Termino de me arrumar para o aniversário da minha sogrinha.
Estou usando um vestido longo de tecido leve, cor de rosa chá, uma rasteirinha dourada, acessórios e bolsa da mesma cor.
Deixei os cabelos soltos, passei uma maquiagem leve e passei um pouco de perfume.
Desço as escadas e meus pais estão no sofá, minha mãe com a cabeça no colo dele e ele afagando os cabelos dela.
Essa cena me deixa com o coração quentinho, vê-los assim depois da quase separação me deixa tranquila e em paz.
Passo um tempo no topo da escada olhando para eles, até que eles notam minha presença.
— Está linda princesa. — meu pai diz e eu sorrio.
— Obrigada papai. — digo descendo as escadas.
— Volta hoje ainda amor? — minha mãe pergunta.
— Acho que não mamãe, mas eu aviso. — digo e meu pai revira os olhos e eu sorrio.
— Nunca vou me acostumar com essas meninas adultas e dormindo fora de casa! Deveria ter mandado as três para um convento, Luíza principalmente, só vive no apartamento do Ruan agora!
— Deixa elas moreno, elas têm quase minha idade quando fui morar com você, eu tinha vinte e três, lembra?
— Lembro!
— Então...
— Elas são minhas princesinhas vida!
— Que já são adultas.
— Aí é f*da!
— Olha a boca!
— Não tem nenhuma criança aqui!
— Exatamente... Nenhuma criança.
— Você é impossível loirinha! — meu pai diz e nós sorrimos.
— Eu vou indo, Lucas está me esperando lá fora.
— Vai com Deus filha. — minha mãe diz.
— Nada de filhos Letícia! — meu pai diz.
— Eu sei papai.
Abraço e beijo os dois, os amo muito, são minha base, não seria nada sem eles.
— Amo vocês. — digo.
— Nós também amamos meu amor. — minha mãe diz.
— Juízo viu Anna Letícia! — meu pai diz.
— Tá papai!
— Amo você princesa.
— Também te amo papai.
Passo pelos os portões de casa e Lucas me espera no carro dele.
— Pra você meu amor. — ele diz me entregando uma rosa branca e eu sorrio.
— Obrigada amor. — digo cheirando a rosa.
— Por nada. — ele diz e eu dou um selinho nele. — Você está linda.
— Obrigada.
— Vamos?
— Vamos.
Lucas abre a porta do carro para mim, e me ajuda a entrar no carro, muito cavalheiro esse homem.
Ele dirige muito concentrado e eu não deixo de olhar para esse homem, está usando uma camisa gola polo azul claro, calça jeans preta e tênis branco.
Está com a barba bem feita, cabelo bem cortado e um perfume delicioso, tem um cheio amadeirado, cheiro de homem.
Chegamos em frente a casa da mãe dele e ele estaciona o carro, logo desce do carro e abre a porta para mim, me ajudando a descer do carro.
— Bem vinda de volta. — ele diz e eu sorrio.
Nesses seis meses que estamos juntos eu frequentei muito a casa da mãe dele, elas é ótima.
— Minha mãe está ansiosa te esperando. — sorrio.
— Eu amo sua mãe.
— Ela também ama você.
Bem que você poderia me amar também!
— Vem? — ele estende a mão para mim e nós entramos na casa.
— Filha! Que bom que veio. — ela diz me abraçando.
— Eu não deixaria de vir! Parabéns, que seu dia seja lindo e que nós possamos estar juntos nos seus próximos aniversários.
— Muito obrigada filha.
— Trouxe pra senhora. — digo entregando o embrulho para ela.
— Não precisava se incomodar, só sua presença já estava ótimo.
— Espero que a senhora goste.
— Eu gosto de tudo.
— Abre.
Ela abre o embrulho e os olhos dela brilham quando olha para a bolsa de couro preta.
— Que linda! Eu amei, mas não precisava se incomodar, deve ter sido muito cara.
— Imagina, fico feliz por ter gostado.
— Gostei muito. — ela diz e me abraça. — Olha meninas, o que a Letícia me deu. — ela diz mostrando bolsa para Lívia e Luana.
— É linda. — Lívia diz.
— E cara. — Luana completa.
De fato não é tão barata, mas minha sogrinha merece, a bolsa é da grife da tia Liz, que é uma estilista muito famosa.
— É da marca da minha tia. — digo.
