A Jornada de Cura

O amanhecer trouxe consigo uma leve brisa que balançava as folhas das árvores ao redor da aldeia nas montanhas. O aroma fresco da manhã misturava-se com o perfume das flores silvestres, criando uma sensação de renovação. Suer, ainda sentindo os efeitos tranquilizadores da noite passada sob as estrelas, acordou com um renovado senso de propósito.

Ele se levantou cedo, ansioso para começar o dia. Sua mãe, Lyra, estava na cozinha preparando um chá de ervas. O aroma quente e reconfortante preenchia a casa.

— Bom dia, Suer. Dormiu bem? — perguntou Lyra, com um sorriso carinhoso.

— Sim, mãe. Muito bem, obrigado. Estava pensando em sair para colher algumas ervas hoje. Quero praticar mais o que você me ensinou — disse Suer, pegando uma sacola de coleta.

Lyra assentiu, satisfeita.

— Ótima ideia. O campo perto do riacho é um bom lugar para encontrar ervas frescas. E lembre-se, observe com cuidado e respeite a natureza ao colher — aconselhou ela, dando um beijo na testa de Suer.

Suer saiu de casa e caminhou em direção ao campo. O sol da manhã iluminava o caminho, e ele sentiu uma sensação de paz ao ouvir o canto dos pássaros e o suave murmúrio do riacho. O campo era vasto, com flores coloridas e uma variedade de plantas medicinais espalhadas por toda parte.

Enquanto Suer se ajoelhava para colher algumas folhas de hortelã, ouviu um som suave de passos. Ele olhou para cima e viu uma jovem orc se aproximando. Ela tinha cabelos longos e negros, e seus olhos brilhavam com curiosidade e gentileza.

— Olá! Você deve ser Suer, certo? — perguntou a jovem, com um sorriso amigável.

Suer ficou surpreso, mas retribuiu o sorriso.

— Sim, sou eu. E você é...? — perguntou ele, curioso.

— Sou Nara. Minha família se mudou para a aldeia recentemente. Ouvi falar de você e de suas habilidades com ervas e cura. Decidi vir ver por mim mesma — disse Nara, ajoelhando-se ao lado de Suer.

— Prazer em conhecê-la, Nara. Estou apenas começando a aprender. Minha mãe é a verdadeira especialista — respondeu Suer, modestamente.

Nara sorriu, olhando para as ervas que Suer havia coletado.

— Mesmo assim, estou impressionada. Você parece ter um dom natural para isso. Posso ajudá-lo? — perguntou ela, ansiosa para participar.

Suer ficou feliz com a oferta.

— Claro! Vamos trabalhar juntos. Estou procurando algumas ervas específicas para um novo chá medicinal que minha mãe quer experimentar — explicou ele, mostrando as plantas que já havia coletado.

Enquanto trabalhavam lado a lado, Suer e Nara conversaram sobre muitas coisas. Ele contou a ela sobre sua mãe, suas lições, e até sobre seu recente encontro com Daimon. Nara, por sua vez, compartilhou histórias sobre sua antiga aldeia e como estava animada para começar uma nova vida nas montanhas.

— Parece que você teve muitas aventuras, Suer. E ainda tem muito pela frente — disse Nara, enquanto colocava algumas flores de camomila na sacola.

— Sim, acho que sim. Mas é bom ter amigos para compartilhar essas aventuras — respondeu Suer, sorrindo para Nara.

Eles continuaram a trabalhar juntos, rindo e aprendendo um com o outro. Quando a sacola estava cheia, Suer sentiu que havia ganhado não apenas novas ervas, mas também uma nova amiga.

— Obrigado por sua ajuda, Nara. Foi divertido trabalhar com você — disse Suer, enquanto começavam a caminhar de volta para a aldeia.

— O prazer foi meu, Suer. Espero que possamos fazer isso mais vezes. E quem sabe, um dia eu possa aprender a ser uma curandeira como você e sua mãe — respondeu Nara, com um sorriso esperançoso.

Quando chegaram à aldeia, Suer levou Nara até sua casa para que ela conhecesse Lyra.

— Mãe, esta é Nara. Ela me ajudou a colher ervas hoje. Queria que você a conhecesse — disse Suer, apresentando Nara a Lyra.

Lyra sorriu calorosamente para Nara.

— É um prazer conhecê-la, Nara. Obrigada por ajudar Suer. Você é sempre bem-vinda aqui — disse Lyra, com um gesto acolhedor.

Nara sorriu, sentindo-se em casa.

— Obrigada, senhora Lyra. Estou ansiosa para aprender mais com vocês — respondeu ela, com um brilho nos olhos.

Lyra olhou para Suer com orgulho, vendo como ele estava crescendo e formando novas conexões.

— Bem, por que não começamos agora? Suer, vamos preparar o chá juntos. Nara, você pode nos ajudar — sugeriu Lyra, com entusiasmo.

Os três se juntaram na cozinha, onde Lyra guiou Suer e Nara na preparação do chá medicinal. Eles cortaram as ervas, misturaram os ingredientes e deixaram o aroma suave encher a casa.

— Então, Nara, conte-nos mais sobre sua antiga aldeia. Como era lá? — perguntou Lyra, enquanto mexia o chá.

Nara se animou, feliz em compartilhar suas histórias.

— Era uma aldeia menor que esta, mas muito unida. Todos se conheciam e ajudavam uns aos outros. Minha mãe era uma das curandeiras da aldeia, e eu sempre a ajudava. Acho que é por isso que estou tão interessada em aprender com vocês — contou ela.

— Isso é maravilhoso, Nara. Temos muito a aprender uns com os outros. E tenho certeza de que você será uma grande curandeira — disse Lyra, com um sorriso encorajador.

Enquanto o chá terminava de ferver, Suer, Lyra e Nara se sentaram à mesa, prontos para provar a nova mistura.

— Este chá representa mais do que apenas uma nova receita. Representa a união de nossos conhecimentos e a amizade que estamos formando — disse Lyra, levantando sua xícara.

Suer e Nara levantaram suas xícaras também, sentindo-se parte de algo especial.

— Às novas amizades e ao aprendizado mútuo — disse Suer, brindando com as duas.

Eles beberam o chá, sentindo o calor e a cura que ele trazia. Suer sabia que aquela era apenas a primeira de muitas jornadas de cura que ele compartilharia com Nara e outros amigos que faria pelo caminho.

Enquanto a noite caía novamente, Suer olhou para o céu estrelado, sentindo uma nova conexão com o mundo ao seu redor. Ele sabia que, com amigos como Nara e a sabedoria de sua mãe, ele estava pronto para qualquer desafio. A jornada de cura estava apenas começando, e ele estava ansioso para ver onde ela o levaria.

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