A cada passo que Henrique dava dentro do túnel, seu coração batia mais acelerado; era uma situação totalmente nova para ele. Bruno, ao seu lado, ria de felicidade por não ter que fazer muito esforço. Vitória estava ainda mais satisfeita por saber que Henrique ainda estava em suas mãos. Eles se aproximaram rapidamente das crianças, e Vitória parou o carro, já preparada para sair de lá com suas vítimas e seus comparsas.
Porém, não esperavam que Henrique estivesse realmente enganando-os; achavam que ele era covarde demais para sequer pensar em ir contra eles, mas se enganaram. Quando estavam perto o suficiente, perceberam que as crianças, na verdade, eram apenas manequins. Imediatamente, a visão deles foi cegada pelo farol de várias viaturas que se escondiam na escuridão do túnel. Vários policiais saíram das viaturas ou de trás dos materiais de construção, apontando suas armas para eles.
Em um movimento ágil e instintivo, Bruno pegou uma arma que carregava na cintura e apontou para a cabeça de Henrique. Vitória apenas levantou as mãos no carro, atordoada com a ousadia de seu antigo amante.
"Bruno, você está cercado, o que pretende fazer com isso? Apenas se entregue," gritou Amanda após sair de uma das viaturas.
"Acho melhor você mandar seus colegas abaixarem as armas ou eu estouro os miolos dele," ordenou Bruno.
"Aponta bem aqui ó," disse Henrique, apontando para o peito. "Aproveita que ele tá se escondendo atrás de mim e já resolve o caso," completou Henrique sorrindo, mas deixando todos atordoados, principalmente Amanda, que, apesar de admirar sua ousadia, percebeu a falta de amor à própria vida que parecia não mais existir nele.
"Vamos entrar em um acordo, Bruno," pediu Amanda, ignorando Henrique.
"Já falei, manda seus amiguinhos abaixarem as armas e se afastarem do carro," insistiu Bruno.
Amanda sabia que isso poderia ocorrer, razão pela qual não havia sugerido o plano desde o início; temia as possíveis consequências. No entanto, diante da situação, estava disposta a arriscar tudo em uma perseguição, se necessário. Decidida, pediu aos policiais que atendesse às exigências de Bruno.
Quando viu os policiais recuando, Bruno começou a arrastar Henrique em direção ao carro, ordenando que Vitória o ligasse e abrisse a porta. Empurrando-o para longe, Bruno entrou no veículo e, enquanto Vitória acelerava, disparou a arma contra Henrique, que caiu no chão.
Sem demora, Vitória acelerou o carro com tanta rapidez que colidiu com algumas viaturas, afastando-as do caminho. Em questão de segundos, deu-se início a uma intensa perseguição policial que decidiria o futuro desses dois fugitivos. Amanda, após dar a ordem de perseguição, correu até onde Henrique estava. Rasgando a camisa de Henrique, ela suspirou aliviada por o colete à prova de balas tê-lo protegido.
"Não sabia que anjos eram tão agressivos," brincou Henrique, tentando se levantar, mas sem forças, ele aceitou a ajuda de Amanda para ficar um pouco sentado, enquanto se apoiava nela. "Você não deveria estar perseguindo os criminosos?"
"Eu não participo de perseguições; é o bom de ser chefe," brincou Amanda, tentando aliviar a tensão.
Henrique, ao ouvi-la, abriu um sorriso gentil e desmaiou. Amanda não ficou surpresa, pois sabia que ele só estava acordado por causa da adrenalina, mas agora seu corpo finalmente sentia o impacto da bala, que, mesmo com o colete, causava muita dor. Então, chamou uma equipe médica e ficou esperando com ele, enquanto fazia carinho em seus cabelos.
A perseguição para pegar Bruno e Vitória foi intensa. Eles desviavam dos carros sem perder a visão dos fugitivos, que por vezes faziam manobras muito arriscadas. Após alguns minutos, perceberam que os criminosos estavam tentando se afastar da cidade e entrariam em uma área florestal. Com a diminuição do trânsito, puderam aumentar a velocidade dos carros, o que tornou a perseguição ainda mais alucinante. Uma das viaturas estava se aproximando e os carros se colidiram, fazendo-os derrapar na pista.