— Vou guardar minha bolsa. — dona Margareth sai toda feliz e eu sorrio.
Lucas me abraça por trás e beija meu pescoço.
— Obrigada por ser tão boa com ela. — Lucas diz baixinho.
— Como não poderia ser? Ela é maravilhosa.
— É muito importante para mim que se der bem com ela, ela e minhas irmãs são muito importantes pra mim.
— Eu sei que sim e fico feliz por amar tanto sua família, isso só mostra seu caráter.
— Desculpa falar sobre isso, mas sabe que sou sincero. Minha mãe ficou muito triste quando Raíssa disse que não queria mais casar, pois não queria morar aqui com ela, minha mãe sempre foi muito boa com ela.
— Eu não duvido, dá pra ver que sua mãe é um amor.
— Isso significa muito pra mim.
— Não precisa me agradecer por gostar de alguém que só exala amor. — ele sorri e me beija.
— Você é incrível.
— Eu sou mesmo e você tem muita sorte! — digo e ele sorri.
— Eu tenho sim minha linda, você é maravilhosa. — ele diz e meu coração dá um salto dentro do peito.
Ah Lucas! Se você soubesse o quanto eu te amo.
— Filho?
— Oi mãe.
— Pode ir no mercado pra mim?
— Posso sim.
— Eu não consegui ir.
— Tudo bem mãe
— Vou pegar a lista e o dinheiro.
— Só a lista mãe.
— Aqui meu filho, a lista. — ela diz tirando a lista do bolso.
— Vem comigo? — ele me convida.
— Sim.
Lucas dirige até o supermercado mais próximo.
Lucas pega um carinho em frente ao supermercado e nós entramos.
— Já fez compras num supermercado antes?
— Não! A Mônica cuida dessa parte.
— Se ficar comigo, iremos ter que fazer nossas próprias compras.
— Eu não me incomodo, mas sejamos sinceros Lucas, com o que você ganha e com o que eu vou ganhar com cirurgiã, iremos poder pagar funcionários e viver muito bem, não se coloque tão para baixo assim, e outra, eu vou adorar fazer minhas próprias compras.
— Onde você estava há oito anos atrás, hein?
— Hum... Com treze anos, no oitavo ano do ensino fundamental. — ele sorri e nega com a cabeça.
— As vezes esqueço que você é bem mais nova que eu.
— O que são dez anos Luquinhas?
— Quase nada princesa. — ele me enlaça pela cintura e me beija.
Alguém pigarreia chamando nossa atenção.
Me viro e encaro a morena nos olhando fixamente.
Raíssa!
Essa cretina parece mesmo comigo!
— Oi Luck.
Luck?!
— Oi.
— Como está?
— Bem.
— Não vai me apresentar sua namorada Luck?
— Não.
— Letícia Alencar, muito prazer. — digo.
— Alencar?! Claro... Uma das trigêmeas! Está namorando a filha do seu patrão?
— É o que parece!
— Você está com meu ex, nada mais justo do que eu pegar o seu! — digo.
— É verdade. — ela diz. — Você ficava reclamando que eu queria viver entre os ricos e foi logo pegar a filha do seu chefe? Que coisa hein Luck?! Que futuro você pode oferecer pra ela? Acha que uma milionária vai querer morar em uma casa em cima da casa da sua mãe? Logo ela que mora em uma mansão?
— A casa é linda, só não gostei muito da decoração. — provoco, pois sei que foi ela quem escolheu a decoração da casa. — Vou até escolher outra decoração depois, mas fora isso eu amo aquela casa e adoro ficar perto da minha sogra, ela me mima tanto que não dá nem vontade de ir pra casa. — digo e ela fica desconcertada.
— Estão ficando na nossa casa Luck?
— MINHA casa! MINHA e da LETÍCIA.
Meu coração dá um salto dentro do peito, é maravilhoso ouvi-lo dizer que a casa é nossa.
— Construiu aquela casa pra nós dois!
— E você foi embora sem se importar com isso! Encontrei alguém bem melhor para dividir a casa comigo.
— Amor eu já peguei... — a frase dele morre e vejo seu brilho sumir. — Oi Lety. — ele diz.
E esse rolo só melhora!
Murilo... Chegou quem estava faltando.
— Oi. — digo.
— O que faz aqui?
— O que todos fazem em um supermercado.
— Mas porque aqui? Está muito longe de casa.
