“Além das Palavras.”

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**"Às vezes, os maiores desafios não estão nas palavras não ditas, mas nos sentimentos não revelados. Na busca por respostas e reconexão, descobrimos que o verdadeiro valor está na coragem de abrir o coração e na paciência para deixar o tempo curar o que o destino tentou separar."** A.E ✔️

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...• Narrado por Mia Corbell •...

O crepitar da lareira preenchia o ambiente com uma calma que contrastava com a tempestade de pensamentos dentro de mim. Era mais tarde agora, o tempo parecia ter passado em um piscar de olhos enquanto estávamos juntas, rindo e relembrando. Bárbara, sentada à nossa frente, ainda tinha um sorriso estampado no rosto, claramente satisfeita com a noite.

Bárbara Bianchi — Me diverti tanto hoje — ela disse, ajeitando-se na poltrona ao lado da lareira. — Precisamos fazer isso mais vezes.

Eu sorri, concordando silenciosamente. A noite havia sido leve, sem as tensões habituais, apenas nós três, como nos velhos tempos.

Liandra — Se Mia concordar, podemos marcar mais vezes — Comentou, lançando-me um olhar rápido, aquele tipo de olhar que sempre me fazia sentir como se houvesse algo mais no ar.

Mia Corbell — Claro, eu adoraria — respondi, com um sorriso genuíno.

Bárbara Bianchi — Meus amores, se me derem licença, estou exausta. Vou me retirar — disse, ajeitando o casaco sobre os ombros.

Mia Corbell — Está tudo bem, Bá? — perguntei, olhando-a com um pouco de preocupação.

Bárbara Bianchi — Ó, sim, menina, estou bem — ela respondeu, com aquele tom tranquilizador que sempre usava.

Enquanto ela se preparava para nos deixar, seu olhar encontrou o meu. Era como se ela soubesse algo que eu ainda não estava pronta para admitir, ou talvez, que eu nem soubesse como expressar.

**Bárbara Bianchi — **Lembre-se, Mia, não tem como você saber se não tentar. Apenas tenha paciência. — disse suavemente, mas suas palavras carregavam um peso que me atingiu em cheio.

Eu apenas assenti, sem saber o que dizer. O olhar de Bárbara se dirigiu a Liandra, que estava claramente confusa, sem entender o subtexto da conversa. Antes de sair, ela deu um beijo carinhoso na testa de Liandra, deixando-nos sozinhas, apenas nós e o crepitar do fogo.

Liandra — O que foi isso? — ela perguntou, sua curiosidade evidente. Seus olhos castanhos fixos em mim, tentando decifrar o que estava acontecendo.

Mia Corbell — Isso? — Fingi não entender, jogando o jogo por mais alguns segundos.

Liandra — Sim, o que ela quis dizer com aquilo? — A insistência em sua voz era quase encantadora.

Eu sorri, querendo quebrar a tensão.

Mia Corbell — Você sabe como a Bá é — disse de maneira descontraída, tentando esconder o turbilhão de emoções que aquelas palavras tinham despertado em mim.

Liandra franziu o cenho, como se não estivesse completamente convencida.

Liandra — Sei sim, mas por que ela te disse isso?

A pergunta dela atingiu um ponto sensível, e antes que eu pudesse controlar, minha voz saiu mais dura do que eu pretendia.

Mia Corbell — Não se preocupe, é uma coisa minha.

O olhar de Liandra mudou de curiosidade para algo mais contido. Ela desviou o olhar por um momento.

Liandra — Ah, sim... desculpe.

Engoli em seco, imediatamente arrependida pela minha reação.

Mia Corbell — Espera — falei mais suavemente, querendo consertar o momento. — Eu não quis ser rude, foi só um conselho que pedi a ela.

Ela olhou para mim novamente, sua expressão suavizando.

Liandra — Relaxa, princesinha, você não foi.

