Capítulo 04

Deixei meu celular na ala dos funcionários de propósito, somente para Lucas vir até mim devolver.

Só não imaginei que ele viria até meu quarto, por isso mandei entrar, pois achei que fosse alguém aqui de casa que já haviam chegado.

Ele chegou na hora que estava hidratando meu corpo somente de lingerie e eu não me cobri, fico de biquíni na praia, então ficar de lingerie na frente do cara que eu quero não é nada demais para mim.

Deixei ele maluquinho com meu showzinho particular e o meu plano de vê-lo novamente para ele me entregar meu celular, saiu melhor do que eu esperava, porque ele veio em momento que estou semi nua e vê-lo com desejo me deixou, louca para pular em cima dele, mas aqui não dá meu, daqui a pouco todos chegam. Achei que ele fosse me entregar o celular em qualquer outro lugar da casa, mas não em meu quarto.

E a verdade é que eu não tenho encontro nenhum, estava me arrumando para tomar um sorvete com uma amiga da faculdade, mas aproveitei e disse que tinha um encontro para ver o que o segurança gostoso ia achar disso.

Ainda estou só de lingerie em sua frente e travamos nossa batalha ainda.

— Se vista Letícia! Você vem comigo! Seja rápida, seu pai deve está quase chegando.

— Aonde vai me levar?

— Em um lugar reservado.

— Eu não posso, meu encontro.

— Te garanto que ficar comigo vai ser melhor do que ir a esse encontro.

— Ah é?! E se eu não gostar e estiver perdendo a oportunidade de conhecer alguém bem legal?

— Não precisa conhecer ninguém!

— Quem disse?

— Eu estou dizendo! — ele está a ponto de perder a paciência.

Esse homens de terno e sua falta de paciência!

— Eu estou aqui pra você! Não precisa de outro.

— Nossa! Que modesto.

— Você disse que quer sexo não é?

— É...

— Eu vou te dar então.

— Eu não quero com você. — minto. — Esse cara que está me esperando tem cara que tem uma pegada forte, sabe? Eu gosto de romance demais, mas na cama eu gosto de caras que tenham pegada. — ele engole em seco e fecha os punhos, estou tirando todo o auto controle dele.

— Se não experimentar nunca vai saber se tenho pegada ou não. — ele diz. — E quem eu peguei nunca reclamou.

— Hum... Acho que eu vou passar. Pode sair Lucas, obrigada por trazer meu celular. Agora vou me arrumar está quase no meu horário.

— Seu pai sabe onde vai?

— Não! E nem você pode informar, já que está de folga agora a noite. Ah! Que peninha. — ele fecha os olhos.

— Letícia veste a p*rra de uma roupa e vem comigo! Antes que eu te arranque daqui, desse jeito que está vestida.

— Eu não me incomodo, está cobrindo onde tem que cobrir.

— Está?

— Está!

— Essa coisa desse tamanho? — ele pergunta olhando para meu corpo e eu dou uma voltinha para ele ver.

Fico de costas para ele e olho por cima do ombro, os olhos dele estão fixos em minha b*nda.

— Sabe, acho que os outros homens vão gostar de me ver assim.

— Filha da mãe!

— Não me xinga Lucas!

Ele está a ponto de perder a paciência, e eu contenho minha vontade de gargalhar.

Lucas vai até meu closet, pega um vestido preto e coloca praticamente a força em mim.

— Vamos! Seu pai está chegando.

— Calma! Não vou com esse vestido, preciso de maquiagem e da minha bolsa.

— Seja rápida. — ele fica parado me observando.

— Aonde vamos? Preciso saber para me vestir de acordo.

— Um lugar no meu bairro, vista uma roupa simples.

— Ok.

Vou até ao closet, troco a lingerie por uma branca e visto uma camiseta básica de cor branca, com um short de alfaiataria preto, coloco a blusa por dentro do short, nos pés coloco um tênis branco.

Deixo meus cabelos soltos e de maquiagem, passo apenas uma base, pó, blush, rímel e batom, passo um pouco do meu perfume e pego minha bolsa.

— Pronto. — ele me olha de cima a baixo e coça o queixo.

— Vou sair primeiro, tente sair sem os seguranças te verem, se não vão querer te acompanhar, te espero no carro, na esquina.

— Isso tudo é medo do meu pai te pegar?

— Não! Vamos de uma vez.

— Ok.

