...—————————————————————...
...**Entre o desejo e a dúvida, a linha invisível se torna um abismo." **A.E✔️...
...—————————————————————...
...• Narrado por Mia Corbell •...
Quando vi a morena entrar na frente do carro, meu coração simplesmente parou. Tudo aconteceu rápido demais, não houve tempo de frear, não houve espaço para pensar. O pânico me dominou em segundos. Senti o mundo ao meu redor desacelerar, enquanto meu peito queimava com o medo. Eu desci do carro com uma velocidade que eu nem sabia que era capaz, o coração batendo descompassado, uma oração silenciosa escapando dos meus lábios.
"Por favor, Deus, que ela esteja bem", pensei, desesperada, com as pernas trêmulas enquanto corria em direção a ela.
Quando finalmente a encontrei no chão, a adrenalina fez com que eu mal conseguisse respirar. A imagem dela ali, vulnerável, me deixou com o estômago embrulhado. O alívio veio com a mesma intensidade do pavor, quando percebi que ela estava consciente. Mas ainda assim, obriguei-a a ir ao hospital. Não importava o quanto ela insistisse que estava bem, eu precisava ter certeza.
Após ter alta eu a levei pra casa, e a cada segundo, a preocupação não me deixava em paz. Não a deixaria sozinha até ter certeza absoluta de que ela estava bem. Ajudar a tirar a bota ortopédica parecia a coisa certa a fazer, e por um instante, minha mente ainda estava focada no cuidado, na necessidade de protegê-la.
Mas então, tudo mudou.
Ela saiu do banho, molhada, usando apenas uma camiseta e uma calcinha que tentava puxar desesperadamente para baixo, como se quisesse esconder a vulnerabilidade de estar tão exposta. Era fofo e, ao mesmo tempo, terrivelmente tentador. Ajudá-la a se secar foi como jogar gasolina no fogo. Deus, como ela estava cheirosa, sua pele molhada parecia brilhar, um convite silencioso para saciar uma sede que até aquele momento, eu nem sabia que estava sentindo.
Meus olhos não conseguiam evitar, e minhas mãos… Bom, elas seguiam seus próprios instintos. Cada toque, cada movimento era uma tortura deliciosa. Eu queria mais, muito mais. O autocontrole que eu me orgulhava tanto de ter estava se desfazendo rapidamente, e a linha entre cuidar dela e desejar tocá-la de outra forma estava prestes a desaparecer.
Quando as muletas caíram e eu a puxei para mim na tentativa de segurá-la enquanto se desequilibrava, não fazia ideia do que estava por vir. Foi tudo tão rápido, como se o destino estivesse jogando comigo de novo. O impacto fez com que caíssemos na cama, uma sobre a outra, e o ar pareceu fugir dos meus pulmões por um instante.
Sentir seu corpo tão próximo do meu, sem nada para nos distrair ou nos separar, era como uma onda avassaladora de desejo e nervosismo. O cheiro dela, a proximidade, os batimentos acelerados do seu coração se misturando aos meus… Tudo aquilo me desarmou.
Quando ouvi sua voz sussurrar algo sobre pararmos de fazer aquilo assim, com o rosto tão próximo, foi impossível não rir por dentro. Mas suas palavras não correspondiam ao toque suave dos seus dedos, afastando uma mecha de cabelo do meu rosto.
E, então, aquele jogo perigoso de palavras e olhares começou de novo. Eu sabia que estava provocando, testando seus limites, e, ao mesmo tempo, testando os meus. Eu via o desejo em seus olhos, a hesitação em sua voz, e queria mais. Mais do que simples provocações ao acaso ou momentos interrompidos pela realidade.
— “O quê? Ficar tão perto assim ou cair?” — Eu perguntei, tentando soar casual, mas minha voz saiu rouca, carregada de uma malícia que eu mal conseguia disfarçar. Meus olhos estavam fixos nos dela, e a batida do meu coração acelerou, tanto que parecia sincronizar com o dela. Era como se o ar ao nosso redor estivesse mais denso, carregado de uma tensão que eu mal conseguia suportar.
