O homem, que ainda não tinha falado o motivo de estar atacando Henrique, colocou a faca na mesa e andou na direção do banheiro coma a intenção de pegar as crianças. Porém, Henrique foi mais rápido e chegando primeiro, tentou impedir que ele passasse.
"Sai da frente, Bruno vai-me dar um bom dinheiro se eu levar essas crianças para ele" disse o homem empurrando Henrique.
Entretanto, Henrique permaneceu firme, sem mover um centímetro sequer. O agressor arregalou os olhos de raiva e começou a socá-lo, mas sem sucesso. Apesar da dor intensa, Henrique não se abalou, mesmo quando um soco no estômago o fez cuspir sangue.
"Vamos lá, sei que você era comparsa do chefinho. Ele me mandou aqui para vingá-lo pelo que você fez, mas tenho certeza de que, se você entregar essas crianças, ele vai te perdoar por tê-lo traído e entregado o esquema dele," disse o homem, tentando persuadi-lo.
"Não, nem morto eu deixo você tocar nelas, desista!" respondeu Henrique determinado.
Quando falava, saia um pouco de sangue e ele pareceu fraquejar um pouco, mas voltou a permanecer firme na sua tentativa de impedi-lo, olhando para o homem fixamente. Percebendo que ele não cederia, o homem foi até a mesa e pegou a faca. Sem forças, Henrique não conseguiu reagir e já havia recebido três facadas nas costelas quando Pedro que o vigiava finalmente chegou. Amanda tinha mandado ele ficar por mais tempo justamente por temer uma possível vingança.
"Mão na cabeça" gritou Pedro apontando sua arma para ao homem, que de relance viu a arma, então obedeceu-o.
Rapidamente o policial o algemou, pegando seu celular, pediu reforços e uma ambulância. Henrique, que ainda estavam em estado de choque, começou a cair em si e percebendo que as crianças estavam a salvo, relaxou o corpo. Contudo, isso fez ele cair de joelhos e logo em seguida desabafar completamente no chao, perdendo o pouco de consciência que ainda lhe restava.
"Tio Henrique? Você está bem?" gritou Isabella do banheiro, fazendo o policial entender o que estava acontecendo.
"Ele está bem, menina! Mas não saiam ainda, eu já venho lhes buscar," pediu o policial enquanto saía arrastando o homem.
Isabella ouviu, mas estava muito preocupada com Henrique, pois não escutou sua voz. Com um rompante, abriu a porta. Antes que ela conseguisse ver qualquer coisa, Leonard tapou seus olhos com as mãos, impedindo-a de ver o estado em que Henrique se encontrava.
"Solta, Leo, me deixa ver, eu quero saber se o tio tá bem," pediu Isabella, tentando tirar as mãos de Leonard.
"Não, depois você vê. Você não pode ver isso ou vai ter pesadelos," disse Leonard, conduzindo Isabella à força para fora da sala.
Ao chegar lá fora, ele tirou finalmente as mãos dos olhos de Isabella, que tentou voltar para ajudar Henrique, mas ele a impediu. Alguns minutos depois, uma equipe médica chegou com uma maca e algumas maletas, entrando para ajudar Henrique. Leonard estava abraçando Isabella quando viu seus pais, acompanhados pelos seguranças, correndo em sua direção.
"Vocês têm noção do que fizeram? Fugiram da escola para quê? "O que estão fazendo no shopping?", perguntou Erick. Ele descobriu onde estavam usando a localização do GPS no celular de Leonard.
"O titio tá morrendo, papai," lamentou Isabella, soltando Leonard e abraçando seu pai.
"Tio? De quem você tá falando?" questionou Raquel, confusa.
"Por algum motivo, ela decidiu chamar Henrique de tio," respondeu Leonard, com os olhos vermelhos.
"Henrique?" questionou Erick, quase em um sussurro. Então, ele olhou para a fachada do lugar e viu o nome de Henrique.
"O que aconteceu? O que vocês estão fazendo aqui?" perguntou Erick, fazendo carinho no cabelo de Isabella, que ainda chorava.