Revirei os olhos a menção do apelido, sentindo o alívio percorrer meu corpo, mas ao mesmo tempo, sabia que havia algo mais que eu precisava dizer, algo que ainda estava preso dentro de mim, esperando o momento certo.

Eu observei Liandra se mover com uma graça quase sobrenatural, enquanto ela pegava a garrafa de vinho que Bárbara havia deixado sobre a mesa. Com uma naturalidade elegante, ela retirou a rolha e despejou um pouco do líquido tinto nas taças, a cor escura contrastando com o brilho suave da luz da lareira.

Liandra — Quer mais um pouco? — Perguntou ela, levantando uma das taças e balançando-a levemente.

Eu a encarei, o brilho dos olhos dela refletindo o calor da chama. A atmosfera estava carregada, e o simples ato de oferecer o vinho parecia ter um significado além do habitual.

Mia Corbell — Por acaso está tentando me embriagar, Cinderela? — Questionei, divertida, mas com uma ponta de malícia que eu não pude disfarçar.

A morena ergueu o olhar para mim, um sorriso discreto se formando nos lábios enquanto me oferecia a taça.

Liandra — Está insinuando algo, Mia?

Aquela pergunta era um desafio disfarçado de brincadeira, e eu soube, naquele momento, que ela estava tão consciente do clima entre nós quanto eu.

Ela deu um passo em minha direção, entregando-me o copo, nossos dedos roçando brevemente no contato. Era um gesto simples, mas o calor que subiu pelo meu braço fez minha respiração ficar levemente irregular.

Mia Corbell — Talvez. — Respondi finalmente, tomando um gole do vinho. O líquido desceu suave, mas o calor que senti não veio do álcool. — Quem sabe?

Ela inclinou a cabeça ligeiramente, me analisando. Seu olhar parecia despir-me, e, de repente, o ambiente ao redor ficou ainda mais íntimo. As chamas da lareira estalavam ao fundo, mas a única coisa que eu podia ouvir era o som da respiração dela, a sensação do espaço entre nós se fechando.

Liandra — Você deveria ter mais cuidado com o que insinua, princesinha... — sussurrou, a voz baixa, carregada de uma provocação velada.

Eu ri, sentindo a leveza e a tensão no ar se misturarem de uma forma quase irresistível.

Mia Corbell — Ah é? — Busquei seus olhos e murmurei em tom provocativo: — E o que você vai fazer se eu continuar?

Ela tomou um gole do vinho, sem desviar os olhos de mim, e então inclinou a cabeça ligeiramente para o lado, como se estivesse pensando seriamente na resposta.

Liandra — Acho que você vai ter que descobrir.

O jeito que ela disse isso fez meu coração disparar. Era um jogo, e nós duas estávamos dispostas a jogar.

Mia Corbell — Olha que você pode se arrepender disso. — Avisei, mantendo os olhos fixos nos dela, tentando parecer mais confiante do que realmente me sentia.

Liandra — Talvez eu tenha que arriscar e ver se você está certa. — A resposta dela foi acompanhada de um gesto quase imperceptível de mordiscar o lábio inferior. Ela parecia hesitar, mas seus olhos brilhavam com um misto de curiosidade e desafio.

Às vezes, eu achava que ela era a única pessoa que eu nunca conseguiria ler completamente. E aquilo me fascinava.

Mia Corbell — Depois não pode reclamar disso. — Falei, um pouco sem jeito, pois sentia como se estivesse completamente exposta sob seu olhar penetrante. Era como se os olhos dela pudessem ver além das minhas camadas de proteção.

Liandra parecia ponderar por um momento, a respiração dela se acalmando enquanto decidia o que fazer a seguir. Finalmente, ela se levantou e se aproximou, sentando ao meu lado com uma confiança quase palpável.

Liandra — Acredite, Mia. Eu não vou. — Sua voz era suave, quase um sussurro, enquanto ela se posicionou de frente para mim, os olhos fixos nos meus. A proximidade dela fez meu coração acelerar e eu podia sentir meu corpo aquecer como uma brasa viva.

