Rastrear

— Vamos lá, Zade. Você não era tão fraco assim — Zombo enquanto derrubo ele no chão e soco a cara dele.

Ele rosna, chutando a minha cara e subindo em cima de mim para me acertar, mas o empurro e nós dois caímos no chão cansados demais para tentar continuar aquele treino maluco que nosso pai nos faz ter desde quando nos entendemos por gente.

— Sinto cheiro de menininhas no cio — Zade diz sorrindo e olhando em uma direção. O acompanho e vejo um grupo de meninas que olham para nós dois com uma expressão de desejo.

Elas sussurram entre elas coisas inimagináveis, talvez por pensarem que não podemos escutar dessa distância. Mas nossa audição é ainda melhor do que a de outros da nossa raça.

— Agora que estamos falando disso você por acaso ficou com aquela fêmea da família Stuart? Ela vinha te olhando há um tempo e agora tudo que parece querer é ficar longe de você — sento no chão, tirando a camisa completamente molhada de suor que estava vestindo.

As garotas soltam gritinhos e eu sorrio sem mostrar os dentes enquanto prendo meu cabelo.

— Fodi ela na cachoeira. Aquela gracinha nem vestiu uma calcinha pra me encontrar. Eu estava nadando e ela apareceu com aquela carinha sugestiva de quem tava doida pra perder a virgindade.

— Virgem? Zade, já conversamos sobre isso porra! — Ele sabia que não podíamos encostar nas fêmeas virgens. Há alguns anos nosso pai havia tido essa conversa com nós dois. Nosso descontrole ao sentir o cheiro do sangue poderia machucar as pessoas.

— Eu não machuquei ela, fica tranquilo — ele resmungou se levantando.

Eu levanto e o puxo pelo braço pra que olhe para mim.

— Você sabe que já causamos problemas por causa disso. Todos preferem manter a distância de nós exatamente por isso, e você vai lá e fode a porra de uma garota que vai sangrar só de meter a porra do pau. Isso não é uma brincadeira, Zade. Se por acaso mais um acidente acontecer nossos pais podem perder a liderança.

— Eu não sou criança — ele se solta do meu puxão e me empurra — Somos irmãos, mas não se meta na minha vida. Se eu disse que não aconteceu nada então nada aconteceu. Vai foder uma boceta e me deixa em paz !

— Você já estão brigando... — Mamãe aparece — Como pode ser tão difícil manterem um relacionamento descente por pelo menos um dia?

Apesar de 25 anos terem se passado, mamãe ainda tem a mesma aparecia de uma mulher jovem. Seu torso é coberto por aquela mancha negra que se espalhou, seu corpo tem cicatrizes das lutas que teve pela vida e inclusive ainda tem a cicatriz na coxa causada pelo nosso pai. No começo ela sempre quis esconder com alguma roupa longa, mas agora ela mostra pra todos aquela marca. Diz ela que é uma marca de força. Mostrando que ela não se rebaixou em nenhum momento para o modo que papai tratava ela no começo.

Minha mãe é foda pra caralho.

— É impossível não brigar com esse idiota — Zade cruza os braços e me encara.

— Você perdeu no treino de hoje. Fiquei quieto seu per-de-dor — ele rosna avançando, mamãe entra no meio de nós dois e ele para, me olhando com raiva.

— Chega por hoje. Vão tomar um banho logo, estão imundos! — ela bate na testa dele que resmunga esfregando o local e se vira pra mim.

— Eu não fiz nada, mãe! — rosno quando ela se aproxima.

— Se rosnar pra mim eu corto o que tem no meio das pernas ! — ela bate na minha testa e eu esfrego sentindo a área latejar — Banho, agora!

— Não sou mais criança... — bufo indo em direção de casa.

Zade me acompanha com um olhar mortal, vindo logo atrás de mim. Ele costuma ser o mais estressado, principalmente quando as coisas não saem como ele gostaria.

— Nos encontramos no lado de fora da floresta. Temos que achar o filho da puta que tentou caçar um de nós — É tudo que diz antes de fechar a porta do seu quarto na minha cara.

Desde o dia que descobrimos que a caça contra nossa espécie aumentou começamos a vigiar todo o território por segurança. Tudo começou há alguns meses. Um caçador entrou na floresta e se aproximou demais, acabou encontrando uma fêmea se banhando, e a intenção era abusar dela. A garota gritou por ajuda e eu que estava passando por perto corri para ajudar. Ela não havia nem tido seu primeiro sangramento e seria abusada por aquele nojento como se não fosse nada.

