Capítulo 12: No Limite da Confiança

Leonard acordou bem cedo. Ele estava ansioso, pois iria apresentar o robô em que estava trabalhando na feira de ciências. Era sábado, então não teria aulas e queria fazer os ajustes finais.

"Coma devagar, Leonard, a comida não vai fugir!" reclamou Erick.

"Desculpa, pai! Ainda preciso consertar um defeito do meu projeto, então queria aproveitar o tempo," respondeu Leonard.

"Tenho certeza de que você vai fazer isso bem rápido, então apenas aproveite o café da manhã," sugeriu Raquel.

"Você é muito inteligente, Leo! Aposto que vai ganhar o primeiro lugar," disse Isabella com um sorriso brilhante.

"O modelo de sistema solar que você criou também é muito bonito," disse Leonard, retribuindo o elogio e deixando Isabella muito feliz.

Após tomarem o café da manhã, Erick ajudou Leonard a consertar o erro do seu projeto, enquanto Raquel brincava com Isabella. A feira de ciências aconteceria no final da tarde, então eles tinham bastante tempo. Embora o erro parecesse simples, eles levaram quase o dia todo para resolvê-lo, mas no final da tarde, finalmente estavam satisfeitos com o resultado.

Arrumaram-se com paciência e foram para o parque. Os quatro foram no carro de Erick, enquanto os seguranças seguiram em outro carro, carregando os projetos das crianças. Muito animados, Leonard e Isabella não paravam de sorrir e, ao chegar, desceram rapidamente para expor seus trabalhos.

"Fiquem por perto, crianças. Vocês podem se perder," pediu Raquel, e as crianças concordaram com um sorriso.

O parque era um local extenso, separado da cidade por um túnel, e antes desse túnel estava a escola das crianças. Era muito arborizado e a escola frequentemente usava o local para fazer eventos festivos.

Após colocarem seus projetos em exposição, começaram a passear e observar o que seus outros colegas tinham feito. Também havia pequenas apresentações, e Leonard ficava encantado enquanto os alunos das turmas mais avançadas demonstravam experimentos de reações químicas. Isabella queria assistir a tantas coisas diferentes que deixava seu segurança louco, correndo entre as pessoas.

Erick observava as crianças de longe, sentado em um banco, com o olhar perdido. Ele notava a falta dos policiais e estava preocupado com o que poderia acontecer. Seu coração batia tão forte que doía; ele tinha medo de que algo ruim acontecesse. Raquel, percebendo seus sentimentos, sentou-se ao seu lado e segurou suas mãos.

"Vai ficar tudo bem, confia na Amanda, ela sabe o que faz," disse Raquel, tentando passar segurança.

"Nela eu confio, mas e se Henrique estiver nos enganando enquanto trama com Bruno e Vitória?" questionou Erick, apreensivo.

"Você acha que Amanda seria enganada tão facilmente?" replicou Raquel.

"Espero que não, mas não quero colocar meus filhos em perigo..." respondeu Erick, lembrando do plano que Amanda tinha sugerido. Ele havia aceitado, mas estava com medo de não ter feito o certo.

Por mais que Henrique tivesse delatado os outros, isso poderia ser parte do plano deles desde o início? Afinal, eles só pensam em dinheiro. Seu coração estava dividido, mas deveria confiar que Amanda deixaria seus filhos em segurança. Então, beijou Raquel suavemente e foram até onde as crianças estavam para aproveitar a apresentação com eles.

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Henrique desceu do táxi no parque onde estava acontecendo a feira de ciências da escola de Leonard e Isabella. Ele estava olhando de um lado para o outro, como se estivesse procurando algo ou alguém. Muitas crianças corriam para lá e para cá, o que dificultava sua movimentação. Então resolveu ir para um lugar menos movimentado. Não demorou muito para que Bruno chegasse ao seu lado, colocando o braço ao redor dos ombros dele. Bruno usava uma camisa azul escura com capuz e óculos escuros, tornando ainda mais difícil reconhecê-lo.

"Vejo que você viu meu recadinho," disse Henrique com um sorriso ardiloso.

"Acho bom você não estar me enrolando, sabe muito bem o que posso fazer com você," disse Bruno, apertando o abraço e fazendo Henrique sentir uma dor forte no ombro.

"Pensei muito sobre o que você falou. Realmente sou um criminoso tão sórdido quanto vocês dois e tenho que confessar que estou com saudades de Vitória. Mesmo depois de tanto tempo, ainda a amo, então resolvi ajudar vocês," disse Henrique, afastando-se um pouco. "Sei que é difícil para você acreditar, mas enganei a delegada. Só você olhar ao redor: quase não tem policiais. Ela acreditou em mim, mas temos que ser rápidos."

"O que você pretende fazer?" questionou Bruno, pensando que ele poderia estar falando a verdade, afinal ele realmente amava Vitória.

"Olhe aqueles dois homens," disse Henrique, apontando para dois homens de terno. "Eles são os seguranças das crianças. Consegui chamar a atenção dos filhos de Erick e as afastei dos seguranças. Não dá tempo de explicar como eu fiz, mas eles foram na direção daquele túnel e, se você não for agora, pode ser que eles os encontrem," respondeu Henrique rapidamente, depois apontou para o túnel.

"Você quer que eu acredite que você conseguiu enganar uma delegada e dois seguranças? As crianças eu entendo, mas..." indagou Bruno, sem acreditar.

"Você pode não acreditar em mim e perder essa oportunidade, ou podemos colocar as mãos em uma fortuna. Você que sabe, mas tem que ser rápido. Não posso me envolver, pois acabei de sair da cadeia e isso chamaria muita atenção," respondeu Henrique.

"Ah, mas você vai comigo sim. Ande logo, acha que sou idiota?" disse Bruno, estreitando os olhos.

Sem hesitar, Henrique começou a caminhar em direção ao túnel. Ele não era muito grande e poucos carros passavam por ali naquele horário. No caminho, ele ligou para Vitória, que estava esperando no carro, e pediu para ela ir até o túnel. Quando chegaram, ela já se aproximava e os seguia lentamente, tentando não chamar atenção.

No túnel mal iluminado, eles conseguiram ver as duas crianças; já era noite, o que dificultava ainda mais a visão, e Vitória manteve os faróis baixos para não chamar atenção, mas parecia que elas estavam conversando. Na passarela, havia várias caixas de madeira e muitos materiais de construção, como se estivesse acontecendo uma reforma.

"Então você estava realmente falando a verdade. Quem diria que você sabia usar seu cérebro," brincou Bruno com um sorriso de satisfação.

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