floresta

Eu acabei de levantar quando escuto a campainha tocar. Preguiçosamente desço as escadas enquanto grito do andar de cima que já estou indo, mas seja lá quem é o infeliz que está me acordando às 8 da manhã com certeza ele não tem o que fazer.

— Será que não pode esperar?! — digo com raiva assim que abro a porta, foi assim que encontrei uma garota na minha porta segurando um prato de plástico com uma torta.

— Desculpa. Eu estava muito animada para vim falar com você, mas só hoje consegui preparar a torta como um presente de boas vindas a cidade.

— Ah, sério... Não precisava, mas eu agradeço de coração — pego o prato que ela estende enquanto um sorriso se estende nos lábios dela.

Um sorriso branco com presas bem mais avantajadas que o normal e com uma aparência gentil e radiante.

— Eu acabei de acordar, mas gostaria de entrar? — sou espaço e ela entra dando pulinhos de felicidade.

— Cacete essa casa é grande! — diz com espanto enquanto olha ao redor com curiosidade — Lembro que quando aquele velho morava aqui era uma bagunça, parecia um lugar mal assombrado.

— E por que ele não cuidava mais da casa ? — pergunto com curiosidade enquanto levo ela até a cozinha onde sirvo um pouco de café.

— Não sei, ninguém sabe na verdade. Em um mês ele agia normalmente e no outro dia ele parecia um velho maluco. Colocou a casa à venda, mas ninguém quis comprar.

— Por que?

— Por que ela é cercada pela floresta. Ninguém pisa nela, não sabemos o que tem lá, mas com certeza não é algo nos convidando para entrar — ela balança a colher pequena dentro da xícara com café enquanto fala como se fosse um longo suspense.

— Deve estar ainda pior após o acidente trágico na delegacia... — sussurro me sentindo culpada por ser o motivo para aquilo ter acontecido. Não importa quão mal eu tenha sido tratada, não desejo o mal de ninguém.

— E é por isso que hoje a noite eu e meus amigos vamos entrar na floresta — eu que me deliciava com a torta pareci de comer no mesmo instante — Não vamos definitivamente entrar para fazer merda, vamos acender uma fogueira e esperar que umas bebidas nos divirta pela noite.

— Mas e se por acaso aqueles malucos encontrarem vocês lá? É muito perigoso! — ela arqueia a sobrancelha antes de começar a rir sem parar — O que foi? Não tem nada de engraçado nisso.

— Eu sei que não é engraçado, é só que é estranho, logo você está se preocupando com perigo.

— logo eu? — uma interrogação gigante aparece acima da minha cabeça e ela confirma com a cabeça enquanto mexe os dedos das mãos pra lá e pra cá, exibindo as unhas longas em estilete pintadas de preto.

— Ah, sabe como é. Você não parece ser o tipo de pessoa que se preocupa. Foi isso que quis dizer — explica — Ah, eu esqueci de me apresentar, sou Gabriela.

— Sou Beatriz, mas pode me chamar apenas de Bea. É mais prático.

— Sendo assim, me chame de Gabi, é mais prático para nós. Você.... Gostaria de ir com a gente para a floresta?

— Não sei se é uma boa idéia, sou nova na cidade e todas essas coisas perigosas acontecendo, fora que a floresta parece assustadora — é um ótimo lugar para meu visitante noturno me capture facilmente como se fosse uma presa. Não quero acabar parando nas mãos dele.

— São mais de 10 pessoas, todas vai trazer uma comida, fora que ainda vai ter churrasco. Como é nova na cidade você não precisaria levar nada, apenas ir e curtir o momento.

— Isso parece tentador... — murmuro, ponderando sobre a proposta de Gabi. A ideia de socializar com outras pessoas e desfrutar de um churrasco na floresta parece divertida, mas uma parte de mim ainda hesita, lembrando dos perigos que rondam a cidade.

Gabi parece notar minha indecisão e rapidamente intercede:

— Vai ser legal, prometo! Você vai conhecer gente nova e se divertir. E, se algo der errado, estaremos juntas para nos ajudarmos. Além disso, é uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre a cidade e seus arredores.

Seus argumentos têm um certo peso, e eu me pego considerando a possibilidade. Afinal, não seria bom me isolar completamente e deixar que o medo controle minha vida.

— Tudo bem, acho que posso ir. Vai ser interessante conhecer mais pessoas e desfrutar de um momento diferente — finalmente decido, deixando um sorriso se formar em meus lábios.

Gabi parece radiante com minha resposta, e isso me faz sentir mais confiante em relação à minha decisão. Afinal, talvez seja hora de me permitir um pouco de diversão e escapar um pouco da tensão que vem me consumindo desde minha chegada à cidade.

— Ótimo! Vai ser incrível, você vai ver. E prometo que você não vai se arrepender de ter aceitado — ela responde, entusiasmada, enquanto terminamos nossos cafés e começamos a planejar os detalhes da nossa aventura na floresta.

— Onde vamos nos encontrar para ir?

— Eu venho te buscar e te levo. Apenas não se esqueça de vestir um casaco grosso, faz muito frio. Também vamos montar uma barraca para dormir lá, então leve casaco, lençol, de preferência dos pesados de pelo e água, claro.

— Tudo bem — confirmo.

— Então tá, te busco quando anoitecer. Agora, eu preciso ir para casa, nos vemos daqui a pouco.

Confirmo, levando ela até a porta e respirando fundo assim que estou sozinha novamente. Gabi não parece ser uma pessoa ruim, e eu sei que deveria ficar longe das ruas por causa da falta de lei por causa do acidente, mas é difícil ficar em casa sem fazer nada, eu preciso me distrair, sair um pouco.

Foi pra isso que viajei com mamãe, pra aproveitar os dias apesar de serem tão tristes desde a partida de papai. Eu vim me fazendo de durona todo esse tempo enquanto tudo que eu queira era descansar.

Darei um jeito no meu perseguidor, ficarei perto de todo mundo e ele não vai conseguir me pegar, ele não vai se aproximar com tanta gente perto. Eu tenho certeza.

......PERSONAGEM ......

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