Deixo Letícia com minha mãe e minhas irmãs e venho ao único lugar que venho quando preciso esfriar a cabeça.
Chego ao clube e minha entrada é liberada, estaciono meu carro na minha vaga e vou até o vestiário troca de roupa, vestindo apenas um calção de tecido fino, próprio para luta.
Faço parte desse clube de luta a muito tempo, esse lugar é privado, pois aqui não tem regras, aqui literalmente vence o melhor, vale tudo.
Estou precisando bater em alguém ou apanhar um pouco, tudo para tirar esse peso dos meus ombros.
Me sinto um grande filho da p*ta por ainda me deixar afetar pela a Raíssa, ela ainda mexe comigo, por outro lado Letícia me trás paz, mas é tudo muito complicado.
Ela diz que não se importa e eu acredito que não se importe mesmo, mas a longo prazo isso pode não dar certo.
Eu trabalho naquela casa há seis anos e sei muito bem o padrão de vida que eles levam. São pessoas muito humildes, tratam a todos muito bem, mas outra coisa é um deles sair daquela redoma e ir viver fora dali e daquele padrão de vida.
Queria não me sentir assim, queria poder ficar com essa menina sem me importar com nada disso, mas além da nossa diferença social, ainda tem a de idade, ela diz que dez anos não são nada, mas no final acaba sendo.
Letícia tem apenas vinte e um anos, eu sou um cara de trinta e um, eu quero casar, ter uma família, mas acho que ela precisa ter outras experiências antes de dar esse passo.
Entro no ringue e luto com todas as minhas forças, meu adversário vai pro chão facinho.
Luto ainda com mais três caras e depois tomo um banho e isso me relaxa, e finalmente me sinto pronto para voltar e conversar com Letícia e resolver tudo entre nós.
Estaciono o carro em frente da casa da minha mãe e me sinto culpado por ter deixado Letícia aqui sozinha e também por hoje ser o aniversário da minha mãe.
— Mãe?
— Oi filho.
— Desculpa, só precisava esfriar um pouco a cabeça.
— Ok.
— Onde está a Letícia?
— Foi embora! Eu no lugar dela também iria. Que coisa mais feia, deixar a moça aqui sozinha e ir não sei lá para onde! Não te criei pra fazer isso com uma mulher. Pedi mil desculpas pra moça antes dela ir embora.
— Como ela foi embora?
— Com o pai dela.
— O pai dela vai me matar!
— Espero que ele te pegue de jeito mesmo! Pra deixar de ser bobo.
— A senhora é minha mãe, deveria estar do meu lado.
— Eu estou, amo você, mas não vou passar a mão na sua cabeça.
— Ok, a senhora tem razão. Vou ligar pra ela.
— Lucas?
— Oi mãe.
— Se não for pra levar essa moça a sério, a deixe em paz, essa moça gosta de você de verdade e ainda é um doce, tão simpática e humilde, nem parece que é filha de quem é, e tem o que tem. Você é meu filho e eu amo você, mas se não for pra ficar com ela de verdade e esquecer aquela outra a deixe em paz.
— Eu só vou ligar pra ela e me desculpar.
— Lucas!...
— Só vou me desculpar, mãe. E peço desculpa a senhora também, estraguei seu aniversário.
— Eu almocei com as meninas, comemos bolos, suas tias estão aí, todas na cozinha, seus primos também, a Diana perguntou por você.
— Não diz que eu cheguei, vou lá pra cima ligar pra Letícia. Desculpa mãe, eu amo a senhora. — digo dando um beijo no rosto dela.
— Tudo bem, só não faz besteira menino.
— Pode deixar mãe.
Pego a chave da minha casa, que tem sido minha e de Letícia nesses últimos meses, ela vem dormir comigo todo final de semana, mas eu sempre invado o quarto dela todas as noites.
Tudo aqui me lembra aquela atrevida, ela deixou tudo com o toque dela e foi como ela disse a primeira vez que estivemos aqui, ela disse que lembraria dela se ousasse usar a casa com outra e de fato tudo aqui me lembra ela.
Pego meu celular e ligo para Letícia, mas vai direto para a caixa postal, ela com certeza desligou.
Pego a chave do carro, vou até à casa dela, não importa se o pai dela vai querer me quebrar, mas eu preciso falar com a Letícia e me desculpar pela a merda que eu fiz.
Não aviso a minha mãe que estou saindo, não quero dar de cara com a Diana, aquela doida me persegue. Diana é minha prima, mas também quer ficar comigo, só que eu não quero ficar com ela. Nunca curti ficar com minhas primas, apesar de isso ser super normal, acho que quase todas as pessoas já trocaram uns beijos com algum primo, mas eu não acho certo fazer isso.
Dirijo rapidamente até a mansão Alencar. Posso entrar no condomínio a hora que eu quiser, já que minha digital é credenciada.
E assim, eu faço, entro e estaciono o carro na garagem dos funcionários e vou tocar a campainha, não vou entrar pela entrada dos funcionários, já que quero falar com ela.