Antes que pudesse ter uma resposta, viu Henrique ser carregado em uma maca e sua secretária o acompanhando. Seu estado era lamentável; era difícil dizer se ele estava vivo ou morto, instintivamente, ele escondeu o rosto de Isabella no seu peito, para que ela não conseguisse ver a cena.
"Crianças, eu não falei para vocês ficarem no banheiro?" questionou o policial, que havia levado o homem para uma viatura.
"Eu queria cuidar do tio, mas o Leo nem me deixou vê-lo," reclamou Isabella, tentando enxugar as lágrimas.
Após receber um olhar preocupado de Erick e Raquel, o policial explicou o que havia visto. Quando chegou ao local, a secretária de Henrique estava amarrada e amordaçada. Ao tirar a mordaça, ela pediu para ajudar Henrique, e assim ele fez. Henrique estava tentando impedir que o homem chegasse ao banheiro, onde as crianças estavam escondidas, e por isso estava naquele estado. O policial não tinha conhecimento do que havia acontecido antes ou o motivo pelo qual o homem tentou pegar as crianças, mas disse que o homem estava preso e que iria investigar.
"Preciso ligar para Amanda para avisar o que aconteceu. Com licença," disse o policial, afastando-se.
Ao saber de tudo, Raquel e Erick abraçaram seus filhos. Quando Raquel abraçou Leonard, ele finalmente chorou, ainda em choque pelo que havia acontecido.
"Ainda quero saber o motivo da fuga de vocês, mas vamos deixar isso para depois. É melhor irmos para casa, vocês tiveram um dia cheio," disse Erick, pegando Isabella no colo.
"Mas eu queria ver o tio Henrique, pai, eu queria cuidar dele," choramingou Isabella.
"Ele acabou de ser levado para o hospital, ainda não pode receber visitas," disse Raquel, fazendo carinho no cabelo de Isabella.
"Quando ele puder receber visitas, você me leva, papai?" perguntou Isabella.
"Claro!" respondeu Erick, sorrindo. Ele sabia que as chances de Henrique sobreviver eram poucas, mas não queria preocupá-la.
Raquel segurou a mão de Leonard e todos foram para casa. Os seguranças os seguiam de perto, com medo de perderem seus empregos por deixarem as crianças fugirem.
...****************...
"Dona Amanda, eu sinto muito, eu errei," Pedro quando sua chamada foi atendida.
"Do que você está falando, Pedro?" questionou Amanda, apreensiva.
"Deixei Henrique sozinho por um minuto para ajudar uma mulher que estava sendo assaltada e quando voltei…" disse Pedro, hesitando.
"Quando você voltou, o quê? Fale logo." repreendeu Amanda.
"Um homem tinha invadido o lugar, amordaçou a secretária dele e, não sei por quê, mas os filhos de Erick estavam lá. Para protegê-los, Henrique os escondeu no banheiro. Então, o homem o espancou e o esfaqueou," explicou Pedro.
"E como ele está?" questionou Amanda, com o coração pesado.
"Sinto muito, eu parei o homem e o prendi, mas no estado em que ele está, receio que não sobreviva," respondeu Pedro.
"Você sente muito? Você vai sentir muito se ele não sobreviver! Que assalto foi esse que te deixou longe dele por tanto tempo? Me mande o endereço do hospital para onde ele foi enviado agora!" disse Amanda, sem dar tempo de Pedro responder.
"Sim, senhora!" respondeu Pedro e mandou o endereço o mais rápido que pôde. Ele podia ver a interação entre os dois e, de longe, percebeu que Amanda estava gostando de Henrique, por isso estava reagindo daquela forma.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Zélia Mendonça
Que capítulo esse, chorando até agora.
2024-12-31
0
Fatima Vieira
Henrique não vai morrer
2025-02-06
0
Juliana Vicentina da Costa Nerys
Tudo arquitetado para ele ficar sem proteção.
2024-12-24
1