Ficamos naquele beco por mais algum tempo. Assistimos à garota ir embora acompanhada da outra mulher que aparentemente é a sua mãe. E precisei segurar Zade para que não corresse até ela e estragasse tudo.
— Você ainda tem coragem de dizer que se envolver com uma fêmea virgem não traria problemas e que não perderia o controle. Você ficou assim só por ficar no mesmo local de uma no cio...
— São situações diferentes, porra... — ele resmunga, me empurrando e mexendo em algo no celular.
— Não há nenhuma diferença. De uma forma ou de outra você poderia perder a cabeça e foder com tudo. E ainda está marcando o cheiro daquela garota.
— Admita, Ares — ele se aproxima sorrindo — Está com inveja porque serei eu a pegar ela primeiro que você.
O empurro contra a parede e rosno.
— Eu não preciso disputar por ela, Zade. Quer foder com ela primeiro que faça, mas não ache que está sendo melhor que eu em alguma coisa só por isso.
— Está com medo de perder — ele ri baixinho fazendo minha raiva aumentar ainda mais — O grande Ares então não é tão bom assim...
A verdade é que aquela garota também mexeu comigo. Cada respiração, cada parte daquele corpo me atraiu de uma forma que jamais pensei que me atrairia em toda minha vida. Isso atiçou em mim um lado que não costumo expor com frequência.
Não quero que Zade toque nela de nenhuma forma imaginável. E se for para ele tocar que seja eu o primeiro. Que o meu cheiro fique impregnado no útero dela, nos cabelos, em cada parte do corpo dela.
— Zade, não se trata de medo de perder. É sobre respeito. Ela não é apenas uma fêmea no cio. Ela é uma pessoa. E não vou permitir que seja tratada como um troféu a ser conquistado numa competição entre irmãos.
Zade me encara por um momento, seu olhar desafiador contrastando com o meu tom sério. Ele sempre foi mais impulsivo, mais inclinado a seguir seus desejos mais primitivos, mesmo para um lobo. Eu, por outro lado, sempre tentei manter um equilíbrio entre minha natureza animal e minha humanidade.
— Ares, você sabe como é. Não podemos simplesmente ignorar nossos instintos. Ela está mexendo com nós dois , não. E se eu não for o primeiro a tocá-la, outro lobo vai fazer isso.
Respiro fundo, tentando controlar a raiva que ameaça me consumir. Ele está certo, é claro. Como alfa, tenho a responsabilidade de manter a ordem na alcateia, e isso inclui lidar com o desejo instintivo que a presença dela desperta em nós.
— Eu entendo, Zade. Mas precisamos ser cuidadosos. Não queremos assustá-la ou fazê-la se sentir como se fosse um objeto. Precisamos abordar essa situação com respeito e sensibilidade.
Ele assente lentamente, parecendo mais sério agora.
— Você está certo, como sempre. Desculpe por ter sido tão impulsivo.
Suspiro, aliviado ao ver que ele está disposto a ouvir. A verdade é que, por mais que eu tente negar, também estou sendo afetado pela presença dela. É algo mais profundo do que apenas desejo físico. Há algo nela que me intriga, algo que me faz querer conhecê-la melhor.
— Vamos abordar isso juntos, como irmãos. Vamos garantir que ela se sinta segura e respeitada. E, se for para algum de nós se aproximar dela, que seja de uma forma que a faça sentir-se desejada, e não apenas como uma presa a ser conquistada.
Zade sorri, parecendo mais tranquilo agora.
— Concordo. Vamos fazer isso do jeito certo.
*
A noite envolve a cidade com um manto escuro, enquanto eu e Zade aguardamos em uma rua deserta, nossos olhos fixos na entrada da lanchonete. O ar carrega a tensão e a eletricidade da iminente confrontação. O caçador, aquele que ousou prejudicar nossa alcateia, está prestes a sair.
Finalmente, a porta da lanchonete se abre, e o caçador emerge para a rua, alheio ao perigo que o aguarda nas sombras. Ele parece relaxado, inconsciente do destino que o aguarda.
Zade e eu trocamos um olhar determinado e silencioso, entendendo sem palavras o que precisa ser feito. Com passos silenciosos, começamos a segui-lo, mantendo uma distância segura para não despertar suspeitas.
O caçador segue seu caminho, alheio à nossa presença furtiva. Ele parece confiante demais, pensando que escapou impune de seus atos.
Mas nós somos lobos, e a justiça da alcateia não permite tais transgressões impunes.
Finalmente, ele entra em um beco escuro, achando que está seguro. É aí que decidimos agir.
Com movimentos ágeis e precisos, nos aproximamos dele sem fazer barulho, nossos olhos brilhando com a determinação de fazer justiça. Ele mal tem tempo de reagir quando o cercamos, nossos corpos se transformando na forma lupina, presas à mostra e olhos ardentes de fúria.
O caçador recua instintivamente, percebendo que está em desvantagem. Mas já é tarde demais.
Com um rosnado gutural, avançamos sobre ele, nossos dentes afiados prontos para punir suas transgressões. Ele grita em desespero, tentando se defender, mas somos implacáveis em nossa determinação.
Zade e eu atacamos em sincronia, nossos corpos movendo-se como um só, uma máquina de destruição projetada para proteger nossa alcateia a qualquer custo.
Em poucos minutos, é acabado. O caçador está caído no chão, ferido e impotente diante de nossa ira. Satisfeitos, recuamos, deixando-o para trás para enfrentar as consequências de suas ações.
— Deveríamos comê-lo para não deixar rastros dele... — Zade o rodeia insatisfeito.
— A carne dele deve ter um gosto horrível, se quiser fazer fique à vontade.
O caçador grita tentando se afastar quando Zade se aproxima, se abaixando e mostrando as presas longas e afiadas para ele.
— Eu vou matar vocês! Vou matar todos vocês, suas criaturas malditas!!
Bastou apenas uma mordida na jugular para que o homem se calasse. A mordida quebrou o seu pescoço e ele caiu morto na mesma hora. Dei as costas cansado demais para olhar pra aquele maldito em seus últimos momentos de existência.
Nosso objetivo foi concluído.
E em apenas um minuto que eu me virei já não sobrava mais nada, e o pior. Zade também não estava. Isso é um problema.
" — Então vamos ter que lutar de novo, irmão. Por que só vou embora com ela"
Não.
Ele não seria maluco de ir atrás dela...
Porra, Zade! Nós conversamos sobre isso!
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Ana Regina Fernandes Raposo
ADORANDO AUTORA O ZADE NÃO DEIXA DE SER IRRACIONAL. O OUTRO E O EQUILIBRIO PELO MENOS TENTA.
2024-12-05
1
daddi
esse Zade conseguiu ser pior que o pai dele. um monstro irracional
2025-01-29
0
Rute Martins
por onde anda o menino que filho de bucha
2024-12-26
0