Ao som do motor de Jony diminuindo, acordei Bia, que havia adormecido no carro. Saímos logo em seguida, e Jony gentilmente perguntou se podia salvar seu número em meu telefone. Consentindo com um aceno de cabeça, entreguei-lhe meu celular. Após salvar o número, despediu-se e partiu.
"Vamos, Bia?" perguntei ao chegarmos em casa.
"Sim, está com a chave aí?" ela respondeu prontamente.
"Sim, já peguei."
Adentrando a residência, aconcheguei-me no sofá, sentindo o peso do dia se dissipar lentamente, substituído pela sensação reconfortante de estar em casa. Bia, sempre curiosa e tagarela, não demorou para iniciar uma conversa.
"Como foi o seu dia, Afrodite? Como tem sido no trabalho ultimamente?"
Acomodando-me entre as almofadas, refleti sobre como responder.
"Nada de mais. A vida segue como sempre, com seus altos e baixos."
"Você tem andado distante o passeio todo, Afrodite. Recebeu alguma notícia? Você sabe que pode contar comigo, não é?"
Um suspiro escapou dos meus lábios enquanto desviava o olhar.
"Ele mandou mensagem, mas eu preferi ignorá-la. Não estou pronta para lidar com isso ainda."
O rosto de Bia se contorceu em uma expressão de raiva momentânea.
"Aquele idiota egoísta! Desculpe, Afrodite, mas ele me tira do sério só de estar vivo."
"Não tem motivos para isso, já passou, não tem o que fazer."
"Passou o caralho! Ele te deixou cheia de cicatrizes emocionais, só estragou sua vida."
"Não vamos falar disso agora, tivemos uma noite agradável e você conheceu o Jony. Eu vi como olhou para ele, é bonito né? Bem seu estilo."
"Desculpe, mas essa é a verdade, ele é um nojento, um escroto, filho da puta! E como assim o jeito que eu estava olhando para ele? Para com isso." ela respondeu sem graça.
"Sei... Eu vi você olhando, não adianta negar. Pegou até o número dele."
"Você também."
"Mas eu não gosto de homens, e isso desde pequenina."
"Droga, perdi no argumento."
"Vou lançar energias positivas para você."
"Tá, tá, tá. Vamos mudar de assunto. July me falou da mulher que está indo no café por sua causa."
"Minha causa? Não, ela já ia, mas aparentemente ela só quer ser atendida por mim."
"Olha ela, conquistando corações."
"Pare com isso, você sabe que eu não consigo..."
"Amiga! Pare, aquela época já foi. Vamos falar de coisa boa, essa mulher é bonita? Eu fiquei sabendo que o seu nome é Lilith, acho que a mãe dela é doida igual a sua."
"Amiga, pare com isso," falei rindo, "mas ela é linda e parece não ser boa coisa."
"Sério?"
"Pelo que as meninas dizem, não parece."
"Poxa, o que será que ela faz?"
"Não sei e não quero saber. A única coisa que sei é que é muito difícil atendê-la, sinto uma pressão no ar, um julgamento. Dá até medo."
"Isso deve ser coisa da sua cabeça. Você nunca foi normal. Mas todo cuidado é pouco com você, então tome cuidado e só acredite um pouco nos seus instintos."
"Está bem, mas de qualquer forma, não tenho interesse em me envolver com ela."
"Talvez seja melhor assim."
Depois de mais algumas horas de conversa descontraída e risadas, decidimos assistir a um filme para relaxar. Aconchegadas no sofá, perdemos a noção do tempo enquanto nos envolvíamos na trama na tela.
Quando o filme chegou ao fim, Bia se virou para mim com um sorriso travesso.
"Afrodite, você vai trabalhar amanhã?"
Sacudindo a cabeça, respondi:
"Não, estou de folga. Por quê?"
A expressão de Bia se iluminou com uma ideia;
"E se saíssemos juntas, como nos velhos tempos? Podemos fazer algo divertido, só nós duas."
A ideia pareceu tentadora, e eu sorri concordando.
"Isso seria ótimo, Bia. Acho que precisamos disso, um pouco de diversão e descontração."
Combinando os detalhes de nosso plano para o dia seguinte, mergulhamos em uma conversa animada, cheia de expectativas para nosso passeio, já que fazia tempos que não saímos juntas.
Eu não estava bem, mas Bia estava me animando como sempre fez, então depois de organizar todo o nosso passeio fomos para o banho e logo em seguida fomos dormir ansiosas para amanhã.
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Atualizado até capítulo 55
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