Toco a campainha e espero.
— Pode ir dando meia volta e ir embora! — doutor Caio me encara firme quando abre a porta para mim.
— Eu só queria me desculpar com a Letícia.
— Não! Nada de desculpas, já foi suficiente, você me conhece há bastante tempo e sabe muito bem que eu não gosto que façam minhas filhas sofrerem.
— Eu sei senhor, por isso gostaria de me desculpar.
— Deixe minha filha em paz, Lucas!
— Eu não vou deixar!
— Está me desafiando? — ele me encara.
— Não! só estou querendo falar com a minha namorada. — digo em desviar os olhos ou recuar um passo.
— Ex!
— Não! Ex, não, nós não terminamos. Deixa eu falar com ela, por favor? Se for pra ser ex, eu quero que ela me diga.
— Moreno? Deixa ele falar com a Lelê, eu acho que os dois têm que conversar e resolver as questões deles.
— Eu confio muito em você, Lucas, é um ótimo profissional, mas quando parte para o lado das minhas filhas, aí a história é outra.
— Eu sei senhor!
— Chame a Lelê, vida. Você tem dez minutos, daqui a dez minutos eu venho buscar minha filha.
— Sim senhor.
Caio fica parado na porta me encarando e Raquel vai chamar a Letícia.
— Vamos moreno. — Raquel segura o braço de Caio e os dois entram.
Logo Letícia surge, ela está linda, os cabelos presos em um coque no topo da cabeça, ela está com um robe preto por cima da camisola e está usando suas chinelas de sempre.
Ela me encara de braços cruzados sem dizer uma só palavra.
— Eu queria te pedir desculpas por ter saído daquele jeito.
— Ok! Era só isso?
— Não! Eu sou todo errado Letícia e a verdade é que eu não tinha noção que ver Raíssa com outro iria mexer tanto comigo.
— Sabe por que mexeu? Porque você ainda gosta dela, se não gostasse, não teria mexido. Eu vi o Murilo e não senti nada, só fiquei constrangida pela a situação, mas não me abalou de forma alguma, porque eu não sinto mais nada por ele.
— Eu sei, mas eu passei muito tempo com ela, é difícil.
— Eu sei que deve ser, a errada nessa história sou eu, por insistir em alguém que gosta de outra, quem está sobrando nessa história sou eu! Eu não vou mais insistir nisso, eu gosto de você, mas eu gosto mais de mim. Não vou ficar me magoando e nem esperando que um dia você goste de mim. Você está livre para encontrar quem você quiser ou então se gosta mesmo dela, lute por ela, mostre pra ela que você é melhor do que o Murilo. Eu não quero mais Lucas, pra mim chega! Cansei de me jogar em cima de você, eu vou me valorizar, pois se eu não fizer isso ninguém vai fazer. Você está livre! E por favor, me faça o favor de não me dirigir a palavra, se me encontrar por aqui finja que nada disso aconteceu. Aqui seu anel Lucas! Até nunca mais. — ela tira o anel e me entrega.
— Ei! Espera! Não vai me deixar falar.
— Não!
— Por favor?
— Não!
— Ouviu minha filha, dê meia volta e vá embora agora! — Caio se coloca entra nós e Raquel leva Letícia.
— Deixa eu entrar, por favor?
— Não, Lucas! ouviu minha filha, ela não quer mais, respeite a decisão dela.
— Vai Lucas, é melhor assim, dê um tempo a ela. — Laura surge na porta.
— Ok! Mas diga pra ela que eu não vou desistir.
— Não me faça ter que te demitir Lucas! Eu gosto mesmo de você, mas entre o bem estar da minha filha e você... Você já sabe!
— O senhor pode até me demitir, mas eu não vou desistir. — viro as costas e saio.
Precisava me afastar da Letícia e extravasar minha raiva, fui ao clube justamente por isso, não queria tratá-la mal.
No clube consegui pensar e colocar meus pensamentos no lugar e refleti que estou deixando uma grande oportunidade passar. Letícia definitivamente é minha porta para felicidade.
Eu preciso esquecer meus preconceitos e focar nela e em ser feliz com minha menina mulher atrevida.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Juliete Figueiredo
tinha esperança de que fosse o fato da diferença social que os ex fizeram questão de jogar na cara dele, mas sofrer por causa daquela nojenta, e pior deixar Letícia sem segurança e abandonar sua mãe no dia do aniversário dela, essa não dá pra perdoar foi pior que Gabriel e a motoqueira fantasma
2025-02-27
3
Quase cinquentona🥴🥺😔😩
Por que os homens são tão petulantes , ao ponto de achar que vão deixar a mulher sozinha , e ainda encontra-la no mesmo lugar ? 🤔🥴😡🤬😤🤮
2025-01-18
1
Quase cinquentona🥴🥺😔😩
E por que a trataria mal ? Por acaso ela te fez algo de ruim ? Ah vai se lascar cara ! Vc é a cópia do Caio , no passado.🤮🤮🤮🤮🤮
2025-01-18
1