Marquei uma consulta, pois fiquei com ideia fixa em minha cabeça que estou grávida e também estou me sentindo diferente.
Minha barriga está um pouco maior, meus seios também e muito doloridos, tenho enjoado com tudo e estou sentindo um sono extremo, se não é gravidez é doença. Não queria um bebê agora, mas entre uma doença e uma gravidez, óbvio que vou preferir uma gravidez, apesar de não querer um bebê no momento.
Sei que Lucas e eu tr*nsamos igual dois coelhos no cio, mas se uso DIU é porque não queria ter filhos agora, sei que deveríamos usar camisinha, mas no meu caso estava tentando evitar só a gravidez e não doenças e como Lucas e eu somos saudáveis para evitar uma gravidez o DIU deveria ser suficiente.
Se eu estou grávida não é de agora, pois desde o dia que o DIU da Laura saiu do lugar que uso camisinha, então minha gravidez deve estar mais avançada que a dela.
— Se acalme meu amor. — minha mãe diz, ela veio comigo.
— Eu não queria um bebê, agora mamãe, tinha muitos planos.
— Eu também tinha muitos planos quando engravidei de vocês, tinha me formado a pouco tempo, tinha passado na prova da ordem, queria advogar e seguir minha profissão, mas decidi depois que vocês nasceram que passaria o primeiro ano exclusivamente com vocês, sem trabalhar e sabe que eu não me arrependo, foi minha melhor escolha, pude acompanhar cada evolução de vocês e por serem prematuras cada evolução para mim era uma vitória. Você vai ver quando tiver seus filhos, é um amor tão grande que não cabe no peito.
— A senhora é incrível mamãe, a melhor mãe do mundo, acho que nunca vou conseguir ser como a senhora.
— Vai sim meu amor, nossos filhos aprendem pelo exemplo e vocês tiveram um pai e uma mãe presentes.
— Isso é verdade.
— Depois que vocês fizeram um ano eu ainda não fui trabalhar de vez, só ia três vezes na semana, agora depois de velha eu estou trabalhando feito uma condenada, inclusive vou até pedir um aumento de salário ao meu chefe. — minha mãe diz quando meu pai está entrando, ele não poderia deixar de vir, os dois sempre estão presentes em todos os momentos.
— Eu sou um chefe incrível! — ele diz.
— Está me fazendo desempenhar duas funções, sou sua assistente pela manhã e advogada no período da tarde.
— Óbvio! Você fica com ciúme das minhas assistentes, então vai você de manhã e a Lulu à tarde.
— Claro! Suas assistentes são todas novinhas, peitudas e loiras e eu sei que você gosta das loiras.
— Eu não gosto das loiras! Eu gosto de uma loira em específico.
— Acho bom mesmo!
— Inclusive quando Lulu sair de lua de mel, você vai ser minha assistente em tempo integral.
— E meus casos, hein doutor?
— Traga-os para a minha sala.
— Eu vou querer um aumento!
— Eu aumento meu amor, com todo prazer, você sempre será minha melhor assistente. — ele diz e dá um selinho na minha mãe e eu sorrio.
Esse amor desses dois é um grande exemplo para mim, nunca vou me cansar de suspirar por eles, são o menor casal que eu conheço.
— Vamos lá, Letícia? — a assistente da médica me chama.
— Vamos.
Vou fazer um ultrassom para ver se o DIU está no lugar, pois estou muito insegura e nervosa.
— Olá, bem vinda. — a médica diz. — Pode deitar na maca.
Deito na maca e levanto meu vestido, já que estou usando um e a médica inicia o exame.
— Então Letícia seu DIU está no lugar. — respiro aliviada.
— Graças a Deus. — digo.
— Então...
— O que minha filha tem doutora? — meu pai pergunta.
— Bom, se está usando DIU, é porque queria evitar uma gravidez, correto? — a médica pergunta.
— Sim. — eu respondo.
— Como sabem, nenhum método é cem por cento eficaz, você está grávida Letícia, uma gravidez compatível com dezoito semanas, quatro meses digamos assim.
— Sério?! — pergunto assustada.
— Sim e tem mais uma coisa.
— Ah meu Deus! Quantos bebês tem aí doutora?! — pergunto.
— Dois! São gêmeos, mesma bolsa, são idênticos.
