Capítulo 3

Dois meses depois...

Alicia estava com a testa apoiada nos papéis diante da mesa, suspirava profundamente, estava completamente exausta de tanto lidar com problemas do condado. O dinheiro parecia não durar nada, parecia que o ducado não recebia o bastante para manter todas suas propriedades. Não parecia haver outra forma de manter tudo aquilo de pé sem dinheiro.

– Enlouquecerei antes dos trinta. - Disse para sua dama de companhia.

– Não diga coisas tão horríveis, senhorita. - Repreendia a dama.

A porta foi bruscamente aberta. - SENHORITA, O DUQUE DE VENBERRY ESTÁ ENTRANDO PELOS PORTÕES DO CONDADO NESTE INSTANTE.

– Pelos céus! O que ele faz aqui? - Se levantou apressada, parou diante do espelho do escritório, ajeitou os cabelos e bateu as mãos no vestido. Era um vestido simples sem adornos.

– Senhorita precisa se trocar! Não pode encontrar um duque em vestes tão simples. - Dama dizia desesperada.

– Não posso deixar ele esperando, preciso recepcionar o duque... Ele entenderá, já que veio sem aviso prévio. - Segurou o vestido e andou apressada pela mansão. Desceu as escadas até a entrada, onde viu a carruagem negra parar.

Todos os empregados da mansão saíram para prestar seus respeitos e imediatamente se inclinaram ao ver o homem belíssimo descer da carruagem.

O homem de cabelos negros e olhos azuis estavam em sua farda imperial, com medalhas no peito, uma fita vermelha na diagonal passando pelo peito e trajes azuis escuros com adornos em platina pura. O traje dele provavelmente já pagaria todas as dívidas do condado.

– Pela simplicidade da jovem dama, vejo que ela não desejava minha presença. - Disse em um tom debochado.

Alicia ergueu as sobrancelhas com o comentário e franziu o cenho.

– Minha simplicidade implica na sua falta de consideração. Uma visita sem aviso não é digna de um preparo antecedente. - Ergueu a mão para que ele a beijasse.

– Além de faltar conhecimento numérico, a dama também tem ausência de etiqueta e sensibilidade. Meu mestre deve se revirar em seu túmulo. - Segurou a mão feminino e ao invés de se inclinar para beijar, ergueu a pequena mão até a altura de sua boca e a beijou.

– O que faz aqui? - Puxou a mão em seguida, limpando as costas da mão no vestido, que arrancou uma gargalhada dele.

– Parece que a condessa não lhe informou da minha presença. Foi ela que gentilmente me convidou para tomar um chá. - Estalou os dedos por cima do ombro, imediatamente um dos cavaleiros entregou um buquê de lírios para ele. - Vê, trouxe até um buquê.

Alicia ergueu uma das sobrancelhas, apoiando a mão na cintura.

– Benedict! - A condessa descia as escadas. - Perdoe meu convite repentino. Conversei com a sua mãe por cartas durante muito tempo, ela me explicou a situação! Que lamentável tudo se tornou. - Apoiou a mão na bochecha dele. - Como você cresceu! Está tão belo que é intenso olhar. - Sorria, agarrando o pulso do rapaz. - Vamos esclarecer tudo e então lhe mostrarei a mansão.

O homem deu um sorriso debochado para a jovem dama e saiu com a condessa.

– Que raios está acontecendo aqui? Desde quando mamãe gosta dele? Quase enlouqueceu quando falei dele. - Cruzava os braços confusa.

– Saberemos quando o chá dos dois terminar. De qualquer forma, senhorita, não acha que tudo isso é graças ao seu pedido de ajuda? - Dama dizia tentando acalmar a outra.

– Assim espero. Mesmo que eu sinta que lidar com a personalidade do duque não vai ser tranquilo. - Deitou a cabeça no próprio ombro.

Depois de longas três horas, a porta do escritório fez um alto TOC TOC.

– Entre. - Alicia dizia, suspirando.

A condessa entrou pela porta sorrindo. - Aqui está ela! Muito trabalhadora e amorosa, essa minha filha. Por isso espero que possa ajudar de todo o coração.

– Farei qualquer coisa por essa família, você tem a minha palavra. - Se inclinou para a condessa.

– Benedict, você não mudou nada no fundo. - Apoiava a mão na bochecha, sorrindo. - Como vocês dois já se conhecem, vou deixar que falem de negócios... Com uma dama junto é claro. Benedict dormirá no quarto de hóspedes hoje querida, amanhã ele partirá para a capital.

– Entendo. - Alicia assentiu.

– Então trabalhem com cuidado. - Abanou a mão saindo do escritório.

– Então ela autorizou. - A de cabelos castanhos assentiu.

– Como pode ver. Agora, por onde quer começar senhorita Belmer? - Se aproximou da mesa.

– Bom... Revise o orçamento para o verão e outono que fiz. - Estendeu os papéis para ele. - Eu usei como base o orçamento do meu pai, para o último inverno.

Ele ergueu as sobrancelhas assim que bateu os olhos no papel. - Errado.

– Você nem viu corretamente! - Gesticulou irritada.

– Inverno é uma estação completamente única. As necessidades dele são estritas. Condado de Belmer produz uma quantidade absurda de lã. Então também indica que o inverno é bem lucrativo. Vocês vendem lã, em troca falta colheita. Querendo ou não o valor da lã é mais alto. Mas também precisa de uniformes grossos e resistentes para os empregados, precisam de bastante lenha e o imposto deve diminuir... As comidas ficam menos fartas de nutrientes já que nenhuma plantação nasce na neve. - Explicava com cuidado. - Tudo isso muda bruscamente no verão... Precisa falar com empregados da mansão e perguntar o que falta, decidir qual cultivo é mais lucrativo. Também é extremamente necessário começar a exploração própria no território atrás de minérios.

Ele definitivamente estava levando aquilo a sério, quase como se o território fosse dele.

– Espera, eu entendi o que quis dizer. Como descubro o que será mais lucrativo? - Ergueu as sobrancelhas.

– Buscando nos mercados do condado por aquilo que todos mais procuram. - Apoiou a mão no queixo com um sorriso maldoso. - O deus, a jovem dama do condado, ainda é uma menina ingênua.

– Pare de me provocar. Não seja irritante. Diferente de vossa graça que foi treinado desde a infância para cuidar de seu povo e território, eu fui educada em todas as artes, sem a responsabilidade de erguer um território tão grande. - Dizia irritada.

– Pobrezinha... Imagina se o mestre, invés de um condado, tivesse um ducado? No meu território isso é o tipo de coisa que eu daria para minha duquesa fazer. - Disse com um sorriso maldoso. - De qualquer forma e quanto os militares do território?

– Oh! Os militares! - Bateu a mão na testa, como se tivesse recordado só agora da existência deles.

Benedict ergueu as sobrancelhas perplexo ao ver a reação da jovem dama. Ela tinha MUITO a aprender pelo jeito.

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Comments

elenice ferreira

elenice ferreira

sacana, gosta de faze_la enlouquecer!

2024-08-20

1

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