CAPÍTULO 19 - Vai ter que ser a Luiza

...Luiza Alves:...

"Isso mesmo" concordou a senhora. "O bebê tem os seus olhos, mas todo o resto... é a cara dele", disse fascinada. "Que benção de Deu...", a interrompi:

"Se vocês estão insinuando que aquele homem cruel é o pai do meu filho, saibam que isso é... impossível," respondi, mantendo a calma. "Eu jamais teria alguma coisa com alguém como ele."

Mal terminei de falar e a porta se abriu novamente. O homem entrou, caminhando lentamente para dentro do quarto.

Ele escutou cada palavra que eu disse.

"Não autorizei ninguém a falar com ela", disse, com uma voz fria, lançando um olhar sombrio para as duas mulheres, que saíram do cômodo às pressas.

Em seguida, ele se virou para sair também.

Ele veio até aqui só para dispensar as elas? Ou tem algo mais?

"Espera," chamei. "Precisamos conversar", ele parou por um instante, como se estivesse considerando, mas logo retomou sua caminhada e saiu do quarto, trancando a porta atrás de si.

...Bruno Castellani:...

Eu não sei por que diabos achei que precisava pedir desculpas a ela.

Essa palavra nem existe no meu vocabulário.

Fui tirado dos meus devaneios por uma batida na porta da minha sala.

"Entre", autorizei.

Heitor, meu braço direito, entrou na sala com um envelope na mão.

"Senhor, acabaram de chegar as informações sobre o Nikolai que o senhor solicitou", anunciou.

Estendi a mão e ele me entregou o envelope com os detalhes sobre a vida do deputado russo.

O envelope estava muito bem lacrado com uma fita vermelha, um código que usamos para informações sensíveis.

Ao abrir, nas primeiras páginas havia uma foto de Nikolai Turgueniev, um homem grande, com barba densa e cabelos grisalhos.

Embora parecesse um velho ingênuo, seus olhos tinham um brilho astuto, o que indica que não será nada fácil matá-lo. Vou precisar de um plano bem elaborado.

Continuei examinando as informações.

Haviam detalhes sobre seus movimentos recentes, mas nada especialmente importante. A maioria dos contatos listados parecia irrelevante. Entretanto, um detalhe chamou minha atenção:

Emiliano.O nome do hotel cinco estrelas onde ele estará hospedado durante sua visita ao Brasil.

Nikolai tem fama de ser cuidadoso, sempre cercado por seguranças e com um olhar atento a tudo.

O último erro que eu desejo cometer é chamar sua atenção antes da hora.

Fechei o envelope e olhei para Heitor.

"Qual é o horário previsto para a chegada do nosso alvo?", perguntei.

Heitor olhou o relógio antes de responder:

"O voo dele deve pousar daqui a dezoito horas. O hotel já está ciente disso, e a segurança deles foi reforçada para recebê-lo"

Escutamos uma batida na porta, e após minha autorização, Mattia entrou.

"Conseguimos infiltrar algum dos nossos na equipe de segurança?" perguntei, e Mattia negou. "Merda", praguejei.

Sem ninguém infiltrado, a situação fica pelo menos dez vezes mais complicada.

"E se fizermos à moda antiga?", sugeriu Heitor, e eu me virei para ele. "Precisamos de alguém para se hospedar no hotel sem levantar suspeitas, alguém cuja rotina seja comum e fácil de rastrear, caso decidam investigar os hóspedes após a morte do russo. Com essa pessoa, podemos facilitar a sua entrada lá."

Olhei para Mattia e falamos ao mesmo tempo:

"Megan", eu disse.

"Luiza", ele disse.

"Megan nunca vai concordar, ela não arriscaria a vida por nada", disse Heitor. "Sem contar que ela ainda tem a porra daqueles vídeos."

"Então...", hesitei por um instante, procurando outra alternativa.

"Vai ter que ser a Luiza", concluiu Mattia com um sorriso de quem não se importava.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***