Ao despertar, emergi na rotina familiar da manhã. O aroma do café recém-preparado preenchia a cozinha enquanto eu me preparava para o desjejum e me aprontava para mais um dia de trabalho. Ao checar meu celular, uma mensagem de meu pai piscou na tela, porém optei por ignorá-la. Era difícil não reviver aquele dia fatídico em que tomei a decisão de fugir de tudo que vivia, a decisão que mudaria drasticamente minha vida. No entanto, confesso que fiquei questionando o motivo de sua mensagem.
No trajeto para o trabalho, uma sensação inquietante de estar sendo observada me assaltou, mas rapidamente descartei-a como paranoia. Ao chegar na cafeteria, notei um segurança postado na porta e questionei minhas colegas sobre sua presença incomum.
- Bom dia, meninas.
- Bom dia, Afrodite! _responderam ambas em uníssono_
- Quem é este?
- Não sabemos, ele já estava aqui quando chegamos.
- A única coisa que sabemos é que ele vai trabalhar aqui e a gerente pediu para subirmos ao escritório assim que chegássemos.
Após depositarmos nossas coisas na sala dos funcionários, subimos para o segundo andar, onde ficavam as salas vip de reunião e o escritório.
- Entrem! _A gerente falou assim que bati na porta_
- Bom dia. _Katy falou em nome de todas_
- Meninas, vocês já viram o novo funcionário, certo?
- Sim, senhora. _respondeu July_
- Imagino que estejam se perguntando o motivo de ele estar aqui.
- Se não for incômodo, senhora, poderia nos esclarecer?
- Claro, Afrodite. Ultimamente, as cafeterias têm enfrentado uma série de problemas com clientes indesejáveis, especialmente aqueles que chegam bêbados buscando café. Além disso, vocês ficam sozinhas lá embaixo, então achei prudente contratar um segurança para lidar com situações delicadas.
- Agradecemos pela preocupação, senhora. _disse Katy, seguida por July e eu, concordando_
- Agora que entendem o motivo, July e Katy, por favor, retirem-se. Preciso conversar com Afrodite a sós.
- Claro, com licença, senhora.
Nesse momento, meu coração martelava no peito enquanto a gerente começava a falar.
- Afrodite, lembra-se da mulher que pedi para que atendesse?
Balancei a cabeça, nervosa.
- Sim, lembro. Há algo de errado no atendimento?
A gerente sorriu, aliviando parte da minha ansiedade.
- Não, se houvesse, teria mencionado desde ontem. Na verdade, o homem que a acompanhava me ligou e informou que ela deseja ser atendida apenas por você a partir de hoje.
Um suspiro de alívio escapou de meus lábios.
- Entendi. Farei o meu melhor para atendê-la.
Após sair da sala da gerente, iniciei meu trabalho, porém a sensação de estar sendo observada persistia. Ignorando-a, mergulhei nas tarefas do dia.
Mais tarde, Lilith chegou ao café com dois homens, George e outro que parecia ser seu pai, devido à aparência mais madura. Decidi atendê-los, pois havia recebido instruções da gerente, e lembrei-me da orientação para dirigir-me diretamente a George. Ao me aproximar da mesa, senti o olhar penetrante do novo segurança sobre mim, assim como o do homem que os acompanhava. Decidi ignorá-los, atribuindo a idéia do olhar ao estresse do dia.
- Boa tarde, senhor.
- Boa tarde, gostaríamos do mesmo de ontem.
- Certo, e para o senhor.
- Quero um expresso duplo.
- Certo, posso sugerir a dica do dia?
- Qual seria?
- Tarte Aux Pommes.
- Gostaria de uma?
- Sim, mas minha filha não gosta desta, traga uma mil folhas.
- Sim, senhor, e sobre a outra? Posso trazer duas?
- Por favor.
- Já trago seu pedido, com licença.