— Ela está com o Lucas. — Raíssa diz.
— Eu sei... ele é segurança dela.
— Não é não! Eles estão juntos. — Raíssa diz e Murilo olha para mim.
— Está namorando com o seu segurança Lety?
— Ele não é meu segurança, é meu namorado!
— Você caiu bastante, hein? — Lucas fecha os punhos e eu seguro em seu braço.
— Muito pelo contrário, eu evoluí bastante, Lucas é incrível, me trata bem e me faz sentir especial todos os dias.
— Grande futuro vai ter um segurança Letícia!
— Eu prefiro ele a você e se tivesse que escolher, eu escolheria Lucas mil vezes.
— Me esqueceu rápido não é?
— E você que nem esperou nós terminarmos e já estava com essa aí!
— As coisas não foram assim.
— Ah não? Então me explica como um mês depois vocês estavam juntos? E vão casar não é? Felicidades aos dois, vocês se merecem! Vamos Lucas, sua mãe está esperando por nós.
Seguro no braço de Lucas e nós nos afastamos deles.
— Você viu? É isso que vamos passar se ficarmos juntos, todos sempre vão falar sobre nossa diferença social.
— Você tem que se importar com a minha opinião, Lucas e os meus pais aprovam nossa relação.
— Nunca se diminua por algo que alguém fale sobre você ou sua profissão, eu não me importo com nada disso.
— Eu nunca vou poder te bancar como aquele playboy.
— Eu não quero que você me banque, eu vou trabalhar e ter meu próprio dinheiro, como já falei, iremos dividir as despesas da casa e não se preocupe que não vai ser com o dinheiro do meu pai, vai ser com o nosso, meu e seu, vamos trabalhar juntos e construir nossa vida, é isso que os casais fazem.
— Você falando assim parece ser bem simples.
— Mas é! Você quem quer complicar as coisas.
— Letícia, você merece alguém melhor que eu!
— Melhor que você só se for meu pai! E meu pai é meu pai. Lucas você é incrível, um ótimo filho, um bom irmão e como namorado você é perfeito.
— Ah, Letícia! O que eu faço com você?
— Deixa de bobagem e fica comigo sem se preocupar com o que os outros vão pensar e sem preconceitos.
— Você não existe, Letícia.
— Existo sim e estou bem aqui na sua frente.
— Você é incrível.
— Eu sei! Você tem sorte Luquinhas. — ele sorri.
— Eu sei...
Compramos tudo que a mãe de Lucas colocou na lista e algumas coisinhas a mais.
Vamos para o caixa passar as compras e Lucas está abraçado a mim por trás e dando beijinhos em meu ombro, eu amo essa proximidade e esse carinho.
Lucas deve está travando uma batalha interna muito grande, ao mesmo tempo que gosta de mim, porque eu sei que ele gosta, e que ficar comigo, tem toda a questão de ele trabalhar pro meu pai e os pré conceitos dele.
Espero que ele consiga superar isso e que nós possamos seguir com o nosso namoro, pois eu estou amando tudo isso, na verdade eu amo esse homem.
Chega nossa vez, passamos nossas compras, Lucas paga e nós saímos do supermercado.
— Vai ter uma festinha na minha casa, convidei alguns dos amigos Luck, se quiser aparecer lá mais tarde... Vocês dois, estão convidados. — Raíssa diz de mãos dadas com Murilo.
— Nós não vamos não, é aniversário da minha mãe.
— É só a noite.
— Nós já temos planos para noite. — digo. — Vamos amor, sua mãe está nos esperando.
— Vamos amor.
Sei que estamos nos chamando de amor para provocar esses dois, pois nós não nos tratamos assim, nessa parte ainda somos travados, na verdade ele é. Lucas nunca me chama de amor e eu também não o chamo, pois não quero transparecer que estou totalmente apaixonada por ele.
Lucas termina de colocar as compras no carro, abre a porta para mim e nós saímos deixando os dois traidores para trás.
Tenho certeza que eles já estavam juntos mesmo antes de terminarem comigo e com Lucas.
Lucas passa o caminho inteiro de volta calado, vê essa cretina não fez muito bem para ele. Já eu, não senti nada vendo Maurício, mas também já faz mais de um ano que terminamos. Lucas deve estar com uns oito meses ou menos e eles passaram muito tempo juntos, oito anos. Murilo e eu fora
m apenas dois anos.
