Em pouco tempo Robert apareceu para me buscar. Foi interessante o rever. Ficamos apontando as nossas mudanças e brincando com isso.
Robert brincou que eu estava parecendo o Ken da Barbie e que não sabia como ainda não tinha recebido nenhum convite para sair de alguma mulher.
E eu disse a ele que apesar da tentativa de parecer descolado, ele ainda parecia o mesmo nerd da escola.
— Os tempos mudaram, Henry. Hoje em dia as mulheres adoram um cara bonzinho e com cara de nerd.
— Se gostam, porque está solteiro?
— Porque elas só gostam dos que parecem nerds e não dos nerds de verdade. Quando eu começo a falar sobre linguagens de programação e criptografia, elas perdem o interesse na hora.
Sorri, acho que foi uma boa ideia aceitar sair com o Robert. Acho que vai ser bom resgatar essa amizade.
— Talvez aconteça o mesmo comigo, acho que falar sobre estratégias e balanço econômico não deve ser nada sexy. Acho que só Camille aguentaria ouvir…
Digo automaticamente e acabo parando instantâneamente, me sentindo envergonhado por parecer estar por baixo.
— Iiih… estou vendo que está na bad. Ainda bem que eu escolhi o melhor lugar para chorar as mágoas.
Nesse momento Robert parou o carro em frente a um lugar que não parecia um restaurante. Tinha letreiros luminosos, luzes piscando e música alta.
— Você me trouxe em algum tipo de balada? — digo, comprimindo meus olhos. Luzes piscantes e sons altos não é algo que estou acostumado.
— Não exatamente, é só um bar. Mas aqui é bem agitado, tem muita mulher bonita, comida e bebida boa.
— Eu não acho que estou preparado para isso agora, sabe? Mulheres…
— Aí, aí… Henry, nada como esquecer um amor com outro amor, nunca ouviu dizerem isso?
— Eu não amo Camille, Robert… — essas palavras saíram estranhamente inseguras, algo que me fez balançar a cabeça em negativa. Eu não amo Camille e ela, que tanto queria que eu amasse, perdeu a chance de me conquistar indo embora sem dar satisfações.
— Vamos entrar, Henry. Vamos beber, ouvir música e conversar.
Eu não estava acostumado a beber, Robert pediu cerveja e ficou rindo da minha cara enquanto eu fazia careta para o gosto. Ele me disse que eu iria me acostumar e que aprender a beber é um passo importante para um homem, já que não existia nada melhor para afogar as mágoas do que álcool.
Aos poucos fui me soltando e acabei contando tudo. Disse como fiquei revoltado pelo o que Camille fez. Reclamei que estava magoado por ela ter ido embora e nem ter esperado eu me adaptar, sabe? Disse como ela me deixou na mão e agora tudo estava muito difícil. Nem me distrair lendo um livro novo eu consigo e acabo ouvindo sempre os velhos livros que ela gravou.
— Eu posso programar uma inteligência artificial para ler os livros para você! Não deveria mais ficar ouvindo a voz dela nas gravações. Pelo o que entendi, ela foi um bem egoísta, não pensou em você. Você tem que esquecer essa mulher!
— É… ela foi. Ainda nem me visitou no hospital, eu fiquei sozinho lá por uma semana. E se a cirurgia tivesse dado errado? Quem iria me ajudar? Ela sabia que eu não tenho pai e nem mãe, eu só tinha ela… — dizer isso despertou uma dor estranha no peito. Não sei se foi a bebida. Provavelmente foi, mas essa sensação ruim me deu até vontade de chorar.
Nesse momento me veio o pensamento que quem era medíocre era eu…
Engoli em seco e Robert me deu alguns tapinhas nas costas, percebendo que fiquei muito melancólico naquele momento.
— Robert… — respiro fundo, brincando com o resto de bebida no fundo do copo — Como Camille era? Como era a sua aparência? Ela era bonita?
Robert faz alguns momentos de segundos e diz:
— Ah… bem… Quer saber? Camille não era lá essas coisas. Era bem mais ou menos. Ela não estava no seu nível. Ainda bem que não a viu quando voltou a enxergar. Acho que você mesmo teria lhe dado os papéis do divórcio. Não sofra por ela, você pode conquistar mulheres muito mais bonitas do que ela, cara! Olha a sua volta, tem várias mulheres lindas aqui te olhando.