Mia Corbell — E o que pensa em fazer depois de me embriagar, Cinderela? — Perguntei, a curiosidade me dominando, eu não ia recuar agora.

Liandra — Quer descobrir? — Perguntou sorrindo.

Ela estava me provocando, podia ver em seus olhos. A intensidade da sua expressão, a forma como o sorriso dela brincava com as bordas dos seus lábios... era como se ela estivesse se deliciando com o impacto que estava causando.

Mia Corbell — Eu adoraria. — Respondi num sussurro falho.

Ela estava perto demais. Aquela proximidade, o calor que emanava do corpo dela... era impossível ignorar.

Liandra — Então me responde a pergunta que te fiz no outro dia?

Mia Corbell — Qual?

Liandra — O que você quer princesinha? No outro dia fomos interrompidas e não deu tempo.

Aquela era a pergunta de um milhão de dólares. Aquele era o momento que por tanto tempo evitei, o ponto sem volta. Meu coração batia forte contra meu peito, como se soubesse que dali em diante nada seria o mesmo. Liandra, tão perto, seus olhos cravados nos meus, esperava minha resposta com uma intensidade que fez minha garganta secar.

Mia Corbell — Aproveitando que tocamos nesse assunto, você não precisa se desculpar. Se tem alguém aqui que deve fazer isso sou eu. É só que… — Minha voz falhou.

Liandra — Tudo bem. Eu só queria entender porquê saiu daquele jeito.

Eu podia sentir o peso do momento, a expectativa nos olhos dela, o calor de sua perna envolvendo meu corpo. Minha mente lutava entre o medo de estragar tudo e o desejo de finalmente atravessar essa linha invisível que nos separava. Não havia mais desculpas ou distrações. Só nós duas e o que esse momento significava.

Mia Corbell — Eu não sei explicar… só fiquei frustrada quando se desculpou. Senti como se o que nem aconteceu tivesse sido um erro.

Minha voz saiu em um sussurro hesitante, como se qualquer volume acima disso pudesse quebrar o feitiço que nos envolvia. Ela não respondeu com palavras, apenas assentiu levemente, os olhos escurecidos pelo que só podia ser uma mistura de curiosidade e desejo.

Ela suspirou, seus olhos transmitiam uma compreensão calma.

Liandra — Ok. Quero que saiba eu nunca achei que o que aconteceu foi erro.

Mia Corbell — Mais acha que se acontecesse teria sido. — Afirmei num sussurro e meu corpo travou com essa afirmação, eu tentei me afastar, mas ela não me deixou. Com um movimento decidido, Liandra me puxou para mais perto, envolvendo uma de suas pernas ao meu redor e segurando minhas mãos com firmeza.

O contato dela era intenso e inegavelmente íntimo.

Liandra — Mia, eu vou te dizer uma coisa, quero que me ouça com muita atenção e que olhe pra mim, tá bom?

Assenti, incapaz de formular uma frase coerente com ela tão perto. A proximidade dela me envolvia completamente, e eu sentia cada palavra dela como se fossem um toque direto em minha alma.

...• Narrado por Liandra Colucci •...

A respiração de Mia estava entrecortada, e o calor que emanava dela inebriante. O mundo parecia ter parado, o estalo da madeira na lareira e o vento uivando lá fora eram os únicos sons que preenchiam o silêncio ao nosso redor. Nossos corpos estavam tão próximos que era impossível dizer onde eu terminava e ela começava.

Liandra — Eu nunca fui boa com palavras. Sei que muitas coisas aconteceram em nossas vidas e que nem sempre fui fácil de entender... ou de lidar. — Minha voz era suave, mas carregada de sinceridade. — Eu sou teimosa, irritante, e às vezes penso que o jeito que eu lido com as coisas acaba afastando as pessoas, mas... nunca foi por mal.