Ela sorriu, mas havia algo mais ali. Era como se ela estivesse lutando contra a mesma coisa que eu. Ela disse que achava que precisávamos parar de fazer as duas coisas. Mas por que exatamente? Eu sabia o que estava acontecendo, mas estava me divertindo demais com a maneira como ela hesitava.
— “Mesmo?” — Sussurrei, maliciosa, provocando-a como sempre fazia. Talvez porque eu soubesse que brincar com o fogo me aproximava ainda mais dele.
Ela riu de leve, mas eu sabia que estava mexendo com algo dentro dela. Sentia o nervosismo crescer, mas também sentia a tensão entre nós ficando insuportável. Nossas respirações estavam misturadas, e tudo o que eu queria era deixá-la saber que não tinha mais espaço para medo ali.
— “E por que? Isso te incomoda?” — Continuei, minha voz baixa, praticamente colada aos lábios dela. E eu sorri, aproveitando cada segundo da sensação de poder que aquilo me dava. Eu a conhecia. Sabia que, por mais que tentasse disfarçar, ela estava prestes a ceder.
Ela murmurou algo sobre controle, mas naquele momento, controle era a última coisa que eu queria ter. Meus olhos caíram sobre os lábios dela, e o desejo cresceu dentro de mim como uma chama que eu não podia mais apagar.
— “Controlar o quê, exatamente?” — Perguntei, minha voz quase um suspiro. Sabia a resposta, mas queria ouvir dela.
Ela repetiu o meu gesto, observando meus olhos, depois minha boca. Eu senti seu toque suave, deslizando pelo meu rosto, e meu corpo inteiro reagiu. Era tudo tão intenso que, por um momento, eu pensei que não conseguiria mais respirar. Então ela finalmente falou.
— “A vontade.”
Quando ela disse que "a vontade" era difícil de controlar, algo em mim vibrou. Ela também sentia. Eu sabia que sentia. E, por um segundo, achei que aquilo seria o momento. Aquele em que tudo o que seguramos por anos finalmente viria à tona. Nossos lábios estavam tão perto, o desejo era palpável no ar...
Eu podia sentir o controle escapando por entre os meus dedos, e, ao mesmo tempo, não queria segurar. Havia algo irresistível naquela proximidade. Algo que eu desejava há tanto tempo, mas que sempre me recusei a admitir. As provocações, os sorrisos, os olhares... Tudo parecia uma dança, uma que estávamos tão acostumadas a dançar sem nunca cruzar o limite.
Eu estava ali, tão perto dela, e aquilo não era o suficiente. Nunca seria. Eu precisava sentir mais. Queria que ela soubesse que, se dependesse de mim, não haveria mais barreiras entre nós. Inclinei-me ainda mais, colando nossas testas, roçando meu nariz ao dela, um gesto simples, mas que carregava um significado imenso.
— “E o que está te impedindo de matar essa vontade?”— Perguntei, minha voz suave, mas carregada de malícia. E ao dizer isso, senti que eu a tinha exatamente onde queria. Nossas respirações estavam sincronizadas, nossas testas coladas, e o silêncio entre nós era quase ensurdecedor.
Ela hesitou por um segundo antes de responder, e naquele momento, eu soube que tinha vencido qualquer batalha interna que ela ainda estivesse travando. Eu sabia que ela estava à beira de ceder, assim como eu. E era como se o universo inteiro estivesse esperando por aquele momento entre nós.
— “Eu não sei se tenho permissão.” — Ela murmurou, devolvendo a provocação com um toque ainda mais suave no meu rosto, roçando o nariz ao meu novamente. Senti meu corpo estremecer e deixei um suspiro escapar por meus lábios.
Fechei os olhos por um segundo, aproveitando a sensação do nariz dela roçando no meu. A suavidade do toque me fazia desejar coisas que eu sempre gostei de negar para mim mesma.
Comecei a fazer carinho no rosto dela, deixando meus dedos deslizarem por sua pele com uma delicadeza que mal parecia minha. Em seguida, deixei que meus lábios encontrassem seu rosto próximo ao canto da boca, num beijo suave e lento, apenas o suficiente para provocá-la.