Após deixar a mesa, preparei o pedido e confirmei minhas suspeitas. Era o pai dela; ela era tão linda quanto ele, e agora entendia de onde vinha toda aquela beleza, mas algo era diferente: seus olhos. Os dele eram verdes, enquanto os dela eram pretos avermelhados.
- Afrodite, aqui está o café.
- Obrigada.
- Já separou a sobremesa?
- Vou pegar agora.
- Afrodite!
- Katy, fale mais baixo. Estamos no trabalho.
- Desculpe... Aquele homem ao lado daquela mulher, é ele?
- Sim, o pai dela.
- Que família intrigante; se o pai é assim, imagine a mãe.
- Katy, pare de falar sobre eles. São perigosos.
- Lá vem você de novo, July, me deixa. Não dá para ouvir.
- Mas e o novo segurança? Não o conhecemos e não podemos confiar até falarmos com ele.
- Verdade, Katy.
- Ah, Afrodite, até você.
- Você precisa aprender a ser mais discreta, Katy, ou vai perder esse emprego. E a remuneração aqui é excelente.
- Concordo com a July. Meninas, vou lá.
- Boa sorte.
- Obrigada, July.
Dirigi-me à mesa deles e entreguei o pedido, depois voltei ao trabalho. Quando estavam saindo, George, como da última vez, me deu 250 nocturnas. Agradeci, desejei-lhes um feliz dia e partiram.
Durante o dia, continuei sentindo que o segurança estava me observando, mas continuei a ignorá-lo. Quando deu a hora de fechar o café, fui à sala dos funcionários, tirei o uniforme, peguei minhas coisas e fui receber meu pagamento do dia.
Enquanto saía, percebi que o segurança estava indo na mesma direção que eu, então tentei puxar um assunto para conhecê-lo.
- A noite está bonita hoje, não acha?
- Sim, senhorita.
- Me chame de Afrodite,
por favor.
- Peço desculpas.
- Está tudo bem. Você não fala muito, né?
- Por que?
- Percebi que não disse nada o dia todo, ficou apenas parado.
- Infelizmente, não sou muito sociável.
- Você pode mudar trabalhando no café. A Katy e a July vão ajudar. _falei rindo após lembrar o que fizeram comigo_
- Acho difícil.
- Mesmo que não fale muito, espero que possamos ser colegas de trabalho.
- Digo o mesmo.
- Ei, é a Bia. Bia!
- Afrodite!
- Oi! Venha cá! _falei a chamando_
- Quanto tempo, como você está?
- Faz só uma semana que não nos vemos.
- Mesmo assim, como você está? E quem é esse?
- Este? Ei, qual é o seu nome?
- Prazer, Jony.
- Olá, Jony. Prazer, Bia. Sou amiga dela, e você?
- Comecei a trabalhar com ela hoje. Estávamos conversando e acabei esquecendo de dizer meu nome.
- Entendo, Afrodite _ela volta a falar comigo_. Você tem que tomar cuidado, Jony parece ser tranquilo, mas há pessoas que não são.
- Pare com isso, eu já sou adulta.
- Vou parar quando for totalmente responsável.
- Tudo bem, mudando de assunto, o que acham de irmos comer algo? Podemos conhecer melhor o Jony.
- Acho uma ótima ideia.
- Vamos, Jony?
- Não quero atrapalhar a noite de vocês.
- Jony, agora que conheceu Afrodite, vou te vigiar, então preciso conhecê-lo. Vamos.
- Sim, vamos, Jony.
- Está bem. Por favor, as senhoritas podem ir na frente.
- Cavalheiro, não é, Afrodite?
- Sim _sorri sem graça_
*Celular de Jony*
*Consegui, chefe, estou com ela agora.*
*Faça corretamente seu papel*
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Sweet_Fobia (ᴗ_ ᴗ )
Meu coração ainda está acelerado após ler essa obra-prima. Sensacional!
2024-04-14
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