Capítulo 11

Faz duas semanas que tenho evitado Lucas e até que tem dado certo.

Meu pai não o deixa mais aqui em casa, colocou ele para fazer a segurança no escritório, isso tudo para que eu não acabe esbarrando com ele.

Meu pai é incrível! Faz de tudo para nos ver bem.

Passa um pouco das 17:00 horas quando finalmente estou saindo da faculdade, pois passei na biblioteca para pegar uns livros.

— Oi Lê!

— Oi Gui. — Guilherme é meu colega, estuda comigo.

— Estou indo na lanchonete do outro lado da rua, quer vir comigo?

— Obrigada pelo convite, mas vou direto pra casa, meu pai gosta de jantar com a família e se eu comer agora não vou ter apetite na hora do jantar.

— Bebe só um suco.

— Vamos deixar para outro dia.

— Tudo bem. Na sexta o pessoal está marcando de ir à boate do Danilo, quer vir?

— Vou ver e te aviso.

— Vai ser legal Lê, ninguém deve viver só de estudar.

— Eu sei.

— Tchau. — ele diz dando um beijo no cantinho da minha boca.

— Tchau. — digo.

Vou até o estacionamento pegar meu carro e meus seguranças não estão, acho estranho, afinal sempre estão me esperando.

Olho ao redor e não vejo nenhum deles, pego meu celular para ligar, quando sinto alguém me abraçar por trás.

Tomo um susto e meu coração acelera, mas reconheço o toque e o perfume.

Lucas!

— Quem era aquele cara?

— Não é da sua conta!

— Vou ter que quebrar a cara dele?!

— Só se quiser que eu meta uma bala no meio das suas pernas. Sabe que eu sei usar uma arma. — ele sorri.

— Eu sei... E não sei porque o pai de vocês foi ensinar isso pra vocês!

— Para nossa segurança e proteção, caso necessário.

— Sei... Mas, quem era ele?

— Opções Lucas, sempre tenho opções.

— Está ficando com ele?! — ele pergunta me virando de frente para olhar para mim.

— Ainda não, mas talvez eu fique.

— Acha isso, certo?

— O quê?

— Ficar transando com outros caras por aí?

— Eu não estou transando com ele, pelo menos não ainda...

— E nem vai! — ele segura em meus cabelos de leve.

— Com que direito você vem aqui me dizer com quem eu posso ou não ficar? Eu não tenho mais nada com você e nem que eu tivesse ainda sim não teria direito nenhum sobre mim. Sou uma mulher livre e independente Lucas, não preciso de ninguém me dizendo o que posso ou não fazer. Nem meu pai faz mais isso.

— Mas eu sou seu homem, Letícia!

— Meu não! Você é e vai continuar sendo daquela traidora!

— Não! Eu sou seu Letícia, todo seu.

— Não adianta vir aqui com um par de palavrinhas bonitas! Eu não sou idiota Lucas, eu gosto muito de você, mas eu não vou me iludir com suas palavras, pra depois você ver aquela traidora e me deixar pra trás como se eu fosse um nada?! Não meu filho! Aqui não! Só vou permitir que alguém entre na vida para me tratar melhor do que meu pai trata minha mãe, menos que isso eu não quero, eu sei o meu valor e eu sei o que eu mereço! E eu mereço muito mais que um par de palavrinhas bonitas, eu preciso de atitudes, provamos o que sentimos por alguém não com palavra e sim com ações. Então Lucas... Pode me deixar em paz, eu não quero as migalhas que você tem pra me dar, eu quero alguém inteiro, não gosto de nada pela metade.

— Eu mereço cada palavra que disser pra mim, eu sei!

— Agora me deixe transar com quem eu quiser e você vá e faça o mesmo!

— Eu não quero transar com ninguém, só quero se for com você.

— Até parece que não transou com ninguém!

— Claro que não Letícia! Faz apenas duas semanas que terminamos. — levanto as sobrancelhas para ele. — Você... Você já? — dou de ombros. — Letícia? Você transou com alguém?

— Isso não te importa! Se eu fiquei com alguém eu já não estava mais com você.

— Letícia? Porquê? Por que faz isso? Não precisa ficar com ninguém. Eu estou aqui, fica comigo, não precisa de outro.

— Me poupe, Lucas! Nem vem com essa, pode ir curtir sua solteirice.