— Obrigada filho. — dona Margareth agradece.
— Por nada. — ele diz com a cara fechada.
— Aconteceu alguma coisa? — ela pergunta.
— Não, eu preciso sair um pouco. — ele diz.
— Eu vou com você. — digo.
— Não, eu preciso ficar sozinho. — olho para ele incrédula.
— Lucas não vai deixar sua namorada aqui sozinha. — Lívia diz, mas ele vira as costas e sai.
Seguro o choro, não vou me permitir chorar por ninguém. Lucas é muito bipolar, hora está bem e feliz, hora está carinhoso, hora está frio e distante. Essas mudanças de humor acabam comigo.
— Eu sinto muito filha. — dona Margareth diz.
— Tudo bem, a senhora não tem culpa.
— Vai ficar aqui para o almoço?
— Melhor não.
— Oh filha, eu sinto muito.
— Tudo bem, não precisa se preocupar.
— Vocês viram a Raíssa não é? — Lívia pergunta e eu assinto. — Essa cretina sempre mexe com ele! Eu sinto muito Letícia, Lucas é um otário.
— Tudo bem. Eu vou ligar para o meu pai vir me buscar.
— Tem certeza que não quer ficar? — dona Margareth pergunta.
— Tenho sim.
Pego meu celular, abro o aplicativo de mensagens e mando uma para o meu pai.
"Pode vir me buscar?"
"Manda a localização, estou chegando."
"Você está bem princesa?"
"Estou papai, só quero ir pra casa."
"Preciso quebrar a cara desse moleque?"
"Não papai! Só vem logo, por favor."
"Estou chegando."
Um tempo depois escuto a buzina do carro do meu pai, me despeço de dona Margareth e das meninas e saio da casa.
Meu pai veio junto com minha mãe, Davi e Noah.
— Tudo bem, minha princesa? — ele pergunta me abraçando.
— Sim, papai.
— Entre meu amor. — meu pai abre a porta de trás para mim.
— Oi moreninhos. — digo para meus irmãos.
— Oi. — eles respondem juntos.
— O que aconteceu, meu amor? — minha mãe pergunta.
Conto a eles o que aconteceu.
— Eu sabia que isso iria acontecer, é difícil esquecer alguém com quem conviveu durante oito anos. — meu pai diz e tenho que concordar com ele. — Vou demitir esse moleque e mandar ele sumir da sua vida princesa.
— Não precisa papai! Ele precisa desse emprego, ele ajuda a mãe e as irmãs. Depois eu converso com ele.
— Não quero que se machuque minha princesa. — meu pai diz.
— Não será a primeira vez papai e nem será última.
— Se eu pudesse evitar vocês nunca se machucariam.
— Mas é inevitável papai.
— Estou mandando mensagem pras suas irmãs preparem o brigadeiro, hoje é a noite das garotas. — minha mãe diz.
— E nós três? — meu pai pergunta se referindo a ele, Davi e Noah.
— Vão dar uma volta. — minha mãe diz e meus irmãs comemoram.
— Está me dispensando loirinha?
— Só por algumas horas moreno.
— Tá!
Meu pai nos deixa em casa e vai dar a volta com meus irmãos.
Minhas irmãs já estão nos esperando com brigadeiro, pipoca, salgadinhos e vinho.
— Tudo pronto! Pode comer sem culpa Lelê. — Laura diz.
— Você não estava com o badboy/nerd gostosão? — pergunto.
— Estava, mas irmã gêmea vem antes de namorado. — ela diz e eu sorrio.
— E você? Não estava com o doutor gostosão? — pergunto para Luíza.
— É exatamente o que a Laura falou. — ela diz.
Clara e Cecília também estão aqui, além da minha mãe, óbvio.
Nossa mãe é incrível, a melhor mãe que alguém poderia ter, ela é nossa melhor amiga, com quem podemos sempre contar.
É sempre assim, estamos sempre unidas, uma pela a outra sempre.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Virtuosa
Achei que faltou o pai chamar o Lucas pra conversar como ele disse que faria.
2025-02-15
1
Maria Silva
Era só o faltava o lucas deixar Letícia com a mãe e sumir pra ficar sozinho pensando na traíra vai se arrepender
2025-02-05
1
Maristela Cuoghi
A Letícia tem que dar um gelo nele, pra ele sentir que está apaixonado por ela
2025-04-02
1