Ela me olhou, como se quisesse me interromper, mas continuei. Eu precisava tirar isso de dentro de mim.

Liandra — Quando minha mãe se foi e meu pai... — pausei, lembrando o quanto aquele homem se distanciou emocionalmente depois da morte da minha mãe. — Bem, quando ele se afastou, eu me senti sozinha, sem chão. Mas você, Mia... você e Bárbara nunca desistiram de mim. Sempre estiveram ao meu lado.

Mia Corbell — Li, nós não precisamos falar sobre isso agora. — A voz dela tremia ligeiramente, mas eu sabia que, de alguma forma, ela estava tentando me proteger.

Liandra — Não, nós precisamos sim. — Insisti. — Eu sei que, quando seu pai se foi, você se quebrou em mil pedaços por dentro. E muito daquela menina alegre e sonhadora se foi com ele.

Mia abaixou a cabeça, os olhos marejados. Eu toquei o queixo dela gentilmente, forçando-a a olhar para mim.

Liandra — Não faça isso, Mia. Olhe pra mim.

Quando nossos olhos se encontraram de novo, meu coração se apertou ao ver a dor nos olhos dela. Uma dor que, de certa forma, espelhava a minha.

Mia Corbell — Por favor, você não me deve nada, Li. — Ela tentou se recompor, mas o tremor na voz denunciava o quanto estava sendo afetada.

Liandra — Eu sei... — Minha voz vacilou por um momento. — Mas eu preciso te dizer isso agora ou talvez nunca mais consiga. — Vi quando ela assentiu de forma quase imperceptível. — Desculpa por não ter estado ao seu lado quando você mais precisava. Por não ter te dado apoio durante todos esses anos... por não ter comemorado suas vitórias e não ter te amparado nos seus fracassos.

Mia Corbell — Não precisa se desculpar. Fui eu quem se afastou! Eu fui embora, você não me fez nada.

Liandra — Exato... eu não fiz nada. — Minhas palavras saíram quase num sussurro.

Mia Corbell — Não foi isso que eu quis dizer... — Ela começou a se defender, mas eu sabia que havia verdade no que eu estava dizendo.

Liandra — Eu sei o que quis dizer, mas ainda assim, deveria ter lutado. Lutado por nós, pelo que tínhamos... e... por você. — Minha voz tremeu mais uma vez, mas eu me forcei a continuar. — Eu deveria ter lutado por você, Mia.

O silêncio que seguiu foi pesado, quase palpável. O crepitar das chamas e o vento lá fora eram a única coisa que preenchia o espaço entre nós. O olhar de Mia permaneceu fixo no meu, sem expressão clara, e por um momento temi ter ido longe demais. Eu a toquei de novo, traçando o contorno do rosto dela com os dedos, afastando uma mecha de cabelo loiro.

Liandra — Não pedi desculpas naquele dia porque achei que tinha sido um erro. E, mesmo que tivesse sido... — fiz uma pausa, com o coração disparado. — Ainda assim, teria sido o melhor erro que eu poderia ter cometido em anos.

O olhar dela não se desviou do meu, e eu soube naquele momento que estava cruzando uma linha. Mas havia algo em Mia que sempre me deixava suspensa entre o desejo e o controle, e agora esse equilíbrio delicado estava ruindo.

Arrisquei. Inclinei-me para mais perto, tocando seu rosto, e deixei meus lábios roçarem sua pele. Um beijo suave na testa, depois outro no nariz, e finalmente um na bochecha, próximo à boca. Senti o corpo dela estremecer sob o toque, e o suspiro que escapou de seus lábios me fez tremer por dentro. Eu me afastei lentamente, buscando os olhos dela.

Mia Corbell — Você... não deveria fazer isso. — As palavras saíram em um sussurro rouco, quase inaudível.

Liandra — E por que não? — Perguntei, a provocação clara na minha voz.

