Capítulo 17

...CHRISTIAN...

Eu fiquei muito puto lendo aquilo. Minha esposa estava causando. De novo. Enfiei o celular no bolso e tentei relaxar. Eu não preciso dessa merda. Eu precisava esfriar a cabeça para conseguir fechar o negócio.

Eu estava no Hatchback, um bar pitoresco no Financial District, onde homens que passavam o dia todo trabalhando vinham se distrair. Não faziam muito meu tipo, mas o Graden que havia sugerido.

Depois do jantar com nossas esposas, eu estava muito confiante de que tudo daria certo. Ele me convidou pra um happy hour e só consegui pensar que realmente seria a hora mais feliz do meu dia. O jantar me deixou de bom humor. Nada me deixava tão bem quanto conquistar tudo que eu queria e essa, essa estava prestes a ser minha maior conquista profissional.

Eram quase 19h, o bar tinha mais roupas de marca do que uma loja de grife. Homens entre 25 e 65 anos conversavam com os copos cheios de uísque ou cerveja. Acho que eu só tinha visto umas três mulheres e duas era funcionárias.

Quem não conhecesse poderia até olhar de longe e pensar que era algum bar gay do West Village, mas esses homens eram bem heteros. Não que eles fossem homofóbicos, até porque isso seria ruim pros negócios. Mas eles gostavam de mulher e precisavam de um lugar em que pudessem agir como machões.

“Ah, aí está ele. Knight!”, eu me virei e vi o Graden tentando passar entre os caras, com outro homem logo atrás dele. Eu me levantei pra nos cumprimentarmos.

“Como vai?”, eu perguntei, dando um sorriso. Eu sabia que a primeira impressão era o que causava impacto, mas que o follow-up era tão importante quanto. Pode perguntar pra qualquer mulher que eu comi mais de uma vez. Eu era bom nisso.

“Tudo ótimo”, ele respondeu, dando um tapinha nas minhas costas. “Obrigado por nos encontrar. Esse é o Mickey, meu braço direito. Um consultor, digamos”.

“E aí, Mickey? Prazer em conhece-lo”, eu disse, apertando sua mão.

Era exatamente isso que eu queria, eu pensei. o cara trouxe o consultor dele, ou seja, não sé estava interessado como já queria avançar na transação. Eu mal podia esperar pela reação do meu pai.

“O que os senhores vão beber?”, eu perguntei, chamando a bartender. Ela era linda, tinha uma vibe de universitária.

“Eu quero um Glenfiddich”, Mickey disse.

“Dois, por favor”, Graden acrescentou.

“Três, então, puros, por favor”, eu finalizei com um sorriso. Eu só dizia ‘por favor’ pra uma mulher que eu comeria. E essa garota, com covinhas e um sotaque sulista, fazia bem o meu tipo. “Podem ir pra alguma mesa que eu levo as bebidas”, eu disse pra eles, que concordaram e foram em busca de algum lugar vago.

Levei as bebidas pra mesa que Mickey e Graden conseguiram. Estava tão lotado que eu não ficaria surpreso se dissessem que tiveram que pagar alguém pra poderem se sentar ali. Graden me deu outro tapinha nas costas enquanto eu me sentava também.

“Obrigado, Christian. Então vamos, lá, Mickey quer ouvir sua proposta, pode começar”.

Eu olhei no fundo dos olhos do Mickey. Ele parecia inofensivo o bastante. Mas apesar do seu cabelo enrolado já estar grisalho e de seus pés de galinha serem bem visíveis, o terno que ele vestia era italiano e o relógio era um Rolex de edição limitada. Então aquele homem já havia tomado boas decisões na vida.

Comecei a explicar o que tinha planejado para o projeto e olhei de um home pro outro, tentando avaliar a reação deles. Eu achei que mandei muito bem, mas eles pareciam precisar de um tempo pra digerir tudo que eu disse.

Bem na hora que eu decidi falar um pouco mais, pra preencher aquele silêncio ensurdecedor, Graden bateu uma palma. E depois, duas. E, então, veio a terceira.

