Já na metade de 2018, tudo somente piorava no meu casamento. Passei a fazer amor com a Allya apenas uma vez por mês. Minha esposa estava mais exausta que eu.
Ela perdia de duas a três horas entre idas e vindas o trabalho. Sua mochila estava sempre pesada com suas refeições, notebook e livros. Ela ainda dava conta dos cuidados com nossa casa. Ela estava mais magra e sua pele mais clara.
Certa noite ela me esperou para o jantar. A Allya me contou que haveria a escolha para editor chefe. Que ela era a funcionária com mais pontuação, pois as obras que ela escolhia eram as mais acessadas, procuradas na internet e vendidas em livros físicos.
Me lembro que não dei muita atenção, somente desejei boa sorte. Ela estava confiante e disse que a promoção a ajudaria a comprar uma condução.
Na manhã seguinte acordei e segui minha rotina, no trabalho por volta de 08:30 da manhã minha secretária Caroline transferiu uma ligação, eu ouvi a Allya dizer:
-Oi Amor.
-Oi Ly, porque não ligou no celular? questionei.
-Fui assaltada, levaram minha mochila com tudo dentro. Estou ligando do telefone da delegacia. –Respondeu apararentemente calma.
-E você está bem? –Questionei preocupado.
-Sim, foi só o susto e o prejuízo mesmo. –Respondeu e após abriu um silêncio.
Também fiquei em silêncio e senti pena dela. Após questionei sobre o tempo que ficaria na delegacia até fazer o boletim de ocorrência. A Allya me respodeu que ficaria ali por no mínimo duas horas. Eu prometi que logo estaria com ela e a levaria para casa.
Entrei em uma reunião com o senhor Abel e logo me esqueci da Allya. Conforme o ano havia passado muitos chefes havia desistido dos treinamentos e palestras. Acreditavam que o senhor Mondarêz apenas nos fazia de bobos, que nunca se aposentaria.
Após a reunião fiquei trancado na minha sala com a Emilly. Já éramos amigos e ela havia falado sobre a vida dela com sua mãe e o término com seu namorado.
Ela me seduzia com aquelas lindas curvas que dançavam juntamente com o balançar de seus longos cabelos negros. Quando ela se aproximava, eu sentia o cheiro de seu perfume. Era um aroma forte de ameixa e me deixava fora de mim.
Eu observava seus olhos escuros e sua boca carnuda, eu somente conseguia a olhar enquanto ela falava. Logo ouvi bater na porta e em seguida a Caroline entrou, ela fez cara de poucos amigos e disse:
-Senhor Conrado, precisa revisar estes arquivos, e assinar esses documentos. O prazo esta se esgotando, temos apenas uma hora.
-Se precisar liga no meu ramal. Já vou Conrado- Disse Emilly ignorando completamente a Caroline.
-Obrigada Emilly -Respondi fixado em suas curvas enquanto saia.
-Rhum, rhum- pigarreiou ou tossiu Caroline enquanto me olhava furiosa.
-Caroline você é uma excelente assistente administrativa aqui. É somente a madrinha de casamento por parte da Allya. Não pense que sabe tudo e não misture as coisas. –Eu disse imponente.
-Senhor Conrado, não sou eu que misturo as coisas aqui. Para mim aqui ou fora daqui é sempre senhor Conrado. A Allya é minha amiga, sou sua madrinha de matrimônio dentro ou fora daqui. Não sei de tudo, mas tenho certeza do que vejo. Não falo nada pois, quem está colocando tudo a perder é o senhor e quem pode mudar isto é só o senhor. –Respondeu ela com autoridade.
Me calei, pois sabia que a Caroline tinha razão. Ela se sentou e seguimos a rotina de trabalho. Depois ela pediu autorização para sair mais cedo, tinha um assunto pessoal e urgente.
Quase todos foram embora e eu continuei trabalhando. Ao sair para ir embora, encontrei o Rômulo, meu amigo de república e Faculdade. Ele era consultor financeiro e estava a procura de um sócio para expandir seus negócios. Ele queria uma empresa contábil e consultoria financeira em um só lugar.
Trocamos contatos e combinamos de nos encontrar. Ele se despediu e caminhou alguns metros. Eu o invejei quando vi sua linda família. Sua esposa dirigia um carro de luxo e seus dois filhos acenaram eufóricos para ele. Ele tinha tudo, sucesso financeiro, sua própria empresa e uma linda família.
Cheguei em casa exausto e quando coloquei a chave na fechadura. Me lembrei da Allya... Fechei os olhos, serrei os lábios e suspirei fundo. Ao abrir a porta fiquei chocado. Lá estava o deus grego, o Narciso, a perfeição de nome Pérsio.
O encarei e senti vontade de socar a cara dele. Se bem que a briga seria boa, o cara era um monstro de forte. Ele me encarou furioso e se dirigiu ao sofá. Só então percebi a Allya deitada no colo da Caroline. A Allya estava enrolada em um cobertor e dormia. Bufei feito um boi bravo quando o Pérsio beijou a testa da minha esposa. Depois beijou o rosto da Caroline e pegando dois capacetes, disse se dirigindo à porta:
-Obigada por tudo Carol. Sinto muito nos conhecermos em uma situação tão triste. Se quiser carona me avise, estarei por perto.
Logo a porta se fechou e eu fiquei sem palavras ao ver o olhar de ódio da Caroline para mim. Ela se levantou calmamente segurando o pescoço a Allya e disse:
-Senhor Conrado, ela ficou esperando o senhor por horas na delegacia. Ela estava em choque, foi um assalto a mão armada! Por sorte o Pérsio ficou sabendo do ocorrido por meio do chefe deles e foi para lá.
Eu baixei a cabeça envergonhado.
-Ele perguntou para quem deveria ligar e ela passou meu número. Ele falou comigo e passou o telefone para ela. Saí e os encontrei aqui no portão. Tenha uma boa noite Senhor Conrado!- Disse Caroline furiosa saindo.
Peguei minha esposa no colo com o coração cheio de culpa, por tudo que ela havia passado. Enquanto eu caminhava em direção à cama a ouvi dizer, dormindo:
-Conrado. Porque sinto que estou perdendo você?
Eu a beijei levemente e pensei que eu conseguiria colocar as coisas no lugar, a Allya merecia isso.
Caroline
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Atualizado até capítulo 71
Comments
VÓ CICI
Agora eu ri com gosto 😁😁😁
2024-08-27
1
Ana Isa
que ódio deste traste ,tá na hora de virar o jogo
2024-08-20
1
Romantico Anonimo
A Allya é mto compassiva com ele, por isso ele folga com ela
2024-08-20
1