Mia Corbell — Porque... — Ela lutava para manter a voz firme. — Como você mesma disse, fica difícil controlar...

Liandra — E é isso que você quer, Mia? Se controlar?

O silêncio que se seguiu foi intenso, quase opressor. A proximidade entre nós tornou impossível ignorar a corrente elétrica que pulsava no ar. Eu podia sentir a respiração dela contra meu rosto, cada pequena exalação quente e hesitante.

Mia Corbell — Li... — Ela começou, mas não parecia saber como terminar.

Liandra — Me diz, Mia. — Insisti, a voz baixa e firme. — Olha nos meus olhos e diz o que você realmente quer.

Mia hesitou, e por um breve segundo, achei que ela recuaria. Mas então, com uma determinação que a surpreendeu tanto quanto a mim, ela sussurrou:

Mia Corbell — Não está claro pra você?

Liandra — Talvez. Mas é sempre bom ter certeza.

Mia Corbell — E isso é suficientemente claro pra você?

Sem mais palavras, Mia me empurrou suavemente até que minhas costas encontrassem o encosto do sofá. Antes que eu pudesse processar, ela se acomodou no meu colo, os braços envolvendo meu pescoço, o corpo quente contra o meu.

Seus olhos azuis queimavam de um jeito que eu nunca havia visto antes, uma combinação de desejo e algo mais profundo, algo que me atraía como um ímã.

Liandra — Mia, eu... — Comecei, tentando formular qualquer coisa para quebrar o turbilhão que estava crescendo dentro de mim.

Mas antes que as palavras pudessem formar sentido, ela segurou meu rosto entre suas mãos e me beijou. A suavidade inicial daquele beijo contrastava com a urgência que eu sentia dentro de mim. Aos poucos, o toque hesitante se tornou mais firme, e em segundos, era como se estivéssemos explorando um território que sempre foi nosso, mas nunca ousamos reivindicar.

Era como se tudo ao nosso redor desaparecesse, e o único som que existia era o das nossas respirações entrecortadas e o batimento ensurdecedor dos nossos corações.

Cada segundo parecia incinerar o ar ao nosso redor. A textura dos lábios dela, a forma como nossas respirações se misturavam, e o calor que emanava dos nossos corpos me deixaram tonta. Era avassalador e, ao mesmo tempo, libertador. Eu sabia que estava atravessando uma linha que, uma vez cruzada, não havia retorno. E, pela primeira vez em tanto tempo, isso não me importava. Eu queria. Queria Mia. Queria tudo o que ela era, e pela primeira vez, estava disposta a me entregar sem restrições.

O beijo de Mia, tornou-se uma confissão silenciosa, um turbilhão de emoções que ela parecia derramar em mim, e eu absorvi tudo, sedenta por mais. A maciez de seus lábios, o calor de seu corpo pressionado contra o meu — era tudo tão visceral, tão real, que eu não conseguia mais pensar em nada além de continuar sentindo.

Quando o beijo se aprofundou, o mundo ao nosso redor desapareceu. Não havia mais o crepitar das chamas na lareira, o uivo distante do vento, ou mesmo a batida frenética dos nossos corações. Só havia ela, e tudo o que sentíamos naquele momento.

Minha mente estava em branco, cada pensamento foi substituído por uma única necessidade: mais. Mais dela, mais daquele toque, mais daquele beijo. Eu estava faminta por tudo o que havia reprimido por tanto tempo… faminta por ela.

Cada toque, cada suspiro, cada movimento parecia incendiar algo dentro de mim. Meus pensamentos se tornaram um borrão, e tudo o que eu conseguia pensar era em como eu a queria.

Senti o peso dela sobre minhas pernas quando nos separamos, apenas o suficiente para respirar, nossos lábios ainda se tocavam, nossos rostos tão próximos que nossas testas se encostavam. Mantivemos os olhos fechados, prolongando o contato, respirando juntas, como se o simples ato de nos afastarmos quebrasse algo precioso.

