Capítulo 14

Alicia suspirava, olhando pela janela do escritório. Decepção não era nem perto do que ela sentia com relação ao noivo.

– E então... O que achou do seu amado barão? - Benedict sorria de forma maldosa. - Eu acho que ele não bate bem com a sua descrição de homem dos sonhos.

A princesa do condado revirou os olhos sorrindo. - Ele é um homem exótico. Talvez com o tempo eu aprenda a apreciar sua excentricidade. - Gesticulou explicando. Era muito claro que ela não aceitaria que Benedict estivesse certo. Mas era muito óbvio que de fato o duque sim era o homem que ela descreveria como seu tipo ideal.

– Exótico você diz... Sem educação, sem modos, com a beleza digna de uma boneca. Não existe um músculo no corpo dele. De fato ele me olha com os olhos, como se fosse me devorar. Talvez ele goste de homens, por isso devo ser mais atraente no olhar dele do que você. - Sorria de forma maldosa.

– Não seja ridículo. Só porque ele é um homem pequeno? Isso é um preconceito de sua parte, achar que um homem sem músculos e frágil não é do tipo de homem que gosta das mulheres. - Apoiava a mão na cintura olhando para ele.

– Vejo que a senhorita nunca conheceu homens que servem outros homens em bordéis. São todos muito pequenos e delicados. - Sorria, deitando a cabeça para o lado.

– Por que raios eu teria conhecimento do que acontece em bordéis? Damas não precisam saber... Espera, como você sabe? - Franziu o cenho.

– Eu saio com muitas mulheres de bordéis. - Moveu os ombros. - É um ambiente que estou familiarizado.

– Você paga a elas? - Ergueu as sobrancelhas. - Como funciona?

– Sim. - Assentiu, rindo. - Você não disse que damas não precisam saber?

– Não precisam. Mas fiquei deverás curiosa. - Deu a volta na mesa olhando nos olhos dele. - Conte-me.

– A condessa não pode saber que falei sobre isso. - Ergueu as sobrancelhas para ela.

– Tudo bem. - A de cabelos cacheados fechou a porta do escritório trancando. - Conte-me.

– Eu entrego algumas moedas de prata. Entramos em uma sala privada, ambos nos livramos de nossas roupas e então nos tocamos. - Se aproximava da senhorita. - Meus lábios percorrem o pescoço dela, então a preencho com meus beijos, até os belos seios, é a parte mais divertida, gosto de me afundar entre eles, os apertar, abocanhar e desfrutar de cada centímetro. Deslizar o nariz pela pele feminina aspirando meticulosamente cada cheiro do corpo dela. Sentir meus dedos explorando cada curva e dobra extremamente íntima que convém a ela.

Alicia sentiu o rosto queimar de excitação, se virou de costas para ele, abanando a mão. O tórax dela subia e descia com a respiração ofegante.

– Acho que causei constrangimento na jovem dama. - Benedict sorriu, deslizou o indicador pelo pescoço dela, descendo até a clavícula e seu ombro. - Me pergunto se a sua pele é tão deliciosa quanto o seu cheiro...

– Duque Venberry... - Alicia deitou a cabeça para o lado, liberando espaço para ele.

– Não foi indicado falar sobre isso com uma moça tão pura. - Sorriu, colocando os fios castanhos para o lado os tirando da nuca dela. Agarrou a cintura feminina apertando o corpo dela contra o dele. Aspirou o pescoço dela, deslizando o nariz pela pele escura. - Um homem de verdade que fosse, imploraria para abraçar uma mulher como você.

– Benedict... - Ela se afastou, pegando o leque da mesa e se abanando apressada. - Não duvide da masculinidade do meu noivo.

– Não estou duvidando. Tenho quase certeza de que ele não gosta de mulheres. Eu posso facilmente provar isso. - Moveu os ombros.

– Como provaria isso? - Apoiou a mão livre na cintura, se abanando com a outra.

– Posso levar ele para um bordel. - Cruzou os braços sorrindo.

– Meu noivo não precisa ser um homem sujo e sem vergonha como você... Que toca em outras mulheres sem ser casado com elas. - Alicia dizia irritada.

– Não tenho como me defender. Foi o único jeito que achei de aguentar a vida que levo. - Moveu os ombros.

– Péssima desculpa. Deveria ter se guardado para sua esposa. - A senhorita bateu o leque na mesa do escritório.

– Por que parece mais irritada de eu ser um sem vergonha do que do seu noivo gostar de homens? - Parou diante dela a olhando nos olhos.

– Ele não gosta de homens e você... - Dizia extremamente irritada. - Libertino.

– Foi você que perguntou Alicia. - Ergueu uma das sobrancelhas.

– Foi um erro meu, saber o quanto você é... Canalha. - Saiu do escritório apressada.

– Que? - Ergueu uma das sobrancelhas sem entender.

(⁠･⁠–⁠･⁠)⁠ ⁠\⁠(⁠･⁠◡⁠･⁠)⁠/

Alicia e o barão caminhavam pelo jardim outra vez.

– Estamos na época dos girassóis! - Segurava o vestido andando na frente ao ver as flores. - Eu amo infinitamente os girassóis.

– São belas flores. - O noivo dizia com sorriso gentil.

Benedict estava seguindo os dois por pedido da condessa, já que um homem e uma mulher não poderiam ficar juntos fisicamente antes do casamento, cabia a ele vigiar o casal. Já que jamais recusaria um pedido da condessa e que não seria subornado nem intimidado.

– Girassóis... - O duque assentiu, apoiado em uma das pilastras sorrindo sutilmente. - Me lembrarei.

– Eu gosto da cor amarela, mas prefiro um dourado vivo. - Sorria para o barão. - Acho que por isso amo os girassóis e o senhor?

– Gosto de cores vivas como vermelho. São quentes e intensas. - Colocava os braços para trás sorrindo e caminhando.

– Você tem razão. Vermelho é bem intenso. - Assentiu. – Bom já que estamos falando de cores... Deveríamos usar roupas combinando para o baile imperial. O que acha? Pode me ajudar a escolher um vestido.

Os olhos dele brilhavam em empolgação. - Eu iria ador... - Antes que terminasse a frase, os olhos dele se perderam como se mergulhasse dentro da própria cabeça, uns segundos depois retornou a si. – Eu adoraria, porém serei obrigado a passar. Espero que se divirta imensamente nas compras, usarei qualquer coisa que a senhorita escolher.

Benedict que ouvia tudo à distância imediatamente franziu o cenho. Alicia tinha sido recusada, para ele aquilo era impensável.

– Oh! Que pena. Gostaria de compartilhar o momento entre nós. Mas entendo, deve ser um homem ocupado. Pedirei para o duque me acompanhar. - Forçou um sorriso com as mãos diante do corpo.

– Perdão senhorita. - O prometido dela se inclinou.

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