CAPÍTULO 8 - Bruno Castellani

...Bruno Castellani:...

...Dois dias atrás......

"Mas eu quero ir com você!", reclamou Megan, como se fosse criança fazendo birra.

Inacreditável!

Caminhei na direção da mulher com passos firmes e segurei seu maxilar com força, apertando até quase esmagá-lo.

"Com quem você acha que está falando, sua vadia?", perguntei, vendo seus olhos assustados desviarem para o canto do quarto.

"Com o meu marido… ", respondeu, com a voz quase inaudível, gaguejando as palavras.

Após soltar um suspiro pesado de frustração, larguei seu queixo e me afastei, repetindo para mim mesmo o mantra que venho recitando nos últimos dias:

...Eu não posso matá-la....

...Eu não posso matá-la....

...Eu não posso matá-la....

...Ou......

...Pelo menos não ainda......

"Isso significa que posso ir com você ao casamento do seu amigo...?", Megan perguntou, tentando soar casual, mas o medo em sua voz a traiu.

Depois de tudo o que ela fez, até mesmo o som da voz dela está me irritando.

"Não", respondi. "Significa que é melhor você calar a porra da boca pelas próximas quarenta e oito horas", avisei, ajustando minha gravata.

"Você se lembra que não pode me matar, certo? Eu tenho aquelas filmagens de você torturando Maycon e assassinando o filho dele, Tom. E não esqueça também que, para me proteger, eu dei as cópias para outra pessoa... Se algo acontecer comigo, esses vídeos vão direto para a mídia, e a Interpol vai cair em cima de você. Sabe como as coisas funcionam, não sabe?", ela disse, com um tom desafiador.

Mostrei a ela um sorriso frio, um que fez seu rosto empalidecer enquanto eu me aproximava da cama onde ela estava novamente.

"Sabe que está tentando manter um demônio preso em uma garrafa, não sabe?", indaguei, sem esconder a ameaça em minhas palavras. "O problema é que... garrafas podem quebrar..."

Megan tremeu ligeiramente ao ouvir isso, mas tentou manter a postura.

A coragem dela estava desaparecendo como areia escorrendo por entre os dedos.

Seu olhar mudou de uma tentativa de desafio para um medo real e eu sorri de novo, mas era um sorriso cheio de ódio e ressentimento.

"Pensa mesmo que vai me chantagear para sempre, Megan? Por acaso está se esquecendo de quem eu sou?...", sussurrei a pergunta.

"Eu só queria que você me amasse", ela disse, quase sussurrando. "Eu te amo, por isso pedi para casar comigo", completou, já com os olhos lacrimejando.

"Amor?", eu ri alto, uma risada fria e amarga. "Essa palavra não significa nada para mim. Sabe por quê?", Megan balançou a cabeça lentamente. "Porque as pessoas a usam como desculpa para justificar todo tipo de erro, como o que você está fazendo agora..."

Passei o polegar pelo seu rosto, sentindo-a tremer sob meu toque.

"Você me chantageou para casar com você, mas não pense nem por um segundo que isso te dá controle total sobre mim. Se continuar me desafiando, vou arrancar seus olhos, assim como fiz com o Tom. Você viu o vídeo, não viu? Sabe o quanto eu gostei de fazer aquilo?", provoquei com um sorriso cruel.

O rosto dela perdeu totalmente a cor, e Megan permaneceu em silêncio, evitando até mesmo me olhar.

Exatamente como eu queria.

"É melhor não fazer nada estúpido enquanto eu estiver fora", disse, dando um tapinha leve no rosto dela antes de sair.

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