A floresta ao redor da aldeia nas montanhas era um lugar de mistério e beleza. Grandes árvores de troncos grossos e folhagem densa formavam um dossel natural, filtrando a luz do sol e criando sombras dançantes no chão coberto de musgo. O som dos pássaros e o farfalhar das folhas ao vento enchiam o ar com uma melodia suave e constante. Suer sempre se sentia em paz ali, como se a floresta fosse um refúgio sagrado onde ele pudesse aprender e crescer.
Naquela manhã, Lyra decidiu levar Suer e Nara para um dia de aprendizado na floresta. Era uma oportunidade para ensinar-lhes mais sobre as plantas medicinais e a magia que a natureza oferecia.
— Hoje, vamos explorar as profundezas da floresta e aprender sobre as plantas e os animais que vivem aqui — disse Lyra, enquanto caminhavam pela trilha sinuosa.
— Estou animada, senhora Lyra. Sempre quis aprender mais sobre a floresta — disse Nara, com os olhos brilhando de entusiasmo.
Suer sorriu, sentindo-se igualmente ansioso. Ele sempre amou essas expedições com sua mãe.
— Lembrem-se de andar com cuidado e prestar atenção aos detalhes. A floresta tem muito a ensinar, se soubermos como ouvir — aconselhou Lyra, parando para mostrar uma planta específica. — Esta é a mil-folhas. É excelente para curar feridas e aliviar dores.
Suer e Nara se ajoelharam para observar a planta mais de perto. Suer tocou delicadamente nas folhas, sentindo sua textura macia.
— Como sabemos quando é o momento certo para colher? — perguntou Suer, curioso.
— Observe a cor das folhas e o aroma. Quando a planta está no seu auge, as folhas são verdes vibrantes e o aroma é forte e fresco — explicou Lyra, colhendo uma folha e entregando-a a Suer.
Eles continuaram a caminhada, parando frequentemente para aprender sobre novas plantas e seus usos. Lyra mostrou-lhes o alecrim-selvagem, usado para clareza mental, e a valeriana, que ajudava a acalmar a mente e promover o sono.
Enquanto caminhavam, Suer sentiu uma presença diferente na floresta. Algo que não conseguia identificar imediatamente. Olhou para Nara, que parecia sentir o mesmo.
— Mãe, sinto algo... diferente. Como se a floresta estivesse tentando nos dizer algo — disse Suer, franzindo a testa.
Lyra parou e fechou os olhos, sentindo o ambiente ao seu redor.
— Muito bem, Suer. Você está aprendendo a sentir as energias da floresta. Há um equilíbrio delicado aqui, e qualquer mudança pode ser percebida se estivermos atentos — disse ela, abrindo os olhos e sorrindo.
De repente, um cervo apareceu entre as árvores, observando-os com curiosidade. Nara respirou fundo, encantada com a visão.
— Ele é tão lindo — sussurrou ela, com medo de espantar o animal.
— A floresta é o lar de muitos seres magníficos. Respeitá-los e entender seu lugar aqui é parte do nosso aprendizado — explicou Lyra, fazendo um gesto para que continuassem a caminhar.
Depois de algumas horas de caminhada, eles chegaram a uma clareira onde o sol penetrava mais facilmente, criando um ambiente quente e iluminado. No centro da clareira havia uma pequena fonte de água cristalina, rodeada por flores coloridas.
— Este é um lugar especial. A fonte é conhecida por suas propriedades curativas. Dizem que as águas aqui são abençoadas pelos espíritos da floresta — contou Lyra, ajoelhando-se para beber um pouco da água.
Suer e Nara seguiram seu exemplo, sentindo a frescura da água e a energia revigorante que ela proporcionava.
— Podemos usar essa água nas nossas poções, mãe? — perguntou Suer, enxugando os lábios.
— Sim, mas com respeito e moderação. A natureza nos dá muito, mas devemos sempre lembrar de devolver e cuidar dela — respondeu Lyra, enchendo um pequeno frasco com a água da fonte.
Nara olhou ao redor, admirando a beleza da clareira.
— Senhora Lyra, como você aprendeu tudo isso? Parece que conhece cada canto da floresta — disse ela, com admiração.
Lyra sorriu, lembrando-se de seu próprio aprendizado.
— Aprendi com meus pais e avós, assim como Suer está aprendendo agora. A sabedoria da floresta é passada de geração em geração. Cada um de nós acrescenta algo novo e continua a tradição — explicou ela.
Enquanto descansavam na clareira, Lyra decidiu ensinar-lhes um pouco mais sobre a magia da floresta.
— Sentem-se, fechem os olhos e respirem profundamente. Sinta a energia ao seu redor, o pulsar da vida na terra e nas árvores. Conecte-se com isso e deixe a magia fluir através de você — instruiu Lyra.
Suer e Nara seguiram as instruções, sentindo a conexão com a natureza se fortalecer. Suer podia sentir a energia vibrante da floresta ao seu redor, uma sensação de paz e poder que o preenchia.
— Agora, pensem em algo que desejam curar ou melhorar em suas vidas. Use essa energia para visualizá-lo acontecendo — disse Lyra, com uma voz suave e encorajadora.
Suer pensou em suas inseguranças e medos, visualizando-se superando-os e se tornando mais forte. Nara, por sua vez, pensou em sua família e na felicidade que queria trazer para eles.
Após alguns minutos de meditação, Lyra os chamou de volta.
— Muito bem. A prática da magia da floresta é algo que leva tempo e paciência, mas vocês estão no caminho certo — disse ela, com orgulho.
Enquanto o sol começava a descer no horizonte, eles decidiram que era hora de voltar para a aldeia. O caminho de volta foi tranquilo, com Suer e Nara refletindo sobre tudo o que haviam aprendido naquele dia.
— Obrigado por nos ensinar, mãe. Sinto que estou começando a entender a verdadeira essência da floresta — disse Suer, segurando a mão de Lyra.
— E eu também. Foi um dia incrível — acrescentou Nara, com um sorriso sincero.
— Estou muito orgulhosa de vocês dois. A jornada do aprendizado é contínua, e cada passo que damos nos aproxima mais da sabedoria e da harmonia com a natureza — disse Lyra, com uma voz cheia de amor e gratidão.
Quando chegaram à aldeia, a noite já havia caído, e as estrelas começavam a brilhar no céu. Suer olhou para o céu estrelado, sentindo uma conexão ainda mais profunda com o mundo ao seu redor.
— A floresta é verdadeiramente mágica — disse ele, com um suspiro de contentamento.
— E estamos apenas começando a entender seus segredos — respondeu Nara, olhando para Suer com admiração.
Lyra sorriu, sabendo que aqueles jovens tinham um futuro brilhante e cheio de descobertas pela frente. E assim, sob as estrelas, eles continuaram a trilhar o caminho do aprendizado e da cura, com o coração aberto e a alma conectada à natureza.
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Ruth Silva
Que frescura é essa? 😅 não pude evitar, perdão. 😔
2024-07-25
1
pascoal victor
huum
2024-07-23
2