Por sorte, a viatura do policial apenas bateu no parapeito da estrada. Já o carro onde estavam Bruno e Vitória derrapou em direção a um barranco, capotando algumas vezes e finalmente sendo parado por uma árvore. Nesse meio tempo, as viaturas estavam apenas se aproximando e não viram o que estava realmente acontecendo, mas escutaram o barulho da explosão.
Chegando perto do barranco, viram o carro pegando fogo, e esse fogo já começava a se alastrar pela floresta. Rapidamente, chamaram os bombeiros e esperaram até o fogo ser apagado para avisarem Amanda do que havia acontecido.
"E aí? Conseguiram pegar os criminosos?" questionou Amanda ao receber a chamada.
"Na verdade, no momento da perseguição, o carro dos fugitivos se chocou com o nosso, derrapando até um barranco. Bom, depois disso eu não vi o que aconteceu, mas presumo que ele tenha capotado algumas vezes até explodir," explicou o policial.
"Então os criminosos morreram?" questionou Amanda, olhando para a ambulância onde Henrique estava sendo cuidado.
"Quando os bombeiros apagaram o fogo, só foram encontrados os restos mortais de Vitória. Mas está de noite; vamos fazer buscas melhores durante o dia," respondeu o policial.
"Você acha que é possível que Bruno tenha sobrevivido? Qual foi a altura da queda?" questionou Amanda.
"É difícil dizer se ele sobreviveu, de qualquer forma, ele não deve ter ido muito longe; com certeza está ferido..." respondeu o policial.
"Então o encontre. Façam uma busca pela floresta imediatamente, Arthur," ordenou Amanda.
"Claro, chefe. Eu já imaginava que a senhora ia pedir isso e já estamos verificando as proximidades," afirmou Arthur.
"Ótimo. Qualquer coisa, me avise," pediu Amanda e, após despedir-se, foi até a ambulância ver como Henrique estava se sentindo.
Ele, que estava sentado na maca, a observava se aproximando com um olhar nada amistoso.
"Eu estou bem. Eles só me deram um analgésico, então já posso ir para casa," disse Henrique, sorrindo.
Mas, ao invés de Amanda responder, deu um tapa no rosto dele, que ficou vermelho logo em seguida. Os paramédicos, sem entender, saíram da ambulância, deixando os dois a sós, com medo do olhar ameaçador de Amanda.
"Você sentiu isso?" gritou Amanda.
"Senti sim, mas por que fez isso?" questionou Henrique, colocando a mão no rosto.
"Fiz isso para você lembrar a sensação toda vez que pensar em falar uma merda daquelas. Você é louco, por acaso?" disse Amanda, com um olhar furioso.
"Desculpa, eu não sabia que você iria ficar com raiva, além do mais, eu estava de colete, só estava o provocando na esperança dele se entregar" respondeu Henrique, baixando o olhar.
"Eu não estou com raiva, estou preocupada," afirmou Amanda, abraçando Henrique e deixando algumas lágrimas escaparem. Ele, por outro lado, chorava como uma criança. "Seu plano era muito idiota e eu poderia te perder não faça mais isso" completou Amanda, fazendo-o prometer que irá tomar mais cuidado.
Os dois continuaram abraçados por alguns minutos, até que Amanda, secando as lágrimas para que ele não as visse, se afastou.
"Vou contar o que aconteceu para Erick," disse com um olhar sério. Em seguida, ela saiu, deixando Henrique sozinho na ambulância.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Jeane Campos Campos
por causa de dinheiro perdeu a vida pelo menos essa não vai fazer mais mau a ninguém
2025-01-22
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Juliana Vicentina da Costa Nerys
Mas quando uma pessoa chora a outra percebe.
2024-12-23
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Aparecida Fabrin
eu acredito que Bruno ainda não morreu.
2025-03-05
0