Capítulo 4

– Jovem dama... Os militares são a força mais importante de um território, mesmo que todos os servos sejam demitidos, os militares devem ser mantidos para proteger o território de invasores, ataques e para defesa dos civis do seu condado. - O duque apoiava a mão na testa.

– Eu cuidei dos militares, sempre mando armaduras e espadas, até autorizei a reforma do campo de treinamento. - Alicia apoiava a mão na cintura.

– O mínimo. Mas quem os treina? Quem os supervisiona? - Cruzou os braços olhando para ela.

– Ninguém eu acho. Nem faço ideia de como funciona um campo de treinamento. - Segurava o medalhão no cordão.

– Vamos começar por isso então. Venha, vamos ao campo de treinamento. - Abriu as portas do escritório. - O senhor das terras tem que supervisionar tudo, você não pode só confiar cegamente nas pessoas.

Alicia segurava o vestido seguindo, enquanto escutava atentamente as instruções.

Ao chegarem no campo de treinamento, lá estavam os soldados, pelo menos 10 deles. Um deitado no chão descansando, os outros papeando. Claramente ninguém havia treinado, fora os outros soldados que nem ali estavam no horário de treinamento.

– Onde estão os outros soldados? - A jovem dama franziu o cenho, olhando para os soldados.

– Princesa Belmer. - Os soldados se inclinaram apressados. - Os outros saíram para passear.

– Está vendo o que lhe digo? Precisam de um pulso firme. - Benedict disse puxando a espada da sua bainha. - Qual de vocês vai me enfrentar pela honra deste condado?

Todos olharam apavorados para ele, que imediatamente ergueu a sobrancelha para a jovem dama ali presente.

– Eu entendi. Mas o que quer que eu faça? Meu pai nunca nem me deixou pisar aqui. - Gesticulava olhando para ele.

– Eu devo muito ao mestre. Vou treinar seus cavaleiros e ajudar com a contabilidade. A partir do momento que tudo se desenvolver, vou voltar para minhas terras. - Apoiou a mão na cintura. - Ai terá que lidar com tudo sozinha outra vez.

– Perfeito para mim. Me ensine rapidamente, assim pode ir embora rapidamente. Nos livramos um do outro. - Abanou a mão virando de costas e saindo do campo.

– Espera! Onde você vai? - Franziu o cenho olhando ela caminhar para longe.

– Tenho muitas coisas para fazer, sou líder de um condado. - Abanou a mão por cima do ombro. - Honre seu mestre, duque de Venberry. - Gargalhava se afastando.

– Essa garota. - Estralava a língua levemente irritado.

– Quem é você? - O jovem menino de cabelos castanhos e pele parda como a jovem dama daquelas terras apontou a espada para ele.

Os soldados imediatamente tentaram intervir, mas Benedict os impediu. Todas as pessoas vivas conheciam o capital da guarda real e duque de Venberry. Mas aquele garotinho, claramente não fazia ideia, o que expunha ainda mais sua idade jovial.

– Pela sua aparência, receio que seja o jovem conde. - Se inclinou com um sorriso falso no rosto. - Sou Benedict. Treinarei os soldados do condado.

– Oh! - Olhou surpreso. - Me treine, meu pai era um mestre da espada, eu gostaria de me tornar como ele. Mas minha mãe e irmã não deixam, temem que eu me machuque.

– Jovem conde é o único herdeiro do condado, elas têm razão. - Cruzou os braços olhando para o menino.

– Não! Minha irmã deveria ser a herdeira. Eu só quero ser um cavaleiro, ser conde é entediante. - Deitou a cabeça para o lado.

– Mas sua irmã vai querer casar, ter a própria família... - Apoiou a mão no queixo.

– Não... Com aquele barão patético? Melhor ser condessa. - Cruzou os braços assentindo.

Todos os soldados ergueram as sobrancelhas surpresos, todos sabiam que desde a infância a princesa do condado era prometida para um dos grandes duques, o antigo conde amava a filha e queria a grandeza para ela. Então todos estavam chocados ao saber que ela no decorrer dos anos havia sido dada como prometida a um mísero barão.

– Barão? - O duque franziu o cenho. - Seu pai foi meu mestre de espada, por isso vim repassar os conhecimentos dele. Não estava ciente do noivado da senhorita Belmer. Um barão? Ela não foi criada para se casar com um duque?

– Você não soube? Papai nunca contou para ela que ela se casaria com um duque, não queria a pressionar. Parece que o pretendente dela fez alguma besteira e papai percebeu que se ela não fosse capaz de ser uma duquesa o melhor era dar a maior liberdade possível para ela. Por isso ela está noiva do barão Clemer. - O menino deitou a cabeça desanimado. - Cara esquisito aquele.

– Para alguém que não quer ser conde, você é bem informado sobre seu pai. - Apoiou a mão no queixo e sorriu.

– Sim... Condado é família, temos que nos proteger, então eu precisava saber. Como herdeiro papai me levava junto. - Moveu os ombros.

– É um bom pensamento. Sabe... O duque de Venberry é um duque e um cavaleiro imperial. Você parece que será um bom conde, porque não faz as duas coisas? - Gesticulou para o pequeno.

– Sim, até que você tem razão. - Assentiu.

Alicia passou outra vez pelo corredor com uma capa amarela e uma cesta, seguida de um guarda com mais duas cestas.

Os dois olharam para ela.

– Onde a jovem dama vai? - Olhou para o pequeno conde.

– Você está curioso? - O jovem ria. - Ela vai até a vila toda semana. Se me levar junto eu te digo onde é.

– Feito. - Estendeu a mão que o menino imediatamente apertou.

– Me chame de Henry de agora em diante, vai ser meu mestre. Sou Henry Belmer II. O mesmo nome do meu pai. - Disse sorrindo.

Os olhos azuis do homem oscilaram. - O nome lhe caí bem. Você é tão inteligente como seu pai. Eu já lhe disse meu nome, mas não meu título... Sou Benedict de Venberry, duque de Venberry e chefe da guarda imperial do príncipe herdeiro.

O menino ergueu as sobrancelhas completamente perplexo. O ídolo dele, estava diante dos olhos dele. Desde a infância mais jovem, o pai dele, conde de Belmer dizia o quão genial seu aprendiz era, o quão forte e incrível era. O jovem desejou conhecer tal pessoa, principalmente quando soube que ele havia se convertido em chefe da guarda. Benedict era o último mestre da espada vivo e um que havia sido criado e guardava consigo a arte do falecido pai de Henry.

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