiscando o lóbulo da minha orelha, deixando-me sem fôlego. Meu olhar a encontrou, e a expressão travessa em seu rosto era quase insuportável.

Liandra — Você está tentando me enlouquecer? — Questionei, tentando manter a compostura, mas minha voz saiu mais rouca do que eu pretendia.

Mia Corbell — Talvez... — Ela sorriu, um brilho provocador nos olhos. — Acha que estou fazendo isso só por diversão?

Enquanto falava, eu seguia com os olhos o deslizar das suas mãos pelos meus ombros e braços, seu toque era leve e quase brincalhão. Suas unhas desenhavam linhas imaginárias pela minha cintura subindo sentido aos meus seios, e naquele momento eu mal consegui me controlar. O calor dela me envolveu, e a necessidade de ter mais dela aumentava a cada segundo.

Mia Corbell — Você realmente quer saber? — Ela sussurrou, e a maneira como sua língua brincou com seus lábios fez meu corpo responder instantaneamente. — O que mais eu posso fazer para te enlouquecer?

Eu não sabia se aquilo era uma pergunta sincera ou uma provocação, mas antes que eu pudesse responder, ela me calou com um beijo intenso. Num movimento súbito, começou a rebolar lentamente contra mim, seus quadris se moviam de maneira provocativa enquanto nossos lábios ainda estavam próximos. A pressão do seu corpo contra o meu enviava ondas de desejo que percorriam cada parte do meu ser.

...Deus… ela ia me deixar louca. 🤦🏻‍♀️...

Eu a queria, queria tudo dela, e, queria com uma intensidade que me assustava. Mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim sabia que precisava parar. Não por mim, mas por ela. Não era justo com ela.

Liandra — Hmmm... talvez você devesse parar antes que eu não consiga me controlar. — Disse, com a voz trêmula tentando manter um fio de concentração, assim que ela se afastou pra tomar ar.

Mas, em vez de recuar, ela se aproximou novamente, quase colando nossos corpos. Seus olhos brilhavam com uma mistura de desafio e desejo.

Mia Corbell — E se eu não quisesse? — Sua voz era um sussurro provocante, e eu tentava resistir à tentação de puxá-la contra mim.

Liandra — Por favor, princesinha, não faz assim... — minha voz saiu quase como um apelo.

Dessa vez, ela parou, seu olhar parou encontrando o meu. Nos olhos dela havia uma mistura de desejo e algo mais…

Mia Corbell — Por que não? — A provocação estava em sua voz, mas eu conseguia enxergar a vulnerabilidade por trás dela. — Está com medo?

Liandra — Não é isso — respirei fundo, tentando clarear meus pensamentos. — Eu só não quero passar do limite. Eu nunca faria nada que você não quisesse.

Vi o brilho dos seus olhos diminuir, enquanto afastava as mãos de mim e meu peito apertou ao ver a insegurança tomando conta dela.

Mia Corbell — Você não quer? — sua voz saiu baixa, quase como um sussurro, carregada de dúvidas.

Eu me apressei em segurar sua mão antes que ela se afastasse completamente.

Liandra — Claro que quero — confessei. — Mais do que você pode imaginar. Mas não precisamos fazer isso agora. Podemos esperar o seu tempo.

Ela baixou os olhos, e meu peito apertou quando ouvi sua resposta.

Mia Corbell — É disso que eu tenho medo... — Murmurou, quase para si mesma.

Liandra — De quê? — perguntei, com um toque de urgência. Eu precisava saber o que estava passando pela cabeça dela.

Mia Corbell — Do tempo. — Mia abaixou a cabeça, os cabelos dourados caíram como um véu sobre seu rosto. — Não sabemos o que vai acontecer amanhã.

Eu sabia de onde aquele medo vinha. Sabia dos traumas, das perdas. Ela carregava muito dentro de si. Eu não queria que Mia tivesse medo, não de mim. Toquei seu queixo, levantando seu rosto, e capturei seus lábios em um beijo suave, tentando transmitir o que as palavras não conseguiam.

Liandra — Não se preocupe com isso, eu estou aqui agora. E não vou a lugar algum. — Meu polegar acariciou seu rosto, traçando lentamente a linha de sua mandíbula. Ela sorriu, um sorriso tímido, mas que pareceu sincero.

Mia Corbell — Talvez você tenha razão… — Ela murmurou, encostando a cabeça no meu ombro. — Eu também nunca fiz isso.

Liandra — Isso? — franzi a testa, sem entender.

Mia Corbell — É… você sabe… dormir com uma garota. Na verdade, eu nunca nem sequer tinha beijado uma antes de você. — Disse de forma simples, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, mas aquilo me pegou de surpresa.

Então ela saiu do meu colo e se aconchegou nos meus braços, e eu não consegui evitar um sorriso.

Liandra — Nós podemos ir devagar, um passo de cada vez. No seu tempo. — Ofereci, querendo que ela soubesse que eu estava ali por completo, sem pressa.

Ela se ajeitou, me olhando com uma intensidade que eu conhecia bem. Estava procurando algo nos meus olhos, alguma garantia, algum sinal.

Mia Corbell — Mesmo? Não me acha uma boba por isso?

Havia uma mistura de incerteza e expectativa no seu olhar, algo que me fez querer protegê-la de qualquer coisa que pudesse machucá-la.

Ela queria ser aceita, sem medo de julgamentos.

Liandra — Claro que não. E mesmo que você fosse uma boba, ainda seria a boba mais princesinha do mundo. — Respondi, rindo levemente, sabendo que ela odiava quando eu a chamava daquela forma.

Mia Corbell — Não sou princesinha. — Ela retrucou, rolando os olhos.

Liandra — Claro, vossa majestade. — Debochei, vendo-a tentar me empurrar levemente no ombro, mas eu a segurei com firmeza, puxando-a de volta para mim, fazendo com que nossos rostos ficassem perigosamente próximos.— Juro que está tudo bem. Vamos no seu tempo. Sempre.

Então, eu a beijei de novo. Não era só desejo, era a promessa de que estaríamos juntas, de que eu esperaria o tempo que fosse preciso. Ela era importante demais para mim, e nada, absolutamente nada, seria apressado.

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...*"No final, o amor não é sobre a pressa de se entregar, mas sobre a coragem de esperar o momento certo, sabendo que cada segundo vale a pena por aquele que amamos." *A.E ✔️...

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