“Isso”, ele disse, “isso foi lindo.

Eu me virei pra Mickey, tentando entender o que ele estava pensando, mas os seus olhos eram indecifráveis. “Qual seria o cronograma?”

“Começaríamos as reformas em seis semanas, no máximo...”, eu voltei a explicar pra eles. Mickey me acompanhava e concordava com a cabeça a cada duas ou três palavras. eu achei que já tinha conseguido, então continuei, até que Graden levantou a mão e me interrompeu.

“Pera um pouco”, ele disse enquanto lia alguma coisa no celular. “Desculpa interromper, mas... que mundo pequeno”, ele murmurou e depois voltou pra mim. “Adivinha quem a minha mulher encontrou hoje?”

“Quem?”, eu perguntei esperando que ele não notasse a impaciência na minha voz.

“A sua esposa! A Jessica disse que a viu com... um... homem... na cafeteria perto do Central Park”.

Ele disse tudo bem casualmente, mas a mudança de tom quando falou do tal homem foi perceptível. Ele estava me julgando, questionando minha esposa e meu casamento. Tentando adivinhar quem seria aquele homem.

Eu pensei nas mensagens que Jessica tinha me enviado mais cedo. Mas que porra do caralho. Eu não podia deixar que ele duvidasse de mim, não num momento tão crucial. Eu precisava ser acessível. Eu precisava que ele me visse, me entendesse e confiasse em mim.

“Que mundo pequeno mesmo. Não tem como não parar pra tomar um café depois de uma corrida no Central Park”. Graden olhou pra mim, com um sorriso amarelado, seus olhos estavam diferentes.

Eu conseguia ver a dúvida tomando conta dele. Porra. Um sentimento de raiava pulsava em minhas veias. Eu estava puto, entornei o uísque. Minha esposa não só me envergonhou como atrapalhou meus negócios. Isso era inaceitável.

Eu estava pouco me fodendo pro que ela fazia quando ninguém podia ver. Até porque eu fazia o que me dava na telha também. Mas em público? A gente precisava ser o ideal do amor e da lealdade ou lá que porra.

O casamento deveria parecer a coisa mais importante nas nossas vidas. Como ela pode ser tão burra? A vontade que eu tinha era de sair dali correndo e falar umas verdades na cara dela.

Falar que ela não podia mais aparecer em público com aquele cara ou qualquer outro cara que não fosse eu. Mas quer saber? Foda-se. Ela nunca mais ia ver aquele cara, sozinha ou não. Era o mínimo que ela podia fazer.

Bastou dar mais uma olhada pro Mickey pra ter certeza de que tudo tinha ido pro ralo. Eu sabia que, na hora em que eu fosse embora, eles discutiriam se era possível trabalhar com um homem que não conseguia controlar a própria esposa. Um homem que ou não sabia o que a esposa estava fazendo ou simplesmente não importava.

Foda-se, eles que conversem então, eu pensei. abri um e-mail no celular e fungi que estava lendo. “Senhores”, eu interrompi, “Eu adoraria ficar a noite toda com vocês, mas um colega precisa de ajuda. Desculpa sair mais cedo”. Ambos se levantaram pra se despedir.

Eu fiquei tão bravo que fui embora e me esqueci do cartão e da bartender sulista com covinhas. Só lembrei quando o Marco já estava cruzando a West Side Highway, o que me deixou ainda mais bravo.

Ela fodeu os meus negócios. Ela fodeu minha vida sexual. Ela precisava aprender e se comportar.

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Comments

Patricia Mariana

Patricia Mariana

AFF nojentos

2025-02-15

1

Luzia Nogueira

Luzia Nogueira

acho que tô mais com raiva do David que dó Christian ,ele devia saber que isso não ia dar certo ainda coloca a coitada da Isabella que ja sofreu tanto,no olho do furacão

2024-08-31

1

Maria De Fatima Pinto

Maria De Fatima Pinto

que pena dessa garota

2024-08-24

0

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