— “E isso é permissão suficiente para você?” — Sussurrei contra seus lábios, sorrindo de leve, sentindo o controle que ela sempre pareceu ter finalmente escorrer pelos dedos.
O silêncio dela depois disso foi como uma resposta clara, e meu coração parou por um segundo quando ela murmurou: "Mais do que suficiente."
E eu quis beijá-la. Deus, como eu quis. Era o momento. Nossos rostos estavam tão próximos, nossos lábios quase se tocando. Eu podia sentir o cheiro dela, podia ouvir a respiração dela misturada com a minha... era inevitável, e eu sabia que não haveria mais volta.
Mas então... o meu telefone tocou.
O som nos trouxe de volta à realidade, quebrando o momento com uma violência que eu não esperava. Eu senti meu corpo enrijecer, a mágica do momento quase desaparecer, evaporando no ar.
Liandra olhou para mim, perguntando se eu ia atender. Eu tentei prolongar o momento, provocando-a, desafiando-a a ignorar o celular. Queria que ela entendesse que nada mais importava, que eu não me importava com o telefone, que não importava com quem estivesse ligando. Só havia uma coisa que eu queria e me importava: ela.
— "Você quer que eu atenda?", provoquei, mordendo o lábio inferior, tentando recuperar o que foi perdido, tentando trazê-la de volta para mim. Mas antes que pudesse continuar, senti a mão dela em minha cintura, me puxando para mais perto. As palavras dela, o toque dela, tudo aquilo me fez queimar por dentro.
— “Achei que já estivesse claro o que eu quero.”
Aquela frase ecoou em mim, ressoando com uma intensidade que me deixou ainda mais desesperada por sua proximidade. Meu coração batia forte, e meus pensamentos se embaralhavam entre o que eu queria dizer e o que eu queria fazer. Estávamos prestes a... Eu nem sei o quê. Só sabia que a cada segundo estávamos mais perto de algo inevitável.
— "Eu quero..." — eu mal conseguia falar. Então antes que pudesse terminar a frase, como um relâmpago em um dia claro, Bárbara entrou. A magia do momento quebrou, e eu senti a realidade voltar como uma onda fria. Me afastei de Liandra tão rápido que senti a perda física da distância. Mas o pior não foi a interrupção. Não. O pior foi o que aconteceu depois.
— "Mia... me desculpe."
Aquelas palavras. Tão simples, mas tão devastadoras.
Naquele momento, tudo em mim congelou. Desculpa? Era isso que ela achava que deveria fazer? Pedir desculpas por algo que nem aconteceu? Por algo que eu estava prestes a deixar acontecer? Minha mente começou a girar, as emoções transbordando de um jeito que eu não conseguia controlar. O calor que eu sentia segundos atrás se transformou em algo frio, cortante. Ela estava pedindo desculpas porque, para ela, aquilo foi um erro?
Eu não sabia ao certo o que esperava ouvir dela, mas com certeza não era aquilo. Não era uma desculpa. Eu queria... não, eu precisava de outra coisa. Talvez um gesto, talvez uma palavra que confirmasse que o que aconteceu entre nós tinha algum significado. Mas ao invés disso, ela me pediu desculpa. Foi como se tudo aquilo que aconteceu — ou que quase aconteceu — fosse reduzido a um erro. Como se o desejo, a tensão, os toques, não significassem nada além de um momento que ela queria esquecer… como se, com uma simples frase, ela tivesse tirado tudo de mim.
Minha garganta apertou. Eu sentia a raiva subir lentamente, misturada com frustração, enquanto suas palavras ecoavam na minha mente. A desculpa dela, que provavelmente parecia inofensiva para ela, me atingiu como uma faca.
Por que inferno ela estava se desculpando?
A raiva, a frustração... Tudo subiu à superfície. O que ela realmente achava que aconteceu? Que o que quase tivemos foi um engano? Que estaríamos melhor se nunca tivéssemos chegado tão perto assim?
Eu não queria ouvi-la. Não naquele momento. Não quando tudo o que eu conseguia pensar era em como eu mesma quase cedi, como quase coloquei meu coração vulnerável em suas mãos. E ela, em vez de acolher isso, em vez de dar qualquer sinal de que sentia o mesmo, pede desculpas?