— Letícia?

— Oi?

— Não vá fugir de mim, eu sei como te achar. — ele diz olhando para o meu cordão e eu toco na pedrinha, que na verdade é um rastreador.

— Ótimo! Baixou o Caio Alencar nele agora. — Lucas sorri e sai do quarto.

Espero um tempo e desço as escadas, dou uma olhada e vejo os seguranças fazendo ronda aqui na frente.

Saio pela entrada da garagem de serviço, onde tem câmeras, mas sei que Lucas já deve está dando um jeito nisso, ele é o faz tudo do meu pai, que confia muito nele e olhe que Lucas nem é dos funcionários mais antigos aqui, mas meu pai tem total confiança nele. Tenho certeza que será o próximo chefe da segurança.

Tenho que dar a volta para chegar onde Lucas está e de longe vejo o carro dele.

Lucas abre a porta do carro para mim sem sair do mesmo.

— Entra. — ele diz e assim o faço.

— Demorou, pensei que ia ter que usar meus "poderes" para te encontrar.

— Ótimo, estou com um cara que pode me rastrear!

— Posso mesmo, cuidado que estarei sempre te observando. — reviro os olhos.

Lucas tirou o terno, a gravata e também a camisa social, está usando uma camiseta básica de cor preta, deve ter trocado aqui no carro mesmo enquanto me esperava.

— Se importa de passarmos na minha casa para eu tomar um banho e trocar de roupa?

— Não.

— Na casa da minha mãe, na verdade, moro com ela e com minhas duas irmãs. Não me mudei ainda.

— Ok. — fico empolgada, vou conhecer a família dele.

Ele dirige por cerca de quarenta minutos, ele mora em um bairro mais afastado, mas muito bem localizado, na verdade aqui é um bairro muito bom, algumas colegas da faculdade moram aqui inclusive.

— É aqui.

Ele para em frente a uma casa enorme, que tem dois andares, mas escada é por fora, o que indica que são duas casas.

— A casa de cima é a minha, ainda faltam alguns móveis para chegar. — ele diz sem empolgação.

Era a casa que ele iria morar com a traidora que recebe corações e flores do meu ex.

É um mundo muito pequeno mesmo, onde nossos ex estão juntos, isso é muito surreal.

Ele desce e abre a porta do carro para mim e me dá a mão para me ajudar a sair.

— Elas vão te encher de perguntas.

— Sua mãe e suas irmãs?

— Sim.

— Elas me conhecem?

— Conhecem sim, quem não conhece vocês nessa cidade?

— Verdade, e o que eu digo?

— A verdade.

— Ah, só tem medo do meu pai lá em casa, não é?!

— Não tenho medo do seu pai, Letícia, o respeito, é diferente. Entra. — ele diz e abre a porta para mim.

A casa é muito bonita, bem maior por dentro, bem organizada e decorada em tons claros.

— Mãe? — ele chama e uma senhora de cabelos grisalhos e de olhos no mesmo tom dos dele aparece secando as mãos em um avental.

— Filho? O que faz aqui? Aconteceu alguma coisa? Hoje não é seu dia de folga. — a senhora olha para mim e sorri e eu retribuo o sorriso.

— Pedi o restante da noite de folga. — ele diz.

— Ah! Que bom meu filho, parece que eu estava adivinhando, estou fazendo aquele macarrão com almôndegas que você gosta. — ela diz e abraça o filho.

— Que bom mãe, mas acho que não vou poder ficar.

— Não está de folga?

— Vou levar a Letícia para dar uma volta. — a mãe dele me olha.

— Olá, sou Margareth, mãe do Lucas. — ela estende a mão para mim e eu aperto.

— Letícia, muito prazer, sua casa é muito bonita. — ela abre um sorriso.

— Tudo graças ao Lucas, ele quem comprou essa casa e mobiliou também, ele é um filho de ouro. — olho para Lucas e sorrio.

— Mãe. — ele meio que a repreende. — Não precisa falar sobre isso. — ele fala meio sem graça.

— Ele é modesto, não gosta de receber elogios. — ela diz para mim e eu sorrio.

Duas jovens surgem na sala e me olham de cima à baixo e seus olhos para na minha bolsa, que é uma marca famosa e super cara, ganhei de aniversário do meu pai.

— Que bolsa linda. — uma delas diz.

— Sim. — eu respondo.

