Enfurecido

Estava no escritório com meu irmão:

__ Que droga Caio, como você fez isso, dentro da minha casa caralho, como vou dizer para o meu sogro que meu irmão não consegue manter o pau dentro da calça e a honra da noiva de 17 anos, 17 anos cara, cadê a porra do seu juízo? — falei enfurecido, não conseguia acreditar que ele sendo meu consiglier, meu irmão faria isso, ele não disse nada, ficou de boca fechada o tempo inteiro, pelo menos isso.

__ Aconteceu cara, não tenho o que fazer — ele tinha a coragem de dizer isso.

__ Jura? É isso que vai me dizer, sabia do risco de transar sem camisinha e que não podia fazer isso — falei quebrando um copo na parede.

__ Cara, vai assustar as meninas, eu vou falar com o pai delas, eu não vou fugir e casaríamos logo, relaxa — ele falou e dessa vez ri alto.

__ Você está se ouvindo? Inconsequente né, mas é claro que vai falar com ele, mesmo que Fernanda tenha ficado aqui em casa até o casamento nunca a toquei, custava esperar — questionei e ele negou.

__ Eu sei que errei, mas não posso nem dizer que me arrependo, vou pedir que meu sogro volte de viagem e assumirei essa porra como um homem que sou — falou e uma batida na porta me trouxe a realidade.

__ Entre — falei e Lara entrou.

__ Desculpe incomodar, sinto muito por tudo isso, mas Fernanda está se sentindo mal, estou preocupada — quando disse isso eu corri para ela na sala.

__ Amor, o que está sentindo? — perguntei pegando em sua mão.

__ Não sei, meu peito está apertando e minha nuca dói, minha visão está turva, amor estou com medo — falou ela e me desesperei, sua pressão estava desregulada e grávida de seis meses acaba sendo mais perigoso ainda.

__ Vamos para o hospital — falei a pegando no colo, sua irmã veio junto chorando dizendo que era culpa dela e Caio a consolava.

__ Não temos tempo para isso agora Caio, diga para ela parar — falei já estressado.

__ Amor fica calmo, não é culpa dela, ela também está grávida, para de gritar — falou Fernanda tentando me acalmar.

Caio dirigiu e rapidamente chegamos ao hospital, mantínhamos ali os melhores médicos e ela foi logo atendida, Lara estava desolada e meu irmão ao seu lado o tempo todo, liguei para os meus sogros que já tinham voltado de viagem e pedi que me esperassem na nossa casa, que tínhamos um assunto bem sério para tratar, não falei que estava no hospital para não tumultuar aqui, isso a deixaria mais nervosa.

__ Senhor Don, sua esposa está estável, conseguimos regular a sua pressão, ela está aparentando muita preocupação e isso faz mal para o bebê, ela precisa de um ambiente de sossego agora, como sua pressão já abaixou pode ir para casa, aqui está a lista de medicações e orientações que ela precisa agora — entregou um papel — caso haja outros episódios a traga imediatamente — ele finalizou.

__ Posso vê-la Dr? — questionei e ele assentiu.

Fui até o quarto e ela estava com os olhos fechados alisando sua barriga, me aproximei e sem abrir os olhos ela pediu desculpa.

__ Não precisa se desculpar, você não fez nada, ainda bem que meu filho e minha esposa estão bem, mas não vamos te estressar com isso, não se preocupe que nem o Caio, nem a Lara serão agredidos ou algo do tipo, não se preocupe meu amor, vamos pensar no nosso filho — falei e ela sorriu, limpou as lágrimas do rosto e sorriu.

Fomos para casa e meus sogros já esperavam lá, levei Fernanda para o quarto e pedi que ela não saísse do quarto, não permitiria que nenhum grito fosse dado, e se alguém me desrespeitar pagará bem caro, tendo meu sangue ou não.

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