— Misericórdia! — digo e minha mãe sorri.
Olho para o meu pai e ele está meio em choque como eu.
— Já dá para saber o sexo, vai querer saber agora?
— Vou! Já estamos aqui mesmo, passa logo a notícia completa.
— São duas meninas, elas estão muito bem, saudáveis, tamanho e peso compatíveis para a idade gestacional.
— Tem certeza? Porque eu não tenho quase nada de barriga, para ser duas e já estou com quatro meses, não tem nada de errado?
— Não, está tudo certo, tem mulheres que não ficam com um barrigão e isso não quer dizer que o bebê esteja abaixo do peso, pode ficar tranquila.
— Doutora, ela fez uma cirurgia no coração quando tinha poucos dias de vida, tem algum problema? — minha mãe pergunta, eu nem estava lembrando disso, tamanho foi meu choque.
— Você faz uso de medicamentos?
— Não e faço acompanhamento com o cardiologista.
— Já havia falado sobre engravidar com seu médico?
— Não.
— Então seria bom marcar uma consulta e conversar sobre isso.
— Vou fazer isso.
— Agora vou colocar o coração dos bebês para vocês ouvirem. — ela diz e o som ecoa pela sala, olho para minha mãe que sorri e me pai olha com cara de bobo. — Esse é o bebê um, e esse é o bebê dois. — ela diz o som ecoa também pela sala.
— Está tudo bem com o coração delas?
Pergunto por causa do meu problema, tenho medo de elas herdaram de mim.
— Sim, tudo bem, elas estão bem, tudo perfeito. Só vou receitar umas vitaminas e passar uns exames que você tem que fazer.
— E remédio para enjôo, por favor.
— Ok.
— E o DIU?
— Como ele está no lugar podemos tirar aqui mesmo, está fácil.
— Ok.
— Nós vamos esperar lá fora. — meu pai diz.
Ele dá um beijo na minha testa, minha mãe faz o mesmo e os dois saem.
A médica retira o bendito do DIU, sinto uma leve dor que incomoda um pouco, mas nada que não possa ser suportado.
— Obrigada doutora.
— Por nada, nos vemos em um mês para na próxima consulta, te recitei vitaminas e exames de sangue, não deixe de fazer, são importantes e vá ao cardiologista.
— Pode deixar.
Saio e encontro meus pais conversando e sorrindo, é tão leve o relacionamento deles, sou apaixonada por eles e por esse amor que eles têm um pelo outro.
— Pronto princesa? — meu pai pergunta.
— Sim.
— Tudo bem?
— Sim papai.
— Eu não sei o que faço com vocês! Vão me dar muitos cabelos brancos.
— Desculpa papai.
— Não bastava a Lalá, agora você também, me fizeram ser avó antes do sessenta.
— Amor tecnicamente quem te fez ser avô foi a Lelê, pois ela está com dezoito semanas, a Lalá está com doze, só que da Lalá descobrimos antes.
— Vou dar uns tapas nessas duas. — ele diz e nós sorrimos.
Óbvio que meu pai está brincando, nem ele e nem minha mãe nunca nos bateram, levantaram a voz algumas vezes, mas muito raro de acontecer.
— Pena que o Lucas não estava aqui. — minha mãe diz.
— Eu não tinha certeza se estava grávida e ele tinha que cuidar da mudança da mãe dele, ele até queria vir, mas a mudança no momento é mais importante, é a segurança da família dele. — digo.
— Com certeza. — minha mãe diz.
— Vou dar uns tapas no Lucas também. — meu pai diz e nós sorrimos. — Só falta a Luiza agora, vamos processar quem colocou esses DIU's de vocês.
— Foi aqui no hospital da sua irmã. — minha mãe diz e meu pai gargalha.
— Agora que vou processar mesmo, Beatriz está muito rica.
Saímos do hospital nesse clima leve e descontraído, brincando e sorrindo.
Sou abençoada por ter pais tão incríveis quanto eles.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Juliete Figueiredo
como não viram os bebês quando foram olhar a posição do DIU?
2025-02-27
0
Solaní Rosa
ai que maravilha grávida de gêmeos o Lucas vai ficar feliz
2025-03-07
2
Ivanete Rozati
amando está família e crescendo cada dia mais kkkk
2025-01-17
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