Após algumas semanas fora da cadeia, Henrique, utilizando suas habilidades, conseguiu vender seu apartamento. Como o imóvel não estava em boas condições e, devido à necessidade de muitas reformas, teve que aceitar um valor abaixo do mercado.
Com o dinheiro em mãos, começou a procurar lugares para comprar e iniciar sua pequena empresa. Sabia o quanto seria difícil conseguir emprego sendo ex-presidiário, então decidiu arriscar. Um dos lugares que considerou ideal era um shopping movimentado, pois não precisaria investir muito em marketing, já que as pessoas que estivessem fazendo compras poderiam se interessar em conhecer sua empresa.
Quando estava quase chegando ao local, viu Amanda saindo de uma loja, carregando algumas sacolas de compras. Ela parecia completamente diferente do habitual: usava um vestido preto justo na altura do joelho, que destacava suas curvas sensuais. Seus longos cabelos negros estavam soltos, e Henrique ficou admirado com a delicadeza de seu rosto, a ponto de não conseguir pensar em mais nada por um momento.
Ao perceber que ela estava vindo em sua direção, escondeu-se atrás da parede de uma das lojas e fechou os olhos, rezando para que ela não o tivesse visto. Alguns segundos depois, conseguiu coragem para verificar se ela já havia ido embora. Quando não a viu, soltou um suspiro de alívio. No entanto, ao olhar para o outro lado, viu Amanda com os braços cruzados, olhando para ele de uma forma que não conseguia decifrar seus pensamentos.
"Oi..." disse ele com um sorriso nervoso.
"Posso saber por que você estava se escondendo?" questionou Amanda, arqueando uma sobrancelha.
"Eu não estava me escondendo de você, jamais!" respondeu Henrique, olhando rapidamente para o decote do vestido de Amanda e desviando o olhar na mesma velocidade.
"Então me diga, o que estava fazendo aqui?" questionou Amanda lentamente, enquanto se aproximava cada vez mais de Henrique, que instintivamente se afastava até encostar suas costas contra a parede. Amanda estava tão próxima que ele conseguia sentir sua respiração.
Sabendo que não poderia escapar, forçou-se a encará-la. Olhando de perto, pôde ver melhor seus belos olhos castanhos e não resistiu a olhar para os lábios dela, que estavam cobertos por um batom vermelho provocante. Involuntariamente, soltou um sorriso bobo e tentou se recompor.
"Eu vim conhecer um lugar que quero alugar para abrir meu negócio. Parei para respirar um pouco. Meu coração é fraco e me canso rápido," disse ele, deixando outro sorriso escapar.
"E esse sorriso bobo, também é por causa do coração fraco?" questionou ela, sem se afastar.
"De... desculpa, prometo que não vou mais olhar assim para você. Eu só fiquei encantado porque você está muito bonita," respondeu ele, sem saber para onde olhar.
Amanda, ao perceber suas bochechas coradas, se afastou rindo, pensando em como ele se apaixonava tão rápido, mas gostando da forma como ele a olhava. Olhando para um ponto distante, ela avistou Pedro, que vigiava Henrique e que parecia se divertir com a cena.
"Se você tiver tempo, quero que venha comigo tomar um café. Eu quero falar com você..." pigarreou Amanda, "... sobre o possível sequestro dos filhos de Erick."
"Eu tenho tempo, sim. Na verdade, cheguei mais cedo e o dono do lugar ainda não deve ter chegado," informou Henrique. Amanda então segurou sua mão e o puxou para um café próximo.
Chegando ao local, Henrique puxou a cadeira para Amanda se sentar. Ela aceitou a gentileza com um sorriso, colocando suas sacolas em outra cadeira. Henrique deu a volta na mesa e sentou-se do lado oposto.
"O que desejam?" perguntou gentilmente o garçom se aproximando.
"Para mim, apenas um café expresso," respondeu Henrique.
"Quero um cappuccino e um bolo de cenoura," pediu Amanda.
"Então, o que você deseja saber?" indagou Henrique, quando o garçom trouxe seus pedidos.
"Qualquer detalhe que você achar relevante. Está sendo difícil encontrar essa dupla de criminosos," respondeu Amanda. Sem perder tempo, Henrique contou tudo o que sabia.
"Ele deve saber que estou solto e, inteligente como é, já deve imaginar que eu o delatei," finalizou Henrique.
"Eu imagino, mas ele vai cometer um erro e eu estarei lá para prendê-lo," afirmou Amanda. "Agora me fale, você conseguiu vender seu apartamento? Conseguiu um bom valor?"
"Consegui, sim. Considerando o estado em que ele estava, até que ganhei bastante na venda. Seu Joaquim, o porteiro do meu prédio, também me ajudou, cuidando um pouco do meu apartamento enquanto eu não estava," respondeu Henrique com um sorriso maroto.
"Você é muito bom nisso. Que bom que alguém te ajudou. Não é fácil vender imóveis, principalmente no estado do mercado hoje em dia," disse Amanda, impressionada.
"É, eu sou realmente muito bom no que faço. Mesmo estando tanto tempo longe, ainda sei fazer muito bem meu trabalho," afirmou Henrique com um sorriso orgulhoso.
"E que tipo de negócio você pretende abrir?" questionou Amanda, admirando a mudança de comportamento dele.
"Eu pretendo abrir uma consultoria financeira, mas não sei se vai dar certo. Afinal, quem buscaria consultoria de um ex-presidiário?" respondeu Henrique, tentando sorrir.
"Você já pagou pelo que fez. Não se apegue ao seu passado, apenas tente ser alguém melhor," disse Amanda, tentando animá-lo.
"Me fale um pouco sobre você agora?" questionou Henrique, mudando de assunto. "Por que você não se casou?"
"Por que você acha que eu não sou casada?" replicou Amanda.
"Você não usa aliança, então eu supus que não seria..." respondeu Henrique.
"Eu já fui casada, mas não éramos compatíveis," disse Amanda, sorrindo.
Os dois conversaram mais um pouco e Amanda, por curiosidade, acompanhou Henrique até o local que ele iria alugar. Ele, com um sorriso brilhante, aceitou sua companhia e juntos examinaram cada parte do local. Era pequeno, mas confortável, com uma pequena recepção com um balcão, onde alguém poderia atender os clientes, e um pequeno escritório. Ainda não tinha móveis, mas isso não era difícil de resolver. Do lado oposto à entrada, um banheiro completava o total de cômodos disponíveis.
Henrique conversou com a dona do local, usando todo seu charme para conseguir um desconto. Amanda, embora achasse que ele era muito esperto por economizar, não estava nada satisfeita com o comportamento dele; a mulher às vezes passava as mãos entre as mechas dos cabelos como se estivesse hipnotizada pelo sorriso de Henrique. Para manter a pose de durona, Amanda não demonstrou o que estava sentindo.
"Eu preciso ir, tenho trabalho a fazer," disse ela de forma ríspida ao se despedir e saiu com um semblante nada agradável, deixando Henrique totalmente confuso.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Aparecida Fabrin
delegada com ciúmes do Henrique../Angry/
2025-03-05
0
Fatima Vieira
kkkkkk
2025-02-06
0
Juliana Vicentina da Costa Nerys
Se Deus mal cara, por dar mole demais.
2024-12-20
2