Erick já estava guardando os projetos das crianças no carro, quando viu Amanda se aproximar. O semblante preocupado dela o deixou nervoso, mas ele tentou se manter calmo. Isabela, ao vê-la, correu na sua direção, abraçando-a e mostrando uma pequena medalha de ouro.
"Olha, tia Amanda! Eu que ganhei!" dizia ela, saltitando enquanto exibia a medalha.
"Que incrível, meus parabéns!" felicitou Amanda, fazendo carinho nos cabelos de Isabela.
"O Léo também ganhou uma, vem Léo, mostra!" chamou Isabela, e Leonard se aproximou, mostrando sua medalha.
"Vocês são muito inteligentes," elogiou Amanda. "Mas agora preciso falar algo muito importante com seus pais."
Erick pediu que as crianças entrassem no carro, e então ele e Raquel foram até Amanda, que contou tudo o que havia acontecido. A cada palavra, a tensão dos dois aumentava. Por mais cruel que Vitória fosse, ainda era difícil ouvir que ela havia morrido daquela forma.
"Você acha que o Bruno ainda está vivo? É possível que ele tenha sobrevivido a uma queda dessas?" questionou Erick, apreensivo e com sentimentos confusos.
"É difícil dizer, mas coloquei meus melhores agentes para fazer uma busca em toda a área. Se ele sobreviveu, deve estar muito ferido e não deve ir muito longe," respondeu Amanda.
"Espero que vocês consigam pegá-lo logo. Isso é tão assustador," disse Raquel, segurando a mão de Erick.
"Faremos o nosso melhor, mas não relaxem na segurança. Podemos esperar qualquer coisa dele," sugeriu Amanda. Em seguida, se despediu, prometendo dar mais informações quando os policiais terminassem as buscas.
Ao retornar para a ambulância onde Henrique estava, Amanda o viu se afastando, sem camisa. Ela observou suas costas definidas e sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Respirou fundo, tentando controlar seus pensamentos e sentimentos.
"Posso saber por que você está quase pelado e para onde vai assim? Quer pegar um resfriado?" questionou Amanda, aproximando-se.
Henrique virou-se, com uma expressão confusa, mas Amanda só conseguia prestar atenção em seu peitoral, especialmente na marca que a bala havia deixado. Engolindo em seco, ela apenas o encarou, esperando uma resposta.
"Eu queria estar usando uma camisa agora, mas você rasgou a minha," brincou Henrique, como se estivesse reclamando. "Chamei um táxi, ele deve chegar a qualquer momento," acrescentou, mexendo no cabelo e tentando disfarçar o nervosismo.
"Não é seguro você ir de táxi. Eu vou te levar para casa!" informou Amanda rispidamente, enquanto segurava a mão de Henrique e o arrastava até seu carro, sem dar chances para ele recusar. "Desculpa pelo tapa, ainda está doendo?" perguntou ela após começar a dirigir.
"Tá doendo um pouquinho, mas eu vou sobreviver," respondeu Henrique de forma dramática, mas com um sorriso no rosto.
"Que bom!" disse Amanda, suspirando.
Seus pensamentos oscilavam entre o caso e o trânsito e ela estava sempre com um olhar sério. Henrique percebeu que ela estava distraída e resolveu não conversar muito. Mesmo assim, Amanda perguntava várias vezes se ele estava realmente bem, como se não acreditasse em suas respostas.
"Você quer subir? Sei que você não comeu nada a noite inteira," perguntou Henrique quando Amanda estacionou para ele descer.
"Eu preciso ir até o local do acidente, não tenho tempo," respondeu Amanda.
"Seus policiais já estão lá, não estão? Vamos, em poucos minutos eu preparo um sanduíche rápido, só para você não ir de barriga vazia," insistiu Henrique.
"Tudo bem, mas só se for rápido," respondeu Amanda, desligando o carro.
Enquanto subiam para o apartamento de Henrique, ele a observava com um sorriso travesso. Quanto mais a via, mais sua imagem de mulher brava desaparecia, e ele começava a achá-la muito fofa. Seu olhar pousou nos lábios dela, mas ele desviou rapidamente, receoso de que ela tivesse percebido. Ao entrar, ele pediu que ela esperasse sentada no sofá, mas Amanda insistiu em acompanhá-lo até a cozinha, dizendo que seria mais rápido.
Amanda sentou-se em uma das cadeiras da mesa e observou Henrique habilmente preparar os sanduíches. Ele ainda não havia colocado outra camisa, e ela podia apreciar cada detalhe de seu corpo. Pensamentos inesperados surgiram sobre o que mais ela poderia ver. Respirando fundo, tentou focar no caso, mas logo que ele colocou um prato à sua frente com um sanduíche e um copo de suco de laranja, e sentou-se ao seu lado, os pensamentos retornaram rapidamente.
"Não sabia que você era bom na cozinha," brincou Amanda após experimentar o sanduíche.
"Sou bom em muitas coisas," respondeu Henrique, piscando o olho para ela.
"Você também é bom em não sentir frio? Por que ainda não colocou uma camisa?" questionou Amanda, voltando a comer para evitar olhar para ele.
"Meu corpo é bem quente, então não costumo sentir frio. Quer sentir?" disse Henrique, aproximando-se de Amanda até seus rostos ficarem bem próximos.
Percebendo a aproximação, Amanda instintivamente colocou a mão no peito dele, com a intenção de afastá-lo, mas ao sentir o calor, teve vontade de tocar um pouco mais. Quando seus olhos se cruzaram, os dois perceberam que estavam sentindo a mesma coisa. Entregando-se aos sentimentos, fecharam os olhos e aproximaram os lábios. Porém, quando estavam prestes a se beijarem, foram interrompidos por uma chamada no celular de Amanda.
"O que foi, Arthur? Vocês encontraram o Bruno?" questionou Amanda, decepcionada pela interrupção.
"Infelizmente não, mas encontramos um rastro de sangue. Já rastreamos toda a área e nada de encontrá-lo. Me pergunto se ele conseguiu pedir ajuda enquanto os bombeiros apagavam o fogo," respondeu Arthur.
"Tudo bem, já estou indo para aí para entender melhor o que aconteceu," disse Amanda, despedindo-se.
"Você não vai terminar de comer?" perguntou Henrique, vendo-a se levantar.
"Já comi o suficiente, até mais," respondeu Amanda, beijando a bochecha de Henrique e saindo sem olhar para trás.
Henrique se sentiu frustrado, mas a acompanhou até a porta. Ele queria muito sentir o sabor de seus lábios, mas entendia que ela tinha trabalho a fazer e apenas a observou entrando no elevador com um sorriso bobo. Fechando a porta, ele encostou-se, suspirando ao lembrar do que havia acontecido minutos atrás.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Neuza Japoneuza
eu acho que vitória não morreu.... praga afff
2024-11-18
1
Fatima Vieira
tomara q realmente a vitoria tenha morrido
2025-02-06
1
Jeane Campos Campos
concordo
2025-01-22
0