— Essas são minhas irmãs, Lívia e Luana. — Lucas diz.

— Olá, muito prazer, Letícia. — digo.

— Alencar, não é? — Luana pergunta.

— Sim. — respondo.

— Ah! Eu não tinha me dado conta. — dona Margareth diz. — Desculpe filha.

— Não tem problema.

— E o que faz aqui com a filha do seu chefe? — Luana pergunta.

— Vamos dar uma volta pelo bairro. — Lucas diz.

— Vocês está ficando com a filha do seu chefe? — ela pergunta e o olha com reprovação.

— Não, eu pedi ao Lucas para me trazer aqui, queria sair um pouco e lá no centro é tudo muito agitado, ele me falou que aqui as coisas são mais tranquilas, aí decidi vir para cá. — digo.

— Luana deixe de encher seu irmão de perguntas! — a mãe deles diz.

— Eu vou tomar banho. — Lucas diz.

— Eu cuido dela filho. — ele olha para mim meio que para perguntar se tudo bem ficar aqui com a mãe dele e eu assinto. — Aceita um bolinho? Assei essa tarde.

— Aceito sim.

Entro na cozinha e é a coisa mais linda, tudo bem decoradinho e combinando, tudo em tons de azul.

— É bolo de chocolate, pode ser?

— Pode sim, eu gosto bastante.

— É porque tão bonita assim, talvez nem coma doces. — ele diz, sem pensar.

É sempre assim quando as pessoas sabem quem eu sou, fazem mil e uma suposições a meu respeito e a respeito da minha família, mas com ela eu não fico chateada, pois está apenas sendo educada e me recebendo da melhor forma em sua casa.

— Eu como sim, dona Margareth, minha avó faz um bolo de chocolate com calda que é divino, todos amam esse bolo, quando ela faz eu como umas três fatias.

— É que você é tão linda, parece uma modelo, e geralmente moças assim não comem doce.

— Besteira, eu como de tudo e como muito sabe? Não passo fome para ser magra não, eu prefiro ser feliz do que ser magra. — ela sorri para mim.

As irmãs dele me olham desconfiadas, principalmente Luana, a mais nova.

— Você também é advogada como seus pais? — dona Margareth pergunta.

— Não, eu estudo medicina.

— Ah! Tem alguns médicos na sua família também, não é?

— Tem sim.

Ela me serve o bolo, eu experimento e ela me olha com expectativa.

— Muito bom.

— Aceita um café? Ou prefere um suco?

— Só bolo mesmo, obrigada.

— Posso te fazer uma pergunta filha? Mas só responda se não for incomodo.

— Pode fazer.

— Você e meu filho estão tendo algo?

— Não, dona Margareth, seu filho acabou de sair de um relacionamento, acho que tudo que ele não quer no momento é entrar em outro.

— Meu Lucas é um menino de ouro, gastou todas as economias que tinha para construir essa casa aqui de cima para ele para noiva, comprou móveis e ela simplesmente cancelou o casamento. — ela me olha e vejo tristeza em seus olhos. — Eu sei que você é uma boa moça, Lucas fala muito bem de vocês.

— Eu fico feliz que ele fale bem se nós, meu pai, tem muito apreço por Lucas, ele é segurança da minha irmã, Laura. Todos nós gostamos muito do Lucas.

— Você mais que os outros não é? — Luana pergunta.

— É! Gosto muito dele sim. — ele olha torto para mim.

— Lucas é a melhor pessoa que eu conheço e não é porque é meu filho não, ele é generoso demais, gosta de ajudar a todos e quando ele ama é para valer.

Sinto uma leve pontada no peito quando ela fala isso, pois não será fácil para ele esquecer oito anos de relacionamento, e amando da forma como a mãe dele diz que ele ama, aí vai ser mais difícil ainda.

— Eu não tenho dúvidas.

Antes que termine de comer, o bolo Lucas entra na cozinha e sua mãe para de falar.

Ele está usando uma camisa gola polo de cor branca e uma calça jeans azul escuro e um tênis branco.

Ele está lindo, mas ainda pedreiro ele de terno, acho que deve ser fetiche.

— Elas te assustaram? — ele pergunta.

— Não, de forma alguma, sua mãe me ofereceu esse bolinho, que está uma delícia.

— É bem parecido com o da sua avó Maria. — Lucas diz, pois já comeu o bolo da minha avó várias vezes.