Abri os olhos lentamente, encontrando os dela mais uma vez. Havia uma vulnerabilidade ali que nunca vi com tanta clareza, um brilho de incerteza misturado ao desejo. E, ainda assim, Mia sorriu suavemente, com uma fragilidade que me fez querer segurá-la ainda mais.

Liandra — Eu... nós… — murmurei, a voz rouca, os pensamentos embaralhados. — Por que nós nunca fizemos isso antes?

Mia deu um pequeno sorriso, mas havia uma fragilidade ali, algo que me fez querer protegê-la, mesmo que ela fosse mais forte do que eu imaginava.

Mia Corbell — Porque você nunca teve olhos para mim... — Ela murmurou de volta sorrindo de um jeito triste, enquanto seu polegar traçava delicadamente a linha do meu queixo.

Aquelas palavras me atingiram com força.

Eu queria explicar tudo. Queria contar a ela sobre o quanto sempre significou para mim, o quanto do meu coração estava ali, nas mãos dela. Queria dizer como cada parte de mim sempre a quis, mesmo quando não sabia. Mas em vez disso, inclinei-me novamente, buscando seus lábios com uma intensidade que mal consegui controlar. Desta vez, o beijo foi tudo o que eu queria dizer e mais. Não havia hesitação, apenas um desejo desesperado de não perder mais nenhum segundo. era intenso, desesperado, como se ambos soubéssemos que, depois de tanto tempo, não havia mais como voltar atrás.

Minhas mãos deslizaram pela cintura dela, puxando-a para mais perto, sentindo cada curva de seu corpo enquanto ela se apertava ainda mais contra mim. Eu queria memorizar cada detalhe, o jeito que ela se movia, o som suave que escapava de seus lábios enquanto nossos corpos se entrelaçavam, estava me levando à beira da loucura.

Liandra — Mia... — murmurei entre os beijos, o calor crescendo entre nós. — Nós não...

Ela me silenciou com outro beijo, sua resposta clara sem precisar de palavras. A cada momento que passava, tudo parecia cada vez mais inevitável. E pela primeira vez, eu estava pronta para aceitar o que quer que viesse. Mia e eu, nós duas, finalmente deixando as palavras e medos para trás.

Quando ela se afastou um pouco, nossos olhos se encontraram mais uma vez, e a intensidade do que estávamos compartilhando era avassaladora. A noite parecia mais escura, o fogo queimando mais brilhante, e eu sabia que o que acontecesse a seguir mudaria tudo.

Mas, naquele momento, eu não tinha dúvidas.

