De posse das informações, Amanda passou o resto do dia organizando seu plano para encontrar e finalmente prender Bruno. Ele estava em um local de difícil acesso na periferia da cidade, mais especificamente em uma favela fora de sua jurisdição. Por esse motivo, ela teve que lidar com algumas questões burocráticas que demandaram um tempo superior ao planejado, mas, ao final do dia, estava finalmente pronta para executar seu plano.
Amanda e outros policiais da confiança de Heitor, o delegado responsável por aquela área, iriam entrar disfarçados na favela para não alertar os criminosos e prender quantos conseguissem. Antes de partir, Amanda ligou para o hospital para saber como estava Henrique. Ao saber que ele estava começando a reagir aos tratamentos, encontrou a força necessária para fazer o que precisava ser feito.
Heitor forneceu um mapa exato da região, o que permitiu definir o caminho mais seguro para chegar ao ponto onde Natanael indicara ser o esconderijo de Bruno. Para não levantar suspeitas, dividiram-se em grupos de duas ou três pessoas e seguiram por caminhos diferentes, combinando os próximos passos por meio de pequenos dispositivos de comunicação.
Graças ao pensamento rápido de Amanda e Heitor, eles avançavam rapidamente, chegando cada vez mais perto do objetivo. Encontraram alguns dos fugitivos e até bandidos que Heitor estava à procura, mas não tinha pistas de seus paradeiros. Algumas prisões foram rapidamente efetuadas, algumas de forma fácil, outras nem tanto. Amanda estava se aproximando do suposto esconderijo de Bruno quando ouviu uma troca de tiros e ficou preocupada.
“Algum problema aí? Onde e com quem está acontecendo o tiroteio?” questionou Amanda.
“Está tudo sob controle, Amanda! Apenas me deparei com o chefe deles. Não é meu dia de sorte?” brincou Heitor, e ela podia ouvir os tiros e os gritos dos policiais, percebendo a intensidade do confronto. “Pode ir atrás do seu fugitivo. Daqui a pouco, eu chego aí para ajudar,” concluiu ele, voltando para o confronto.
Sabendo que o chefe do local havia sido encontrado, Bruno possivelmente já estaria sob aviso, então eles precisavam agir rapidamente. Arthur, era um dos policiais ao lado de Amanda, chamou mais quatro agentes, enquanto os outros ajudavam Heitor.
Como era de se esperar, Bruno estava ciente da invasão, e quando Amanda se aproximou do pequeno prédio onde ele estava escondido, viu-o fugindo pela janela, dando início a uma intensa perseguição. Bruno era rápido, mas Amanda e seus companheiros não ficavam muito atrás. Boa parte do percurso passava por entre transeuntes, o que fez Amanda hesitar em usar sua arma. Porém, ao entrarem em uma rua pouco movimentada, ela aproveitou a oportunidade para fazer um disparo rápido, acertando a perna dele e fazendo-o cambalear.
Mesmo ferido, Bruno pegou sua arma e virou-se para tentar atirar, mas a dor forte o fez errar o alvo. Sem saída, ele entrou em um galpão cheio de materiais de construção, na esperança de encontrar outra saída, mas, para seu azar, aquela era a única porta. Amanda e mais quatro policiais entraram, apontando suas armas para Bruno, que levantou as mãos em rendição.
“Vejo que realmente não deveria ter subestimado você,” brincou Bruno com um sorriso cínico.
“Coloque a arma na mesa!” ordenou Amanda, e Bruno, sem saída, colocou sua arma sobre uma mesa empoeirada ao seu lado. “Bruno, você tem razão, seu maior erro foi me subestimar. Você poderia ter seguido um caminho diferente na sua vida, mas agora eu vou pessoalmente garantir que você não consiga machucar mais ninguém.”
“Que isso, Amandinha! Tudo isso porque eu mandei dar uma surra no seu amorzinho? Você devia estar velando seus últimos momentos de vida e não aqui me perturbando,” respondeu Bruno, debochando da situação. “Você pode até ter esses policiais sob controle, mas não é ninguém sem eles,” provocou deliberadamente.
Enquanto ele estava falando, Heitor e outros policiais chegaram. Ao ver o olhar de Amanda, Heitor entendeu perfeitamente o que ela queria fazer e não tentou impedi-la. No passado, Amanda já o havia ajudado e, ao ouvir o que Bruno dissera, lançou-lhe um pequeno olhar de confirmação.
“Você acha mesmo que eu preciso deles para te prender? Não, eu não preciso,” disse Amanda, com um sorriso arrogante.
Após mandar os policiais guardarem suas armas, ela pegou as algemas que carregava e se aproximou de Bruno. Ele não conseguia acreditar que ela havia realmente caído na sua provocação e, ainda que ela tivesse algum plano, era apenas uma mulher. Dessa forma, ele poderia reverter a situação e usá-la como refém para sair dali. Ou foi pelo menos o que ele pensou. Ao vê-la se aproximar o suficiente, ele fez menção de pegar a arma em cima da mesa, mas antes que suas mãos alcançassem-na, Amanda desferiu um tiro no seu peito, fazendo ele cair de joelhos no chão.
"Você…" tentou falar, mas um pouco de sangue saía de sua garganta; o tiro tinha acertado seu coração.
"Você achou mesmo que eu iria deixar você escapar dessa com vida?" sussurrou Amanda em seu ouvido, deixando-o aterrorizado.
"Todo mundo está de prova que foi legítima defesa," disse Heitor, e foi a última coisa que Bruno escutou antes de seu corpo cair sem vida no chão, ao lado de Amanda.
Mantendo a postura, Amanda voltou-se para os policiais, agradecendo a todos pela colaboração. Ela sentia como se tivesse tirado um peso dos ombros, embora o coração ainda doesse por não saber se Henrique sobreviveria.
"Não tem nada que agradecer, afinal, estamos apenas fazendo nosso trabalho," disse Heitor, dando tapinhas em seus ombros. "Agora vá para casa descansar que nós cuidaremos de tudo a partir daqui."
Após agradecer novamente, Amanda decidiu que era hora de voltar para casa. Ela estava cansada e precisava de um descanso. Planejava relaxar um pouco antes de voltar ao hospital para verificar como Henrique estava. Com isso em mente, ela se despediu dos colegas e seguiu para sua casa, pronta para recarregar as energias. Ela sabia que a vida de policial não era fácil e mesmo não gostando dessa parte, ela não sentiu remorso pelo que havia feito naquela noite.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Aparecida Fabrin
acho que agora a paz vai treinar na vida deles e espero que Henrique fique bem.
2025-03-06
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Juliana Vicentina da Costa Nerys
E nem o que ter remorso de nada, por causa de um infeliz.
2024-12-24
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Vanessa Costa
essa é a melhor delegada👏👏👏
2024-12-13
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