biblioteca

Abro os olhos lentamente, piscando algumas vezes para espantar o sono. O sol está apenas começando a se infiltrar pelas cortinas, iluminando suavemente o quarto. Estico os braços e bocejo, sentindo a preguiça da manhã se dissipar aos poucos.

Levanto-me da cama com um suspiro, sentindo o chão frio sob meus pés descalços. Caminho até o banheiro e lavo o rosto, deixando a água fresca despertar meus sentidos. Depois, escovo os dentes com calma, apreciando o ritual matinal que me ajuda a começar o dia com energia.

Volto ao quarto e visto uma roupa confortável, pronta para enfrentar o dia que se inicia. Penteio os cabelos e prendo-os em um coque bagunçado, antes de pegar minha bolsa e as chaves de casa.

Desço as escadas e entro na cozinha, onde o cheiro de café fresco me recebe calorosamente. Preparo uma xícara e sinto o aroma reconfortante invadir meus sentidos enquanto saboreio cada gole. Na geladeira há uma mensagem de mamãe dizendo que teve que ir trabalhar e que havia deixado tudo preparado.

Com um suspiro de contentamento, pego um livro que estava na mesa da sala e o coloco na minha bolsa. Hoje é um daqueles dias perfeitos para passar algumas horas na biblioteca, imersa em um mundo de histórias e conhecimento.

Saio de casa e sigo em direção à biblioteca, aproveitando a brisa suave da manhã que acaricia meu rosto. Chego lá e me acomodo em uma das mesas, abrindo o livro com um sorriso de antecipação.

Enquanto folheio as páginas, mergulho em um mundo de fantasia e aventura, deixando-me levar pelas palavras que dançam diante dos meus olhos. É um momento de paz e tranquilidade, onde posso me perder completamente na magia dos livros.

É o único momento em que posso esquecer todas essas pessoas que olham torto para mim. Na biblioteca, não importa quem eu sou ou o que pensam de mim lá fora. Aqui, sou apenas uma apreciadora de histórias, uma buscadora de conhecimento.

As vozes críticas e os olhares de reprovação desaparecem, substituídos pelo silêncio reconfortante e pela companhia dos personagens que habitam as páginas diante de mim. É como se eu pudesse escapar para um mundo onde as expectativas e os julgamentos não existem, onde posso ser verdadeiramente livre.

Então, enquanto me refugio entre os livros, permito-me esquecer temporariamente as pressões e os preconceitos do mundo lá fora. Aqui, sou apenas eu mesma, perdida em uma jornada de descoberta e imaginação. E é um alívio saber que, pelo menos por enquanto, posso encontrar refúgio nas páginas que tanto amo.

Meus olhos são atraídos pelo barulho repentino, e me viro para olhar na direção do som. Lá, vejo um homem ruivo, o mesmo que vi na lanchonete, alcançando um livro que estava bem alto na estante. Observo-o com curiosidade, notando sua altura imponente, que é ainda maior do que eu imaginava.

Ele parece concentrado, com os músculos tensos enquanto estende o braço para alcançar o livro desejado. Seu cabelo ruivo brilha sob a luz da biblioteca, destacando-se entre os outros frequentadores do local. Sinto um arrepio percorrer minha espinha ao perceber o quão imponente ele é, sua presença preenchendo o espaço ao redor.

Por um momento, nossos olhares se encontram, e eu me pego desviando o olhar rapidamente, sentindo-me subitamente envergonhada por ter sido pega observando-o.

— Posso me sentar aqui?— após algum tempo em silêncio ele se aproxima de minha mesa, perguntando calmamente.

Sinto meu coração acelerar quando ele se aproxima e me faz a pergunta. Engulo em seco, sentindo-me subitamente tímida e retraída diante da presença imponente dele.

— Ah, sim, claro — respondo, tentando disfarçar minha hesitação enquanto faço um gesto vago em direção à cadeira vazia à minha frente.

Ele se senta com um sorriso gentil, e eu me pego olhando para o livro que ele trouxe da estante, curiosa para saber o que o atraiu até ali.

— Você gosta desse autor? — ele pergunta, apontando para o livro que estou lendo.

Apenas aceno com a cabeça, incapaz de formular uma resposta coerente diante de sua presença imponente. Ele parece notar minha hesitação, mas não comenta.

Constrangida, volto minha atenção para o livro, tentando me concentrar nas palavras diante de mim, mas é difícil ignorar a proximidade dele. Sinto-me como se estivesse sendo observada de perto, e isso me deixa ainda mais desconfortável.

Enquanto tento disfarçar meu desconforto, ele mergulha em sua própria leitura, e um silêncio constrangedor se instala entre nós. Não sei o que dizer, e me pego desejando estar em qualquer outro lugar além dali.

No entanto, uma parte de mim também se sente curiosa sobre ele, sobre quem ele é e o que o trouxe até a biblioteca naquela manhã. Mas minha timidez e insegurança me impedem de iniciar qualquer tipo de conversa.

— Eu nunca te vi na cidade, é nova, não é? — meus olhos sobem das páginas até ele enquanto meu coração acelerar subitamente com sua pergunta

Sinto meu coração acelerar subitamente com a pergunta dele, e meus olhos sobem das páginas do livro até encontrarem os dele. Ele tem um olhar gentil, que parece penetrar através da minha timidez e insegurança.

— Ah, sim, cheguei ontem aqui — respondo, tentando controlar o nervosismo em minha voz — Vi a biblioteca no caminho e acabei vindo para cá hoje. Parecia um local muito bonito e é uma pena que não tenha tantas pessoas para apreciá-la.

Desvio o olhar, sentindo-me envergonhada por ter chamado a atenção para a falta de movimento na biblioteca. Ele não parece se importar com minha observação e assente com um leve sorriso.

— É verdade. Esta biblioteca é um tesouro escondido da cidade — ele concorda, parecendo genuinamente interessado em continuar a conversa.

Sinto um calor subir ao meu rosto, mas tento manter a calma.

— Acho que acabei descobrindo o tesouro da cidade então... — digo, com um sorriso tímido.

Ele retribui o sorriso e se apresenta:

— Sou Ares, prazer em te conhecer.

— Sou Bea. E o prazer é meu.

Estendo a mão para cumprimentá-lo, e ele a pega suavemente, trazendo-a delicadamente aos lábios. Meus olhos se encontram com os dele, que brilham em um tom amarelo penetrante. Sinto-me hipnotizada por aquele olhar enquanto ele beija minha mão lentamente.

Um arrepio percorre minha espinha, e por um momento, sinto-me perdida em um mundo só nosso. Mas então, ele solta minha mão e o momento passa, deixando-me com a sensação de que algo especial acabou de acontecer entre nós.

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Comments

Marfisa Torres Ferreira

Marfisa Torres Ferreira

aí que lindo esse casal

2024-04-06

5

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