— "Não tem por que se desculpar." — Minha voz saiu mais fria do que eu pretendia, mas eu não conseguia evitar. Droga o que eu esperava que ela dissesse? Talvez que ela quisesse aquilo tanto quanto eu, que tudo que fizemos até agora só comprovava o quanto éramos conectadas. Mas não. O pedido de desculpas me quebrou inteira por dentro, e eu não sabia como lidar com isso.
— “Mia, por favor..." — Ela tentou de novo, olhando para mim com aquela confusão no rosto, como se não entendesse o que estava acontecendo.
Mas eu não queria mais falar sobre aquilo. Não queria mais estar ali, tentando explicar algo que ela claramente não entendia. Ela não sabia. Ela não sabia o quanto eu queria que aquele momento fosse real, que fosse mais do que um simples acidente interrompido por uma desculpa.
— “Não tem por que se desculpar, Liandra.” — Repeti, dessa vez tentando encerrar o assunto. Eu não podia ficar ali. Não agora. Não depois de tudo isso.
Ela parecia ainda mais confusa, como se tentasse decifrar o que estava errado.
— “Pode me escutar?”
— “Escutar o quê, Liandra? Você já se desculpou, não foi?” — Eu a encarei, tentando manter a compostura, mas sabia que meus olhos traíam o que eu realmente sentia. A dor, a frustração, o medo. Medo de que, no fim, tudo aquilo fosse realmente um erro para ela.
O que mais poderia ser dito depois disso? Ela realmente não entendia? Será que não via o que estávamos prestes a ter, e como aquilo foi arrancado de nós tão de repente? Ou será que ela simplesmente não queria enxergar ou só não se importava?
...“Droga ia ficar louca, se não fosse embora.”...
Eu precisava sair dali. Ouvi sua voz me chamando, mas eu não podia ficar. Não quando tudo em mim estava tão confuso. Eu sabia que, se ficasse, não conseguiria controlar as palavras que sairiam da minha boca. Eu sabia que, mais palavras seriam ditas, e eu não estava pronta para ouvir nenhuma delas. Estava magoada, com raiva, confusa. A sensação de ser puxada para mais perto e, logo em seguida, empurrada para longe era insuportável.
— "Vamos conversar?" — Ela perguntou, quase implorando.
Eu fechei os olhos por um segundo, lutando contra as lágrimas que ameaçavam surgir. Não, Liandra, eu não queria conversar. Não agora. O que eu queria... o que eu precisava... ela simplesmente não podia me dar.
— "Não. Só avise a Bárbara que precisei ir." — E com essas palavras, saí. Eu queria me sentir aliviada, queria pensar que isso era o certo. Mas a cada passo que me distanciava de Liandra, meu coração parecia ficar para trás.
Se ela tivesse dito qualquer outra coisa, eu teria ficado. Se ela tivesse mostrado, de alguma forma, que o que quase aconteceu não foi um erro, talvez... Talvez eu não tivesse saído daquela porta. Mas ela não disse nada. Ela não fez nada. E, naquele silêncio, eu senti o peso de anos de sentimentos guardados me esmagarem.
Eu só precisava ir embora antes que aquilo me consumisse de vez.
Ao fechar a porta atrás de mim, senti um nó se formar na garganta. Respirei fundo, tentando manter a compostura enquanto me afastava do quarto. Mas por dentro, eu estava em pedaços. O que eu esperava que mesmo? Que ela entendesse o que eu sentia, sem que eu precisasse dizer nada? Que ela soubesse que cada toque, cada palavra, era um pedido mudo para que ela me quisesse do mesmo jeito que eu a queria?
Mas ao invés disso, ela pediu desculpa. Uma maldita desculpa.
Eu estava à beira de explodir enquanto descia as escadas, cada passo me afastava dela, mas não o suficiente para silenciar os pensamentos que me perseguiam. Não sabia ao certo o que estava sentindo: raiva, frustração, tristeza. Talvez um pouco de tudo. E, acima de tudo, uma dor surda, um medo que eu tentava enterrar há anos, mas que agora gritava com toda a força dentro de mim.