Olhei instintivamente, vi alguns olhares, mas não prestei muita atenção e logo voltei a olhar para Robert.
— Ninguém te interessou?
— Não sei Robert.
— Ah, não! Eu não vou deixar você perder essa oportunidade. Nunca imaginou como era transar enxergando o corpo de uma mulher? Cara, você tem que experimentar. Deixa comigo que eu vou te ajudar!
Robert chamou o garçom e pediu para levar uma bebida para uma garota que ele viu, a qual, segundo ele era a mulher mais bonita daquele lugar.
Eu não tinha a visto, mas logo ela veio para nossa mesa. Ela era ousada e veio logo sentando no meu colo. Fiquei um pouco constrangido, mas Robert fez o sinal de positivo.
Realmente ela era linda, morena, longos cabelos lisos. Tinha um corpo escultural que estava me deixando aceso.
Ela tomou a iniciativa e acabou me beijando, em pouco tempo eu já não estava pensando muito com a cabeça de cima.
Envolvidos pela bebida e pelo momento logo a morena já estava no meu quarto. Só de lingerie na minha frente. Eu parecia um bobo olhando. Robert tinha razão, a visão do corpo de uma mulher era extremamente excitante.
Ela subiu em cima de mim e me beijou, sedenta.
Fechei meus olhos e comecei a me lembrar que eu sempre me perguntei como seria fazer amor com outra mulher que não fosse Camille. E isso foi tão fácil, eu nem precisei falar muito.
Aquela mulher ficou se esfregando em meu paul por cima das nossas roupas, o que estava me deixando louco de tësão.
Ia acontecer, eu ia transar… mas foi aí que fechei meus olhos novamente e todas as vezes que fechava os olhos, eu a apertava, buscando sentir o mesmo que sentia com Camille, mas não encontrava.
Não era o mesmo cheiro, não era o mesmo gosto, não era o mesmo corpo, não era o mesmo gemido…
Assim que sentia que estava desanimando, abria meus olhos e beijava seu corpo, enquanto ela arrancava minhas roupas numa loucura.
Mas eu sempre acabava fechando meus olhos e em algum momento eu não estava animado mais…
Uma situação extremamente constrangedora. Em um momento eu estava ali, duro, pronto para uma noite intensa de prazer e em outro eu tinha uma mulher linda frustrada na minha cama.
— Sabe, eu acho que é melhor a gente não continuar. Pode deixar que eu pago o seu Uber. — digo já me vestindo.
— Isso é normal, viu? Você não precisa ficar chateado. A gente pode tentar mais tarde. — ela diz, sorrindo, demonstrando que o vexame não a havia desanimado.
— Não, eu acho que não vai dar, estou um pouco cansa… — “Merda, agora tudo o que eu digo ou faço me lembra Camille?” — Não vai dar mesmo, tá?
A mulher se levanta irritada e começa a pegar suas roupas e dizendo:
— Nossa, você é escroto, hein? Vai simplesmente me dispensar sem nem pedir meu telefone?
— Ah, sim… qual é o seu telefone? — perguntei por educação.
— Não vou dar! Idiota! E não precisa pagar merda nenhuma de Uber para mim!
A mulher vai embora extremamente irritada, algo que não me afeta em nada. Eu só me deito na cama e penso:
."Camille, onde você está?"
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Júlia Caires
cara, vc precisa amadurecer! Continua o mesmo menino que sofreu o acidente, a mulher fez de tudo por vc. Aguentou humilhações, cuidava de vc com todo amor e carinho, aguentava vc maltratando ela, provavelmente pagou sua cirurgia e vc ainda acha que ela é egoísta e errada? Então não sei de mais nada
2024-06-16
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Vanda Farias de Oliveira
Como assim a Camile é egoísta depois tudo que fez ela foi embora e ainda se preocupou com você Henry pagando a cirurgia com certeza sabendo que depois de enxergar não ia mais ser dependente dos cuidados dela.
2025-02-01
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Maria Nunes
O Henry e um gato mesmo sendo um mal agradecido pois a Camila perdeu 10 anos d vida dela para cuidar dele q nunca falou nem demostrou nem um pouco d carinho por ela
2025-02-03
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