— Eu quero curtir nada! Quero você.

— Não, Lucas! Não... — ele me abraça.

— Por favor? Me desculpa, vai? Me deixa ficar com você?

— Não, Lucas! Enquanto não se livrar da sombra da sua ex, você nunca vai ser feliz com ninguém.

— Eu não quero outra pessoa, só você, minha princesa, por favor, vai?

— Tire as mãos da minha filha Lucas! — meu pai diz se aproximando.

— Eu só estou conversando com ela, senhor.

— Ela falou que não quer mais, respeite a vontade dela.

— Você não me quer mais mesmo Letícia? — hesito por um segundo.

A verdade é que eu o quero sim, quero mais do que nunca, quero como nunca quis ninguém em minha vida, mas eu preciso me colocar em primeiro lugar, eu preciso ser minha prioridade.

— Não, Lucas!

Digo isso com muita dor no coração, pois amor esse homem.

— Mas eu posso lutar por você?

— Lucas, entenda, você precisa primeiro deixar seu passado para trás, quando conseguir aí me procura e se eu não tiver encontrado alguém, aí sim, nós podemos conversar.

— Eu fui burro em ter deixado aquilo mexer comigo e por ter te deixado sozinha.

— Sabe lá pra onde você foi ou fazer o quê!

— Eu não fiz nada de mais Letícia! Eu juro.

— Tanto faz Lucas, tanto faz! Pouco importa o que você fez, eu não ligo.

— Vamos conversar, por favor? Aí eu te explico tudo o que aconteceu, pra onde eu fui, eu não fiz nada, eu juro.

— Lucas... Tanto faz, eu não quero mais, eu não quero ficar em um relacionamento onde só eu gosto da pessoa.

— Lucas! Escutou minha filha, não é? A deixe em paz.

— O senhor pode me deixar falar com ela?

— Ela já falou que não quer falar com você.

— Mas eu preciso fazê-la entender que eu quero ficar com ela, que é de verdade.

— Ela já falou que não quer mais Lucas, respeite a decisão dela.

— Letícia?

— Oi Lucas.

— Me deixa explicar, me dá só cinco minutos?

— Lucas, eu sinto muito, mas eu não quero ouvir, nada do que disser vai me fazer mudar de ideia. Aquele dia deixou tudo claro pra mim, você nunca vai deixar de gostar dessa mulher e eu não quero viver assim, eu quero alguém para mim inteiramente. No momento quero ficar sozinha, focar nos meus estudos e você faça o mesmo, foque no seu trabalho, estude algo, você é jovem ainda.

— Então está terminando comigo de verdade?

— Por hora sim, quem sabe quando você cansar de ser otário eu ainda esteja disponível, mas saiba que eu não vou esperar por você, se aparecer alguém que valha a pena e que eu goste, pode ter certeza que eu vou mergulhar de cabeça.

— Eu vou te provar que te quero de verdade.

— Não precisa me provar nada, faça isso por você e não por mim. Não é saudável ficar sofrendo pela mesma pessoa para sempre.

— Eu sei.

— É isso Lucas... Seja feliz.

— Você espera aqui, quero falar com você. — meu pai diz para Lucas.

Meu pai me acompanha até meu carro.

— Vá direto para casa, tudo bem minha princesa?

— Tudo bem papai, pega leve com ele está bem?

— Eu só vou conversar com ele, meu amor.

— Tudo bem.

— Te amo minha princesa.

— Também te amo papai.

Dou partida no carro e me afasto, à medida que o carro pega velocidade as lágrimas vão caindo e eu sinto meu peito queimar.

É muito difícil dizer não, quando na verdade você só queria dizer sim, mas não posso estar disponível para ele sempre que ele quiser.

Eu não vou ser deixada para trás todas as vezes que ele ver a ex, eu não tenho que passar por isso.

Eu amo esse homem, mas eu não vou ficar mendigando a atenção dele, já fiz demais me jogando para cima dele, mas já deu, eu não vou mais fazer isso.

Se um dia ele cair na real, pode ser que eu dê outra chance a ele, isso se eu não estiver com alguém, porque é como eu disse, se surgir alguém não vou deixar de viver para esperar por ele.

É como diz o ditado: "não vou esperar por quem não ficou de vir!"

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