Eu fiz questão de arrancar parte por parte do corpo dele ainda vivo. Queria que aqueles olhos malditos assistissem seu próprio corpo sendo dilacerado enquanto seu coração continuava a bater e a dor continuava a tomar todo seu corpo. Deixei ele sangrando e sentindo dor no chão, sem braços, sem pernas, sem o maldito pau entre as pernas. Tenho certeza que foi uma morte tranquila.

O desgraçado mereceu.

Foi após eu ter salvado ela que as pessoas pararam de ver eu e Zade como ameaças para nossa própria raça. Alguns ainda ficam desconfiados, mas nada comparado a antes.

Nossa obrigação a partir desse dia é cuidar de todo território possível e evitar que estranhos se aproximem demais. Eles deveriam agradecer por ser eu a encontra-los. Costumo ser o mais racional.

Zade já conversa com os dentes e depois pergunta. Nem os mais fortes dos chás poderia acalmar aquela fera que posspossue o meuto.

Tomo um banho rápido e nos encontramos do outro lado da floresta. Outros estão cuidando da área enquanto estamos fora resolvendo as coisas.

Temos uma casa comprada apenas para disfarçar. A parte de trás da casa é de encontro com a floresta, então podemos sair e entrar sem que alguém nos veja e desconfie.

— Vamos para a lanchonete. Parece que o caçador gosta bastante de ir pra lá — Zade fala andando até a rua.

Eu o sigo. Entramos na lanchonete, fizemos um pedido e esperamos ele conversando com outros homens. Podíamos escutar os suspiros da mulheres que estavam nas mesas e ignoramos enquanto tentávamos ter uma conversa de pessoas normais.

Mas o cheiro que chegou em nosso olfato nos deixou alarmados. Eu olho para Zade e ele olha pra mim, pensando a mesma coisa. Há uma fêmea aqui, e está no período fértil.

O cheiro dela é uma mistura de grama e menta. Algo natural, atraente e forte. Um cheiro que deixa o meu pau duro. Olha na direção do cheiro e encontro uma mulher mexendo no celular.

A sua pele é escura, os seus cabelos negros estão presos num coque, os seus lábios grandes e o corpo cheinho. Nunca vi alguém como ela por aqui, mas com certeza é a mais bonita que já vi em toda minha vida.

— Porra... — Zade resmunga. As garras se expondo e se arrastando pela madeira da mesa.

Seguro sua mão e o olho com repreensão — Se controle, Zade.

— Ela está no cio... — ele suspira, colocando a mão na testa e abaixando a cabeça, seus olhos estão brilhando demais — A desgraçada está...

Ela olha para a gente e posso ver que está tímida por ter os nossos olhos nela. Ela não desvia os olhos também. Corresponde como se quisesse que a gente pulasse nela nesse exato momento.

Que porra de mulher, gostosa...

Mordo o lábio tentando me controlar. Em seguida o som da cerâmica quebrando ecoa por todos os cantos, o cheiro do sangue nos alcança. Zade rosna e eu o puxo com tudo para o lado de fora. Isso não vai dar certo.

Meu peito está acelerado, meu pau latejando em minha calça, meu instinto gritando para monta-la.

Fomos até um beco ao lado da lanchonete, nos encostamos na parede, ofegantes e o suor escorrendo por nossas testas.

Olho para Zade, os olhos dele estão brilhando, as unhas pontudas para fora e a língua dele se alongando até alcançar o nariz.

— Zade... Não faça isso...

Ele está guardando o cheiro dela, e isso com certeza não quer dizer uma coisa boa. Está marcando pra depois rastea-la com facilidade.

— Eu vou atrás dela, vou pega-la pra mim. Pra ser minha, só minha.

— Eu não vou deixar. Não viemos aqui pra isso, porra! — empurro ele.

— Então vamos ter que lutar de novo, irmão. Por que só vou embora com ela

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Comments

Sonia Bezerra

Sonia Bezerra

Já li Fêmea e amei por isso estou começando a ler esse.29-11-24,e vamos a história./Drool//Drool//Drool//Drool/

2024-11-30

2

Ana Regina Fernandes Raposo

Ana Regina Fernandes Raposo

A TÁ CERTO ELA E COMPANHEIRA.

2024-12-04

0

Julia Santos

Julia Santos

eita kkkkkk
a mãe dela está escondendo slgo nè

2024-10-06

0

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