CAPÍTULO 19

Assim que entramos na minha casa pude ver que a apreensão de Bella está ficando cada vez maior, afinal, a única coisa que eu falei sobre Crystal é que ela mora comigo. Olho para a minha mulher, segurando a sua mão com um pouco mais de força.

— Por que você está tão preocupada, Diavoletta? Não é como se eu tivesse alguma mulher escondida nessa casa.

— É, eu sei. Eu confio em você, Alex. Eu acho que é algum bicho de estimação, mas como você é o líder da máfia pode ser uma leoa ou, sei lá, uma tigresa.

— É da mesma família do leão e do tigre.

Solto a sua mão e de longe vejo um pequeno borrão preto brincando na área pet da minha casa. Me aproximo e pego Crystal no colo, indo até Bella, lhe mostrando a minha gata.

— Essa é a Crystal. É uma gata Munchkin.

CRYSTAL:

— Que coisa mais fofa! Deixa eu segurar?

Assinto, entregando Crystal para Bella. Ela é bem mansa, então não tentou arranhar ela.

— Quantos anos ela tem?

— Um ano.

— É muito neném ainda. Ela vai crescer?

— Não. É uma Munchkin, ela não cresce. Olha o tamanho das pernas dela, é uma das características dessa raça.

Bella vira a pequena gata, olhando para as pernas dela e rindo.

— Ela é rebaixada — disse, rindo.

— Sim, e vai ficar assim pra sempre. Te surpreendi?

Ela continua sorrindo para Crystal, fazendo carinho na barriga e cabeça dela. Os olhos de Bella estão brilhando e o sorriso não sai dos seus lábios. Parece que ficou feliz em ver a minha gata.

— Muito. Eu imaginava qualquer bicho grande e feroz, não uma gata desse tamanho e totalmente mansa. Eu só tive um bichinho em toda a minha vida.

— O Sttorm?

— Sim. Ele morreu quando eu tinha oito anos.

Ela senta no sofá, deixando Crystal deitada no seu colo, continuando a olhar para ela como se fosse a coisa mais valiosa e fofa do mundo. Ainda bem que ela gostou, porque comprei essa gatinha para que ela tivesse algum bichinho para se distrair quando precisasse, e Crystal também é muito valiosa para mim.

— Bom, agora você tem outro.

Seus olhos se iluminaram e o canto da sua boca curvou-se em um sorriso. Antes que Bella pudesse falar alguma coisa, um funcionário vem até mim, sussurrando no meu ouvido:

— Senhor Capello, o cozinheiro perguntou se deve fazer o jantar para duas pessoas.

— Sim, deve.

— Okay, senhor.

O funcionário sai de perto de mim, sumindo por algum dos corredores para avisar ao cozinheiro. Me abaixo na direção de Bella, pegando Crystal e a colocando no chão, e a gata correu de volta para a sua área de afiar as garras. Seguro o pescoço da mulher na minha frente, trazendo os seus lábios de encontro aos meus, e logo os seguranças que estavam ao redor e uma funcionária que estava passando para ir a outro cômodo da casa viraram o rosto e tomaram outro caminho, deixando-nos sozinhos.

— Até que enfim — digo, parando o beijo. Encaro os seus olhos, mantendo sua atenção em mim, não em qualquer esplendor das coisas ao nosso redor.— Diavoletta, tenho uma coisa séria para te falar.

— Tem a ver com a máfia?— Balanço a cabeça, concordando. Ela suspira e seus olhos reviram, talvez de tédio ou de estar desinteressada sobre esse assunto, mesmo sendo a futura dama.

— Tem um dos nossos inimigos que está tramando alguma coisa, então eu coloquei seguranças disfarçados ao seu redor e gostaria que você se mudasse para cá enquanto isso, será mais seguro.

— Por quê? O que eu tenho a ver com isso? É por que serei a futura dama?

Entendo a sua ignorância, pois ela nunca soube de nada sobre a máfia e do nada tudo desaba em cima dela como um fardo muito pesado e difícil de carregar. Seguro uma das suas mãos, percebendo o suor nela. Bella está com medo, por mais que ela nunca admita isso, ela está morendo de medo e pode desabar a qualquer momento.

— Você e Crystal são os meus pontos fracos mais evidentes, principalmente você por ser a minha futura esposa, então, amore, infelizmente, você será um alvo.

— Eu entendo isso, mesmo estando um pouco apreensiva. Mas se eu estou correndo perigo acho que você deve me contar sobre tudo isso, assim podemos fazer um plano para que eu não esteja mais em perigo e reverter a situação.

— Você aceitaria isso?— questionei, podendo sentir os meus olhos brilharem. Não esperava que Bella se interessasse tão rápido assim na máfia.

— Nunca disse que não aceitaria. Mas tenho uma condição.

— Qual?

— Você vai me treinar em lutas, tiro e essas coisas, e também vai me ajudar a cuidar da empresa dos meus pais pelos próximos quatro anos, que é quando Noah a assumirá. Você cuida de uma máfia e um dos maiores conglomerados do mundo, não é difícil.

— Tá, eu aceito.

Bella se joga no meu colo, feliz com o seu trato. Abraço o seu corpo, aproveitando o momento calmo que temos. Sei que ela nunca demonstrou interesse na empresa dos pais a não ser na parte de comida e moda, e o mínimo que posso fazer para ela é a ajudar, e isso nem se compara a tudo que Bella está disposta a fazer por mim, mesmo sem saber o tamanho e o perigo do mundo que ela acabou de entrar.

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