– Bene... Jantar assim, me faz recordar de você ainda menino, correndo pelos campos do condado com Alicia. Vocês eram tão alegres e cheios de vida. - Sorria, apoiando a mão na bochecha.
– Condessa... Devo dizer que realmente era mais feliz naquela época, eram poucos os problemas de uma criança. - Sorriu. - São excelentes tempos para se lembrar, mesmo que a princesa do condado tenha uma memória tão ruim e não possa recordar comigo.
Alicia entreabriu a boca perplexa. - O duque definitivamente não sabe lidar com uma dama, dizer que a memória de uma mulher é ruim, deveria ser considerado um crime. Eu era uma criança muito menor que vossa graça. Obviamente minhas memórias da época são nubladas. Mas pelo que vivemos agora, julgaria que nossa "amizade" era muito mais feliz do seu lado, já que provavelmente o grande duque, deveria tornar minha vida em um inferno.
Benedict riu, olhando para ela. - Não me lembro de ser um inferno, só me lembro de você segurando a minha mão e dizendo que eu seria seu esposo se crescesse e fosse forte.
Todos olharam para o barão que era baixo e nada forte.
– Não se preocupe senhor... Isso era algo que diria uma menininha. - Condessa imediatamente respondeu.
– De fato. Agora de adulta, falta o bom gosto para ela. - Henry soltou na lata.
O duque virou a cabeça para o lado soltando a risada. - Pfff.
– HENRY! - Alicia dizia envergonhada.
– Pelos deuses Henry. - Núbia, apoiava a mão na testa.
– Não tem problema, como um espadachim vejo que deve ser ofensivo para ele ver sua irmã se casar com um homem que pode ser incapaz de a proteger. - Barão dizia dando um sorriso gentil.
– Um santo. - O pequeno conde reclamou.
A condessa imediatamente chutou a canela do filho por debaixo da mesa. O menino bateu o joelho na mesa reclamando de dor.
– Vejo que o barão é compreensível... Digno do homem que se casará com senhorita Belmer... Compreensível e paciente são virtudes que realmente precisará. - Benedict dizia rindo.
– De fato. - A condessa concordou.
– Vocês estão me envergonhando. - Disse para a mãe que ria.
– Só estamos alertando o barão do que o espera. - O duque ria, olhando para ela.
– Seu monstro! - Ela beliscou as costelas dele.
– Ai. - Reclamava segurando as mãos femininas.
Uma coisa havia ficado clara ali, principalmente para o jovem barão. Alicia e Benedict tinham uma relação especial, principalmente se reparavam na expressão de satisfação no rosto do nobre ao irritar a dama. Os dois pareciam apreciar bastante a companhia um do outro. O que o fazia se questionar, porque raios os dois não haviam se casado, invés de ele ser o prometido dela? Poderia simplesmente ver a jovem dama do condado como uma irmãzinha, ou ele não planejava se casar?
Com o fim do jantar, todos deixavam a mesa.
– Barão, venha comigo. Vamos beber um chá e terminar nossa conversa. - Olhou para o homem menor.
– Sim, senhor. - O outro imediatamente assentiu.
Alicia ergueu uma das sobrancelhas, olhando para os dois.
Benedict disse para a dama que não havia necessidade de se preocupar pela situação, seria só um diálogo amigável entre homens.
A jovem Lady do condado simplesmente sentiu com a cabeça concordando e se retirou.
Os dois caminharam até a sala de apresentação e então o duque serviu whisky para ambos.
– Pode começar a dizer toda a verdade. Se continuar mentindo não haverá ajuda para você a condessa simplesmente terminará esse noivado com algumas palavras da minha parte. - Benedict disse sem hesitação.
O barão engoliu seco, respirou profundamente e então criou coragem para começar a explicar a situação confusa em que se encontrava.
– Bom, por onde devo começar... - Dizia, passando a mão pelo próprio pescoço.
Benedito colocou os copos de whisky na mesa central e olhou com os olhares focados no jovem diante de si.
– A verdade é que meus pais morreram em um acidente de carruagem. Então só restou o meu irmão, eu e nossas sete irmãs. Meu irmão sempre foi muito doente e chegou em um ponto que ele como herdeiro único da família não resistiu... Acabou falecendo e deixando tudo nas nossas mãos. - Pegava o copo de whisky imediatamente o virando na boca.
– Você não teve nenhuma classe nem de herdeiro nem de bons modos por que todos esperavam que seu irmão fosse o herdeiro? - Ergueu as sobrancelhas intrigado com a história do barão.
– Na verdade, nunca nem me viram como uma possibilidade para herdar nossas terras... Mas se eu não herdasse a família imperial tomaria nosso pequeno lugar e então o que aconteceria com as minhas irmãs? - Gesticulava se levantando apavorado, a voz dele falhava.
– Entendo sua falta de etiqueta agora. Porém isso não responde todo o resto. Você gostar de homens e ainda assim querer esse casamento. - Apoiava os cotovelos nos joelhos, olhando para o outro.
– A família imperial acha que eu sou o meu irmão e por isso, temem que por ter uma saúde fragilizada não gere herdeiros homens para manter as terras. Então estão pressionando para que eu me case e tenha filhos. - Explicava, engolindo seco.
– Calma. Eles não podem te obrigar, enquanto você viver as terras são suas, não precisa correr para se casar. - Dizia movendo os ombros. - E o que planeja fazer? Enfiar um filho em Alicia e depois a abandonar?
– Esse é o problema... Não posso fazer um filho. - Apoiava as mãos na cabeça.
– Todo homem pode... Ou você é um eunuco? - Ergueu as sobrancelhas perplexo.
– Pois ai está o problema. Eu não sou um homem. Eu sou uma mulher! - Disse, quase como se estivesse desabafando.
Benedict deixou o copo cair de sua mão, completamente surpreso.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
elenice ferreira
oi? estamos no século XV? 🤣🤣🤣🤣 cada capítulo amando essa estória mais!!
2024-08-21
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