Alicia revirava na cama, inquieta, foi incapaz de responder o duque. Não sabia bem como se sentia em relação a ele. Nem em relação a escolha do pai.
Se sentou na cama, passando as mãos pelo rosto. Ela queria uma vida no campo? Era óbvio que não. Alicia podia reclamar o que fosse, mas trabalhar regendo o condado a enchia de orgulho, sentia que era útil e inteligente. Sentia que não era pior que nenhum homem. A princesa do condado sentia uma boa satisfação em fazer algo útil.
Se ela rompesse o noivado e decidisse por si só viver solteira. As mulheres assim eram extremamente mal vistas. Porém ela poderia ajudar o irmão e viver tendo alguma utilidade. Mas e o anseio por ser abraçada por um homem? Ela também ansiava isso, todas as moças que debutaram junto dela comentavam seus desejos desesperados de serem abraçadas.
A jovem dama se levantou, se enrolou em um lençol e abriu as janelas do quarto, se sentando nela para observar o jardim.
Como todo dia à noite, Benedict caminhava pelo jardim. Segurava um papel, o rasgando em pedaços e deixou que o vento levasse. Passou a mão no cabelo e voltou a caminhar, deslizando as pontas dos dedos pelas flores. Ele estava sempre inquieto.
Ao ver o jovem duque tão inquieto, o coração dela também se inquietava. – Os sentimentos humanos são tão complicados. - Sussurrou para si mesma. - Não saberia dizer se ele me ama, ou se simplesmente se sente frustrado por ter me perdido. Não se pode confiar em homens tão altamente nobres. O desejo de posse deles é maior do que o desejo de ser amados.
– Devo concordar. - O homem de cabelos negros, pulava o apoio da sacada, fazendo com que a senhorita se assustasse.
– Pelos céus. - Apoiou a mão no tórax surpresa.
– Não quis te assustar. Achei que tinha me ouvido, mas pelo jeito estava perdida em seus pensamentos. - Se apoiava no apoio a olhar. - Perdeu o sono outra vez?
– Sim. Você me tira o sono. Me deixa confusa. - Suspirava, se apoiando do lado dele na sacada.
– Eu me sinto culpado por isso. Mas não consigo negar meus instintos quando estou perto de você. - Cruzava os braços olhando para ela.
– Você fala em desonrar, abraçar e instintos como um animal. - Olhava para ele.
– Sim, você faz eu me sentir um animal. - Respirou profundamente, olhando para o céu.
– O que faremos? Isso é tão confuso. - Olhou para ele.
– Não é confuso. Na verdade, é tudo muito simples. Eu quero te abraçar. Você quer ser abraçada por mim? - Olhava nos olhos âmbar, lindo e brilhantes como dois topázios.
– Sim. E do que adiantaria? - Ergueu as sobrancelhas.
– Eu não me importaria de ser seu amante. - Deitou a cabeça no próprio ombro, dando um sorriso sacana para ela.
Alicia ficou imensamente envergonhada e escondeu o rosto com o lençol. - Como você pode ser tão cara de pau?
– Eu só estou dizendo que não precisa me assumir para sua mãe e nem desonrar seu pai. Só me use o quanto quiser. Dizem que eu sou um homem bonito. - Piscou para ela.
A senhorita inflou as bochechas e então gargalhou em uma risada gostosa. - Oh Benedict, você é tão travesso. Onde já se viu dizer tais coisas?
– Estou sendo honesto. Eu facilmente seria amante de uma mulher tão bonita como você. - Sorria, apoiando a mão no topo da cabeça dela.
– Onde já se viu, uma baronesa pegando um duque como amante? Isso não existe. - Ria, balançando a cabeça.
– Por que não? Amantes são escondidos de qualquer forma, do que importa o título. - Moveu os ombros.
– Não tenho como refutar isso. - Ria, apoiando as mãos para trás. - Vamos ver, se o barão não me abraçar corretamente, então mandarei uma carta para você.
– Rezo para que ele seja um eunuco. - Sorria, olhando para ela.
– Que horrível! Não diga isso. - Gargalhava se inclinando rindo.
– Os boatos dizem que ele ficou muitos anos de cama, que não é um homem forte e cheio de vigor. Ser eunuco não é algo que estou jogando praga, pode ser real. - Moveu os ombros com sorriso maldoso.
– Benedict para com isso. - Sorria, olhando para ele.
– Estou só dizendo. De qualquer forma, se ele não te abraçar eu faço. Farei muito bem. - Apoiava uma mão de cada lado do corpo dela no apoio, deixando o rosto próximo ao dela.
Antes que ela pudesse responder, escutou a porta.
– Jovem dama, algum problema? - A dama dizia do lado de fora.
– Nenhum, estava só falando sozinha. - Dizia olhando para a porta.
Benedict por sua vez sorriu e se apoiou na sacada, pulando para fora dela.
A senhorita se virou apressada e viu ele cair com um dos joelhos apoiados no chão. Ele olhou para cima e sorriu, acenando.
Alicia ergueu a mão, acenando de volta. Enquanto seu coração batia de forma completamente enlouquecida, parecia tão intenso que quebraria os ossos e pularia para fora do seu peito.
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Atualizado até capítulo 30
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