— Não é? Até parece a mesma receita, só que o da minha avó tem calda.

— Já quero a receita dessa calda. — ela diz.

— Vou conseguir pra senhora. — digo e ela sorri.

— Obrigada filha. — ela sorri para mim e eu para ela de volta.

— Vamos? — Lucas me convida.

— Vamos.

— Não vão ficar para o jantar?

— Não mãe, talvez na volta eu coma.

— Tá.

— Foi um prazer conhecer a senhora. — digo dando um abraço nela.

— O prazer foi meu, sempre que quiser pode vir, será muito bem vinda.

— Muito obrigada.

— Tchau mãe. — ele abraça a mãe.

— Tchau meninas, foi um prazer. — digo.

— Tchau. — elas respondem juntas.

Lucas me guia para fora da casa, ele parece meu constrangido.

— Elas te cercaram com muitas perguntas?

— Não, sua mãe é incrível, que coisa boa ficar perto dela, só te fez elogios, acho que ela estava passando a ficha para mim, acho que ela me quer como nora. — ele sorri.

— Quer ela como sogra?

— Cara seria um sonho, ela faz bolo de chocolate, essa seria a melhor parte de tê-la como sogra.

— Ah é? E eu?

— Você é o bônus, o mais importante são ela que é maravilhosa e o bolo de chocolate.

— Nossa!

— Acho bem difícil Você ser mais gostoso que aquele bolo.

— Quer experimentar?

— Quero!

— Você vai, mas primeiro vamos dar uma volta.

— Nem precisamos dar essa volta, por mim ficamos por aqui mesmo.

— Não queria sair e dar uma volta?

— Já sai, dei uma volta, conheci sua mãe, comi bolo, está ótimo.

— Certeza?

— Sim.

— Quer ir para um hotel?

— Não! Vamos para sua casa. — digo e aponto para cima, ele faz uma careta.

— Melhor não, é... Tudo ali foi escolhido por ela.

— Azar o dela! Ela escolheu e você vai estrear comigo.

— Tem certeza? Não acha ruim?

— Nenhum pouco, é bom que você vai lembrar de mim todas as vezes que ousar usar com outras. — ele sorri.

— Me espera aqui? Só vou pegar a chave.

— Ok.

Eu vou fazer esse homem esquecer essa traidora, Lucas será só meu.

— Pronto. — ele diz voltando. — Mas não repara, não está totalmente organizado.

— Tudo bem.

Subimos as escadas e ele abre a porta, revelando a casa toda branca, com móveis bege.

Na sala tem uma televisão no suporte da parede e um móvel logo abaixo, dois sofás ainda com os plásticos, uma mesa se centro, algumas poltronas e estantes vazias.

— Ela tem bom gosto, os móveis são lindos. — digo.

— É. — ele diz e olha ao redor e me olha profundamente.

— Somos parecidas, não é? — ele assente.

Digo, pois depois do vídeo que vi, confesso que fui dar uma olhada no perfil dela e nós somos muito parecidas, ela só é um pouco mais baixa que eu e os olhos são castanhos, mas tem lábios grossos também e nossos cabelos são muito parecidos.

— Murilo gosta de morenas. — digo.

— Eu também.

— Tem uma bem aqui na sua frente. — ele sorri.

— Tem.

— Estou esperando você cumprir suas promessas.

— Quais eram mesmo?

— Algo como, vou te dar o melhor sexo da sua vida e de ser mais gostoso que o bolo de chocolate da sua mãe.

— Ah!

— Estou esperando.

— Você vai ter, agora mesmo!

Lucas avança para cima de mim e toma minha boca de uma forma intensa e primitiva. Ele ataca minha boca com força, com vontade, como se quisesse me consumir inteira só com esse beijo.

Uma mão dele está em minha nuca, onde ele segura firme em meus cabelos e sua outra mão está em minha cintura.

— Queria sexo não é? — assinto. — Pois agora eu vou te comer bem gostoso, como um homem de verdade come.

— Aí...

Mais populares

Comments

Lucimari

Lucimari

eu já li o livro,e estou lendo novamente da família Alencar.

2025-04-11

1

Solaní Rosa

Solaní Rosa

vai pegar fogo
só quero ver quando Caio descobrir

2025-03-07

3

Maristela Cuoghi

Maristela Cuoghi

isso aí Letícia, faz ele esquecer a traidora

2025-04-02

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!