•••

Continua…

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Comments

Maria Andrade

Maria Andrade

eu estava ansiosa por foi perfeito

2024-10-16

1

Maria Fabiana

Maria Fabiana

que capítulo maravilhoso 😍

2024-09-22

1

Bruna ♥️🤞

Bruna ♥️🤞

ualllll esse capítulo foi tudo , foi perfeito 😍

2024-09-20

1

Ver todos
Capítulos
1 Prólogo.
2 Capítulo 01: A tempestade antes da calmaria. Narrado por Liandra Colucci.
3 Capítulo 2. “Reencontros: Entre as sombras do passado e a tensão do presente.”
4 Capítulo 3. “Entre o Desejo e a Renúncia.”
5 Capítulo 4. “Ecos do passado.”
6 Capítulo 5. “Sombras do Passado.”
7 Capítulo 6. “A Beira do Incontrolável.”
8 Capítulo 7. “O silêncio das Palavras não Ditas.”
9 Capítulo 8. “Coração em Colapso.”
10 Capítulo 9. “Entre o Silêncio e a Esperança.”
11 Capítulo 10. “O caminho para Aceitação.”
12 Capítulo 11. “Uma Guerra Silenciosa.”
13 Capítulo 12. “O Reencontro Após o Silêncio.”
14 “Além das Palavras.”
15 “Um passo de cada vez.”
16 “ A cada batida, um momento entrelaçado.”
17 “Novas esperanças e velhas feridas.”
18 “Novas esperanças e velhas feridas.” Parte II
19 “Novas esperanças e velhas feridas.” Parte III
20 “Entre novas esperanças e velhas feridas: Cicatrizes.”
21 “Entre as chamas do passado: Um lugar chamado você!”
22 “Um lugar chamado você.”
23 “Entre beijos e sussurros.” +18
24 “A calmaria antes da tempestade.”
25 “O início da tempestade.”
26 “Jogo de poder.”
27 “O peso dos segredos: A escolha da proteção.”
28 “Verdades e suas consequências.”
29 “Ecos de um desastre.”
30 “Ecos da dor.”
31 “Entre a verdade e a omissão.”
32 “Medos e lembranças.”
33 “Entre silêncios e promessas.”
34 “Escolhas e confrontos.”
35 “No limite entre o medo e a coragem.”
36 “Reflexos de uma relação complicada.”
37 “ A tempestade interior.”
38 “O despertar.”
39 “Conselho.”
40 “Entre o dever e o desejo.”
41 “Entre confrontos e decisões; Vínculos.”
42 “Promessas e sacrifícios.”
43 “Correntes.”
44 “Entre nós.”
45 “O que sempre foi nosso.”
46 “ O mar dentro dela.”
47 “A arte de te resistir.”
48 “A arte de me perder em você.”
Capítulos

Atualizado até capítulo 48

1
Prólogo.
2
Capítulo 01: A tempestade antes da calmaria. Narrado por Liandra Colucci.
3
Capítulo 2. “Reencontros: Entre as sombras do passado e a tensão do presente.”
4
Capítulo 3. “Entre o Desejo e a Renúncia.”
5
Capítulo 4. “Ecos do passado.”
6
Capítulo 5. “Sombras do Passado.”
7
Capítulo 6. “A Beira do Incontrolável.”
8
Capítulo 7. “O silêncio das Palavras não Ditas.”
9
Capítulo 8. “Coração em Colapso.”
10
Capítulo 9. “Entre o Silêncio e a Esperança.”
11
Capítulo 10. “O caminho para Aceitação.”
12
Capítulo 11. “Uma Guerra Silenciosa.”
13
Capítulo 12. “O Reencontro Após o Silêncio.”
14
“Além das Palavras.”
15
“Um passo de cada vez.”
16
“ A cada batida, um momento entrelaçado.”
17
“Novas esperanças e velhas feridas.”
18
“Novas esperanças e velhas feridas.” Parte II
19
“Novas esperanças e velhas feridas.” Parte III
20
“Entre novas esperanças e velhas feridas: Cicatrizes.”
21
“Entre as chamas do passado: Um lugar chamado você!”
22
“Um lugar chamado você.”
23
“Entre beijos e sussurros.” +18
24
“A calmaria antes da tempestade.”
25
“O início da tempestade.”
26
“Jogo de poder.”
27
“O peso dos segredos: A escolha da proteção.”
28
“Verdades e suas consequências.”
29
“Ecos de um desastre.”
30
“Ecos da dor.”
31
“Entre a verdade e a omissão.”
32
“Medos e lembranças.”
33
“Entre silêncios e promessas.”
34
“Escolhas e confrontos.”
35
“No limite entre o medo e a coragem.”
36
“Reflexos de uma relação complicada.”
37
“ A tempestade interior.”
38
“O despertar.”
39
“Conselho.”
40
“Entre o dever e o desejo.”
41
“Entre confrontos e decisões; Vínculos.”
42
“Promessas e sacrifícios.”
43
“Correntes.”
44
“Entre nós.”
45
“O que sempre foi nosso.”
46
“ O mar dentro dela.”
47
“A arte de te resistir.”
48
“A arte de me perder em você.”

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