Quando finalmente cheguei ao carro, apertei a chave nas mãos antes de destrava-lo, e minhas emoções giraram como um furacão enquanto eu abria a porta me jogando no banco do motorista… Soltei um suspiro longo e pesado assim que entrei me encostando no volante, apertando-o com força, como se aquilo pudesse me ancorar na realidade.
Depois de alguns minutos liguei o carro e saí dali sem olhar para trás, sem pensar duas vezes. Não queria pensar. Não podia. Porque, se pensasse demais, eu desmoronaria ali mesmo.
O caminho para casa foi um borrão. Minhas mãos tremiam no volante, e eu só queria chegar o mais rápido possível. Quando finalmente estacionei na garagem, respirei fundo, tentando me recompor, mas o nó na minha garganta só parecia aumentar. Eu sabia que minha mãe estaria lá, pronta para me fazer perguntas, pronta para me observar, como sempre fazia. Mas não estava preparada para isso. Não agora.
Desci do carro e entrei em casa sem dizer uma palavra. Ela estava na sala, e eu podia sentir seus olhos em mim, mas segui direto para o meu quarto. O som da voz dela me chamou, mas eu a ignorei. Não podia falar com ela agora. Se eu começasse, não ia conseguir parar.
— Mia? O que aconteceu? — Ouvi a pergunta dela ao longe, mas não respondi.
Apenas subi as escadas, uma após a outra, com os passos pesados e rápidos, como se precisasse desesperadamente me afastar de qualquer contato humano.
Quando fechei a porta do meu quarto atrás de mim, a última barreira entre o mundo e eu, soltei o ar que estava preso no meu peito e escorreguei até o chão. Encolhi-me e abracei meus joelhos com força, como se esperasse que aquilo fosse o suficiente para impedir que eu me despedaçasse por completo. E então desabei.
As lágrimas vieram sem aviso. Eu já as tinha segurado por tempo demais. Cada soluço rasgava minha garganta enquanto meu corpo tremia descontroladamente. Toda a dor, toda a frustração, o medo e a confusão... tudo saiu de uma vez só. Eu não conseguia parar. A imagem de Liandra, a proximidade, o toque, o quase beijo — tudo isso passava em minha mente repetidas vezes, me torturando com o que poderia ter sido, mas nunca foi.
Fechei os olhos, tentando fugir de tudo, das perguntas sem resposta. Mas, mesmo assim, não consegui escapar do vazio que havia se instalado em mim. Uma parte de mim ainda estava lá, com ela, desejando que as coisas tivessem sido diferentes. E a outra parte estava em casa, lutando para encontrar algum tipo de paz em meio ao caos.
Era exatamente assim que eu me sentia agora: dividida, quebrada, perdida entre o que eu queria e o que eu realmente tinha. E o que eu tinha, naquele momento, parecia ser um mundo distante e frio, onde as respostas que eu procurava eram tão evasivas quanto o sonho que eu tinha deixado para trás.
A verdade era que, por mais que tentasse esconder, por mais que tentasse fugir ou fingir… eu era completamente apaixonada por ela. E agora... parecia que isso era apenas um erro, algo a ser evitado, algo a ser desculpado.
Me agarrei mais a mim mesma, na tentativa de encontrar alguma estabilidade em meio a tudo que eu sentia. As palavras dela ainda ecoavam na minha cabeça, me destruindo um pouco mais a cada vez que as revivia.
..."Me desculpe." ...
...E por fim, naquele silêncio ensurdecedor, uma única pergunta se fez presente: ...
...Por que, entre tantas coisas que poderiam ser ditas, ela tinha logo que se desculpar?...
...—————————————————————...
...**"Às vezes, o maior desespero vem não do que foi dito, mas do silêncio ensurdecedor do que não foi dito." **A.E✔️...
...—————————————————————...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 48
Comments
Maria Andrade
os sentimentos que as envolve e tão intenso
2024-10-15
2
Licinha
o capitulo de hj, foi um sentimento de muitas emoções, de como uma unica palavra que não se espera pode levar a pessoa ao abismo , coitada da mia não merecia isso ,nossa !😥
2024-09-15
3