CAPÍTULO 1

BELLA ARMANI (22 ANOS)

ALEXSANDRO CAPELLO (28 ANOS)

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Caminhando com passos determinados pelo corredor até chegar à sala de reuniões, pude sentir todos os olhares se voltarem para mim, acompanhada pelos meus pais que seguiam atrás. O peso das expectativas e da tensão pairavam no ar. Ao empurrar a porta, irrompi na reunião que Rafael Lennox estava conduzindo.

— Você está louca?! — Ele esbravejou, erguendo-se da cadeira e plantando-se à minha frente, seus olhos perfurando os meus com fúria contida.

— Confesso que estava, mas agora estou mais lúcida do que nunca! — Retruquei, empurrando-o e jogando as fotos em sua direção.

Cada imagem que caía no chão era um retrato dele com uma mulher diferente. Um murmúrio coletivo inundou o ambiente quando as pessoas observaram as fotos, e Rafael, em meio a um estado de pânico, me encarava sem saber o que dizer ou como reagir. Cerrei os punhos com força e ergui a cabeça, encarando os olhos do homem que um dia amei, agora revelado como um dos mais desprezíveis seres humanos que já conheci.

— Você pensou que poderia esconder isso de mim para sempre? Achou que me enganaria pelo resto da vida?! Você é o maior arrependimento que já tive. — Limpei as lágrimas de raiva que teimavam em escapar dos meus olhos, arrancando a aliança de prata do meu dedo e atirando-a em sua direção. — Acabou. Tudo acabou. Nosso relacionamento e sua carreira. Você está demitido.

Seu rosto exibiu um sorriso sínico, despertando em mim uma vontade avassaladora de vomitar. O homem a quem entreguei meu coração revelou-se como um dos piores tipos de pessoa.

— Você não é minha chefe. Esta empresa não é sua.

— Mas é minha — uma voz ecoou por trás de nós, e virei-me para encarar o interlocutor. Era um homem de cabelos e olhos negros como a obsidiana, com traços esculpidos com perfeição divina, emanando uma postura imponente que revelava sua autoridade. — Senhorita Armani, seus pais são meus sócios, então pode fazer o que quiser com a empresa. Deseja que ele seja demitido?

— Sim.

— Muito bem, então será feito.

Ele pegou o celular do bolso e fez uma ligação, provavelmente para alguém do departamento de recursos humanos, pois a ordem era clara: demitir Rafael Lennox. Em pouco tempo, meu ex-amante estava aos meus pés, implorando por uma segunda chance.

— Juro que não foi intencional... Eu... Eu estava fora de mim, completamente bêbado. Por favor, me perdoe!

— Você parecia perfeitamente lúcido nas fotos. Não se humilhe ainda mais. Mal consigo suportar olhar para o seu rosto.

Virei as costas e passei por meus pais, saindo da sala de reuniões. Limpando as lágrimas do rosto, descemos para o estacionamento, onde uma mão gentil repousou em meu braço, puxando-me para um abraço reconfortante. Os longos cabelos soltos e o perfume doce identificaram Rachel. Retribuí o abraço, permitindo-me ser consolada por sua presença reconfortante.

— Querida, ele é quem está perdendo, não você — sussurrou, mantendo-me próxima.

— Deveria ter ouvido vocês, mãe. Mas eu... eu pensei que todos os homens fossem como meu pai.

Um suspiro escapou dos lábios de minha mãe, e ela quebrou o abraço, permanecendo ao meu lado e segurando minhas mãos.

— Oh, meu amor... — Desta vez foi a voz de meu pai, que se juntou a Rachel. — Sempre vê o melhor nas pessoas, mas às vezes isso a machuca ainda mais.

Soltando as mãos de minha mãe, sorri para meus pais, notando a presença do homem que interrompera a reunião e seu assistente, que sussurrou algo em seu ouvido. Ele me parecia familiar, mas não conseguia lembrar de onde.

— Senhor e senhora Armani — cumprimentou, aproximando-se de meus pais, que responderam com sorrisos.

— Você cresceu muito, está maior do que eu e muito bonito! Lembro de quando você era uma criança — Meu pai falou.

— E de quando era um adolescente rebelde também — acrescentou Rachel.

— Bons tempos, aqueles. Ah, meu pai pediu que vocês fossem jantar em nossa casa em breve. Há muito não se encontram, e minha mãe já está reclamando que não os vê mais, madrinha.

O quê? Meus pais são padrinhos e sócios dele? Então ele é Alexsandro Capello. Recordo-me de muitos jantares na casa dos Capello, e Alexsandro costumava me provocar sobre minha altura ou preferências, mas faz anos que não o vejo. Mal o reconheci, tamanha era sua mudança. Sempre foi bonito, mas agora... bem, ele se tornou deslumbrante.

— É só marcarem o dia, e estaremos lá — respondeu meu pai, enquanto o outro assentia.

Os olhos de Alexsandro encontraram os meus, fixando-se em mim de tal forma que parecia estar lendo minha mente ou vendo minha alma. Ele sorriu de lado, passando pelos meus pais e detendo-se diante de mim.

— Oi, Bella, minha Diavoletta.

— Oi, Alex, minha Estátua de Zeus — retorqui, e ambos começamos a rir, relembrando nossas provocações da infância e adolescência.

— Então ainda se lembra. Espero que se lembre de nossa promessa e a cumpra agora que uma parte dela se concretizou — sussurrou. E eu paralisei. Tinha me esquecido completamente, mas ele parecia ter guardado cada palavra. — Bom, tenho um compromisso agora. Até mais.

Despediu-se de meus pais e de mim com um abraço, dirigindo-se ao seu carro em seguida. Despedi-me de meus pais e subi em minha moto, afastando-me dali com a mente repleta da traição de Rafael e das palavras de Alex. Estou ferrada com essa promessa, e isso não é um achismo, é um fato.

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